Parceria Global de Bioenergia (Global Bioenergy Partnership - GBEP) TRABALHO CONJUNTO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 22ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool Brasília, 6 de dezembro de 2012 Embaixadora Mariângela Rebuá Diretora do Departamento de Energia Ministério das Relações Exteriores Co-presidente da GBEP
O que é a GBEP? A GBEP é fórum onde a cooperação voluntária trabalha para o consenso entre os seus parceiros nas áreas do desenvolvimento sustentável da bioenergia e sua contribuição para a mitigação das mudanças climáticas. Os principais objetivos da Parceria Global de Bioenergia são: - promover diálogo de alto nível sobre a política de bioenergia e facilitar a cooperação internacional na área; - apoiar a formulação de políticas e o desenvolvimento de mercado de bioenergia em nível nacional e regional; - favorecer a transformação do uso da biomassa tradicional para práticas mais eficientes e sustentáveis, - fomentar o intercâmbio de informações, boas práticas e tecnologias, por meio de colaboração bilateral e multilateral.
Estrutura da GBEP 1) Força-Tarefa sobre Metodologias de Gases de Efeito Estufa (GEE): em janeiro de 2011, divulgou relatório sobre quadro metodológico comum para Análise de Ciclo de Vida de GEE da bioenergia, que poderá tornar-se ferramenta útil para formuladores de políticas públicas. 2) Força-Tarefa de Sustentabilidade: em novembro de 2011, aprovou o relatório Indicadores de Sustentabilidade em Bioenergia da Parceria Global de Bioenergia, com 24 indicadores (8 em cada um dos pilares: ambiental, social e econômico). 3) Grupo de Trabalho sobre Capacitação para Bioenergia Sustentável: criado em novembro de 2011, visa a implementar os indicadores e ferramentas desenvolvidos pela GBEP. Atualmente, tem três subgrupos de atividade.
24 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PILARES O trabalho da GBEP relativo aos indicadores de sustentabilidade foi realizado sob os três pilares a seguir, observando as interrelações entre si: Ambiental Social Econômico TEMAS A GBEP considera os seguintes temas relevantes, os quais nortearam o desenvolvimento dos indicadores sob esses pilares: Emissões de gases de efeito estufa; capacidade produtiva do solo e dos ecossistemas; qualidade do ar; disponibilidade, eficiência de uso e qualidade da água; diversidade biológica; mudança no uso da terra, inclusive os efeitos indiretos. Preço e oferta de uma cesta de alimentos nacional; acesso à terra, água e outros recursos naturais; condições de trabalho; desenvolvimento rural e social; acesso a energia, saúde e segurança humana. INDICADORES Disponibilidade e eficiências no uso de recursos na produção, conversão, distribuição e uso final de bioenergia; desenvolvimento econômico, viabilidade econômica e competitividade da bioenergia; acesso a tecnologia e recursos tecnológicos; segurança energética/diversificação de fontes e oferta; segurança energética/infraestrutura e logística para distribuição e uso. 1) Ciclo de vida de emissões de GEE 2) Qualidade do solo 9) Distribuição e posse da terra para a nova produção de bioenergia 10) Preço e oferta de uma cesta de alimentos nacional 17) Produtividade 18) Balanço líquido de energia 3) Níveis de extração de recursos madeireiros 11) Mudança na renda 19) Valor adicionado bruto 4) Emissões de poluentes atmosféricos que não são GEE, inclusive gases tóxicos 12) Empregos no setor de bioenergia 20) Mudança no consumo de combustíveis fósseis e no uso tradicional de biomassa 5) Uso e eficiência da água 6) Qualidade da água 7) Diversidade biológica na paisagem 8) Uso da terra e mudança no uso da terra relacionados à produção de matéria-prima para bioenergia 13) Mudança no tempo não remunerado dedicado por mulheres e crianças à coleta de biomassa 14) Bioenergia usada para ampliar o acesso a serviços modernos de energia 15) Variação da mortalidade e carga de doenças atribuíveis à fumaça em ambientes fechados 16) Incidência de acidentes, doenças e fatalidades no local de trabalho 21) Capacitação e requalificação da mão-de-obra 22) Diversidade energética 23) Infraestrutura e logística para distribuição de bioenergia 24) Capacidade e flexibilidade do uso de bioenergia
Grupo de Trabalho sobre Capacitação para Bioenergia Sustentável Os três subgrupos de atividade do Grupo de Trabalho sobre Capacitação para Bioenergia Sustentável da GBEP, que visam a implementar os 24 indicadores de sustentabilidade, são: 1) Fóruns Regionais/Workshops sobre bioenergia moderna e sustentável: liderado pelos Estados Unidos, já realizou dois seminários, em conjunto com países do Oeste Africano (CEDEAO). O primeiro, em Bamako, Mali, em março de 2012, sobre acesso a energia, e o segundo em Roma, em novembro de 2012, sobre mapeamento de bioenergia. 2) Sensibilização e compartilhamento de dados e experiências sobre a implementação dos indicadores GBEP: co-liderado pela Alemanha e Indonésia, realizou seminário em Roma, em novembro de 2012, para compartilhar experiências e lições aprendidas com teste-piloto dos indicadores da GBEP em: Gana, Alemanha, Indonésia e Colômbia. 3) Visita de Estudo para Capacitação e Formação: liderado pelo Brasil, realizou seminário em Roma, em novembro de 2012, para apresentar a proposta da Semana da Bioenergia, em março de 2013.
Semana da Bioenergia 11 a 16 de MARÇO de 2013 Sede da EMBRAPA Objetivo: capacitar especialistas de outros países em desenvolvimento das Américas, da África e da Ásia, que compartilham condições ambientais e de produção semelhantes à brasileira, para a produção sustentável de bioenergia. Pretende-se mostrar que instrumentos como os zoneamentos agroecológicos da cana-de-açúcar e da palma, por exemplo, permitem controlar os impactos ocasionados pela mudança do uso da terra, um dos indicadores ambientais listados pela GBEP.
Semana da Bioenergia Durante a semana, além de visita à usina de produção de biodiesel e aos laboratórios da EMBRAPA, os participantes terão a oportunidade de conhecer a experiência brasileira, bem como de outros países com programas avançados na área de biocombustíveis, no tratamento de temas como: a) Pilar econômico: produtividade, treinamento e requalificação de trabalhadores e diversificação das fontes de energia; b) Pilar social: posse da terra, segurança alimentar, geração de emprego e renda, acesso a serviços modernos de energia; c) Pilar ambiental: emissões de gases de efeito estufa, mudança no uso uso da terra, impacto sobre água e solos; Além disso, poderão conhecer o estado da arte em termos de desenvolvimento de culturas, tradicionais e alternativas, para a produção de bioenergia, bem como formas de financiamento do setor.
Obrigada! Embaixadora Mariangela Rebuá Diretora do Departamento de Energia Ministério das Relações Exteriores Co-presidente da GBEP Maiores informações sobre a GBEP em: www.globalbioenergy.org