Bioenergia da cana-de-açúcar e mudanças climáticas
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- Raquel Salazar Martinho
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1 Sustentabilidade A importância do setor sucroenergético para a Política Nacional de Mudança do Clima Bioenergia da cana-de-açúcar e mudanças climáticas L. A. Horta Nogueira Universidade Federal de Itajubá
2 Bioenergia da cana-de-açúcar e mudanças climáticas O etanol e a bioeletricidade a partir da cana podem contribuir decisivamente para as emissões de gases de efeito estufa, mas dependem de políticas públicas. Plano 1. Mudanças climáticas: questões básicas 2. O papel da bioenergia da cana na PNMC 3. Perspectivas para o etanol 4. Perspectivas para a bioeletricidade 5. A guisa de conclusões 2
3 1. Mudanças climáticas existem? Quem causa? Evolução da temperatura média global (NOAA, 2012) Gases de Efeito Estufa a partir de Dados de Testemunho de Gelo (IPCC, 2010) Ao contrário do que pensa a opinião pública, há um grande consenso sobre as causas antrópicas para as mudanças climáticas.
4 2. O papel da bioenergia da cana na PNMC A PNMC foi instituída em 2009 para atender o compromisso (voluntário) assumido pelo Brasil junto à comunidade internacional de reduzir entre 36,1% e 38,9% (cerca de um bilhão de tco2eq/ano) suas emissões de gases de efeito estufa projetadas para o país até Para atender essas metas se pretende ampliar em 11% o consumo de etanol até 2020 e aumentar a geração de energia elétrica de cogeração, principalmente com bagaço de cana, para 11,4% da oferta em Distribuição das metas da PNMC 1% 18% Mudança de uso de solo Contudo, o governo tem dado sinais contraditórios no cumprimento dessas ações no âmbito da bioenergia. 8% 7% 66% Eficiência energé ca e RE Agroenergia da cana Agropecuária Outros 4
5 3. Perspectivas para o etanol A pesada intervenção governamental nos preços da gasolina (reduzindo os preços de realização da Petrobras e zerando a CIDE) afetou bastante a competitividade do etanol. Preços da gasolina A nacional e importada em 2012 (ANP, 2013) 0,90# 0,80# 0,70# 0,60# 0,50# 0,40# 0,30# 0,20# 0,10# 0,00# R$/litro# Evolução#da#CIDE#da#gasolina# 2001# 2003# 2005# 2007# 2009# 2011# Evolução da CIDE na gasolina (MINFAZ, 2012) 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 Consumo dos veículos flex em função dos preços do combustíveis (EPE, 2013) 0, Vendas de etanol/vendas de gasolina (ANP, 2012)
6 4. Perspectivas para a bioeletricidade Os quase 9 GW de capacidade de geração utilizando bagaço, instalados em 370 usinas, produziram 25,1 GWh (48% para o mercado) em 2012, um aporte igual às térmicas a gás natural (4% da oferta total). A adoção de tecnologias mais eficientes, o uso da palha da cana e o crescimento da agroindústria canavieira apontam para uma capacidade superior a 17 GW em Entretanto, a contração promovida pela intervenção governamental no mercado de combustíveis afetou a expansão da capacidade instalada de geração e as projeções governamentais de incremento da participação da bioeletricidade não ocorreram. Conjugado à menor hidraulicidade, o limitado uso do bagaço levou ao maior uso de combustíveis fósseis, com uma elevação das emissões por energia gerada (2010: 70 kgco 2 /MWh; 2012: 82 kgco 2 /MWh) no sistema elétrico brasileiro. (ANEEL, MME e EPE, 2013) 6
7 5. Conclusões A agroindústria canavieira apresenta bons indicadores de sustentabilidade, permitindo reduzir as emissões de gases de impacto ambiental. A partir do compromisso voluntário formado pelo Governo brasileiro junto à comunidade internacional, foi formulada a Política Nacional de Mudança do Clima estabelecendo metas de redução das emissões, em que a expansão da produção de etanol e bioeletricidade são componentes relevantes. A ausência de políticas energéticas consistentes e as indefinições governamentais nos últimos anos vêm estancando o desenvolvimento da bioenergia sustentável e afastando o cumprimento dessas metas. 7
8 L. A. Horta Nogueira Universidade Federal de Itajubá Minas Gerais, Brasil 8
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