PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO LOCAL



Documentos relacionados
Desenvolvimento e Subdesenvolvimento: O que é preciso saber para começar entender?

Novo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BANCO DE DADOS REGIONAL. Eixo temático: Indicadores Sociais 1. Variável: IDESE

ELABORAÇÃO DE INDICADORES SOCIAIS

Caracterização do território

Caracterização do território

A POSIÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) EM RELAÇÃO AO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) E AO ÍNDICE DE GINI

Tema: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Professor: Jonathan Kreutzfeld

Caracterização do território

Caracterização do território

Caracterização do território

Caracterização do território

Caracterização do território

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

Índice de Gini e IDH. Prof. Antonio Carlos Assumpção

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO PROJETO

PLANO DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO: processo, participação e desafios. Seminário dos/as Trabalhadores/as da Educação Sindsep 24/09/2015

INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL: SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA PARA A GESTÃO PÚBLICA

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social

RESULTADOS DO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL DO PARANÁ *

ENADE e CPC Como compreender seu desempenho e estratégias de melhoria de resultados. PROF. AMÉRICO DE ALMEIDA FILHO aalmeidaf@yahoo.com.

Mesa Redonda: PNE pra Valer!

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

Crescimento e Desenvolvimento Econômico

Dimensão social. Educação

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O passo a passo da participação popular Metodologia e diretrizes

Organização dos Estados Ibero-americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul.

3 INDICADORES SOCIAIS

Sugestões e críticas podem ser encaminhadas para o nape@ufv.br CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

GUIA DO PRÊMIO ODM BRASIL

Pesquisa Semesp. A Força do Ensino Superior no Mercado de Trabalho

TERMO DE REFERÊNCIA SE-001/2011

XXV ENCONTRO NACIONAL DA UNCME

Rogério Medeiros

XVI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação 22 a 24 de julho de 2015

1. COMPETÊNCIAS DAS DIRETORIAS

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA ESPECIALIZADA

INDICADORES DEMOGRÁFICOS E NORDESTE

Estudo Comparativo

Indicadores Anefac dos países do G-20

Escola de Políticas Públicas

COMO FAZER A TRANSIÇÃO

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES 2004

UM RETRATO DAS MUITAS DIFICULDADES DO COTIDIANO DOS EDUCADORES

Fundação SEADE.

As ações estratégicas relacionadas com a implementação do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares - SIPD

Sistema de Monitoramento e avaliação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em Belo Horizonte

II. Atividades de Extensão

Se você acredita que as escolas são o único e provável destino dos profissionais formados em Pedagogia, então, está na hora de abrir os olhos

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade.

Perfil Municipal - Rio Bom (PR)

ANEXO III. Regulamentação da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado na Modalidade Educação de Jovens e Adultos. Capítulo I Da admissão

Relatório da IES ENADE 2012 EXAME NACIONAL DE DESEMEPNHO DOS ESTUDANTES GOIÁS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Desafios da EJA: flexibilidade, diversidade e profissionalização PNLD 2014

Plano Decenal SUAS e o Plano Decenal : Como fazer a análise do SUAS que temos como projetar o SUAS que queremos

A economia solidária como estratégia de inclusão produtiva no Programa Bolsa Família

DISTRIBUIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS PADRÕES RECENTES

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

MBA IBMEC 30 anos. No Ibmec, proporcionamos a nossos alunos uma experiência singular de aprendizado. Aqui você encontra:

GUIA DO SGD. Transformação SISTEMA ELETROBRÁS. Conheça mais sobre o novo Sistema de Gestão do Desempenho (SGD) que entrará

EIXO III CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA INSTITUIÇÃO E DE CADA UM DE SEUS CURSOS

Programa de Capacitação

IDH do Brasil melhora, mas país cai no ranking Mudança se deve a desempenho melhor de outro país

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO MATO GRANDE 17/06/2015

Plan International e IIDAC com recursos do Fundo União Europeia

EIXO IV QUALIDADE DA EDUCAÇÃO: DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO, PERMANÊNCIA, AVALIAÇÃO, CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO E APRENDIZAGEM

ANEXO 2 - INDICADORES EDUCACIONAIS 1

Consultoria para avaliar a atividade de monitoramento e implementação do Programa Brasil Quilombola

Orientações para informação das turmas do Programa Mais Educação/Ensino Médio Inovador

Indicador ANEFAC dos países do G-20 Edição Por Roberto Vertamatti*

PROGRAMA BOM NEGÓCIO PARANÁ- APOIO AO EMPREENDEDORISMO AVALIAÇÃO DO NÚCLEO MARINGÁ

Curso de Graduação. Dados do Curso. Administração. Contato. Modalidade a Distância. Ver QSL e Ementas. Universidade Federal do Rio Grande / FURG

TÍTULO: ALUNOS DE MEDICINA CAPACITAM AGENTES COMUNITÁRIOS NO OBAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

IESG - INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE GARÇA LTDA. Rua América, 281 Garça/SP CEP (14)

Como mediador o educador da primeira infância tem nas suas ações o motivador de sua conduta, para tanto ele deve:

Sustentabilidade nas instituições financeiras Os novos horizontes da responsabilidade socioambiental

Andréa Bolzon Escritório da OIT no Brasil. Salvador, 08 de abril de 2013

PROGRAMA ULBRASOL. Palavras-chave: assistência social, extensão, trabalho comunitário.

Reunião de Abertura do Monitoramento Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária - SCPPO

FOME ZERO. O papel do Brasil na luta global contra a fome e a pobreza

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Etapas para a Elaboração de Planos de Mobilidade Participativos. Nívea Oppermann Peixoto, Ms Coordenadora Desenvolvimento Urbano EMBARQ Brasil

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

CARTA DO PARANÁ DE GOVERNANÇA METROPOLITANA

BOLETIM. Produto Interno Bruto paulista continua no patamar de um trilhão de reais

CENTRO DE ESTUDO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROPOSTA DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

CECAD Consulta Extração Seleção de Informações do CADÚNICO. Caio Nakashima Março 2012

UNCME RS FALANDO DE PME 2015

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

Termo de Referência para contratação de consultor na modalidade Produto

QUALIFICAÇÃO DA ÁREA DE ENSINO E EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Entenda o que é IDH Secretaria de Saúde Pública do Pará

EDITAL PIBID-FUNEC SELEÇÃO DE PROFESSORES SUPERVISORES PARA O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID

Transcrição:

GESTÃO PÚBLICA IV UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUÍ VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO VRG COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CEaD DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DA ADMINISTRAÇÃO - DEAd Coleção Educação a Distância Série Livro-Texto Sérgio Luís Allebrandt Marcos Paulo Dhein Griebeler Dieter Rugard Siedenberg Claudio Edilberto Höfler PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO LOCAL Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil 2009 1

2009, Editora Unijuí Rua do Comércio, 1364 98700-000 - Ijuí - RS - Brasil Fone: (0 55) 3332-0217 Fax: (0 55) 3332-0216 E-mail: editora@unijui.edu.br www.editoraunijui.com.br Sérgio Luis Allebrandt Editor: Gilmar Antonio Bedin Editor-adjunto: Joel Corso Capa: Elias Ricardo Schüssler Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil) Catalogação na Publicação: Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques Unijuí P712 Planejamento estratégico local / org. Sérgio Luis Allebrandt; Marcos Paulo Dhein Griebeler, Dieter Rugard Siedenberg, Cláudio Edilberto Höffler. Ijuí : Ed. Unijuí, 2009. 146 p. (Coleção educação a distância. Série livro-texto). ISBN 978-85-7429-842-9 1. Planejamento. 2. Planejamento estratégico. 3. Desenvolvimento local. 4. Gestão municipal. 5. Desenvolvimento sustentável. I. Allebrandt, Sérgio Luis. II. Griebeler, Marcos Paulo Dhein. III. Siedenberg, Dieter Rugard. IV. Höffler, Cláudio Edilberto. V. Título. VI. Série. CDU : 65.012 65.012.2 2

Sumário EaD GESTÃO PÚBLICA IV CONHECENDO OS PROFESSORES...5 APRESENTAÇÃO... 17 UNIDADE 1 MENSURANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A INCLUSÃO/EXCLUSÃO SOCIAL... 19 Seção 1.1 Desenvolvimento e Utilização de Indicadores Sociais... 20 Seção 1.2 Índices e Indicadores mais Utilizados... 22 Seção 1.3 Detalhando Três Índices: IDH-M, Idese e IES... 25 1.3.1 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDH-M... 26 1.3.2 Índice de Exclusão Social IES... 31 1.3.3 Índice de Desenvolvimento Socioeconômico... 33 Seção 1.4 A Análise com Base em Diferentes Índices Aplicados a uma Mesma Região ou Grupo de Municípios... 38 Seção 1.5 À Guisa de Conclusão... 41 UNIDADE 2 OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO NA GESTÃO MUNICIPAL: Caracterizações e (Propostas de) Ações Para um Maior Bem-Estar da População... 49 Seção 2.1 O que são os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)?... 50 Seção 2.2 Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM): caracterizações e sugestões... 52 Seção 2.3 Como Executar os ODM em seu Município?... 76 UNIDADE 3 FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO... 83 Seção 3.1 Conceitos de Planejamento... 85 Seção 3.2 Objetivos do Planejamento... 85 Seção 3.3 Características dos Processos de Planejamento... 86 Seção 3.4 Condições para Implementação do Planejamento... 88 3

Sérgio Luis Allebrandt Seção 3.5 Principais Desafios do Planejador...88 Seção 3.6 Elementos Básicos do Planejamento...89 Seção 3.7 Classificação dos Planos Segundo os Períodos de Duração...90 Seção 3.8 Escalas do Planejamento Territorial...91 Seção 3.9 Diferenciação entre Planos, Programas e Projetos...92 Seção 3.10 Principais Dilemas na Gestão do Planejamento...93 Seção 3.11 Duas Questões Emergentes: participação e cidadania...94 UNIDADE 4 MODELO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO PARA MICRORREGIÕES E MACRORREGIÕES...97 Seção 4.1 Macrodimensão das Etapas...98 Seção 4.2 As Microdimensões, Atividades Inerentes e Resultados Pretendidos...99 4.2.1 Dados do Diagnóstico Técnico...99 4.2.2 Composição da Análise Situacional... 108 4.2.3 Fatores da Matriz Fofa... 110 4.2.4 Os Referenciais Estratégicos... 113 4.2.5 Determinação dos Macro-Objetivos... 116 4.2.6 Gestão do Plano de Desenvolvimento... 119 4.2.7 Divulgação e Implementação do Plano de Desenvolvimento... 120 Seção 4.3 Operacionalização do Processo de Planejamento... 120 Seção 4.4 Explicação Resumida Sobre a Matriz de Vester... 126 UNIDADE 5 PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL: Uma Proposta Metodológica... 129 Seção 5.1 Origens do Método... 130 Seção 5.2 Metodologia Proposta... 131 Seção 5.3 A Estrutura do Modelo Proposto... 134 REFERÊNCIAS... 141 4

Conhecendo o Professor EaD GESTÃO PÚBLICA IV SÉRGIO LUÍS ALLEBRANDT Sou natural de Marques de Souza-RS (então 5 distrito do município de Lajeado). Passei minha infância e adolescência em Lajeado, onde cursei o primário, o ginásio, o científico e o técnico em Contabilidade, todos na Escola Evangélica Alberto Torres. Desde os 12 anos trabalhei em diversas atividades para auxiliar a família em sua pequena empresa de atacado e transporte, e a partir dos 17 anos passei a trabalhar em atividades vinculadas à Contabilidade e à gestão de organizações do setor empresarial, público e, em especial, do Terceiro Setor. Em 1972 passei a morar em Ijuí-RS, onde obtive o título de Licenciado em Ciências (1977) e de Bacharel em Ciências Contábeis (1979). No período de vida estudantil universitária fui presidente do Diretório Acadêmico Jackson de Figueiredo, tendo realizado e coordenado a 1ª Semana de Cultura no Município de Ijuí, em 1974. Fui também fundador e presidente (1982) do Fotocineclube Roquette Pinto. Estas atividades extracurriculares foram fundamentais para a visão de mundo voltada para uma cidadania ativa e de protagonismo da sociedade civil nas relações com o Estado e o mercado. Nos meus estudos depois da Graduação, obtive o título de Especialista em Contabilidade na Unijuí (1983) e fiz uma Pós-Graduação em Administração (com área de concentração em Administração Pública) na Universidade Federal de Santa Catarina UFSC (1986/1988). Sou mestre em Gestão Empresarial pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro Ebape/FGV (1999/2001) e atualmente estou na fase final de elaboração de uma tese para obter o título de doutor junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade de Santa Cruz do Sul Unisc (2005/2009). 5

Sérgio Luis Allebrandt Exerci e exerço diversos cargos acadêmico/administrativos na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí): fui vice-reitor de Administração por três mandatos (1990/1998); chefe do Departamento de Ciências Contábeis, Econômicas e Jurídicas (1982/1984); coordenador do Colegiado de Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública (2002/2007); membro da Comissão Permanente de Pessoal Docente (2005/2007); membro do Conselho Universitário em diversos mandatos; membro de diversas Comissões, Câmaras Permanentes e Grupos de Trabalho. Atualmente sou membro do Colegiado de Cursos de Tecnologia na modalidade Educação a Distância e integrante do Comitê de Extensão e Cultura da Universidade. Por cinco anos, de 1975 a 1979, atuei como professor na Escola Cenecista Soares de Barros, em Ijuí, na maior parte do tempo de forma gratuita, integrando-me a um grupo de voluntários que impediram o fechamento da referida escola. Ocupei e ocupo cargos político/administrativos no âmbito da Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (Fidene): fui diretor executivo por quatro gestões (1978/1981, 1990/1993, 1993/1996 e 1996/1998); diretor geral do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Regional (IPD) por duas gestões (1999 a 2004); membro da Assembléia Geral da Fidene (1978/1981, 1990/2004); membro do Conselho Curador da Fundação (gestão 1981/1984) e membro titular do Conselho Diretor da Fundação (gestões 2005/2007 e 2008/2010). Também possuo experiência na administração pública municipal: fui secretário geral do município de Ijuí e secretário municipal da Fazenda de Ijuí no último período da gestão 1982/1988 e Secretário de Planejamento do Município de Ijuí no primeiro período da gestão 1989/1992. Como cidadão ativo, atuo de forma voluntária em diversos espaços públicos da sociedade civil: atualmente sou coordenador geral do Conselho de Desenvolvimento do Município de Ijuí Codemi (gestão 2007/2008 e 2008/2009) e 1 vice-presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Noroeste Colonial Corede/Norc (gestão 2008/2009). Em 2008 coordenei o processo 6

GESTÃO PÚBLICA IV de atualização e revisão do Plano Estratégico Participativo de Desenvolvimento de Ijuí, com a realização de dois Fóruns Municipais de Desenvolvimento; o processo de Consulta Popular do Estado do RS, e a realização de dois Seminários de Integração dos Conselhos Municipais de Ijuí. Em 2009 integro a Coordenação Geral do Processo do Planejamento Plurianual (PPA) Comunitário Participativo de Ijuí, da Comissão Municipal de Avaliação do Contrato de Concessão dos Serviços de Água e Esgoto do Município de Ijuí para a Corsan e da Comissão de Avaliação da Planta de Valores dos Imóveis Urbanos de Ijuí. Participo ainda de Grupos de Trabalho (GTs) que assessoram o Fórum dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, integrando o GT que atua na definição de me todolog i a para a e labora ção de Planos E st raté gi cos Participativos de Desenvolvimento Regionais e Municipais e coordenando o GT de Fortalecimento dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento (Comudes). Em 2008 fui delegado da Região Funcional de Planejamento 7 nas Assembleias Estaduais do Programa Sociedade Convergente do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa do RS. Como professor tempo integral da Unijuí, atuo no ensino, na extensão e na pesquisa: de 1978 a 1984 estive lotado no Departamento de Economia e Contabilidade, atuando em diversos componentes da área da teoria contábil e da análise econômico-financeira; desde 1985 estou lotado no Departamento de Estudos da Administração, lecionando os componentes curriculares Gestão Pública I, II e IV, Planejamento Governamental, Planejamento Municipal I e II, Conselhos Gestores de Políticas Públicas, Projeto de TCC, Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Planejamento Organizacional, Estratégias Organizacionais, Estrutura e Processos Organizacionais, Pesquisa em Administração, Gestão Estratégica e Tópicos Especiais em Administração: Gestão Pública e Social, entre outras. A partir de 2009 participo como docente do Programa de Mestrado em Desenvolvimento da Unijuí, no componente curricular Gestão Pública e Desenvolvimento. 7

Sérgio Luis Allebrandt No âmbito da extensão, coordeno o Programa Gestão Social e Cidadania, que desenvolve e mantém o GSC-Dados, um banco de dados e informações sobre os 496 municípios gaúchos e os 385 municípios gaúchos, catarinenses e paranaenses que integram a Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul; produz e veicula o GSC-Rádio, um programa semanal de rádio sobre temas de gestão pública, desenvolvimento local e regional e cidadania; o GSC-Conselhos, um banco documental sobre o marco legal e a prática dos conselhos gestores de políticas públicas dos 77 municípios da Região Funcional de Planejamento 7; e o GSC-Educação Continuada, que realiza oficinas e seminários para capacitação de conselheiros municipais e regionais. Este programa disponibiliza as informações na Internet através do GSC-Portal <http:// projetos.unijui.edu.br/cidadania/portal>. No âmbito da pesquisa fui fundador do Grupo Interdisciplinar de Estudos em Gestão Pública, Desenvolvimento e Cidadania, tendo sido líder de 2002 a 2007 e, atualmente, 2 líder. Coordeno a pesquisa As políticas públicas na perspectiva da desigualdade no noroeste gaúcho, integrante de uma rede da qual participam sete universidades brasileiras, além da pesquisa A Cidadania e o Processo de Desenvolvimento Local e Regional: um Estudo Sobre a Atuação dos Conselhos Municipais e Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, de 1990 a 2007, objeto da tese de Doutoramento. Sou autor do livro A participação da sociedade civil na gestão pública, publicado pela Editora Unijuí em 2002. Em 2006 participei como co-autor da edição do Dicionário sobre Desenvolvimento Regional, publicado pela Edunisc. Em 2008 fui organizador de dois livros de Gestão Pública, voltados para o curso de Gestão Pública da Unijuí, e autor de um capítulo do livro Desenvolvimento regional, democracia local e capital social, organizado pelos professores Marcello Baquero (UFRGS) e Dejalma Cremonese (Unijuí). Participei de diversos eventos, tendo apresentado e publicado, como autor principal ou coautor, sete artigos completos em anais de eventos internacionais (4) e nacionais (3), além de sete resumos em eventos de caráter regional. Participei como painelista ou palestrante convidado em eventos de caráter 8

GESTÃO PÚBLICA IV estadual e regional. Em 2009 organizei três livros para o curso de Gestão Pública, juntamente com outros colegas professores e pesquisadores. Mantenho ainda um blog em que abordo questões vinculadas à gestão pública e ao desenvolvimento, especialmente quanto aos espaços públicos de participação social, no endereço <http://professorallebrandt.blogspot.com>. Acima de tudo, considero-me um eterno aprendiz, em especial com base nas experiências de vida trazidas pelos alunos para a problematização do processo ensino-aprendizagem nos espaços reais e virtuais das inter-relações do processo coletivo de construção do conhecimento. 9

Sérgio Luis Allebrandt MARCOS PAULO DHEIN GRIEBELER Bem, apresentação para mim deve ser sucinta e objetiva. Desta forma, para quem ainda não teve a grata surpresa de me conhecer, chamo-me Marcos Paulo Dhein Griebeler (ainda bem que tem a foto, pois daqui a pouco as meninas iam pensar que era o ator). Bom, solteiro, 34 anos, sem vícios e nascido em Pelotas. Com dois anos de rica vida e saúde, porém, minha mãe voltou para o interior de Montenegro, onde praticamente passei toda minha infância e adolescência. Durante esse período (dos 7 aos 18 anos cresci em um mercado e açougue de propriedade do meu pai por isso, açougueiros, não tentem me enganar) permaneci com a vida voltada para a rotina casa-mercado. Logo em seguida decidi trabalhar fora, arrumando emprego em uma empreiteira de estradas, com sede em Esteio. No início estava eu na função de apontador na referida empresa. Por uma decisão da mesma fui transferido para outra obra, agora no município de Candelária, mais precisamente na Linha do Rio, permanecendo lá por um ano e meio. Voltei para Montenegro. Como havia escrito antes, pretendo também aqui ser sucinto, afinal você quer mesmo é saber da disciplina, métodos de avaliação, etc. Por isso, após voltar para Montenegro, recebi um convite para trabalhar em outra empresa do ramo de construção de estradas. Desta vez, migrei para Forquetinha, então distrito de Lajeado e atualmente município. Depois mais vieram Santa Cruz do Sul, Barros Cassal e, finalmente caí de paraquedas na sede da empresa, em Canoas. Como a previsão era de permanência efetiva nesse município, decido voltar a estudar. Corria o ano 2000. É claro, o curso de Administração foi o escolhido pela sua ampla gama de assuntos e possibilidades. Cursado no Centro Universitário La Salle (ah, professora Cláudia, que saudades de você!), acredite, consegui a carteirinha de Administrador em dezembro de 2004. Em seguida segui em uma especialização Pedagogia Empresarial concluída em 2006 na mesma Instituição (e claro, a saudade da professora Cláudia continuava...). Durante esta especialização entrei em contato com um 10

GESTÃO PÚBLICA IV texto do professor Dieter Rugard Siedenberg (sim, aquela figuraça mesmo!) sobre a temática do Desenvolvimento Regional, que muito me interessou. Mudei-me para Montenegro, e com essa nova leitura, participei de um processo seletivo para o Mestrado em Desenvolvimento Regional em Santa Cruz do Sul (quem diria que voltaria a Santa Cruz do Sul?) no mesmo ano, no qual fui selecionado, e de março de 2007 a novembro de 2008 consegui fazer o Dieter ganhar algumas rugas e eu o título de mestre em Desenvolvimento Regional. Ah, ia me esquecendo: nesse meio-tempo atuava como professor de Logí sti ca no Insti tuto de E ducação São José, e m Montenegro. Bom, na sequência participei do processo seletivo para o Doutorado, também em Desenvolvimento Regional, em Santa Cruz do Sul. Já em janeiro de 2009 tomei conhecimento de uma vaga para professor na Unijuí e cá está você, vendo minha foto. Meios para se comunicar (ou para discordar de minhas opiniões) não faltam. Tem e-mail (marcos.dhein@unijui.edu.br; marcosadmrs@hotmail.com MSN também: marcosp@craweb.org.br), twitter (é, o professor tem também: http://twitter.com/mpdg2), telefone (51-99112369) e caso tenha algum assunto que lhe interesse, você pode visitar sem precisar pagar ingresso meu blog <http://desenvolvimentoemquestao. blogspot.com/>. Bom, a priori creio que esta é a versão oficial da figurinha. Um forte abraço a todos e um bom começo na disciplina. 11

Sérgio Luis Allebrandt CLAUDIO EDILBERTO HÖFLER Nasci em 26 de fevereiro de 1966, no município de Três Passos/RS. Em 1973, iniciei as atividades escolares, ingressando na primeira série do primeiro grau, quando comecei a conhecer muitos colegas e a ter contato com leituras e a escrita. No ano de 1977 frequentei a Escola Evangélica Ipiranga, no município de Estrela/RS. Retornei a Três Passos/RS em 1984 e concluí o 2 grau na Escola Estadual Erico Verissimo. Sou graduado em Administração e Especialista em Marketing, cursos realizados na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). Mestre em Gestão Pública pela Universidade Nacional de Misiones/Argentina e doutorando em Administração pela mesma Universidade. Atualmente sou pró-reitor da Unijuí campus Santa Rosa e como professor, estou vinculado ao Departamento dos Estudos da Administração (DEAd) da Unijuí desde 2004. Exerci o cargo de diretor geral do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Regional da Fidene/Unijuí no período 2005 a 2007. Fui coordenador da Assessoria e Serviços Comunitários da Fidene em 2007 e 2008 e também exerci o cargo de diretor executivo da Associação IPD no período 2006 a 2008. Participei da diretoria da Associação Brasileira para Promoção (Participe) como tesoureiro entre 2007 e 2008. Atuei também no Projeto Prorenda Agricultura Familiar, no período de 1998 a 2000, na Região Fronteira Noroeste, assumindo, inclusive, a coordenação desse projeto. Dediquei um período de minha vida como perito de curto prazo para a GTZ Sociedade de Cooperação Alemã nos anos de 1996 e 1997. Trabalhei como técnico em Projetos de Educação e Recuperação Ambiental; Também, pela formação que busquei, tenho atuado como especialista em Organização Social e na formulação de Planos Estratégicos Municipais e Empresariais. Atuei como coordenador do Fórum Regional do Turismo Rota do Rio Uruguai na Região 12

GESTÃO PÚBLICA IV Fronteira Noroeste no período de 2000 a 2005, e no auxílio da formatação do Consórcio Intermunicipal de Turismo Rota do Rio Uruguai. Também participei da diretoria da Agência de Desenvolvimento de Santa Rosa no período de 2002 a 2003. Atuei como assessor do Corede na região Fronteira Noroeste no período de 2003/2004, auxiliando na realização da primeira Consulta Popular. Enfim, sempre estive envolvido em comissões, coordenação de conselhos, ações comunitárias, feiras municipais, bem como em assessorias para diversas empresas e prefeituras da região Tenho participado de diversos projetos de pesquisa nas linhas do desenvolvimento, estratégias, processos e projetos e tenho produzido vários artigos, textos e livros. 13

Sérgio Luis Allebrandt Dieter Siedenberg É natural de Ijuí (RS), onde cursou primário, ginásio e científico. Quase cinquentão, portanto. Concluiu os cursos de Graduação em Administração de Empresas e Ciências Contábeis pela Unijuí, ainda no milênio passado. Da mesma forma, realizou e concluiu seu Mestrado em Planejamento Regional na Universidade de Karlsruhe (Alemanha), como bolsista do Daad (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico) entre 1987 e 1990. Ingressou na carreira acadêmica em 1990, atuando como docente no Departamento de Estudos da Administração (DEAd) da Uni juí. Entre 1990 e 1995 também atuou numa equipe multidisciplinar mantida por esta mesma instituição, dedicada à elaboração de Planos Diretores de Desenvolvimento, bem como aos estudos sobre o tema e assessoria de planejamento para o desenvolvimento de municípios e regiões. Em 1996 iniciou seu Doutorado na Universidade de Tübingen (Alemanha), no Institut für Wirtschaftsgeographie, como bolsista da Capes. Nesta etapa de sua qualificação debruçou-se sobre questões relacionadas ao desenvolvimento regional, concluindo seu Doutorado em 2000. No seu regresso ao Brasil, retomou as atividades docentes e de pesquisa no DEAd e, pouco tempo depois, passou a atuar também como professor no Programa de Mestrado em Desenvolvimento, mantido pela Unijuí, a partir de 2002. Concomitantemente passou a atuar como docente do Programa de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional, mantido pela Unisc, em Santa Cruz do Sul (RS). Desde então a sua vida acadêmica entrou no tranco. Esporadicamente presta assessoria ao Fórum dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, uma vez que suas pesquisas estão direcionadas a questões ligadas ao planejamento e desenvolvimento regional, gestão pública, cidadania e temas afins. Em função disso, possui alguns livros, capítulos de livros e artigos, publicados, bem como trabalhos apresentados sobre estes temas, participando ainda de grupos de pesquisa e orientando graduandos, mestrandos e doutorandos sobre assuntos correlatos. 14

GESTÃO PÚBLICA IV É descendente não fanático de alemães (mas também, com esse nome!), casado com Solange Siedenberg, professora, dois filhos (estoque humano reposto), todos gremistas. A sua ficha acadêmica está no Lattes, atualizada por força das circunstâncias profissionais. E, se depois de tudo isso a curiosidade ainda não estiver estancada, o negócio é perguntar diretamente... 15

Apresentação EaD GESTÃO PÚBLICA IV O componente curricular Planejamento Estratégico Local integra o último bimestre do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública. Como propõe o Projeto Político-Pedagógico, este componente tem uma dupla função: abordar diferentes instrumentos e modelos que orientam o planejamento no setor público, conhecendo a sua concepção teórica, e ao mesmo tempo constituir-se no principal desafio do curso para utilizar esses modelos e instrumentos na prática, consolidando-se enquanto produto de conclusão de curso. Organizou-se o livro em cinco unidades. A primeira trata da mensuração do desenvolvimento e dos processos de inclusão e exclusão social. No processo de instituição de políticas públicas inclusivas um grande desafio é a criação de instrumentos de mensuração, como indicadores de inclusão social, indicadores de exclusão social ou indicadores de desenvolvimento. Os indicadores são ferramentas constituídas por uma ou mais variáveis que, associadas de diversas formas, revelam significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem. Os indicadores são instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado na construção do desenvolvimento sustentável. A unidade aborda deferentes indicadores, detalhando em especial o índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), o Índice de Exclusão Social (IES) e o Índice de Desenvolvimento Econômico e Social (Idese). A segunda unidade trata dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) para a Gestão Municipal. Em um primeiro momento expõe sucintamente o porquê da criação dos ODMs pela Organização das Nações Unidas ONU em 2000. Logo a seguir descreve e exemplifica onde e como se aplicam cada um desses oito objetivos estabelecidos e que visam a oferecer uma melhor qualidade de vida à população mundial, por intermédio de ações e sugestões de práticas voltadas para tal intuito. Faz ainda um apanhado geral de como estas ações podem ser executadas em cada um dos 5.565 municípios brasileiros. A unidade três apresenta os fundamentos do planejamento, concebido como instrumento essencialmente democrático e participativo, capaz de provocar mudanças na sociedade e na qualidade de vida dos cidadãos. Nas suas diversas seções trata de um conjunto de variáveis inerentes a qualquer modelo de planejamento, entendido como um processo que busca a concretização de planos de desenvolvimento de determinado território. Na quarta unidade descreve-se uma metodologia de planejamento a ser empregada para o processo de elaboração de planos de desenvolvimento de microrregiões e macrorregiões de um Estado. O modelo proposto está baseado na metodologia adotada pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Coredes), e que foi desenvolvida por 17

Sérgio Luis Allebrandt um Grupo de Trabalho do Fórum dos Coredes. A proposta aqui descrita, no entanto, pode servir para orientar o processo de planejamento de outras regiões do país, bem como, com as devidas adaptações, para processos de planejamento de municípios e suas divisões territoriais em bairros e distritos. A última unidade do livro apresenta outra proposta metodológica para orientar o processo de planejamento do desenvolvimento, desta vez com ênfase no local, no processo de elaboração de planos de desenvolvimento de municípios. Trata-se de um modelo simples, de fácil aplicabilidade, mas que, como no modelo apresentado na unidade quatro, também tem uma preocupação fundamental com a etapa da elaboração de projetos para a ação. Infelizmente, na grande maioria dos municípios as ações voltadas a investimentos no desenvolvimento ainda são vistas como aumento de custos e não como estratégias de desenvolvimento que alavancam alternativas de geração de renda e empregos, contribuindo assim para a qualidade de vida futura da população. A existência de instrumentos e métodos que orientem estas novas posturas necessárias aos agentes políticos e à sociedade local pode facilitar esse importante processo de mudança. Tem-se a expectativa que o conteúdo e a forma de apresentá-lo e tratá-lo sejam de grande utilidade para os alunos, tanto com vistas a empregar estes instrumentos/modelos para o exercício acadêmico, como, desde agora e no futuro, com as melhorias e aperfeiçoamentos que os próprios alunos vão agregar com base na experiência e retomada constante dos processos de ensino-aprendizagem, orientem a ação dos gestores públicos tendo no horizonte sempre presente o objetivo de melhorar a vida de todos os cidadãos brasileiros. 18

Unidade 1 EaD GESTÃO PÚBLICA IV MENSURANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A INCLUSÃO/EXCLUSÃO SOCIAL Sérgio Luís Allebrandt OBJETIVOS DESTA UNIDADE Conhecer processos de mensuração do desenvolvimento e da inclusão/exclusão social. Conhecer diversos índices-sínteses e indicadores empregados em processos de planejamento do desenvolvimento. Entender a prática de análise utilizando indicadores e índices-sínteses. AS SEÇÕES DESTA UNIDADE Seção 1.1 Desenvolvimento e utilização de Indicadores Sociais. Seção 1.2 Índices e Indicadores mais utilizados. Seção 1.3 Detalhando três Índices: IDH-M, Idese e IES. Seção 1.4 A análise com base em diferentes índices aplicados a uma mesma região ou grupo de municípios. Seção 1.5 À guisa de conclusão. Esta Unidade aborda o processo de mensuração da inclusão/exclusão social e do desenvolvimento sustentável por meio do emprego de indicadores sociais e índices-sínteses. Primeiramente aborda o desenvolvimento e a utilização de indicadores sociais, descrevendo um conjunto de indicadores amplamente utilizados atualmente. Em seguida analisa mais detalhadamente três índices: o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o Índice de Exclusão Social e o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico. Na sequência realiza uma breve análise destes índices aplicados ao grupo de 35 municípios gaúchos com população superior a 50 mil habitantes na área urbana. Na conclusão apresenta algumas sugestões com vistas ao aperfeiçoamento dos índices utilizados ou para integrar um possível novo índice que abrangesse um conjunto mais amplo de dimensões da realidade econômico-social dos municípios, regiões e suas populações. 19

Sérgio Luis Allebrandt Seção 1.1 Desenvolvimento e Utilização de Indicadores Sociais Ao longo de muitas décadas era normal, no mundo todo, a prática de avaliar o bemestar das populações, países ou regiões, pelo tamanho de seu PIB per capita (o Produto Interno Bruto dividido pelo número de habitantes do país ou região). Nas últimas décadas, entretanto, foi-se generalizando o entendimento de que o progresso humano e a evolução das condições de vida das pessoas não podem ser medidos apenas por sua dimensão econômica. A partir de então foram sendo desenvolvidos e construídos diferentes indicadores sociais, com o objetivo de mensurar o desenvolvimento sustentável (não meramente econômico em sentido estrito), a qualidade de vida, o bem-estar das populações, o processo de inclusão/exclusão (afastamento ou proximidade) de patamares dignos de vida. No processo de instituição de políticas públicas inclusivas um grande desafio é o desenvolvimento de instrumentos de mensuração, como indicadores de inclusão social, indicadores de exclusão social ou indicadores de desenvolvimento. Os indicadores são ferramentas constituídas por uma ou mais variáveis que, associadas sob diversas formas, revelam significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem. Os indicadores são instrumentos essenciais para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado na construção do desenvolvimento sustentável. De acordo com Januzzi (2003), um indicador social pode ser definido como uma medida em geral quantitativa que carrega um significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, seja de interesse teórico para a pesquisa acadêmica, seja de interesse programático para a formulação de políticas públicas. Um indicador social é, portanto, um recurso metodológico que informa algo sobre determinado aspecto da realidade social ou sobre as mudanças que estão ocorrendo nesta realidade observada. Assim, os indicadores sociais são fundamentais para subsidiar as atividades de planejamento público e o processo de formulação e implementação das políticas públicas nas diferentes esferas de governo, sejam políticas voltadas à infraestrutura urbana, ao atendimento básico em saúde, a programas de qualificação de trabalhadores, etc. As diferentes fases do processo de formulação e estabelecimento das políticas requerem o uso de indicadores específicos. Na fase do diagnóstico indicadores do tipo produto, por exemplo, o número de médicos por 1.000 habitantes, o número de leitos hospitalares e o 20