Aula-tema 08: Salário-família, salário-maternidade, auxílio-reclusão, pensão por morte e acidente de trabalho

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Transcrição:

Resumo Aula-tema 08: Salário-família, salário-maternidade, auxílio-reclusão, pensão por morte e acidente de trabalho Consoante já enfatizado nos resumos das aulas-temas anteriores, o estudo e a aplicação do Direito Previdenciário fundamentam-se essencialmente na legislação. Daí ter sido enfatizado ser de fundamental importância que, não apenas o aluno da disciplina, como também todos que atuam profissionalmente na área previdenciária, estejam sempre atentos às alterações legislativas a respeito da matéria, que são constantes e numerosas. Também, conforme anteriormente explanado, até a aula-tema 05 foram abordadas as principais normas que constituem regras gerais sobre a concessão de benefícios previdenciários em vigor no sistema jurídico pátrio, bem como apresentados os principais benefícios, que são espécies de prestações previdenciárias. Então, a partir da aula-tema 06, os benefícios previdenciários passaram a ser estudados em espécie. Nesta aula-tema vamos estudar os benefícios previdenciários restantes, bem como aqueles que são devidos em casos de acidentes de trabalho. 1. Salário-família Garantia constitucional do artigo 201, inciso IV da Constituição Federal, o salário-família constitui benefício legalmente previsto nos artigos 66 a 70 da Lei 8.213/91. Será devido, mensalmente, independentemente de prazo de carência, ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou legalmente equiparados nos termos do 2º do art. 16 da referida lei (art. 65). Além disso, o aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria. O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos de idade ou inválido de qualquer idade foi previsto

originalmente no artigo 66 da Lei 8.213/91. Atualmente, corresponde às seguintes importâncias: R$ 31,22 por filho para segurado com remuneração mensal não superior a R$ 608,80 e R$ 22,00 por filho para segurado com remuneração mensal entre R$ 608,80 e R$ 915,05 (Portaria Interministerial MPS/MF nº 02, de 6 de janeiro de 2012). Portanto, é concedido a segurados de baixa renda. O pagamento do salário-família é condicionado à apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido e à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória e de comprovação de frequência à escola do filho ou equiparado, nos termos do regulamento (art. 67). As cotas do salário-família serão pagas pela empresa, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento (art. 68). Quando devido ao trabalhador avulso poderá ser recebido pelo sindicato de classe respectivo, que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes e de distribuí-lo (art. 69). Finalmente, a cota do salário-família não será incorporada, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício (art. 70). 2. Salário-maternidade Garantia constitucional dos artigos 7º, inciso XVIII e 201, inciso II da Constituição Federal, o salário-maternidade constitui benefício legalmente previsto nos artigos 71 e 73 da Lei 8.213/91. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste (art. 71). À segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias, se a criança tiver até 1(um) ano de idade, de 60 (sessenta) dias, se a criança tiver entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de idade, e de 30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de idade (art. 71-A). Nesse caso o benefício será pago diretamente pela Previdência Social (parágrafo único), o mesmo também ocorrendo com o devido à trabalhadora avulsa e à empregada do microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (art. 72, 3 o ).

Por outro lado, cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregada gestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço (art. 72, 1 o ). Quanto à renda mensal, para a segurada empregada ou trabalhadora avulsa, será igual à sua remuneração integral (art. 72). Para as demais seguradas, sempre assegurado o valor de um salário mínimo, consistirá: I. Em um valor correspondente ao do seu último salário de contribuição, para a segurada empregada doméstica; II. Em um doze avos do valor sobre o qual incidiu sua última contribuição anual, para a segurada especial; III. Em um doze avos da soma dos doze últimos salários de contribuição, apurados em um período não superior a quinze meses, para as demais seguradas (art. 73). No que concerne à carência, nos termos do artigo 25 da Lei 8.213/91, as contribuintes facultativas e as individuais estão sujeitas ao prazo de carência de 10 (dez) contribuições mensais, reduzido em caso de parto antecipado no número de contribuições equivalente à quantidade de meses em que o parto foi antecipado (parágrafo único). Já as seguradas empregadas, trabalhadoras avulsas e domésticas terão direito ao benefício independentemente de cumprimento de prazo de carência (art. 26, VI). 3. Pensão por morte Nos termos da Lei 8.213/91, a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: I. Do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; II. Do requerimento, quando requerida após o prazo de trinta dias; III. Da decisão judicial, no caso de morte presumida (art. 74). Não há prazo de carência, conforme expressamente previsto no artigo 26, inciso I da Lei 8.213/91. O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse

aposentado por invalidez na data de seu falecimento (art. 75). Havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em partes iguais (art. 77), sendo que o cônjuge divorciado ou separado, judicialmente ou de fato, que recebia pensão de alimentos, concorrerá em igualdade de condições com os dependentes (art. 76, 2º). Porém, reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar ( 1º). Com a extinção da parte do último pensionista a pensão extinguir-se-á ( 3º). Quanto à extinção da parte individual da pensão ela será extinta: I. Pela morte do pensionista; II. Para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; I III. Para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência intelectual ou mental pelo levantamento da interdição (art. 77, 2º). A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição ou habilitação (art. 76). 4. Auxílio-reclusão Ainda nos termos da Lei 8.213/91, o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxíliodoença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço (art. 80). O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário (art. 80, parágrafo único).

5. Acidente de trabalho Nos termos da Constituição Federal, constitui direito dos trabalhadores seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (art. 7º, XXXVIII). Para tanto, a Constituição também veicula a norma de que a lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida, concorrentemente, pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado (art. 201, 10). Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (art. 19). Consideram-se acidente do trabalho as seguintes entidades mórbidas: I. Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II. Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, também constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho (art. 20). Mas não são consideradas como doença do trabalho: a) A doença degenerativa; b) A inerente a grupo etário; c) A que não produza incapacidade laborativa; d) A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho ( 1º). A lei também equipara a acidente de trabalho diversas outras ocorrências, tais como: o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho em

consequência de desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; o acidente sofrido pelo segurado no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado (art. 21). A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social (art. 22). Por fim, conforme as circunstâncias e grau de repercussão do acidente em relação à saúde e capacidade laboral do segurado, os benefícios devidos poderão ser auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. Sobre os benefícios acidentários é importante ressaltar algumas distinções que dizem respeito ao direito do segurado de estabilidade de doze meses após a cessação do benefício (Lei 8.213/91, art. 118), bem como inexistência de prazo de carência como pressuposto para que sejam percebidos (Lei, 8.213/91, art. 26, II). Conceitos Fundamentais Emancipação: forma de aquisição de capacidade civil antes dos dezoitos anos por outorga dos pais, sentença judicial ou outras situações previstas na lei civil. Incapaz: titular de direitos cujo exercício condiciona-se a que esteja representado (absolutamente incapaz) ou assistido (relativamente incapaz) pelos pais, tutores ou curadores. Interdição: medida legal de proteção, que priva da administração do patrimônio pessoas maiores e capazes em situações legalmente previstas, tais como pessoas que não conseguem exprimir a vontade, ébrios habituais, viciados em tóxicos, pródigos etc, ficando então sujeitas à curatela de pessoas designadas por lei, responsáveis pela administração do patrimônio do interditado e representação deste nos atos da vida civil. Morte presumida: é a declaração de morte quando provável em relação a quem

estava em perigo de vida, ou se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Referências Constituição Federal de 1988. Código Civil Brasileiro. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. SOUZA, Lilian Castro de. Direito previdenciário. 6ª Ed. Especial. São Paulo: Atlas, 2011.