O OLHAR DOS FUTUROS PROFESSORES DE FÍSICA SOBRE O PAPEL DO PIBID EM SUA FORMAÇÃO

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Transcrição:

O OLHAR DOS FUTUROS PROFESSORES DE FÍSICA SOBRE O PAPEL DO PIBID EM SUA FORMAÇÃO Simone Marks Santos 1 Alessandro Frederico da Silveira 2 Resumo: O presente artigo apresenta o resultado de uma investigação com o enfoque sobre o olhar de futuros professores de física acerca da experiência vivenciada pelos mesmos no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), destacando as implicações deste para a sua formação ao vivenciarem a aproximação da universidade à escola, e poderem estar inseridos na realidade da sala de aula, junto a professores com experiência na educação básica. Para a coleta de dados realizamos entrevistas com três grupos de bolsistas, que atuavam em três escolas públicas na cidade de Campina Grande, estado da Paraíba. As entrevistas foram gravadas e transcritas para análise posterior. Para os bolsistas, futuros professores de Física, as experiências junto ao PIBID são novas formas de compreender a docência, além de estreitar as relações entre universidade e escola, viabilizando a vivência escolar no processo formativo inicial. Palavras-chave: Formação de Professor; Física; Escola. Introdução Desde o início de sua formação acadêmica o professor enfrenta algumas dificuldades, dentre as quais destacamos o distanciamento existente entre a universidade e a escola, não oportunizando a prática de ensino necessária nesse processo formativo(azanha, 2004; PEDROSA, 2005; SILVA, 2009; NUNES, 2001). De acordo com Pedrosa (2005) Nos cursos de formação inicial, evidencia-se a distância que separa o currículo e as atividades de estágio da realidade das escolas em particular e da sociedade em geral. Portanto, em função de uma formação inicial muitas vezes insuficiente e desajustada da realidade, o professor já inicia sua vida profissional sem o aporte requerido para que responda às necessidades apresentadas pela prática pedagógica (PEDROSA, 2005, p.4). 1 Graduanda do oitavo período do Curso de Licenciatura Plena em Física da Universidade Estadual da Paraíba UEPB. Bolsista do programa de Iniciação a Docência /PIBID. simone.mksantos@gmail.com 2 Docente do departamento de Física da Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Coordenador de área do programa de iniciação a docência/pibid.

Uma solução para este problema parece apontar para os estágios supervisionados e projetos curriculares das licenciaturas, elaborados em conjunto com a escola de educação básica. A aproximação entre as escolas e as licenciaturas permite que se ultrapasse a concepção do professor apenas como preceptor, que após formado, entra na escola para transmitir seus conhecimentos. O contato com a escola durante a formação do professor, permitirá que ele vivencie os componentes curriculares em interação com o ambiente profissional e supere a noção simples e comum de disciplinas como métodos ou teorias a serem aplicados. Como argumenta Azanha (2004): O ponto de vista pedagógico não é uma soma de parcelas de saberes teóricos que, embora necessários, nunca serão suficientes para alicerçar a compreensão da situação escolar e a formação do discernimento do educador. Nesses termos, é claro que não há fórmulas para orientar essa formação, mas o próprio conceito de vida escolar é básico para que se alcance esse discernimento (AZANHA, 2004, p. 370). É na escola que o futuro professor entenderá que as normas e planos institucionais para educação possuem um caráter geral, devendo ser adaptados a cada situação, a cada escola, onde a diversidade se apresenta (AZANHA, 2004). No que concerne à vivência do professor de física junto a professores já experientes Linhares(2005), mencionam que: Para os professores especificamente de física a melhor alternativa a que temse que seguir é que desde o começo da sua formação os alunos de licenciatura (futuros professores) possam ir até as escolas, onde juntos ao professor da referida escola, possam ver e começar a lidar com a realidade da profissão a que escolheu. Um dos caminhos para transformar o ensino de ciências na escola é através da integração entre alunos iniciantes das licenciaturas e professores atuantes (LINHARES, 2005, p.2) Neste trabalho daremos um enfoque sobre o olhar de futuros professores de física sobre a experiência no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), destacando as implicações deste para a sua formação ao vivenciarem a aproximação da universidade à escola, e o que foi para os mesmos a poderem vivenciar a realidade da sala de aula, junto a professores com experiência na educação básica.

Metodologia: Este trabalho que é de natureza qualitativa, constitui-se num estudo de caso, em que investigamos um grupo de bolsistas do PIBID, sobre o papel deste programa na formação inicial. Para a coleta de dados realizamos entrevistas com três grupos de bolsistas, que atuavam em três escolas públicas na cidade de Campina Grande, estado da Paraíba. As entrevistas foram gravadas e transcritas para análise. Na sequência apresentamos algumas das questões que constituíram as entrevistas. Como é estar na escola planejando ações junto a professores de Física já experientes na área? Você considera isso significativo para a sua formação? Sobre a participação de vocês nas aulas do professor supervisor, o que têm a dizer? Quais as implicações que o PIBID vem trazendo a sua futura profissão? Descrevendo as entrevistas Apresentaremos algumas das respostas obtidas durante as entrevistas realizadas com os três grupos de bolsistas do curso de licenciatura em física da UEPB. Quando questionados sobre as ações desenvolvidas junto ao professor da escola e se considera significativa a tal experiência a sua formação, os grupos responderam. Bolsista do Grupo 1: Da melhor forma possível, por que é bastante proveitoso, a forma de trabalhar, /.../. Ainda mais porque ficamos seguros, em está com um professor que já é da escola. Nós tiramos isso como experiência, tirar o que é proveitoso para nossas futuras aulas. Bolsista do Grupo 2: É muito importante. Esse projeto tá sendo bem melhor do que outros, que a gente fazia planejamento pra uma intervenção. /.../ a professora que está a mais tempo, então ela já sabe o que eles vão ter mais dúvidas em geral, ou seja, sabe como direcionar no que a gente deve focar mais, /.../. Bolsista do Grupo 3: É uma atividade proveitosa quanto as nossas futuras atividades como professores. Aqui a gente está aprendendo com o professor, a gente tá vendo a necessidade de se fazer o planejamento antes, e ver se aquilo realmente vai dar certo

/.../. Tem-se que observar o ambiente da escola pra então você poder elaborar as suas aulas pensando naquele ambiente. Quando questionados sobre a participação nas aulas do professor efetivo da escola, os bolsistas mencionam Bolsista do Grupo 2: Bem, essa experiência tá sendo super positiva, por que, a gente está vivenciando uma realidade, é uma realidade que a gente nunca pensa dentro da universidade. A universidade é uma realidade superficial, que fica apenas nos estágios o momento da escola. Então, o projeto vem a preparar a formação da gente. Se antes de fazer os estágios, os alunos tivesse uma preparação dessa, o estágio séria bem melhor. Bolsista do Grupo 3: Pra gente foi positivo. A observação, de você esta lá vendo o professor agindo /.../. Enquanto o professor tá ministrando a aula dele a gente tá observando os alunos, dá pra ter uma maior visão. Essa vivência da pra você perceber muitas coisas que antes a gente não via, não percebia. Você planeja uma coisa, aí quando você chega lá acontece algum imprevisto. Aí você tem que saber lidar com esses imprevistos. Sobre as implicações do PIBID para a profissão futura, os bolsistas mencionam: Bolsista do Grupo 1: É uma preparação, para quando a gente chegar lá em frente, já tá com uma bagagem, /.../. A gente perde até mesmo a vergonha de lidar com os alunos, e com algumas situações em sala de aula. Bolsista do Grupo 2: É a oportunidade de ver qual é a realidade da nossa profissão, até pra despertar se realmente é o que queremos como profissão futura. Bolsista do Grupo 3: Com o PIBID podemos ver qual a realidade da nossa futura vida de professor /.../ É uma experiência muito valiosa pra quem quer ser de fato professor. Uma breve análise:

A partir das entrevistas é possível percebermos por meio das respostas apresentadas pelos grupos que a experiência na escola com o professor já experiente tem sido significativo para os bolsistas, uma vez que gera mais segurança para os mesmos e possibilita-os refletir sobre o papel do planejamento e sua flexibilidade diante os episódios ocorridos em sala de aula. Os bolsista mencionam nas respostas que a experiência de desenvolver ações nas turmas dos professores supervisores são super positivas, uma vez que estreita as relações entre a universidade e a escola, a considerarem que na universidade, durante o processo de formação inicial, esta experiência de vivência escolar fica restrita apenas as atividades de estágio supervisionados, que ao olhar dos bolsistas é ainda insuficiente. Também podemos observar nas respostas dos grupos que há uma satisfação dos bolsistas em vivenciarem a experiência docente junto ao PIBID. Os mesmos mencionam que o programa só vem acrescentar às suas vidas acadêmica, além de proporcionar reflexões sobre a profissão futura. Algumas Considerações: Para os bolsistas, futuros professores de Física, as experiências junto ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) são novas formas de compreender a docência, além de estreitar as relações entre universidade e escola, viabilizando a vivência escolar no processo formativo inicial. Consideramos que o PIBID tem uma importância ímpar na vida acadêmica dos licenciandos, uma vez que de acordo com o olhar dos futuros professores, o programa proporciona aos mesmos, uma abrangência das atividades práticas na escola, ao referirem-se à vivência escolar. Destacando também a experiência vivida com professores efetivos, os quais contribuem com as ações a serem desenvolvidas no âmbito escolar, especialmente nas atividades de planejamento didático, que por sua vez permite uma reflexão sobre a flexibilidade deste conforme situações vivenciadas no cotidiano da sala de aula. Outro ponto que merece destaque em relação ao olhar dos bolsistas sobre o PIBID, diz respeito a oportunidade que estes adquirem ao mencionarem que o programa

possibilita experiências acadêmica, além de proporcionar reflexões sobre a profissão futura. REFERÊNCIAS: AZANHA, J. M. P. Uma reflexão sobre a formação do professor de escola básica. Educação e Pesquisa, v. 20, n. 2, p. 369-378, 2004. LINHARES, P., et al. Aprendendo a ensinar: a sala de aula como um espaço de reflexão. Enseñanza de las ciências, 2005. Número extra. VII congresso. NUNES, C. M. F. Saberes docentes e formação de professores: Um breve panorama da pesquisa brasileira. Educação e sociedade, ano XXII, nº 74, Abril/2001. PEDROSA, S. Formação de professores e tecnologia: Sim ou não? Rio de Janeiro, 2005. SILVA, M da. Complexidade da formação de professores: Saberes teóricos e saberes práticos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. TARFID, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.