SINDROME DE ADAPTAÇÃO GERAL

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SINDROME DE ADAPTAÇÃO GERAL Caro leitor continuamos nessa área complicada e fascinante, para entender como nosso sistema nervoso funciona como desencadeador das alergias e de tudo mais o que acontece conosco, de bom ou de ruim. Vamos tocar num assunto importante, a síndrome de adaptação geral. ADAPTAÇÃO E O CÉREBRO O Dr. Hans Selye médico canadense que na década de 20 iniciou os estudos sobre o estresse e descreveu pela primeira vez os conceitos da adaptação humana. Dr. Selye descreveu a Síndrome de Adaptação Geral com uma sequencia da resposta ao estresse. O estresse agudo pode ser provocado por um acidente ou outro tipo de ameaça à sobrevivência, o corpo humano responde imediatamente com uma reação de alarme secretando adrenalina (epinefrina) no cérebro e glândulas adrenais. Fisicamente isto se manifesta com suor nas mãos, aumento dos batimentos do coração, hipervigilância e respiração rápida preparando o corpo para a resposta de luta-fuga para garantir a sobrevivência. Esta resposta é um estágio de curta duração e ocorre no contexto de vida ou morte. Se o estresse é continuo, as adrenais passam a produzir cortisol rapidamente (10 minutos) para elevar os níveis de açúcar do sangue (glicose) e insulina, levando sangue para os músculos e desviando do sistema digestivo. Também diminui os níveis dos hormônios sexuais e utiliza proteínas para produzir energia. Selye chamou de curso de adaptação, uma vez que mantém a sobrevivência mesmo à custa da saúde á longo prazo. Este estágio continuará enquanto houver a percepção de uma ameaça, real ou imaginada. A continuação do estresse leva ao estágio da má-adaptação e todo o corpo começa a sofrer os efeitos do cortisol elevado. As pesquisas médicas têm demonstrado que o cérebro altera sua maneira de atuar face ao estresse crônico e leva ao aumento dos riscos de doenças e do envelhecimento precoce.

A produção do cortisol é regulada pelo mesencéfalo, hipotálamo e pituitária (hipófise), pois com o aumento do cortisol diminui a produção pelas adrenais. Num estado continuado de estresse, as estruturas cerebrais e as adrenais entram em colapso levando aos níveis inapropriados de cortisol. A estrutura que avalia risco é a amígdala cerebral (de fato são duas). A amígdala (fica no centro do cérebro) tem ligação direta com o cérebro reptiliano, cérebro límbico e córtex. É a chave para nossos mecanismos vitais de sobrevivência. Tem a capacidade de perceber todas as situações em que somos confrontados, avaliar as potencialmente perigosas ou inofensivas avaliando-as com as memória de experiências semelhantes em nosso banco de dados. A seguir decidir se estamos ou não em perigo. Se a decisão é de ameaça, ela envia sinais para as áreas apropriadas do cérebro para tomar medidas imediatas para evitar o perigo. Trata-se de um sistema de alerta muito sensível. Essa sensibilidade é importante porque é essencial para nossa sobrevivência. Os problemas começam quando à amígdala se torna hipersensível. O cérebro límbico (emocional) ligam as emoções e a percepção de mundo com os níveis apropriados de cortisol e estimula do sistema nervoso. Medo, preocupação, ansiedade e experiências estressantes são suficientes para que o cérebro inicie a bioquímica do estresse. Se a percepção da ameaça é continua, um estado prolongado de resposta ao estresse se mantém e isto leva a incapacidade de desativar o desequilíbrio hormonal para voltar ao estado não estressante e a perda de adaptação. O cortisol e outros hormônios do estresse são essenciais para sobrevivência, mas podem se tornam tão perigosos quanto às ameaças externas. O desequilíbrio do cortisol pode levar a fadiga, ganho de peso, supressão imune e suscetibilidade a gripes e resfriados, dores nas juntas, alteração do humor, ansiedade, depressão, insônia e sintomas digestivos (refluxo e azia). O cortisol não é apenas o principal hormônio envolvido com o estresse crônico, mas ele também altera a percepção do estresse.

Quando os níveis de cortisol está elevado, muitas pessoas ficam ansiosas e extremamente reativa ao estresse. Depois de alguns anos da resposta ao cortisol elevado, algumas pessoas alcançam o estágio de exaustão da má-adaptação com niveis inadequados de cortisol. Quando isto ocorre, os niveis baixos de cortisol leva a uma aumento da sensibilidade aos sons, luz brilhante, dimuição do controle das alérgias e qualquer outro evento inesperado. Fadiga e intolerância ao estresse são os principais problemas. Dependência ao café e outros estimulantes são comuns. Na exaustão das adrenais, o estresse discreto pode ser esmagador e dificuldade de recuperação nos desafios da vida. REAÇÕES ALÉRGICAS Um choque anafilático como exemplo, provocado por uma picada de abelha. O corpo também se lembrará de todos os fatores associados em cada um dos órgãos dos sentidos (visão, audição, tato, paladar e cheiro). O cheiro associado á picada será lembrado, bem como quaisquer outros cheiros ao redor no momento da picada. Haverá também uma memória em todos os órgãos dos sentidos. A cor da abelha, os sons relacionados à experiência, o zumbido ou até mesmo a música que estiver tocando no rádio naquele. Toda experiência é computada nos bancos de memória para serem dinamicamente associada ao choque anafilático. No futuro, qualquer um destes fatores pode desencadear uma reação alérgica á picada de abelha pela amígdala, a menos que seja substituído pelo pensamento lógico do córtex cerebral. AS ASSOCIAÇÕES DA AMÍGDALA A amígdala tem muitas ligações complexas com cérebro. Uma via vai para o hipotálamo que libera o mecanismo primário de nossa resposta de emergência (a reação de luta e fuga estimulada pela adrenalina, etc.). Outra via é o lócus cerúleo no tronco cerebral reptiliano, que fabrica norepinefrina e a dispersa por todo o cérebro. Isto provoca uma elevação acentuada da reatividade cerebral - particularmente nas áreas sensoriais. Isto leva a um profundo imprinte na memória, atenção máxima nos sinais de alerta, reações mais rápidas e mais emocionalmente dirigidas à função cerebral.

A terceira via vai para o córtex cerebral. Isto nos permite fazer com que o cérebro pense logicamente e avalie a situação, decidir o que fazer e substituir as inoportunas reações límbicas. A coisa mais importante a perceber é que nas duas primeiras vias foram primeiro desenvolvidos e estão intimamente associados à sobrevivência primitiva. Esta foi à função mais importante durante 98% da nossa de evolução. Para os 2% restante o mecanismo de sobrevivência dos répteis primitivos é menos necessária, porém é mais benéfica para nós ter o córtex cerebral no controle. A verdade, porém, as primeiras duas vias para o hipotálamo (luta/fuga) e os cérebros reptiliano e límbico as ligações são mais curtas e desenvolvidas do que as nossas ligações para o córtex. Isto cria muitos problemas na sociedade civilizada porque os centros superiores do cérebro não governam todas as nossas emoções, reações (alergias) e as funções sensoriais. Sempre que a amígdala sensibilizada considerar um estímulo crucial (o qual é um juízo de valor, nem sempre é adequado para um órgão escolado na selva), o córtex adia a resposta porque o sistema límbico e o reptiliano são mais rápidos, pois a via ultrapassa o centro pensante do cérebro. Isto dá aos centros emocionais um poder enorme para influenciar o funcionamento de todo o complexo corpo-mente além da racionalização da mente no pensamento lógico. Isto pode ser facilmente visto nas épocas de nossas vidas quando éramos fortemente envolvidos por uma emoção e se comportado de forma irracional. Nestes casos, a amígdala seqüestra o cérebro. O grau com que isso acontece pode ser chamado de nossa inteligência emocional. QUANDO O ORGANISMO ACHA QUE É, MAS NÃO É As reações alérgicas como asma, rinite,... desencadeadas por quaisquer alérgenos. A sensibilidade bioquímica pode tornar-se um ciclo vicioso, porque o corpo desenvolve hábitos reacionais. Isto significa mesmo que a alergia seja tratada ou o organismo desensibilizado, a memória na amígdala continua. A reação é então desencadeada, não pela a química do alérgeno, mas pela associação emocional da amígdala com essa substância química. Os sintomas finais podem ser idênticos ao da alergia e o paciente acredita que ainda têm uma alergia real ao alérgeno.

As intolerâncias alimentares. A ingestão de certos alimentos com os respectivos cheiros, sabores ou associações emocionais podem desencadear sintomas clássicos de alergia ou "mascarar" como, distúrbios digestivos, alterações de humor, dor, depressão e fadiga, para citar alguns. O tratamento com BT reduz o estresse e modifica o estado de humor da pessoa evitando conseqüências desagradaveis. (www.bodytalklondrina.com.br) Veltein, J.: (2013) The Science and Philosophy of BodyTalk Pa Rama Moss, C A.: (2010) Power of the five elements North Atlantic Books, Berkeley, California Dr. Luiz Carlos Bertoni Member of Brazilian of Allergy and Clinical Immunology Society (ASBAI) Member of World Allergy Organization (WAO)