12 de abril de 2016 Página 1/5 VIGILÂNCIA DA INFLUENZA A vigilância da influenza no Ceará é composta pela vigilância sentinela da SG e vigilância universal da SRAG, além da vigilância de surtos de SG. DEFINIÇÃO DE CASO Síndrome Gripal Indivíduo com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse e/ou dor de garganta, com início dos sintomas nos últimos 7 dias. Em crianças com menos de 2 anos de idade, considera-se também como caso de SG: febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de outro diagnóstico específico. Síndrome Respiratória Aguda Grave Indivíduo de qualquer idade, com síndrome gripal (conforme definição acima) e que apresente dispneia ou os seguintes sinais de gravidade: Saturação de SpO2 < 95% em ar ambiente. Sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória avaliada de acordo com a idade. Piora nas condições clínicas de doença de base. Hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente. Ou Indivíduo de qualquer idade com quadro de Insuficiência Respiratória Aguda, durante período sazonal. Surto de Síndrome Gripal - Comunidade fechada, semifechada ou em ambiente hospitalar Ocorrência de pelo menos três casos de SG ou óbitos confirmados para influenza, observando-se as datas do início dos sintomas e com vínculo epidemiológico, e que tenham ocorrido no mínimo 72 horas após a admissão. ALERTA PARA A OCORRÊNCIA DA INFLUENZA E ORIENTAÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE E PREVENÇÃO A Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, através do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde (NUVEP/COPROM), vem ORIENTAR todas as Coordenadorias Regionais de Saúde, municípios, hospitais, clínicas, unidades de saúde e profissionais de saúde para que se mantenham em ALERTA para a identificação precoce de Síndrome Gripal (SG) em pacientes com fatores de risco ou pertencentes a grupos de risco, a fim de prevenir a evolução para a gravidade e enfatizar medidas de controle e prevenção de novos casos, além de explicitar aspectos sobre a NOTIFICAÇÃO de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No Ceará, o período sazonal se dá entre os meses de novembro e agosto, sendo a maior ocorrência entre os meses de dezembro e maio, com a maior possibilidade de ocorrência de casos graves e óbitos. 1. Notificação 1.1 Devem ser notificados: Todos os casos ou óbitos por SRAG em pacientes hospitalizados, utilizando a Ficha de Notificação (Anexo 1), sendo esta encaminhada para o NUVEP/COPROM, através do e-mail: imunopreveniveis@gmail.com, para inclusão no Sistema de Informação de Agravos de Notificação para Influenza, versão online, (inclusão feita no nível central). Surto de SG, notificado de forma agregada no módulo de surto do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET), assinalando, no campo Código do Agravo/Doença da Ficha de Investigação de Surto, o CID J06. 1.2 NÃO devem ser notificados: Casos isolados de SG, com ou sem fator de risco para complicações pela doença, inclusive aqueles para as quais foi administrado o antiviral. Os casos isolados de SG que forem atendidos em unidades sentinelas e triados para coletas de amostras devem ser registrados no SIVEP-Gripe.
12 de abril de 2016 Página 2/5 VACINAÇÃO O controle da influenza requer vigilância qualificada, somada às ações de imunizações anuais, direcionadas especificamente aos grupos de maior vulnerabilidade e com maior risco para desenvolver complicações. 2. Medidas preventivas 2.1. Medidas de prevenção individual A vacina é capaz de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus influenza reduzindo o agravamento da doença. A estratégia de vacinação na rede pública de saúde foi sendo ampliada. Os grupos prioritários são escolhidos levando em conta as pessoas com mais chances de desenvolver complicações a partir da gripe. Os critérios são construídos a partir da investigação do perfil dos casos graves e dos casos de óbito por gripe. Este ano, a campanha contra Influenza acontecerá no período de 30 de abril a 20 de maio de 2016, sendo 30 de abril, o dia de mobilização nacional. Nesta campanha, além de indivíduos com 60 anos ou mais de idade, serão vacinadas as crianças na faixa etária de seis meses a menores de cinco anos de idade (quatro anos, 11 meses e 29 dias), as gestantes, as puérperas (até 45 dias após o parto), os trabalhadores de saúde, os povos indígenas, os grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. Fonte: http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i011511.png 2.2. Orientação para profissionais de saúde Higienização das mãos antes e após contato com o paciente. Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) avental e luvas ao contato com sangue e secreções. Uso de óculos e máscara se houver risco de respingos. Fazer o descarte adequado de resíduos. Manter paciente preferencialmente em quarto privativo. Limitar procedimentos indutores de aerossóis (intubação, sucção, nebulização). Quando em enfermaria, respeitar a distância mínima de 1 metro entre os leitos durante o tratamento com Fosfato de Oseltamivir.
CONDIÇÕES E GRUPOS DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal). Adultos 60 anos. Crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as menores de 6 meses com maior taxa de mortalidade). População indígena aldeada. Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico (risco de síndrome de Reye). Indivíduos que apresentem comorbidades e doenças ou em tratamentos imunossupressor. 3. Tratamento NOTA TÉCNICA 12 de abril de 2016 Página 3/5 TRATAMENTO Em pacientes com condições e fatores de risco para complicações e com SRAG, o antiviral deve ser prescrito nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. O Tamiflu apresenta benefícios, mesmo se iniciado após 48 horas do início dos sintomas. 4. Quimioprofilaxia A prescrição do Tamiflu é feita em receituário simples. O medicamento está disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento com Tamiflu NÃO é contraindicado na gestação e sua segurança foi comprovada. QUIMIOPROFILAXIA Pessoas com risco elevado de complicações não vacinadas ou vacinadas há menos de duas semanas, após exposição a caso suspeito ou confirmado de influenza.
12 de abril de 2016 Página 4/5 Anexo 1 Ficha de notificação dos casos ou óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave em pacientes hospitalizados (frente)
12 de abril de 2016 Página 5/5 Anexo 1 Ficha de notificação dos casos ou óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave em pacientes hospitalizados (verso)