Resumos TRibuTáRios iob ITR (ImposTo sobre propriedade TeRRIToRIal RuRal) Volume XII

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Transcrição:

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) Volume XII

Sumário APRESENTAÇÃO... 9 1. ITR... 11 1.1. Fato Gerador... 11 1.2. Imunidade... 11 1.3. Isenção... 13 1.4. Contribuinte e responsável... 14 1.5. Domicílio Tributário... 14 1.6. Fiscalização... 14 1.7. Apuração... 16 1.8. Recolhimento... 16 1.8.1. Área tributável... 16 1.8.2. Valor da Terra Nua... 18 1.8.3. Alíquota... 19 1.8.4. Cálculo... 19 1.8.5. Pagamento... 20 1.9. Compensação... 22 1.10. Restituição... 23 1.11. Cafir... 24 1.11.1. Conceito... 24 1.11.2. Nirf... 25

6 Paulo Lauriano 1.11.3. Obrigatoriedade... 25 1.11.4. Situação cadastral... 26 1.11.5. Comprovante de inscrição... 27 1.11.6. Atos cadastrais... 28 1.11.7. Diac... 29 1.11.8. Decir... 29 1.11.9. Documentação... 30 1.11.10. Atos cadastrais de ofício... 32 1.11.11. Inscrição... 32 1.11.11.1. Nirf... 33 1.11.11.2. Titular... 34 1.11.11.3. Área de posse por simples ocupação... 34 1.11.11.4. Endereço... 35 1.11.11.5. Imóvel rural imune ou isento... 35 1.11.12. Imóvel em condomínio ou em composse... 35 1.11.13. Sucessão causa mortis... 36 1.11.14. Alteração de dados cadastrais... 37 1.11.15. Titularidade ou alienação total... 38 1.11.16. Cancelamento da inscrição... 38 1.11.16.1. Declaração contraditória... 39 1.11.16.2. Efeitos do cancelamento... 40 1.11.17. Reativação da inscrição... 41 1.12. DITR... 41 1.12.1. Condomínio... 42 1.12.2. Documentos comprobatórios... 42 1.12.3. Retificação... 43 1.13. Registro público... 43 1.14. Penalidades... 44 1.14.1. Pagamento fora do prazo... 44 1.14.2. Lançamento de ofício... 44 1.15. Prescrição... 45 1.16. Decadência... 46

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) - Volume XII 7 2. Ato Declaratório Ambiental (ADA)... 47 3. Legislação... 57 Lei nº 11.250, de 27.12.2005 - DOU 1 de 28.12.2005... 57 Lei nº 9.393, de 19.12.1996 - DOU 1 de 20.12.1996... 58 Lei nº 12.651, de 25.05.2012 - DOU 1 de 28.05.2012... 69 Decreto nº 4.382, de 19.09.2002 - DOU 1 de 20.09.2002... 117 Instrução Normativa SRF nº 256, de 11.12.2002 - DOU 1 de 13.12.2002... 149 Instrução Normativa RFB nº 1.467, de 22.05.2014 - DOU 1 de 23.05.2014, republicada parcialmente no DOU 1 de 30.05.2014... 175 Instrução Normativa Conjunta nº 1.506, de 31.10.2014 - DOU 1 de 04.11.2014... 191 Referência Bibliográfica... 197

APRESENTAÇÃO O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), de competência da União, incide sobre os imóveis localizados fora do perímetro urbano (zona rural). É um instrumento de política nacional de reforma agrária e tem por finalidade o estímulo ao aproveitamento e à divisão da terra em detrimento do latifúndio improdutivo. É considerado imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município. As alíquotas desse tributo são fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e não poderá incidir sobre as pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. O ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. Esse imposto incide, inclusive, sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse. Compete à Secretaria da Receita Federal (RFB) a administração do ITR, incluídas as atividades de arrecadação, tributação e fiscalização. No processo administrativo fiscal, compreendendo os procedimentos para a determinação e a exigência do imposto, a imposição de penalidades, a repetição de indébito, a solução de consultas e a compensação, será observada a legislação prevista para os demais tributos federais.

10 Paulo Lauriano É importante observar que o Estatuto da Terra, assim conhecido até então, em relação à Lei nº 4.771/1965, que instituiu o Código Florestal, não mais prevalece em decorrência da revogação da referida Lei, pela Lei nº 12.651/2012, que estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de preservação permanente e as áreas de reserva legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. O art. 29 da citada Lei nº 12.651/2012 instituiu o Cadastro Ambiental Rural (CAR), no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA), registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. O ITR tem como fundamento legal a Lei nº 9.393/1996, regulamentada pelo Decreto nº 4.382/2002 e disciplinada pela Instrução Normativa SRF nº 256/2002, além de outros atos que complementam a sua aplicação no âmbito do Sistema Tributário Nacional, tais como a Instrução Normativa Conjunta RFB/STN nº 1.506/2014, que dispõe sobre o pagamento de até 50% do ITR com Títulos da Dívida Agrária (TDA) e a Instrução Normativa RFB nº 1.467/2014, que trata do Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir). Este compêndio contempla a legislação citada, com importantes esclarecimentos para os proprietários e possuidores de imóveis rurais e para todos aqueles que militam nas áreas fiscal e tributária atreladas ao ITR, bem como aos principiantes no estudo desse campo do direito tributário.

1. ITR 1.1. Fato Gerador O ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. Esse tributo incide sobre a propriedade rural declarada de utilidade ou necessidade pública, ou de interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, até a data: a) da perda da posse pela imissão prévia do Poder Público na posse; b) da perda do direito de propriedade pela transferência ou pela incorporação do imóvel ao patrimônio do Poder Público. A desapropriação realizada por pessoa jurídica de direito privado, delegatária ou concessionária de serviço público não exclui a incidência do ITR sobre o imóvel rural expropriado. 1.2. Imunidade São imunes ao ITR: a) a pequena gleba rural, desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família, e não possua outro imóvel; b) os imóveis rurais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

12 Paulo Lauriano c) os imóveis rurais de autarquias e das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou aos fins delas decorrentes; e d) os imóveis rurais de instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, relacionados às suas finalidades essenciais. É considerada pequena gleba rural o imóvel com área igual ou inferior a: a) 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; b) 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; e c) 30 ha, se localizado em qualquer outro município. Para a fruição da imunidade, as instituições de educação ou de assistência social devem prestar os serviços para os quais houverem sido instituídas e os colocar à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos, e atender aos seguintes requisitos: a) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; b) aplicar integralmente, no País, seus recursos na manutenção e no desenvolvimento dos seus objetivos institucionais; c) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; d) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; e) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contados da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) - Volume XII 13 f) apresentar, anualmente, declaração de rendimentos, em conformidade com o disposto em ato da RFB; g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para a fruição da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de suas atividades, ou a órgão público; e h) cumprir outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados ao funcionamento das entidades a que nos referimos anteriormente. 1.3. Isenção São isentos do imposto: a) o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado pelas autoridades competentes como o assentamento, atendidos cumulativamente os seguintes requisitos: a.1) que seja explorado por associação ou cooperativa de produção; a.2) cuja fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites da pequena gleba rural (100 ha, 50 ha e 30 ha); a.3) cujo assentado não possua outro imóvel; b) o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total em cada região observe o respectivo limite da pequena gleba rural, desde que, cumulativamente, o proprietário: b.1) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros; b.2) não possua imóvel urbano; e c) os imóveis rurais oficialmente reconhecidos como áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos que estejam sob a ocupação direta e sejam explorados, individual ou coletivamente, pelos membros destas comunidades. Entende-se por ajuda eventual de terceiros o trabalho, remunerado ou não, de natureza eventual ou temporária, realizado nas épocas de maiores serviços.

14 Paulo Lauriano Para efeito de aplicação da regra contida na letra b, deve ser considerada a soma das áreas dos imóveis rurais por região em que se localizem, o qual não poderá suplantar o limite da pequena gleba rural da respectiva região. 1.4. Contribuinte e responsável Contribuinte é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário à terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. É responsável pelo crédito tributário o sucessor, a qualquer título. 1.5. Domicílio Tributário Domicílio tributário do contribuinte ou do responsável é o município de localização do imóvel rural, vedada a eleição de qualquer outro. O imóvel rural cuja área se estenda a mais de um município deve ser enquadrado no município em que se localize a sua sede ou, se esta não existir, no município onde se encontre a maior parte da área do imóvel. O sujeito passivo pode informar à RFB endereço, localizado ou não em seu domicílio tributário, que constará no Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir) e valerá, até ulterior alteração, somente para fins de intimação. Note-se que as instruções sobre o Cafir, constam da Instrução Normativa RFB nº 1.467/2014. 1.6. Fiscalização A legislação tributária que trata da competência e dos poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozam de imunidade tributária ou de isenção.

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) - Volume XII 15 Para efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes, industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. A RFB poderá celebrar convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com a finalidade de delegar as atividades de fiscalização das informações sobre os imóveis rurais, contidas no Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (Diac) e no Documento de Informação e Apuração do ITR (Diat). A RFB, com o apoio do Incra, administrará o Cafir e colocará as informações nele contidas à disposição daquela autarquia, para fins de levantamento e pesquisa de dados e de proposição de ações administrativas e judiciais. Poderá também, celebrar convênios com: a) órgãos da administração tributária das Unidades da Federação, visando delegar competência para a cobrança e o lançamento do ITR; b) a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com a finalidade de fornecer dados cadastrais de imóveis rurais que possibilitem a cobrança das contribuições sindicais devidas àquelas entidades. É oportuno destacar que a Lei nº 11.250/2005, regulamentando o inciso III do 4º do art. 153 da Constituição Federal/1988, estabelece em seu art. 1º que a União, por intermédio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), poderá celebrar convênios com o Distrito Federal e os Municípios que assim optarem, visando a delegar as atribuições de fiscalização, inclusive a de lançamento dos créditos tributários, e de cobrança do ITR, sem prejuízo da competência supletiva da RFB. Por outro lado, o Decreto nº 6.433/2008, instituiu o Comitê Gestor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (CGITR) com a atribuição de dispor sobre matérias relativas à opção pelos Municípios e pelo Distrito Federal para fins de fiscalização, inclusive a de lançamento de créditos tributários, e de cobrança do ITR, de que trata o dispositivo

16 Paulo Lauriano constitucional mencionado, bem assim com competência para administrar a operacionalização da opção. A Instrução Normativa RFB nº 884/2008 também dispõe sobre a celebração de convênio entre a RFB, em nome da União, o Distrito Federal e os Municípios para a delegação das atribuições de fiscalização, inclusive a de lançamento de créditos tributários, e de cobrança do ITR. A Resolução CGITR nº 2/2012 instituiu o Programa Omissos de DITR relativa a imóveis rurais localizados em Municípios Conveniados e a Resolução CGITR nº 3/2012 instituiu o Programa Piloto de Fiscalização do Valor da Terra Nua (VTN) declarado em DITR, incidente em Malha Fiscal, relativa a imóveis rurais localizados em Municípios Conveniados. 1.7. Apuração A apuração e o pagamento do ITR devem ser efetuados pelo contribuinte ou responsável, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela RFB, sujeitando-se à posterior homologação. 1.8. Recolhimento Para efeito de determinação da base de cálculo, considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município, ainda que, em relação à alguma parte do imóvel, o sujeito passivo detenha apenas a posse. Considera-se contínua a área total do prédio rústico, mesmo que fisicamente dividida por ruas, estradas, rodovias, ferrovias, ou por canais ou cursos de água. 1.8.1. Área tributável Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as de: a) preservação permanente; b) reserva legal; c) reserva particular do patrimônio natural; d) servidão florestal;

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) - Volume XII 17 e) interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso mencionadas nas letras a e b ; e f) comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual. A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de uma das hipóteses anteriormente descritas deverá ser excluída uma única vez da área total do imóvel, para fins de apuração da área tributável. A área total do imóvel deve se referir à situação existente na data da efetiva entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR). Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural deverão: a) ser informadas em ato declaratório ambiental (ADA), protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nos prazos e condições fixados em ato normativo; e b) estar enquadradas nas hipóteses descritas nas letras a a f anteriores em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador do ITR. Para fins do reconhecimento da exclusão das áreas citadas, da apuração do ITR, o contribuinte que lançar no Documento de Informação e Apuração do ITR (Diat) áreas sujeitas ao desconto do imposto deverá apresentar anualmente, ao Ibama, o ADA. O ADA deve ser apresentado por meio da Internet, com utilização de formulário eletrônico (sistema ADA Web), disponível no site do Ibama (www.ibama.gov.br). Para acessá-lo, basta posicionar o ponteiro do mouse sobre Serviços On-line. Será aberto um menu, ao lado, onde se deve clicar em Ato De-

18 Paulo Lauriano claratório Ambiental (ADA), como demonstrado na ilustração a seguir. Na sequência, será apresentada a tela principal do ADA. O Ibama realizará vistoria por amostragem nos imóveis rurais que tenham utilizado o ADA para efeitos de exclusão da área tributável a que se refere o 3º do art. 10 do Decreto nº 4.382/2002. Caso os dados constantes no ato não coincidam com os efetivamente levantados por seus técnicos, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à RFB, que apurará o ITR efetivamente devido e efetuará, de ofício, o lançamento da diferença de imposto com os acréscimos legais cabíveis. 1.8.2. valor da terra nua O Valor da Terra Nua (VTN) é o valor de mercado do imóvel, excluídos os valores relativos a: a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; e d) florestas plantadas. O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador e será considerado autoavaliação da terra nua a preço de mercado. Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias os prédios, depósitos, galpões, casas de trabalhadores, estábulos, currais, mangueiras, aviários, pocilgas (currais de porcos) e outras instalações para abrigo ou tratamento de animais, os terreiros e similares para secagem de produtos agrícolas, a eletricidade rural, a colocação de água

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) - Volume XII 19 subterrânea, o abastecimento ou a distribuição de águas, as barragens, represas, tanques, cercas e, ainda, as benfeitorias não relacionadas com a atividade rural. O Valor da Terra Nua Tributável (VTNT) é o obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável e a área total do imóvel. 1.8.3. Alíquota A alíquota utilizada para cálculo do ITR é estabelecida para cada imóvel rural, com base em sua área total e em seu respectivo grau de utilização, conforme a seguinte tabela: ÁREA TOTAL DO IMÓVEL (em hectares) Maior que 80 GRAU DE UTILIZAÇÃO (em %) Maior que 65 até 80 Maior que 50 até 65 Maior que 30 até 50 Até 30 Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00 Maior que 50 até 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00 Maior que 200 até 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30 Maior que 500 até 1.000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70 Maior que 1.000 até 5.000 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60 Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00 1.8.4. Cálculo O valor do imposto a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT pela alíquota correspondente, considerados a área total e o grau de utilização do imóvel rural. O VTNT é obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável (veja subitem 1.8.1) e a área total do imóvel. Na hipótese de inexistir área aproveitável depois das exclusões mencionadas no subitem 1.8.1, serão aplicadas as alíquotas correspondentes aos imóveis rurais com grau de utilização superior a 80%, observada a área total do imóvel. Em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00.

20 Paulo Lauriano 1.8.5. Pagamento O pagamento do ITR deve ser feito por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), devendo o seu produto ser obrigatoriamente recolhido à conta do Tesouro Nacional. O Darf obedecerá ao modelo aprovado pela RFB, devendo o sujeito passivo utilizá-lo de acordo com instruções específicas. Nos documentos de arrecadação, o sujeito passivo deve indicar o código do tributo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme o caso, o número do imóvel rural, além de outros elementos qualificativos ou informativos. É vedada a utilização de Darf para o pagamento de imposto em valor inferior a R$ 10,00. Vale destacar também que é facultado o pagamento de até 50% do valor original do ITR, com Títulos da Dívida Agrária (TDA). Nesse sentido, a Instrução Normativa Conjunta RFB/STN nº 1.506/2014 dispõe sobre essa forma pagamento. Somente serão aceitos TDA escriturais, sendo vedado o seu fracionamento. O requerimento para o pagamento do ITR, mediante utilização de TDA escritural deverá ser dirigido à autoridade fiscal da jurisdição do imóvel. À opção do contribuinte, o requerimento poderá ser dirigido à autoridade competente da unidade da RFB de seu domicílio fiscal. Para solicitação de pagamento do imposto com TDA, deverão ser utilizados o requerimento para pagamento do ITR com TDA escriturais e a autorização à instituição financeira custodiante para realizar a transferência dos títulos aos respectivos beneficiários, conforme modelo constante do Anexo I da Instrução Normativa Conjunta RFB nº 1.506/2014. O requerimento será instruído com os seguintes documentos: a) Documento de Transferência (DOC), conforme modelo constante do Anexo II da referida Instrução Normativa Conjunta, assinado pelo representante da instituição financeira custodiante dos títulos; b) documentos comprobatórios do preço e das características dos TDA, obtidos em sistema informatizado da Cetip S.A. - Mercados Organizados (Cetip); e

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) - Volume XII 21 c) cópia da Nota Fiscal ou do documento que comprova a aquisição dos TDA. A Cetip dará ciência ao titular da unidade da RFB solicitante acerca da efetiva transferência de titularidade dos TDA para fins de confirmação do pagamento da parcela do ITR e cientificação do requerente. A declaração de impossibilidade de transferência dos títulos aos beneficiários pela Cetip configura inexistência de pagamento da parcela do imposto. Nessa hipótese, o pagamento do saldo do imposto deverá ser efetuado com todos os acréscimos legais, incidentes desde a data de seu vencimento. Os TDA escriturais dados em pagamento do ITR serão recebidos pelo valor nominal acrescido dos juros, inclusive o pro rata. O valor nominal dos TDA é aquele publicado mensalmente por Portaria da STN e disponibilizado pela Cetip. A data da liquidação será aquela em que for protocolizado o requerimento que trata do pagamento do imposto com TDA. O ITR deve ser pago até o último dia útil do mês fixado para a entrega da DITR. À opção do contribuinte, o imposto a pagar poderá ser parcelado em até 3 quotas iguais, mensais e consecutivas, observando-se que: a) nenhuma quota deverá ser inferior a R$ 50,00; b) a 1ª quota deve ser paga no prazo anteriormente citado; c) as demais quotas vencerão no último dia útil de cada mês, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do 1º dia do mês subsequente ao prazo estabelecido até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento; d) é facultado ao contribuinte antecipar, total ou parcialmente, o pagamento do imposto ou das quotas. A falta ou insuficiência de pagamento, no prazo legal, sujeita o contribuinte ao pagamento do valor que deixou de ser pago, acrescido de: a) multa de mora calculada à taxa de 0,33%, por dia de atraso, não podendo ultrapassar 20%, calculada a partir do 1º dia útil subsequente ao do vencimento do prazo previsto para pagamento do imposto até o dia em que este for recolhido;

22 Paulo Lauriano b) juros de mora equivalentes à taxa referencial Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do 1º dia do mês subsequente ao vencimento do prazo para pagamento até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do efetivo pagamento. 1.9. Compensação Nos casos de pagamento indevido ou a maior de ITR, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a ITR apurado em período subsequente. Entende-se por recolhimento ou pagamento indevido ou a maior aquele proveniente de: a) cobrança ou pagamento espontâneo de imposto, quando efetuado por erro, ou em duplicidade, ou sem que haja débito a liquidar, em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; b) erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao recolhimento ou pagamento; c) reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. A compensação somente poderá ser efetuada pelo contribuinte titular do crédito oriundo do recolhimento ou pagamento indevido ou a maior. A RFB, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos ou contribuições sob sua administração, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional.

Resumos Tributários IOB ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) - Volume XII 23 Os créditos do sujeito passivo constantes em pedidos de restituição ou ressarcimento de imposto serão utilizados para quitação de seus débitos em procedimentos internos da RFB, observado o seguinte: a) o valor bruto da restituição ou ressarcimento será debitado à conta do tributo ou da contribuição a que se referir; b) a parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou responsável será creditada à conta do ITR. A compensação de ofício será precedida de notificação ao sujeito passivo para que se manifeste sobre o procedimento, no prazo de 15 dias, sendo o seu silêncio considerado como aquiescência. No caso de discordância do sujeito passivo, a RFB reterá o valor da restituição até que o débito seja liquidado. A RFB, reconhecendo o direito de crédito do sujeito passivo para a restituição, compensará este crédito com eventuais débitos do requerente. Quando o montante da restituição for superior ao do débito, a RFB efetuará o pagamento da diferença ao sujeito passivo. Caso a quantia a ser restituída seja inferior ao valor dos débitos, o correspondente crédito tributário é extinto no montante equivalente à compensação, cabendo à RFB adotar as providências para cobrança do saldo remanescente. O valor a ser utilizado na compensação será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial Selic para títulos federais, acumulada mensalmente a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação, e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. 1.10. Restituição Quando ocorrer o pagamento indevido ou a maior de ITR, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá optar pelo pedido de restituição do valor pago indevidamente ou a maior.