PATOLOGIAS DE CONSTRUÇÕES CAPÍTULO 01 ESTUDO DAS PATOLOGIAS DE CONSTRUÇÕES

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Transcrição:

PATOLOGIAS DE CONSTRUÇÕES CAPÍTULO 01 ESTUDO DAS PATOLOGIAS DE CONSTRUÇÕES 1.1 - INTRODUÇÃO Pode-se dizer que o homem criou os edifícios até certo ponto, à sua imagem e semelhança. - Assim como o ser humano tem esqueleto, os edifícios têm estruturas; - Assim como o ser humano tem musculatura, os edifícios têm alvenaria; - Assim como o ser humano tem pele, os edifícios têm revestimentos; - Assim como o ser humano tem sistema circulatório, os edifícios têm instalações hidráulicas; - Assim como o ser humano tem sistema nervoso, os edifícios têm instalações elétricas. Da mesma forma que os indivíduos, também as edificações em certas circunstâncias adoecem, por fatores internos, externos ou pela natureza. Fatores internos: decorrem de deficiências de projeto ou execução de obra, falhas de utilização ou de sua deterioração natural, pelo esgotamento de sua vida útil, ou seja, por fatores inerentes ao próprio imóvel. Fatores externos: decorrem de ações impostas por fatores produzidos por terceiros, não previstos quando da execução da obra, ou seja, provocadas por ações voluntárias ou involuntárias. A ciência que estuda as doenças no campo da medicina, chama-se patologia, do grego: phatos (doença) + logos (estudo). Segundo o dicionário Aurélio, patologia é o ramo da medicina que se ocupa da natureza e das modificações produzidas pelas doenças no organismo. Define-se patologia das construções como o estudo das origens, causas, mecanismos de ocorrência, manifestação e consequências das situações em que os edifícios ou suas partes apresentem um desempenho abaixo do mínimo pré-estabelecido. Entende-se como o mínimo pré-estabelecido a eficiência e durabilidade dos materiais e técnicas construtivas necessárias para assegurar a vida útil de uma edificação. Normalmente, tais condições encontram-se prescritas em normas próprias, de fabricação, manipulação, aplicação, testes de resistência, entre outros. Esse desempenho costuma cair de forma natural e previsível, ao longo do tempo, havendo necessidade de manutenções periódicas a fim de restabelecer ou preservar o nível satisfatório.

1.2 - FLUXOGRAMA DE ATUAÇÃO PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PATOLÓGICOS NAS CONSTRUÇÕES Problema Patológico Vistoria Local Anamnese Exames Complementares Pesquisa É possível diagnosticar É possível diagnosticar É possível diagnosticar Diagnóstico: -Origens - Causas - Mecanismos de ocorrência Prognóstico: Alternativa de Intervenção Definição da conduta Demolição Terapia Pesquisar Execução Avaliação Registro de caso

70% das anomalias rotineiras existentes nas edificações poderão ser prevenidas, entendidas, diagnosticadas e corrigidas por profissionais habilitados, que dominem razoavelmente bem a arte de construir. Os outros 30%, entretanto, demandam recurso e profissionais experientes e treinados (especialistas estudiosos na matéria) aptos a perceber o problema e apresentar soluções. Evidentemente, o quanto antes a enfermidade for detectada, menor terá sido a perda de desempenho, e mais simples e barato será o tratamento (terapia). Perda de Desempenho e Custo da Terapia x Tempo 1.2.1 - A VISTORIA DO LOCAL - INSPEÇÃO 1.2.1.1 - A UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS E O REGISTRO DOS DADOS Na vistoria (contato direto com a anomalia), o técnico, usando seus cinco sentidos e testes simples, deve procurar colher o maior número possível de informações. Não é possível definir um procedimento padrão de vistoria, mas, no mínimo, deve-se: determinar a existência da patologia através da observação dos sintomas; avaliar sua gravidade, tendo em vista a segurança do usuário, e tomar as medidas cabíveis. Nos casos críticos, escorar / evacuar a edificação; definir a extensão do quadro patológico; levantar e registrar dados utilizando os cinco sentidos: características da anomalia; posição em relação à estrutura; extensão; forma de evolução. levantar e registrar dados utilizando testes e instrumentos simples: teste do grau de carbonatação (fenolftaleina); CO2 + Ca (OH)2 ---» Ca CO3 + H2O. abertura de fissuras (fissurômetro); teste de percursão (martelo); teste preliminar de dureza superficial (esclerometria);

registrar, cuidada e sistematicamente, os dados colhidos, através de: descrição; croqui esquemático; fotos e filmes. 1.2.2 - ANAMNESE - INFORMAÇÕES ORAIS E FORMALIZADAS Caso os dados coletados na vistoria do local não sejam suficientes para o diagnóstico do problema patológico, passa-se à fase de anamnese. O vocábulo anamnese é de origem grega (ana, trazer de novo e mnesis, memória) e significa recordar. Para a engenharia, corresponde ao levantamento da história evolutiva do problema desde as suas manifestações iniciais, bem como, da vida da edificação desde a fase de projeto, incluindo o quadro geral de seu desempenho ao longo do tempo, as formas de solicitação, utilização e manutenção. As duas fontes básicas de informações são: Informações Orais: dos usuários; dos vizinhos; do construtor; dos operários; da fiscalização. Os interrogatórios exigem técnica, paciência, tato, e boa dose de psicologia, por serem diversos os tipos de interesse de cada pessoa com relação à obra. Informações Formalizadas: projeto (incluindo desenhos us built ); memorial de cálculo; diário de obra; ensaios de recebimento de materiais; notas fiscais de materiais e componentes; cronograma físico-financeiro previsto e executado.

1.2.4 - EXAMES COMPLEMENTARES Caso não tenha sido possível ainda diagnosticar, é preciso obter mais informações à partir de exames complementares (físicos, químicos e até biológicos). Devem ser escolhidos os exames estritamente necessários, sendo que o patologista deve conhecer a capacidade de resolução, as limitações, e as possibilidades de erros de cada tipo de exame, para que possa fazer uma análise crítica dos resultados. Os exames complementares podem ser executados em laboratório ou in loco. 1.2.4.1 - Exames Em Laboratório a) Para determinação das características mecânicas dos materiais, tais como: resistência à compressão; resistência à tração; módulo de elasticidade; aderência; resistência à abrasão e à impactos; b) Para determinação de propriedades físicas (inerentes ao material, ou seja, independentes da forma do mesmo), tais como: permeabilidade; porosidade; absorção d água; coeficiente de dilatação térmica; c) Para reconstituição do traço do concreto; d) Para verificação e quantificação da presença de elementos ou compostos químicos (p.ex. cloretos, sulfetos, sulfatos, óxidos de enxofre); e) Para verificação da reatividade alcali-agregados; f) Verificar a presença de microorganismos vivos; g) Análisar o desempenho e comportamento estrutural da edificação ou de suas partes através de modelos; 1.2.4.2 - Exames In Loco A seguir são citados alguns dos exames executados diretamente sobre a edificação. 1.2.4.2.1 - Não Destrutivos Esclerometria (avaliação da dureza superficial fck); Ultrasonografia (verificação da estrutura interna e estimativa da resistência e do módulo de elasticidade); Pacometria (avaliação do cobrimento,e estimativa de bitolas); 1.2.4.2.2 - Destrutivos

resistência). Extração de corpos de prova (determinação de resistências, módulo de elasticidade, etc); Ensaios de arrancamento (avaliação de aderência entre materiais e estimativa de 1.2.5 - PESQUISA Caso ainda, por qualquer motivo, não tenha sido possível fazer o diagnóstico, deve-se fazer pesquisas, sejam bibliográficas ou tecnológicas. Nesta fase, mais que nas anteriores, é muito oportuna a busca de auxílio de profissionais de outras áreas da ciência da engenharia, ou mesmo de outras ciências. 1.2.6 - DIAGNÓSTICO O diagnóstico é, com certeza, a fase mais importante do processo. É ele que definirá o sucesso ou fracasso da terapia a ser adotada. Um diagnóstico equivocado implicará em intervenções que não conseguirão curar a patologia, e ainda dificultarão análises e estudos futuros, além do inútil gasto de dinheiro. O patologista trabalha, portanto, imaginando hipóteses e verificando a sua possível veracidade, através do perfeito encaixe dos dados disponíveis. Na realidade, nunca há a certeza, mas sim uma redução no número de dúvidas. Haverá, portanto, sempre um grau de incerteza no diagnóstico, cuja eficácia, só poderá ser confirmada pela resposta satisfatória da estrutura ao tratamento. Observe-se que, ainda assim, a incerteza poderá persistir, visto que, existem diferentes enfermidades que podem ser tratadas com o mesmo remédio. 1.2.7 - PROGNÓSTICO E ALTERNATIVAS DE INTERVENÇÃO Após a definição do diagnóstico e antes da escolha da conduta a ser seguida, o patologista deve levantar hipóteses sobre a evolução futura do problema o prognóstico. Em função desse prognóstico, o especialista define o objetivo da intervenção, que poderá ser: Erradicar a enfermidade; impedir ou controlar sua evolução; Não intervir, e: estimar o tempo de vida da estrutura, limitar sua utilização, indicar sua demolição. 1.2.8 - DEFINIÇÃO DA CONDUTA A SER SEGUIDA

Após a definição do diagnóstico e do prognóstico, vem a fase de elaboração das intervenções possíveis e a escolha daquela que será seguida. As intervenções que visam erradicar uma enfermidade consistem em: corrigir pequenos danos (Reparo), devolver à estrutura o desempenho original perdido (Recuperação), ou aumentar tal desempenho (Reforço). A partir das intervenções possíveis, a escolha daquela a ser adotada deve ser feita com base, no mínimo, nos seguintes parâmetros: Relação custo / benefício; Disponibilidade de tecnologia para a execução dos serviços. 1.2.9 - AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO E REGISTRO DO CASO Após a execução da intervenção, o desempenho da edificação, deve ser acompanhado para uma comparação entre resultados observados e previstos. Dessa comparação obtêm-se dados que permitem concluir pela eficácia da intervenção, ou pela necessidade de nova análise que conduza a novas medidas corretivas. O processo de atuação sobre problemas patológicos é, portanto, cíclico.