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Transcrição:

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Câmara de Julgamento Número do Processo: 44232.247168/2014-32 Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SÃO MIGUEL DO IGUAÇU Benefício: 41/162.301.972-6 Espécie: APOSENTADORIA POR IDADE Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Recorrido: DILMAR SANTO CARMINATI Assunto: INDEFERIMENTO Relator: ALEXANDRA ALVARES DE ALCANTARA Relatório Cuida-se de Recurso Especial interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, contra os termos do Acórdão nº 938/2015 (fls. 110/112)[1], proferido pela Egrégia 11ª JRPS que, por unanimidade, deu provimento ao pedido de Aposentadoria Por Idade, formulado em 12.09.2014, por Dilmar Santo Carminati, nascido em 12.09.1954. O acórdão recorrido considerou que o requerente implementa os requisitos para o Benefício, tendo êxito em comprovar a atividade rural para os intervalos impugnados pela Autarquia de 1987 a 1997 e após 2006, haja vista que a propriedade foi adquirida pelo interessado em 04/1980 e a informação acerca de usufruto, tendo apresentado diversos documentos que exerce atividade rural desde a compra da propriedade, inclusive, possui filiação no Sindicato Rural local desde 1977. Soma-se a isso, a diversa quantidade de notas fiscais apresentadas nos autos; o fato de sua esposa ser aposentada por idade como segurada especial e o interessado ter recebido Auxílio-Doença como segurado especial, concedido em 2012 pelo próprio INSS. Logo, elaborada contagem do período de carência do instituidor, totalizando mais de 34 anos de atividade rural comprovada, razão pela qual somos pela reforma do indeferimento. Os autos foram instruídos com os seguintes elementos: Declaração de ISOLEMA ROSINA ADAMANTE CARMINATI onde informa que o interessado sempre morou e trabalhou na propriedade rural em regime de economia familiar e o imóvel denominado Parte dos Lotes Rurais nº 50 e 51, do Polígono da Planta da Colonização Gaúcha Ltda possui averbação de usufruto fls. 04/05; Documentos pessoais fl. 09; Declaração de exercício de atividade rural com filiação em 07.06.1977, indicando labor para os períodos de 18.04.1980 a 30.10.2006 (PLR N. 79) e de 28.08.1996 a 12.09.2014 (PLR N. 50 e 51) fls. 11/12; Certidão de casamento realizado em 12.07.1975 constando a profissão de lavrador fl. 13; Certidão de matrícula de imóvel nº 2.528, vendido em favor do interessado, qualificado como agricultor, por escritura pública de compra e venda em 18.04.1980. Posteriormente, o imóvel rural foi vendido para CARLOS ARAI em 25.10.2006 fls. 14/15; Certidão de matrícula de imóvel nº 14599 com a indicação de que o interessado é proprietário de terras rurais (Parte dos lotes rurais n] 40 e 51), qualificado como agricultor, averbou usufruto vitalício para ISOLEMA ROSINA ADAMANTE CARMINATI, com averbação realizada em 28.08.1996 fl. 16; Comprovante de inscrição no Cadastro de Produtor Rural do Estado do Paraná em nome do interessado com validade até 30.06.2009 fl. 17; Certidão do INCRA em nome do interessado constando propriedades para os períodos de 1979 a 1991, 2006 e de 2008 a 2013 e da genitora de 1979 a 1991 fl. 18; CCIR referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 50 e 51 entre 2003 a 2009 em nome do interessado fls. 19/20;

CCIR referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 79 entre 2006 a 2009 em nome de Carlos Arai fl. 21; ITR(s) referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 50 e 51 e 79 em 1997 a 2006, em nome do interessado fls. 22/33; ITR(s) referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 50 e 51 em 2007 a 2014, em nome do interessado fls. 34/52; Notas Fiscais constando o interessado como destinatário, sobre comercialização de grãos para o MOINHO IGUAÇU LTDA datados de 1999, 2000 fls. 53/57; Notas fiscais de Cooperativa agrícola e de outros entre 2001 a 2014, sobre a comercialização de grãos fls. 58/71; INFBEN da concessão de auxílio doença previdenciário na condição de segurado especial, de 23.04.2012 a 17.10.2012 fl. 78; INFBEN em nome da genitora onde indica concessão de Aposentadoria por Idade rural desde 01.09.1992 e pensão por morte de trabalhador rural desde 1976 fl. 84; INFBEN da concessão de Aposentadoria por Idade na condição de segurado especial em nome de IVANIR LOURDES N CARMINATI, esposa, desde 09.07.2012 fl. 86; Entrevista rural onde o interessado sustenta que exerce atividade rural desde criança em regime de economia familiar, primeiro com o pai na Linha Urussanga onde continua até os dias atuais na parte que ficou de herança, cuidando do cultivo de milho, mandioca, feijão, verduras, batatas, uvas e criação de animais, sem afastamento da atividade. Que vendeu parte do lote herdado em 2006 e possui outro lote rural desde 1996 que está em usufruto à genitora e nunca fez contrato de arrendamento de parceria rural. Não possuí empregados e nem maquinários. Que trabalha juntamente com a esposa - fls. 87/88; INFBEN da concessão de auxílio doença previdenciário em nome de ELIZABETH DE CASTRO DENUZI, como segurado especial de 21.11.2013 a 27.02.2014 fl. 84. A Autarquia homologou o período de 01.01.1997 a 30.10.2006 e deixou de homologar 18.04.1980 a 31.12.1996 (por não apresentar documentos que comprove atividade rural) e de 31.10.2006 a 11.09.2014 (não tem contrato de comodato ou similar para utilização da terra que está em usufruto em favor da genitora) fl. 92. Foi apurado 09 anos 10 meses de contribuição e 118 meses de atividade rural fl. 94. O benefício foi indeferido por falta de comprovação de atividade rural início da atividade após 24.07.1991 fl. 98. Ciência da decisão anterior em 13.02.2015 (fl. 113) e interposto recurso especial em 13.03.2015 (fl. 116). Nas razões de recurso especial, o INSS afirma que o período anterior ao ano de 1997 deixou de ser homologado em virtude da falta de documentação que comprovasse sua atividade rural, conforme requerido em legislação vigente. Com relação ao período a partir de 31/10/2006, a constatação de que as terras trabalhadas pelo requerente tinha sua mãe como usufrutuária vitalícia, conforme documento de Registro de Imóveis acostado à folha 10 do PROC_CONC1 (evento nº 02), bem como a ausência de contrato de parceria, comodato ou similar para utilização dessas terras implicaram na não homologação do período posterior a outubro/2006. A partir da definição legal do instituto do usufruto, tem-se que o usufrutuário é quem tem o uso e fruição do bem e quem tem a propriedade sem uso ou fruição é o nu proprietário. O usufruto tem natureza/finalidade alimentar e o nu proprietário tem a expectativa de receber o bem após determinado tempo (prazo ou usufruto vitalício, enquanto o usufrutuário viver). A disposição fica para alguém que não tenha a necessidade premente do imóvel, e o usufruto fica para quem tenha a necessidade do bem ou do lucro que pode advir da percepção desse. Assim sendo, fica claro que a pessoa do nu proprietário, no caso o requerente, não se enquadra na definição de segurado especial enquanto esta cláusula de usufruto estiver em vigência, na forma dos artigos 39 e 40 da instrução normativa INSS/PRES nº 77/2015 fls. 117/118. Em contrarrazões, o interessado refuta os argumentos do INSS e afirma que caso haja dúvida quanto à condição campesina, seja realizada pesquisa para corroborar essa condição fl. 124. É o relatório.

[1] Citação de folhas de acordo com o processo completo visualizador adobe PDF. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 27/07/2015 para sessão nº 0368/2015, de 04/08/2015. Voto Recurso tempestivo. Não existem prejudiciais a serem analisadas, passamos ao mérito. Destaca-se ter o recorrido implementado o quesito etário rural de 60 (sessenta) anos em 2014, devendo comprovar carência correspondente a 180 (cento e oitenta) meses. Para a aposentadoria por idade rural, o legislador estabeleceu os seguintes requisitos conjugados: prova da atividade rural em período imediatamente anterior à data do requerimento do benefício e idade mínima, vale dizer, 55 (cinqüenta e cinco) anos, se mulher, e 60 (sessenta) anos, se homem. Dispõe o parágrafo 2º, inciso I, do artigo 39 do Decreto nº 3.048/99: Art. 39 (...) 2 º Para os segurados especiais é garantida a concessão, alternativamente: I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão por morte, no valor de um salário mínimo, observado o disposto no inciso III do art. 30; Para esse fim, consta declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais indicando o labor como rurícola nos períodos 18.04.1980 a 30.10.2006 (PLR N. 79) e de 28.08.1996 a 12.09.2014 (PLR N. 50 e 51). No presente, é incontroverso o cômputo de período rural de 01.01.1997 a 30.10.2006, na condição de segurado especial, já homologado pela Autarquia. Assim, o dissenso gravita quanto ao reconhecimento de labor campesino de 18.04.1980 a 31.12.1996 e de 31.10.2006 a 11.09.2014. Frisa-se que a prova de tempo de serviço, considerado tempo de contribuição, é feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de início e término, conforme dispõe o caput do artigo 62 do Decreto n.º 3.048/99. É indispensável salientar que a legislação previdenciária reconhece o direito ao cômputo de período rural, se comprovado o efetivo exercício da atividade, não bastando provar apenas a existência de glebas rurais. Para esse fim, constam no presente: Declaração de ISOLEMA ROSINA ADAMANTE CARMINATI onde informa que o interessado sempre morou e

trabalhou na propriedade rural em regime de economia familiar e o imóvel denominado Parte dos Lotes Rurais nº 50 e 51, do Polígono da Planta da Colonização Gaúcha Ltda. possui averbação de usufruto; Declaração de exercício de atividade rural com filiação em 07.06.1977, indicando labor para os períodos de 18.04.1980 a 30.10.2006 (PLR N. 79) e de 28.08.1996 a 12.09.2014 (PLR N. 50 e 51); Certidão de casamento realizado em 12.07.1975 constando a profissão de lavrador; Certidão de matrícula de imóvel nº 2.528, vendido em favor do interessado, qualificado como agricultor, por escritura pública de compra e venda em 18.04.1980. Posteriormente, o imóvel rural foi vendido para CARLOS ARAI em 25.10.2006; Certidão de matrícula de imóvel nº 14599 com a indicação de que o interessado é proprietário de terras rurais (Parte dos lotes rurais n] 40 e 51), qualificado como agricultor, averbou usufruto vitalício para ISOLEMA ROSINA ADAMANTE CARMINATI, com averbação realizada em 28.08.1996; Comprovante de inscrição no Cadastro de Produtor Rural do Estado do Paraná em nome do interessado com validade até 30.06.2009; Certidão do INCRA em nome do interessado constando propriedades para os períodos de 1979 a 1991, 2006 e de 2008 a 2013 e da genitora de 1979 a 1991; CCIR referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 50 e 51 entre 2003 a 2009 em nome do interessado; CCIR referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 79 entre 2006 a 2009 em nome de Carlos Arai; ITR(s) referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 50 e 51 e 79 em 1997 a 2006, em nome do interessado; ITR(s) referente da propriedade PARTE DOS LOTES RURAIS 50 e 51 em 2007 a 2014, em nome do interessado; Notas Fiscais constando o interessado como destinatário, sobre comercialização de grãos para o MOINHO IGUAÇU LTDA datados de 1999, 2000; Notas fiscais de Cooperativa agrícola e de outros entre 2001 a 2014, sobre a comercialização de grãos; INFBEN da concessão de auxílio doença previdenciário na condição de segurado especial, de 23.04.2012 a 17.10.2012; INFBEN em nome da genitora onde indica concessão de Aposentadoria por Idade rural desde 01.09.1992 e pensão por morte de trabalhador rural desde 1976; INFBEN da concessão de Aposentadoria por Idade na condição de segurado especial em nome de IVANIR LOURDES N CARMINATI, esposa, desde 09.07.2012; Entrevista rural onde o interessado sustenta que exerce atividade rural desde criança em regime de economia familiar, primeiro com o pai na Linha Urussanga onde continua até os dias atuais na parte que ficou de herança, cuidando do cultivo de milho, mandioca, feijão, verduras, batatas, uvas e criação de animais, sem afastamento da

atividade. Que vendeu parte do lote herdado em 2006 e possui outro lote rural desde 1996 que está em usufruto à genitora e nunca fez contrato de arrendamento de parceria rural. Não possuí empregados e nem maquinários. Que trabalha juntamente com a esposa; INFBEN da concessão de auxílio doença previdenciário em nome de ELIZABETH DE CASTRO DENUZI, como segurado especial de 21.11.2013 a 27.02.2014. Os elementos carreados demonstram o seguinte: A) PERÍODO: 18.04.1980 a 31.12.1996 Como se verifica, a Autarquia afirma que não é possível computar o intervalo de 18.04.1980 a 31.12.1996 pela ausência de prova da condição campesina. Dispõe a Portaria Ministerial n 170/2007: Art. 3º A comprovação do exercício de atividade rural do segurado especial, bem como de seu respectivo grupo familiar cônjuge, companheiro ou companheira, e filhos, inclusive os a estes equiparados, observada a idade mínima constitucionalmente estabelecida para o trabalho - desde que devidamente comprovado o vínculo familiar, será feita mediante a apresentação de um dos seguintes documentos: I - contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; II - comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA; III - bloco de notas de produtor rural e/ou nota fiscal de venda realizada por produtor rural; IV - declaração fundamentada de sindicato que represente os trabalhadores rurais, inclusive os agricultores familiares, ou colônia de pescadores artesanais registrada na Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca ou no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente - IBAMA, homologada pelo INSS na forma do inciso art. 7º desta Portaria; V - comprovante de pagamento do Imposto Territorial Rural - ITR ou de entrega de declaração de isento; VI - Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR ou autorização de ocupação temporária fornecidos pelo INCRA; (...) IX - outros documentos de início de prova material, desde que neles conste a profissão ou qualquer outro dado que evidencie o exercício da atividade rurícola e seja contemporâneo ao fato nele declarado, não se exigindo que se refira ao período a ser comprovado, podendo ser contemporâneos ou anteriores ao período e extraídos de registros efetivamente existentes, idôneos e acessíveis à Previdência Social. (Grifos Nossos). O recorrido teve êxito em apresentar elementos materiais anteriores a 1997 para comprovar a sua condição de lavrador (pequeno proprietário rural), tais como a filiação ao STR em 1977; Certidão de casamento em 1975 com a qualificação de lavrador; Certidão de matrícula de imóvel adquirido em 1980 até 2006, constando a qualificação de lavrador; Certidão do INCRA em nome do recorrido constando propriedades para os períodos de 1979 a 1991; Certidão apontando averbação de usufruto em 1996 com a qualificação de agricultor. Tais elementos podem ser confirmados por outros meios. Desse modo, cabe o processamento de Justificação Administrativa para o intervalo de 18.04.1980 a 31.12.1996. B) PERÍODO: 2006 a 2014 O INSS impugna o reconhecimento de atividade rural, como segurado especial de 31.10.2006 a 11.09.2014, pois o recorrido é nu-proprietário, não havendo contrato de modalidade rural com a genitora.

De fato, o usufruto tem natureza/finalidade alimentar e o nu proprietário tem a expectativa de receber o bem após determinado tempo (prazo ou usufruto vitalício, enquanto o usufrutuário viver). A disposição fica para alguém que não tenha a necessidade premente do imóvel, e o usufruto fica para quem tenha a necessidade do bem ou do lucro que pode advir da percepção desse, por isso, exige-se do recorrido, como possui próprio grupo familiar advindo com o casamento, comprovar o labor por meio de contrato rural, por força da Portaria Ministerial nº 170/2006: Art. 19. A comprovação do exercício de atividade rural, para os filhos casados que permanecerem no exercício desta atividade juntamente com seus pais, deverá ser feita por contrato de parceria, meação, comodato ou assemelhado, para regularização da situação daqueles e dos demais membros do novo grupo familiar, assegurandose a condição de segurados especiais deste novo grupo. Grifos Nossos. O Estatuto da Terra (Decreto nº 59.566/1966) prever no artigo 11: Os contratos de arrendamento e de parceria poderão ser escritos ou verbais. Nos contratos verbais presume-se como ajustadas as cláusulas obrigatórias estabelecidas no art. 13 dêste Regulamento. Não é exigido para o contrato rural que a sua modalidade seja, necessariamente, escrita, podendo se valer da modalidade VERBAL. É evidente que na modalidade VERBAL, será exigido desde início de prova material para corroborar o período suscitado de efetivo labor campesino. Há nesse particular, elementos materiais posteriores a 2006 até 2014, como mencionado no relatório e voto, sendo, por outro lado, necessário confirmar a atividade na propriedade em que a genitora detém usufruto, com a realização de PESQUISA IN LOCO, bem como o processamento de JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA. Conclusão: Pelo exposto, VOTO no sentido de, preliminarmente, CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. ALEXANDRA ALVARES DE ALCANTARA Relator(a) Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). LORAINE PAGIOLI FALEIROS BECHARA Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores Declaração de Voto Presidente concorda com voto do relator(a). LIVIA VALERIA LINO GOMES Presidente Decisório Nº Decisão: 747 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, DECIDEM os membros da 2ª Câmara de Julgamento do CRPS, CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participou, ainda, do presente julgamento, o(a) Conselheiro(a) LORAINE PAGIOLI FALEIROS BECHARA.

ALEXANDRA ALVARES DE ALCANTARA Relator(a) LIVIA VALERIA LINO GOMES Presidente