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CO-INFECÇÃO TUBERCULOSE-HIV: ANÁLISE DAS NOTIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SALVADOR-BAHIA, ENTRE E Karina Araújo Pinto 1, Haína de Jesus Araújo 2, Sheila Queiroz Rios de Azevedo 3 A tuberculose (TB) é uma doença curável e antiga no mundo, que ainda consiste em um importante problema de saúde pública afetando, em especial, países de média e baixa renda 1. Suas raízes estão estreitamente ligadas à pobreza e má distribuição de renda, o que demanda que as estratégias para o seu controle considerem os aspectos humanitários, econômicos e de saúde pública 2,3. A Organização Mundial de Saúde (OMS) 4 estima que em houve cerca de 8,8 milhões de casos de TB no mundo, o equivalente a 128 casos por 1. habitantes. A maioria desses casos estaria concentrada nas regiões da Ásia (59%) e da África (26%). O Brasil é o 22º país em taxas de incidência, prevalência e mortalidade, dentre os 22 países apontados pela OMS como aqueles que concentram 8% da carga mundial de TB. Das capitais com maior mortalidade por TB em, o Rio de Janeiro ocupava o primeiro lugar, enquanto que Salvador ocupava a décima posição 3. Em 28, a TB foi a 4 a causa de morte por doença infecciosa e a 1 a causa de morte dos pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no Brasil 4. A TB é uma das doenças mais associadas à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), pois este último é considerado um dos principais fatores de risco para a progressão da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis para a doença ativa 5. A co-infecção TB/HIV traz um forte impacto no comportamento dessas epidemias, pois aumentam as dificuldades quanto ao diagnóstico e tratamento da TB, ocorre sobreposição de efeitos colaterais da terapia antirretroviral (TARV) com os tuberculostáticos e, consequentemente, são maiores as taxas de mortalidade nesse grupo 5, 6, 7. A relevância do tema e a escassez de uma análise sobre os registros da co-infecção TB/HIV nos bancos de dados de sistemas de notificação no país, motivaram o presente estudo. Objetivo: Descrever o perfil da co-infecção por TB-HIV em Salvador-Ba, entre e, através do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 1 Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador-BA, Brasil. karinapinto@ufba.br. tel: 55 (71) 3283-762. 2 Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador-BA, Brasil. hinaaraujo@yahoo.com.br 3 Faculdade de Enfermagem da Universidade Salvador (UNIFACS), Salvador-BA, Brasil. sheileka@hotmail.com

Metodologia Estudo retrospectivo, de natureza quantitativa, realizado com dados secundários, disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referentes ao município de Salvador, Bahia. O SINAN consiste na base de dados nacional, onde são registradas doenças de notificação compulsória no Brasil, alimentada por estados e municípios do país através de uma rede informatizada, que subsidia processos de investigação e permitem a análise dinâmica de um evento na população 8. Para este estudo foram acessadas as informações do SINAN net, disponíveis on line, selecionando-se, inicialmente, a tabulação dos dados referentes aos casos confirmados do agravo tuberculose, tendo como informação fixa na posição da linha, o agravo HIV. A partir de então, foram selecionados as variáveis a partir dos filtros disponíveis para a geração das tabelas, tais como: ano de diagnóstico, sexo, faixa etária, forma, tipo de entrada, tratamento supervisionado indicado, tratamento supervisionado realizado e situação de encerramentos dos casos. Selecionou-se para a análise os dados sobre os anos, e. As tabelas geradas pelo SINAN foram inseridas no software Excell, e os resultados estão apresentados em gráficos, a partir das frequências simples das variáveis selecionados no estudo. Resultados: No período selecionado neste estudo, foram notificados no SINAN o total de 8999 casos de Tuberculose no município de Salvador-Bahia. Destes, 3236 foram notificados em, 2981 em e 2782 em. Observa-se que houve redução de apenas 14,3% no número de casos notificados neste município entre estes três anos. Quanto à realização dos testes diagnósticos para HIV nos casos confirmados de TB, foi identificado que apenas 52,13% dos pacientes realizaram este exame em, 54,31% em, e 55,2% em (gráfico 1). Dos exames realizados, o percentual de positividade para o teste anti- HIV foi de 6,8% em, 8,62% em e 7,25% em. Gráfico1.Distribuição dos casos confirmados de TB notificados em Salvador-Ba, segundo realização dos testes anti-hiv. SINAN,, e.

35 3 25 2 15 1 5 3236 2981 2782 TOTAL DE CASOS DE TB NOTIFICADOS 1687 1619 164 1546 TESTE PARA HIV REALIZADO 1362 1142 TESTE PARA HIV NÃO REALIZADO 22 257 216 TESTES COM RESULTADO POSITIVO PARA HIV Dos casos confirmados de co-infecção por TB/HIV, a distribuição por sexo e faixa etária observada nos anos estudados mostrou a maior prevalência para o sexo masculino e para a faixa etária entre 25 a 54 anos (gráficos 2 e 3). Tais resultados corroboram com dados recentes de estudo com pacientes co-infectados na região sudeste do país 9. Gráficos 2 e 3. Distribuição dos casos confirmados de co-infecção TB/HIV em Salvador-Ba, segundo faixa etária e sexo. SINAN,, e. 3 25 2 15 1 5 137 15 148 Masculino Feminino % 5% 1% Quanto à forma de apresentação da TB, pode-se observar no gráfico 4 que os dados encontrados estão de acordo com a literatura 9, onde a maioria dos casos notificados, nos três anos, foi de TB pulmonar, seguidos da forma extra-pulmonar e depois da forma combinada da doença (pulmonar + extra-pulmonar). Gráfico 4. Distribuição dos casos confirmados de co-infecção TB/HIV em Salvador-Ba, segundo formas de apresentação da TB. SINAN,, e. Pulmonar + extrapulmonar Extra pulmonar Pulmonar 5 1 15 2 25 Quanto ao tipo de entrada dos casos, verificou-se que os maiores percentuais foram para casos novos em (63,19%), (65,76%) e (58,8%), seguidos dos percentuais de

reingresso pós abandono (14,9%, 14,1% e 15,28%, respectivamente). Destaca-se o percentual crescente dos casos de co-infecção TB/HIV registrados como recidiva, nestes três anos, sendo 6,82% em, 7,78% em e 9,72% em. Foram selecionadas para análise as variáveis tratamento supervisionado indicado e tratamento supervisionado realizado, no entanto, nas tabelas geradas pelo SINAN para os anos escolhidos neste estudo 1% dos dados foram encontrados na categoria ignorado/em branco. A falta desta informação impossibilitou a avaliação dos percentuais da implementação da estratégia da supervisão do tratamento para estes pacientes, de acordo com o que é preconizado no Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) 2,3. A variável situação de encerramento dos casos confirmados da co-infecção TB/HIV notificados em Salvador no período estudado, apresenta uma significativa perda de informação no SINAN, tendo os percentuais faltantes variado de 27,73% em, para 56,2% em, dos registros nos quais esta informação foi ignorada ou estava em branco (gráfico 5). Gráfico5. Distribuição dos casos confirmados de co-infecção TB/HIV notificados em Salvador-Ba, segundo situação de encerramento dos casos. SINAN,, e. 3 25 2 15 1 5 257 22 216 121 81 61 64 61 24 26 28 15 15 11 17 24 8 8 TOTAL Ign/Branco Cura Abandono Óbito por tuberculose Óbito por outras causas TB Multirresistente Conclusões: Os registros dos casos de co-infecção TB-HIV em Salvador-Ba, notificados no banco de dados do SINAN, entre e, apresentam distribuição em conformidade com a literatura, quanto à maioria das variáveis estudadas 1,9. Os dados mostraram que os registros de casos de co-infecção TB/HIV neste período apresentou discreta diminuição. Contudo, a realização dos testes diagnósticos para HIV nos casos confirmados de TB foram menos frequentes do que o recomendado nos protocolos do Ministério da Saúde (MS), que prevê a realização do teste anti-hiv em todos os pacientes com tuberculose confirmada 2,3. O diagnóstico precoce do HIV em pacientes com tuberculose aumenta a chance de encerramento favorável para esses casos.

Constatou-se nesse estudo a inexistência de dados disponíveis sobre o município estudado, quanto à indicação e realização do tratamento diretamente observado de curta duração, conforme preconizado para o controle da TB 2,3. Considera-se esta uma perda importante de informações para este e outros estudos. Ressalta-se que a disponibilização dos dados sobre a co-infecção TB/HIV através do SINAN pode permitir melhorar o conhecimento do perfil destes pacientes, a fim de subsidiar estratégias de assistência e prevenção neste grupo. A adoção de medidas padronizadas pelo PCNT, como diagnóstico precoce, implementação e acompanhamento do esquema terapêutico e investigação dos contatos, favorecem a cura e interrupção da cadeia de transmissão da TB. Referências 1. REIDER, H. Bases Epidemiológicas do Controle da Tuberculose. Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/tb/mat_tec/manuais/union_epid_controletb_21.pdf. Acessado em 23 de outubro de 2. BRASIL. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Secretária de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde.. Disponível em: < http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/apresentacao_tb_.pdf. Acessado em 16 de out. de 3. BRAZIL. Brazilian Ministry of Health. Boletim Epidemiologico AIDS-DST. Acessado em http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao//45974/boletim pdf_14544.pdf. 23 de outubro de. 4. OMS. Cuesteiones prioritárias em matéria de investigación sobre la tuberculosis y la infección por VIH em entornos de recursos limitados donde lá infección por el VIH es prevalente. Stop TB partnership.. Disponível em: <http://whqlibdoc.who.int/publications//978924353_spa.pdf. Acessado em 16 de out. de. 5. NEVES, Lis Aparecida de Souza; REIS, Renata Karina; GIR, Elucir. Adesão ao tratamento por indivíduos com a coinfecção HIV/tuberculose: revisão integrativa da literatura. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 44, n. 4, Dec.. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s8-6234441&lng=en&nrm=iso>. access on 23 Sept.. 6. SANTOS, José da Silva; BECK, Sandra Trevisan. A coinfecção tuberculose e HIV: um importante desafio- Artigo de Revisão. RBAC, Rio Grande do Sul. vol 41(3): 29-215,. 7. OMS. Global tuberculosis control. Who report. Disponível em: < http://www.who.int/tb/publications/global_report//gtbr11_main.pdf. Acessado em 17 de out. de. 8. BRASIL. Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Departamento de Vigilância Epidemiológica; Secretária de Vigilância em Saúde; Ministério da Saúde. 27. Vol (2); 7-63. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/7_98_m.pdf. Acessado em 27 de set. de 212 9. BRUNELLO, Maria Eugênia Firmino et al. Áreas de vulnerabilidade para co-infecção HIV-aids/TB em Ribeirão Preto, SP. Rev. Saúde Pública [online]., vol.45, n.3 [cited 212-9-3], pp. 556-563. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s34-891314&lng=en&nrm=iso>. Epub Apr 8,. ISSN 34-891. http://dx.doi.org/1.159/s34-891518.