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Transcrição:

Tribunal de Justiça do Distrito Federal Processo : 2012.01.1.195990-0 Ação : OBRIGACAO DE FAZER Requerente : R.B.S. Requerido : CODHAB COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL DO DF SENTENÇA Cuida-se de ação de obrigação de fazer com pedido de antecipação de tutela que move R.B.S. em desfavor COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL DO DISTRITO FEDERAL - CODHAB/DF, sob o argumento de que está inserido em programa habitacional no Distrito Federal desde 1997, sendo convocado em 2008 para habilitação, entregando documentação à ré. Em junho de 2011, afirma que tomou conhecimento de que foi excluído do cadastro por constar a existência de imóvel em seu nome. Contudo, narra que, pelo falecimento de sua genitora, herdou 16,66% do bem deixado pela falecida, sobre o qual seu genitor ficou com a metade, e o restante foi partilhado entre os quatro filhos, dentre eles o autor. Aduz ter tentado se cadastrar no Programa Morar Bem, em 15 de julho de 2011, mas constou informação de que teria imóvel no DF. Ao final, requer a concessão de antecipação dos efeitos da tutela para ser novamente incluído no Programa Morar Bem na posição em que estaria se não houvesse sido excluído em razão do percentual do imóvel herdado. Pugna pela procedência do pedido, para que seja desconsiderada a propriedade do autor de parte do imóvel herdado, prosseguindo no programa habitacional do DF. Requer a condenação da ré nas verbas de sucumbência.

Junta documentos de fls. 9/24. Citada, a parte ré apresentou contestação, tecendo considerações acerca da política habitacional e dos recadastramentos levados a efeito para melhorar o registro de informações dos candidatos. Narra que o autor não preencheu os requisitos legais para se habilitar no programa habitacional, eis que constou imóvel em seu nome, e não procurou a requerida no período do recadastramento, de 11 de julho de 2011 a 12 de agosto de 2011 para comprovar que preenchia os requisitos da política habitacional. Pugna pela improcedência do pedido. Junta documentos de fls. 51/54. Réplica, fls. 57/58. Foi indeferida a dilação probatória. Os autos vieram conclusos para julgamento. É o relatório. Passo a decidir. O juízo é competente para a causa. As partes são legítimas, na medida em que titularizam a relação jurídica em debate, bem como estão regularmente representadas. O provimento é útil, necessário e a via eleita é adequada. O pedido é juridicamente possível, face à ausência de vedação no nosso ordenamento jurídico. Assim, satisfeitos os pressupostos processuais e as condições da ação, declaro saneado o feito. Desnecessária a produção de outras provas, a teor do que prevê o artigo 330, I, do Código de Processo Civil. Cuida-se de ação de conhecimento na qual a parte autora insurge-se contra o fato de ter sido excluído de programa habitacional (Programa Morar Bem), eis que foi considerado proprietário de imóvel no Distrito Federal. A ré, por sua vez, sustenta a legitimidade do ato administrativo de inabilitação do autor, na medida em que a lei de regência prevê a impossibilidade de prosseguimento no programa habitacional de pessoas que já foram proprietárias, promitentes compradoras ou cessionárias de imóvel residencial no Distrito Federal, a teor do que prevê o inciso III, do artigo 4º da Lei nº 3.877, de 26 de junho de 2006. Pois bem.

Compete à Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal, na forma do que preconiza a Lei nº 4.020 de 25 de setembro de 2007, coordenar e executar as ações relativas à política de desenvolvimento habitacional do Distrito Federal, bem como desenvolver programas e projetos habitacionais e plano habitacional de interesse social, definidos pela Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do Distrito Federal. Na breve análise das normas de regência do tema, verifico que as regras gerais acerca do programa habitacional em tela são trazidas pela Lei 3.877/2006, regulamentada por diversos Decretos, tais como o de n. 33.964/2012, que traz os critérios de classificação de candidatos inscritos e o de n. 33.965/2012, que institui novas regras sobre o Novo Cadastro da Habitação do Distrito Federal. Aponto, primeiramente, os critérios para participação dispostos na Lei 3.877/2006. "Art. 4º Para participar de programa habitacional de interesse social, o interessado deve atender aos seguintes requisitos: I - ter maioridade ou ser emancipado na forma da lei; II - residir no Distrito Federal nos últimos cinco anos; III - não ser, nem ter sido proprietário, promitente comprador ou cessionário de imóvel residencial no Distrito Federal; IV - não ser usufrutuário de imóvel residencial no Distrito Federal; V - ter renda familiar de até doze salários mínimos. Parágrafo único. Excetuam-se do disposto nos incisos III e IV deste artigo as seguintes situações: I - propriedade anterior de imóvel residencial de que se tenha desfeito, por força de decisão judicial, há pelo menos cinco anos; II - propriedade em comum de imóvel residencial, desde que dele se tenha desfeito, em favor do coadquirente, há pelo menos cinco anos; III - propriedade de imóvel residencial havido por herança ou doação, em condomínio, desde que a fração seja de até cinqüenta por cento; IV - propriedade de parte de imóvel residencial, cuja fração não seja superior a vinte e cinco por cento;

V - propriedade anterior, pelo cônjuge ou companheiro do titular da inscrição, de imóvel residencial no Distrito Federal do qual se tenha desfeito, antes da união do casal, por meio de instrumento de alienação devidamente registrado no cartório competente; VI - devolução espontânea de imóvel residencial havido de programa habitacional desenvolvido pelo Governo do Distrito Federal ou por meio de instituição vinculada ao Sistema Financeiro de Habitação, comprovada mediante a apresentação de instrumento registrado em cartório; VII - nua propriedade de imóvel residencial gravado com cláusula de usufruto vitalício; VIII - renúncia de usufruto vitalício. ( )" Da análise dos autos, observo que o autor enquadra-se na exceção prevista no inciso III do parágrafo único do artigo 4º da Lei nº 3.877/2006, eis que demonstrou ter recebido por herança deixada por sua genitora falecida, 1/6 do imóvel situado na QE 38, conjunto "h", casa 25, Guará II/DF, em virtude da meação do cônjuge supérstite, sendo o remanescente partilhado entre os três filhos, inclusive o autor. Portanto, para participar de programa habitacional de interesse social, o interessado não deve ser, nem ter sido proprietário, promitente comprador ou cessionário de imóvel residencial no Distrito Federal, salvo em casos de propriedade de imóvel residencial havido por herança ou doação, em condomínio, desde que a fração seja de até cinqüenta por cento. A partilha está comprovada nos autos às fls. 14/16 e 19/22. Diversamente do que alega a parte ré em sua contestação, o autor se recadastrou no programa habitacional do Distrito Federal em 15/07/2011 (fl. 11) e em 09/08/2012 (fl. 53), sendo que não obteve sucesso em razão de ter constado como proprietário de imóvel no DF (fls. 52/53). O autor apresentou o requerimento de fl. 13, solicitando a reanálise de sua situação cadastral, explicando não ter ficado com a totalidade do imóvel herdado. Como sabido, é defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrativo, cabendo-lhe unicamente examiná-lo sob o aspecto de sua legalidade, isto é, se foi praticado conforme ou contrariamente à lei. Todavia, quanto o ato administrativo é fundamentado, sua conclusão vincula-se à veracidade desse fundamento, a teor do que preconiza a teoria dos motivos determinantes.

Da lição de Hely Lopes Meireles infere-se que, quando um ato administrativo se funda em motivos ou pressupostos de fato, sem a consideração dos quais, da sua existência, da sua procedência, da sua veracidade ou autenticidade, não seria o mesmo praticado, parece-me de boa razão que, uma vez verificada a inexistência dos fatos ou a improcedência dos motivos, deva deixar de subsistir o ato que neles se fundava (in Direito Administrativo Brasileiro, 17.ª edição, p. 182). Pela teoria dos motivos determinantes, portanto, quando a administração motiva o ato, a validade do mesmo depende da verdade dos motivos alegados. Desta feita, tendo em vista que a motivação da exclusão do nome do autor do Cadastro de Habilitação ter sido o fato de que "constou imóvel no DF" (fls. 52 e 53), não sendo esta motivação legítima, na medida em que afronta expressa previsão legal do inciso III, do parágrafo único do artigo 4º da Lei nº 3.877/2006, deve ser afastada a fim de que o autor prossiga inscrito no Cadastro de Habilitação, considerando-se como tal desde a data de seu recadastramento primeiro, em 15/07/2011. Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o requerimento autoral para determinar à Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal - CODHAB que mantenha a inscrição do autor, R.B.S., no Cadastro Habitacional, considerando-se a data do primeiro recadastramento, em 15/07/2011. Declaro, com isso, resolvido o mérito da demanda com base no artigo 269, inciso I do CPC. Condeno a parte ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, estes arbitrados em R$ 800,00 (oitocentos reais), tudo nos moldes do artigo 20, 4º do CPC. Após o trânsito em julgado, arquive-se o feito com as cautelas de praxe. Sentença registrada. Publique-se. Intimem-se. Brasília - DF, quarta-feira, 10/07/2013 às 15h34. Joanna D'arc Medeiros Augusto Sartori Juíza de Direito Substituta