Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 14ª Junta de Recursos
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- Amália Canto Peralta
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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 2ª Composição Adjunta da 14ª Junta de Recursos Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SANTO ANDRÉ Benefício: 21/ Espécie: PENSÃO POR MORTE PREVIDENCIÁRIA Recorrente: ROSIMARY MARTINI DA SILVA - Titular Capaz Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: RESTABELECIMENTO Relator: Relatório Trata o presente de pensão por morte previdenciária, requerido por Rosimary Martini da Silva em 24/07/2005. O benefício foi concedido no período de 24/07/2005 a 01/06/2014. Em revisão realizada pelo MOB Monitoramento Operacional de Benefícios foi apurado período de recebimento indevido de 30/07/2009 a 31/05/2014, pois a requerente não comprova dependência econômica com o ex-segurado, acarretando então na suspensão do benefício. Foram juntados aos autos os seguintes documentos: RG, CIC de Rosimary Martini da Silva e Tom Mix Otoni Petreca, Tom Mix Martini Petreca e Denis Martini Petreca. Certidão de Casamento de Rosimary Martini da Silva e Tom Mix Otoni Petreca, em 14/02/1987. Certidão de Nascimento de Tom Mix Martini Petreca, filho de Rosimary Martini da Silva e Tom Mix Otoni Petreca, em 25/07/1987. Certidão de Nascimento de Denis Martini Petreca, filho de Rosimary Martini da Silva e Tom Mix Otoni Petreca, em 29/07/1988. Certidão de Óbito de Tom Mix Otoni Petreca, em 24/07/2005. Consta que estava divorciado de Rosimary Martini da Silva e que residia em Rua Patrocínio Sapucaí, 951 Jardim Flamboyant, Campinas - SP Comprovante de endereço em nome de Rosimary Martini da Silva, Rua Natal, 327, Silveira Santo André SP Em 12/05/2011 o MOB Monitoramento Operacional, após denúncia feita pela Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionista, da Região do Grande ABCDMRPRGS, solicitou uma via atualizada da Certidão de Casamento, trazendo todas as averbações efetuadas, enfatizando que se fazia necessário para fins de subsidiar a revisão de procedimentos de concessão do benefício de Pensão por Morte. Foi então apresentada certidão de casamento com averbação apenas para o falecimento do ex-segurado, nada constando a respeito do divorcio. Desta feita o processo foi arquivado, tendo em vista não ter sido apurada nenhuma irregularidade. Após nova denúncia pela mesma Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionista, da Região do Grande ABCDMRPRGS em 25/04/14, sendo que desta vez foi juntada, escritura pública de União Estável entre a requerente e Ewander Cezar de Morais, datada de 28/11/02 cuja relação já teve inicio 5 anos atrás (1997), declarando-se a requerente separada judicialmente.
2 Desta forma, emitida carta defesa, onde a requerente assim se manifestou: apesar de separada, mantinha vínculo de dependência financeira com o instituidor, além de possuir filhos menores de idade em comum na data do óbito, que a declarante na Certidão de Óbito, era a mãe do falecido, com aproximadamente setenta anos de idade e que abalada com a perda, fez constar a recorrente como divorciada, quando na verdade era apenas separada de fato. Alega também que quando fez agendamento eletrônico para requerer o benefício, informou o filho menor de idade, Denis Martini Petreca Junta aos autos documentos: RG, CPF, Certidão Eleitoral e Passaporte em que usa o nome de casada Rosimary Martini da Silva Petreca Apresentou, documento de Dissolução de União Estável com Ewander Cezar de Morais, datada de 23/07/2014, declarando que em 28/11/2002 firmaram contrato de União Estável e que em 01/04/2003 foi fatidicamente dissolvida essa união. Apresentou depoimento de três testemunhas, todas declarando que a requerente dependia financeiramente do instituidor Tom Mix Otoni Petreca e quando ele não fornecia auxilio financeiro, a família dele o fazia. Juntou também declaração do filho mais velho, onde ele relata que dependiam da ajuda financeira do pai e até mesmo da família dele e que a pensão por morte recebida, sempre fora investida na educação dos filhos do instituidor. Após análise de toda documentação apresentada e alegações da requerente, o MOB - Equipe de Monitoramento Operacional de Benefícios, suspendeu o benefício, efetuando levantamento dos valores recebidos indevidamente pela requerente, no período de 30/07/09 a 30/04/14, totalizando a importância de R$ , 33 (cento e dezoito mil cento e dez reais e trinta e três centavos). Considerada insuficiente a defesa, foi emitido oficio recurso, informando que os pagamentos foram suspensos. Inconformada com a decisão ingressa com recurso, tempestivamente, alegando em síntese que: - Apesar da separação, sempre dependeu do ex-marido; - Que houve um relacionamento com Ewander Cezar de Morais, por um curto espaço de tempo; - Junta declaração do Sr. Ewander Cezar de Morais, com firma reconhecida, datada de 05/04/13, o qual mantém uma união estável com Carla Candido dos Reis, desde 02/04/08; - Que cuidou do ex-marido até seu derradeiro dia; - Que apresenta provas de que dependia dele; Por fim, pede o restabelecimento dos pagamentos e a desconstituição da dívida alegada pelo INSS - Instituto Nacional do Seguro Social. Em relatório final a MOB - Equipe de Monitoramento Operacional de Benefícios, assim se manifesta em síntese: - que a requerente na data do óbito, diferente do alegado, trabalhava com vínculo no CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais, com encerramento em 2011; - que a requerente na data do óbito cuidava do instituidor, o que diverge também, em razão de o instituidor residir em Campinas e a requerente em Santo André; - que a requerente apresenta declaração de união estável de Ewander Cezar de Morais, a partir de 02/04/08, no entanto não comprova que a dissolução do convívio com a requerente realmente aconteceu em 2002, conforme alegado pela requerente; De todo acima exposto e diante de tudo que consta nos autos, não restou comprovada a dependência econômica da requerente em relação ao instituidor. Consta ainda dos autos, que o processo foi encaminhado à Procuradoria Seccional de Santo André, e após encaminhado ao Ministério Publico Federal do Estado de São Paulo em 14/10/2014. Em suas contrarrazoes o INSS manteve o inferimento ao recurso. Vieram os autos a esta 2ª Composição Adjunta da 14ª Junta de Recursos da Previdência Social, para julgamento.
3 É o relatório. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 28/02/2015 para sessão nº 0044/2015, de 11/03/2015. Voto EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ARTIGO 22 3º DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL APROVADO PELO DECRETO 3048/99. NÃO COMPROVADA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DA REQUERENTE EM RELAÇÃO AO INSTITUIDOR. RECEBIMENTO INDEVIDO NO PERÍODO DE 30/07/09 A 31/05/14. RECURSO CONHECIDO E NEGADO Presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso, isto é, sendo o mesmo considerado tempestivo e não havendo nenhum outro motivo que leve a perda do objeto do pleito apresentado pela requerente, passo a análise do objeto do recurso ora em julgamento. Para a concessão do beneficio em questão, se faz necessário atender ao contido nos artigos 22 3º do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto 3048/99. Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos seguintes documentos: I - para os dependentes preferenciais: a) cônjuge e filhos - certidões de casamento e de nascimento; b) companheira ou companheiro - documento de identidade e certidão de casamento com averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso; e c) equiparado a filho - certidão judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de casamento do segurado e de nascimento do dependente, observado o disposto no 3º do art. 16; II - pais - certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade dos mesmos; e III - irmão - certidão de nascimento. 1º Revogado 2º Revogado 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso devem ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos: I - certidão de nascimento de filho havido em comum; II - certidão de casamento religioso; III- declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; IV - disposições testamentárias; V- Revogado VI - declaração especial feita perante tabelião; VII - prova de mesmo domicílio; VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; X - conta bancária conjunta; XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado; XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; XIII- apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária; XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou
4 XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. Diante do relatório verifico que após denúncia protocolada em 25/04/14, restou apurado que a requerente não comprovou dependência econômica em relação ao instituidor. Apesar de ter apresentado Certidão de Casamento, sem averbação de separação, quando do requerimento do benefício ora recursado, o casal estava separado de fato, haja vista, que consta dos autos, declaração de união estável, datada de 2002, porém reportando tal união já com cinco anos, portanto, desde As alegações da requerente não prosperam, pois não apresentou nenhum documento contemporâneo que tenha retornado ao convívio com o instituidor. Apresenta somente declarações atuais, de que retornou ao convivio marital. A requerente não comprova sequer mesmo endereço. Em razão de não apresentar no mínimo 3 provas, conforme determina a legislação acima citada, não há como concordar com a manutenção do benefício nem mesmo pela desconstituição da dívida levantada, que atualizada até 09/06/14 referente ao período de 30/07/09 a 31/05/14, importa no valor de R$ ,00 (cento e trinta e oito mil novecentos e vinte e um reais). Deste modo, não há como atender ao seu pedido na forma pleiteada. CONCLUSÃO: Pelo acima exposto Voto no sentido de que se Conheça do Recurso para no mérito Negar-lhe Provimento. Relator(a) Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). VERONICA ANDRADE CANESSO Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). LETICIA MAY KOGA Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Presidente concorda com voto do relator(a). FABIO ALVES DE ARAUJO Presidente
5 Decisório Nº Acórdão: 570 / 2015 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 2ª Composição Adjunta da 14ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros VERONICA ANDRADE CANESSO e LETICIA MAY KOGA. Relator(a) FABIO ALVES DE ARAUJO Presidente
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