A DESOSPITALIZAÇÃO E A INSERÇÃO SOCIAL DA PESSOA COM TRANSTORNO MENTAL E O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

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Transcrição:

A DESOSPITALIZAÇÃO E A INSERÇÃO SOCIAL DA PESSOA COM TRANSTORNO MENTAL E O PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL NO HOSPITAL PSIQUIÁTRICO Melo, Vanda Adelina 1, Liberato, Elizabeth Moraes n UNIVAP /Ciências da Saúde, Pç. Cândido Dias Castejón, 116 Centro - São José dos Campos SP, Vanda.melo@directnet.com.br UNIVAP /Ciências da Saúde, Pç. Cândido Dias Castejón, 116 Centro - São José dos Campos SP, beth@univap.com.br Resumo- Este estudo pretende discutir a problemática das reinternações de pessoas com transtorno mental atendidas em um hospital psiquiátrico da Região do Vale do Paraíba, refletindo sobre as questões que envolvem a inserção social no processo de desospitalização e o papel do Serviço Social, bem como apresentação de propostas de ações para articulação entre os profissionais do Serviço Social, área da saúde, família e comunidade. Para tanto, utilizou-se de uma abordagem quantitativa, com estudo dos dados estatísticos de primeiras internações e reinternações no período de janeiro a junho do ano de 2.009 do Hospital Psiquiátrico e estudo bibliográfico para possibilitar uma discussão da problemática estudada. No processo de desospitalização as questões que envolvem a inserção social da pessoa com transtorno mental estão interligadas à necessidade de fortalecimento de uma rede social, com um investimento na valorização de atividades que contribuam para a diminuição do preconceito e ações balizadas nos princípios da reforma psiquiátrica, pautadas na afirmação da cidadania da pessoa com transtorno mental. Palavras-chave: Reforma Psiquiátrica. Desospitalização. Reinternação. Doente Mental. Inclusão Social. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde / Serviço Social 1. Introdução O presente Trabalho aborda o processo de inserção social da pessoa com transtorno mental, trazendo à discussão as questões que levam às reinternações; para possibilitar a partir daí, a reafirmação da cidadania, pela articulação de propostas de ações entre os profissionais do Serviço Social, da área da saúde, família e comunidade, buscando a prevenção e possibilidades de ampliar as perspectivas de inserção social desta população. A reflexão em torno deste assunto se dá com base na proposta da Reforma Psiquiátrica Brasileira, a qual propõe a gradual extinção de leitos e a ampliação da rede de serviços substitutivos à internação em Hospital psiquiátrico. Este trabalho contém uma breve revisão bibliográfica sobre a história da saúde mental, no Brasil, O estudo de dados estatísticos das primeiras internações e reinternações do Hospital Psiquiátrico da região do Vale do Paraíba, instituição inserida no processo de reforma psiquiátrica. Também, explicita o papel do Serviço e os desafios colocados no exercício da profissão, na área hospitalar. 2. História da Reforma Psiquiátrica Os processos históricos que estimularam e interferiram no processo de Reforma Psiquiátrica foram os contextos históricos da segunda guerra mundial (1939-1945). A situação dramática dos hospitais psiquiátricos se tornou relevante e sobressaiu frente às conjunturas históricas de escassez de força de trabalho e revalorização do trabalho humano com grupos populacionais considerados improdutivos, aos processos de transição demográfica e aumento da população idosa, aos novos modelos de família, às conjunturas políticas de democratização resultantes de processos revolucionários que levaram às mudanças políticas, sociais, econômicas, ao desenvolvimento de sistemas maciços de bem estar social ou contextos de afirmação dos direitos sociais, como os programas e seguros sociais que garantiram os direitos sociais. (VASCONCELOS, 2008). A política neoliberal de desinvestimento em políticas sociais públicas com redução de custos hospitalares para o Estado resultou em mudanças nas formulações epistemológicas, filosóficas, teóricas e práticas em ciências humanas, e sociais, com quebra dos paradigmas convencionais da psiquiatria pelos profissionais desta área. (VASCONCELOS, 2008). Em 1970, iniciaram-se as denúncias e críticas sobre os hospitais psiquiátricos; em 1978, o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental, questionava a assistência psiquiátrica. A sociedade civil se mobilizou contra a hospitalização da pessoa com transtornos 1

psíquicos, trazendo avanços na reforma psiquiátrica, como a integração das ações de Saúde, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Com o MTSM - Movimento de Trabalhadores de Saúde Mental, juntamente com outros movimentos sociais populares, surgiram as articulações dos Congressos de Psiquiatria e do Movimento de Renovação Médica, que buscavam o apoio da opinião pública e da imprensa, com objetivos de denunciar e reformular em busca de melhores condições de internação, mobilizando-se pela humanização dos hospitais psiquiátricos e reivindicando expansão de serviços. Com a prioridade da Luta Antimanicomial e Desinstituciolização Psiquiátrica, consolidaram-se algumas conquistas anteriores, expandindo-se a reforma do plano federal para o plano municipal, com a difusão dos serviços de Atenção Psicossocial. Na década de 80, acontece a I Conferência Nacional de Saúde Mental (I CNSM), realizada em Brasília, no Distrito Federal, a qual discute a prioridade de investimentos nos serviços de saúde mental. No final de 1987, realiza-se o II Congresso Nacional do MSTM, em Bauru, no Estado de São Paulo, no qual se concretizou o Movimento de Luta Antimanicomial e passaram a vigorar, no país, as primeiras normas federais regulamentando a implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros Centro de Atenção Psicossocial CAPS, Núcleo de Atenção Psicossocial - NAPS e os Hospitais-dia - HD, surgindo também as primeiras normas para fiscalização dos hospitais psiquiátricos. Em 1990, acontece a Conferência Reestruturación de la Atención Psiquiátrica en la Región, pelas Organizações Panamericana e Mundial de Saúde (OPS/OMS), em Caracas, Venezuela. Essa conferência teve como ponto principal superar os velhos modelos de psiquiatria e discutir a reforma psiquiátrica no âmbito internacional, visando assegurar os direitos da pessoa portadora de sofrimento mental, tratandoa, dessa forma, como cidadã e indivíduo de direitos. No Brasil, a Portaria nº 224, de 29 de janeiro de 1992, do Ministério da Saúde (Lei Federal 10.216, assinada no dia 6 de abril de 2001), conhecida como Lei Paulo Delgado, regula as internações psiquiátricas e promove mudanças no modelo assistencial aos pacientes portadores de sofrimento mental, destacando-se o processo de desospitalização, a ser implementado através de diretrizes para o atendimento nos serviços de saúde mental, normatizando vários serviços substitutivos como: atendimento ambulatorial com serviços de saúde mental (unidade básica, centro de saúde e ambulatório), Centros e Núcleos de atenção psicossocial (CAPS/NAPS), Hospital-Dia (HD), Serviço de urgência psiquiátrica em hospitalgeral, leito psiquiátrico em hospital-geral, além de definir padrões mínimos para o atendimento nos hospitais psiquiátricos, até que sejam totalmente superados, criando também os Serviços Residenciais Terapêuticos em saúde mental, para pacientes de longa permanência em hospitais psiquiátricos. Quadro 01: Dados do XXVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria do Ministério da Saúde (2007); IBGE (2008); CNES (2008); ANSC (2009) Quantidade Hospitais Psiquiátricos 224 Leitos para Psiquiatria 38.842 Leitos por Mil Habitantes 0,21 Ambulatórios de Saúde Mental 860 Centros de Atenção Psicossocial 1.123 CAPSI 508 CAPSII 341 CAPSIII 39 CAPSI 83 CAPSAD 153 CAPS por 100 Mil Habitantes 0,48 Fontes: Ministério da Saúde (2007); IBGE (2008); CNES (2008); ANSC (2009) dados atualizados em fevereiro de 2.009. 3. Políticas Públicas e Sociais na Saúde Mental Conforme Dalgalarrondo (2000), o termo loucura atualmente é visto como estados psíquicos anormais ou adoecimentos mentais que são considerados pela medicina biológica transtornos psíquicos ou mentais que foram construídos através de um estudo de suas particularidades. Os Transtornos Psíquicos ou Mentais estão codificados no CID 10 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde em seu Capitulo V, que dispõe sobre a codificação dos transtornos mentais e comportamentais. Conforme o Ministério da Saúde o: - Serviço Residencial Terapêutico - SRT ou residência terapêutica ou simplesmente "moradia" são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas sem referências familiares, institucionalizadas ou não, com transtornos mentais graves, abrigando de uma pessoa até um pequeno grupo de oito pessoas, contando sempre com o suporte profissional necessário às demandas e necessidades de cada um. - Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, criados para prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando assim as internações em hospitais psiquiátricos. Entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, os 2

CAPS têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Os serviços prestados são substitutivos ao hospital psiquiátrico, pois tem como objetivo o acolhimento e a atenção às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, voltados à preservação e fortalecimento dos laços sociais do usuário e aos recursos fundamentais para a reinserção social de pessoas com transtornos mentais. - O Programa de Volta Para Casa, acompanhamento e integração social, fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais, com história de longa internação psiquiátrica (com dois anos ou mais de internação) - Atenção Básica/Saúde da família, tem como objetivo a integralidade do sujeito, atendendo as necessidades singulares e sociais; busca resgatar a singularidade de cada usuário, buscando o seu comprometimento a romper com a lógica de que a doença é sua identidade e de que a medicação é a única forma de melhorar ao confiar nas suas potencialidades e auxiliar na formação de laços sociais, acreditando na sua reabilitação social. 4. O Serviço Social no Campo da Saúde Mental Conforme Bisneto (2007), a loucura tem uma longa história na humanidade, nas diversas sociedades, desde as primitivas, com várias caracterizações: castigo dos deuses, experiência trágica da vida, possessão dos demônios, poderes sobrenaturais, dentre outros. Sendo vista em diferentes contextos entre as sociedades. Em uma sociedade capitalista e complexa, a transformação de loucura em anormalidade só pode ser contextualizada após uma análise da política da sociedade, articulada com a economia e a ideologia (culturas, representações, saberes) e não por critérios científicos, deixando de lado o aspecto social. Para Bisneto (2007), se o saber sobre a saúde mental está relacionado ao social, o Serviço Social poderá oferecer contribuições ao exercer sua prática. A análise institucional identifica que a luta de classes, as situações concretas e a causa dos transtornos mentais são articuladas, o que possibilita a ação profissional do Serviço Social nos locais de atendimento psiquiátrico. Em 1940, o Serviço Social iniciou seu trabalho na área de Saúde Mental, com a proposta de realização de estudo de caso, orientação familiar e comunitária e entrevistas terapêuticas, lidando apenas com crianças e jovens que eram vistos como pessoas problemáticas. Após 1973, o Ministério da Previdência Social demonstrou a importância de profissionais do Serviço Social na composição da equipe multiprofissional, na área da saúde mental para atender às demandas em todos os seus níveis e especificidades, tendo em 1.990, incorporado o Serviço Social às equipes multiprofissionais. (BISNETO, 2005). Com o Movimento Antimanicomial ou Processo de Reforma Psiquiátrica, houve um avanço do Serviço Social na área de saúde mental, visualizando-se então que o tratamento social dos usuários deveria dar-se através de ações nas áreas de trabalho, habitação, lazer. As práticas estão voltadas às pessoas com transtorno mental, como programas de atenção ao usuário, sua reabilitação social e cidadania, que não são práticas específicas da área médica ou psicológica, mas específicas da prática do Serviço Social. (BISNETO, 2005). As questões sociais são vivenciadas cotidianamente pelos sujeitos, e estão presentes em todo o contexto da realidade que os cercam, sendo manifestadas no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública etc. (IAMAMOTO, 2004, p. 28). Nas instituições, a prática de ações terapêuticas é realizada pelo conjunto de profissionais para que se alcance resultados que possam contribuir para a saúde mental do usuário, em sua inserção social na família, comunidade, trabalho, grupos sociais, etc. O Assistente Social na Saúde Mental, no seu cotidiano junto aos sujeitos portadores de transtornos mentais, atua com a perspectiva da desinstitucionalização, para que construam novas possibilidades de vida, visando o resgate da sua cidadania, da sua identidade e da sua autonomia, pautado em um projeto ético-político com valores éticos e com o compromisso da equidade, justiça social, universalização dos acessos. Conforme Iamamoto (2004), para uma prática junto a tais questões, um dos maiores desafios que o assistente social vive é desenvolver sua capacidade a decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas presentes no cotidiano. (IAMAMOTO, 2004, p 20). 5. A Família e o Doente Mental Ao sair do Hospital Psiquiátrico e retomar a vida cotidiana, a pessoa com doença mental se envolve com questões como inserção na família, no mundo do trabalho, moradia, lazer, transporte, alimentação, enfim, com um problema social (ROTELLI et al. 2001 apud SALLES et al.2006). Diante disto, Rotelli et al. (2001) apud Salles et al. (2006), afirma que a instituição colocada em questão não é o Hospital psiquiátrico, mas a loucura e seu espaço na sociedade, onde o problema não é a cura, mas a emancipação, a autonomia e o processo de singularização do paciente. 3

Para Elsen (2002) apud Borba et al (2008), a família é conceituada como um sistema formado por valores, crenças, conhecimentos e práticas que direcionam suas ações na promoção da saúde de seus integrantes, zelando pela prevenção e tratamento da doença. Conforme Waidman (2004) apud Borba et al (2008), após a reforma psiquiátrica, a família assumiu o papel do cuidado e a ressocialização das pessoas com doença mental, portanto é necessário conhecer o arranjo familiar, a dinâmica familiar e entender como estes grupos reagem e convivem com o sujeito em sofrimento psíquico. A convivência com a pessoa que sofre transtorno mental traz uma sobrecarga diante das dificuldades encontradas como: problemas no relacionamento familiar, estresse na convivência com os sentimentos e as emoções da pessoa doente mental, os quais são difíceis de entender, bem como o medo das recaídas e do seu comportamento na fase das crises. Para Borba et al (2008), a assistência psiquiátrica, nos dias de hoje, tem a família como espaço para a prática do cuidado, necessitando ser inserida nas discussões do novo paradigma de assistência em saúde mental, pois ela é vista como facilitadora no processo de reinserção social da pessoa com transtorno mental. Borba et al (2008), ressaltam a importância da participação e inserção das famílias nas políticas públicas sociais voltadas para a saúde mental, para serem orientadas e informadas sobre o comportamento, a sintomatologia e o tratamento da enfermidade, bem como, informadas sobre o uso dos medicamentos e os efeitos colaterais dos mesmos, com acompanhamento de profissionais da área da saúde mental. O cuidado do doente mental pela família envolve questões psicológicas, socioeconômicas e fisiológicas, causando sentimentos, tais como: medo, angústia e insegurança, além das dificuldades financeiras ocasionadas pela improdutividade do doente mental, questões de desgaste físico dos cuidadores que demonstram cansaço frente à obrigação do cuidar diário. A família tem que ser trabalhada, os profissionais da área da Saúde Mental não devem centrar-se apenas no paciente, mas buscar conhecer a realidade familiar do paciente, utilizando-se da visita domiciliar, buscar um conhecimento amplo do seu cotidiano, conhecendo ainda a estrutura da sociedade onde o paciente encontra-se inserido. 6. História do Hospital Psiquiátrico da região do Vale do Paraíba O Hospital Psiquiátrico da Região do Vale do Paraíba tem a Missão de trabalhar o reequilíbrio emocional, a reabilitação psíquica e a reinserção social das pessoas. A instituição acredita na recuperação de seus pacientes, quer pela reabilitação, ou pela melhoria das condições de vida, ajudando-os a estabelecer valores, lutarem por dias melhores e resgatarem a auto-estima, através de programas e de atividades terapêuticas. A equipe multidisciplinar é composta de Psiquiatra, Psicóloga, Terapeuta Ocupacional, Nutricionista, Enfermeiras e Assistente Social, os quais buscam criar condições para reinserção social do paciente na desospitalização, com recursos ambulatoriais e extra-hospitalares, através da assistência integral, com projetos terapêuticos para aqueles que necessitam permanecer na instituição. A internação do paciente psiquiátrico ou dependente químico tem como proposta controlar a crise aguda da doença, e estabelecer o equilíbrio comportamental do paciente, diminuindo assim os riscos sociais e físicos, para que ele possa continuar o tratamento ambulatorial. O hospital desenvolve os seguintes programas: Programa de Psiquiatria - Saúde Mental - tem como objetivo intervir nos diversos quadros de alterações sensoriais, perceptivas, psicomotoras, cognitivas e afetivas, que comprometem o convívio social e familiar do indivíduo, visando a eliminação ou redução dessas alterações, propiciando uma adaptação biopsicossocial e qualidade de vida. Programa de Dependência Química - Tratamento intensivo, a pacientes que necessitem de cuidados clínicos, acompanhados pela equipe multidisciplinar. O objetivo é a conscientização e reeducação de valores, além do alcance de abstinência e de qualidade de vida. Programa de Atendimento à Família Tem o objetivo de orientar sobre a conduta e as dificuldades apresentadas e a finalidade de diminuir o sentimento de culpa e aliviar o sentimento de frustração presente nos familiares. 7. Metodologia Para este estudo, utilizou-se de uma abordagem quantitativa, com análise dos dados estatísticos de um Hospital Psiquiátrico, situado na Região do Vale do Paraíba, com números de primeiras internações e reinternações no período de janeiro a junho do ano de 2.009, e também de estudo bibliográfico para a partir daí possibilitar uma discussão da problemática estudada. 8. Resultados As estatísticas das primeiras internações e reinternações do Hospital Psiquiátrico da Região do Vale do Paraíba trazem à discussão as questões das reinternações. A ação da equipe 4

multidisciplinar da instituição está voltada à inserção social e à reafirmação da cidadania da pessoa com transtorno mental. Dentro da organização encontra-se o Serviço Social que desenvolve vários programas para atender as necessidades das pessoas com transtornos psíquicos graves e persistentes, bem como seus familiares, com base na estrutura terapêutica intermediária entre a hospitalização e os programas de reabilitação psicossocial. Fundamenta-se nos princípios do SUS (saúde como direito, universalidade, eqüidade, integralidade da atenção, participação) e nas suas diretrizes de descentralização, regionalização, integralidade, controle social, formação e capacitação e também alicerçado nos princípios da reforma psiquiátrica brasileira. A equipe multidisciplinar, composta de Assistente Social, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, Médico Psiquiatra, Enfermagem e Nutricionista, desenvolvem dentro da instituição, programas de atividades terapêuticas com o objetivo de promover a aproximação e a inserção social do paciente no seio familiar e na comunidade, assistência integral e projetos terapêuticos para aqueles que necessitam permanecer na instituição. Para desospitalização do paciente, o hospital utiliza-se de recursos ambulatoriais extra-hospitalares, em parceria com a Prefeitura do município. Ao longo do estudo bibliográfico foi possível perceber os avanços conquistados dentro do histórico de luta pela transformação do modelo de assistência no campo de saúde mental. Quanto aos dados estatísticos de internações no período de janeiro a junho de 2.009 do Hospital Psiquiátrico, observa-se que houve uma variação dentro do período no número de reinternações, com relação ao número das primeiras internações, apresentando ainda uma porcentagem significativa no total geral das reinternações. A tabela 01 abaixo apresenta os dados estatísticos das primeiras internações e reinternações do período de janeiro a junho do ano de 2.009: Tabela 01: Primeiras Internações e Reinternações no período de Janeiro à Junho de 2.009 Mês 1ª Internação Reinternação Jan 32 31 Fev 30 25 Mar 35 26 Abr 39 26 Mai 22 33 Jun 00 39 158 = (46,74%) 180 = (53,26%) Fonte: Hospital Psiquiátrico da Região do Vale do Paraíba. A tabela 01 acima mostra que durante o período de janeiro a junho de 2.009, das 338 internações, 158 foram primeiras internações e 180 foram reinternações, Abaixo no gráfico 01, temos uma representação em porcentagem do total geral das primeiras internações e reinternações hospitalares no período de Janeiro à Junho do ano de 2.009. Fonte: Hospital Psiquiátrico da Região do Vale do Paraíba O gráfico 01 acima representa em porcentagem as 338 internações do período de janeiro a junho de 2.009, mostrando que foram 46,74% primeiras internações e 53,26% de reinternações. Os dados estatísticos da instituição apresentam uma variação do número de primeiras internações e reinternações entre o período de janeiro a maio de 2.009, tendo, porém no mês de junho um índice de 100% de reinternações. 9. Discussão Diante dos dados estatísticos apresentados, nota-se que as pessoas com doença mental necessitam de condições favoráveis para ampliar a sua autonomia, como capacidade de fazer escolhas e acesso ao consumo de bens e materiais, com condições de cuidar da própria saúde no seu cotidiano, alterando assim significativamente suas condições de vida. Para a concretização destes aspectos é necessário que a instituição e os profissionais da área da saúde mental interajam com as redes sociais, de forma que proporcione efetivação, formulação e execução da política social de saúde mental no município, sendo essencial torná-la eficaz com base no comprometimento dos profissionais da área da saúde mental em efetuar suas ações integradas nesta rede social, buscando assim a realização de processos que possam consolidar os direitos dos usuários, reconhecendo-os como sujeitos de direitos, condição fundamental de cidadania, embora tal 5

reconhecimento ainda seja uma construção histórica a se realizar na sociedade. 10. Conclusão Considero que as questões que envolvem a inserção social da pessoa com transtorno mental no processo de desospitalização estão interligadas à necessidade de fortalecimento de uma rede social. Há falta de acompanhamentos terapêuticos em período integral e diário nos serviços substitutivos, para a continuidade do tratamento medicamentoso, orientações para o autocuidado, programas de profissionalização, programas de ensino, lazer e parcerias. É preciso investir na valorização de atividades que contribuam para a inserção social das pessoas com transtorno mental, a fim de que seus laços sociais sejam ampliados, facilitando assim o seu convívio com outras pessoas, superando o preconceito. Referências - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. - BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/>. Acesso em: 07 de março de 2.009 às 13h15min. - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 3. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. Disponível no site: www.saude.gov.br/humanizasus e portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/doc_base.pdf, acessado em 08/06/09 as 20:43 h. - BISNETO, José Augusto. Uma análise da prática do Serviço Social em Saúde Mental. In Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo, v. 82, p. 110-130, 2005. - BISNETO, José Augusto. Serviço Social e Saúde Mental Uma análise institucional da prática. Capitulo IV, item 1 - O social, a saúde mental e a analise institucional. São Paulo, Cortez, 2007. p. 172 179. - DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: ARTMED, 200. 271 p. - DURMAN, Solânia. E t al. Artigo: Reforma Psiquiátrica: O que pensa a família? Seminário Nacional de Estado e Políticas Sociais no Brasil Cascavel/PR, 2000. - IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: Trabalho e Formação profissional. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2004. 326 p. - MARTINELLI, Maria Lúcia. O exercício profissional do Assistente Social na área da Saúde: Algumas Reflexões èticas. Serviço Social & Saúde, ano VI- n. 6, 2007. - VASCONCELOS, Eduardo Mourão (org.). Saúde Mental e Serviço Social: o Desafio da Subjetividade e da Interdisciplinaridade. Capitulo I Breve Periodização Histórica do Processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil Recente. São Paulo, Cortez, 2008. p. 19-34 - SALLES, M. M. et al. Artigo: O caminho do doente mental entre a internação e a convivência social. Imaginário - USP, 2006, vol. 12, n. 13, 397-418 - BRASIL. Ministério da Saúde (2007); IBGE (2008); CNES (2008); ANSC (2009). Dados da amostra do XXVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria. Disponível no site: http://portal.saude.gov.br/portal, acessado em 14/06/09 às 12h26min. - BORBA, Letícia de Oliveira. et al. Artigo: A sobrecarga da família que convive com a realidade do transtorno mental. Acta Paul Enferm, 2008. 6