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Transcrição:

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FINANCIAMENTO DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA compreendendo os sistemas de ensino federal, estadual e municipal, a Constituição Federal prevê que: Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos demais entes federativos, ou pelos estados aos seus municípios, não é considerada, para efeito desse cálculo, receita do governo que a transferir (art. 212, 1º) A distribuição dos recursos públicos deve garantir prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório (art. 212, 3º). A Educação Básica contará com uma fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas, na forma da lei, com cotas estaduais e municipais da arrecadação distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na Educação Básica em suas redes públicas de ensino (art. 212, 5º e 6º). Art. 213:e os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas.

LDB a União, em colaboração com os entes federativos, deve estabelecer um padrão mínimo de oportunidades educacionais para o Ensino Fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, calculado anualmente, capaz de assegurar ensino de qualidade, considerando-se as variações regionais no custo dos insumos (art. 74). Emenda Constitucional nº 53, de 2006 Cria o FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que vigorou de 1998 a 2006 O FUNDEB é um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo por estado e Distrito Federal, num total de vinte e sete fundos), formado por parcela financeira de recursos federais e por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição Federal.

Com a EC-53/2006, o art. 60 do ADCT estabeleceu que até o ano de 2020, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem destinar parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição ao FUNDEB destinado à a manutenção e o desenvolvimento da Educação Básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação. FUNDEB EC-53/2006 regulamentada pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007 tem vigência estabelecida para o período de 2007 a 2020 com implementação iniciada em 2007 e concluída em 2009. O inciso V do art. 60 impõe que a União deve complementar os recursos dos Fundos estaduais sempre que, no Distrito Federal e em cada estado, o valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente, fixado no inciso VII, vedada para tanto a utilização dos recursos provenientes da contribuição social do salário-educação.

O funcionamento do FUNDEB deve obedecer a algumas disposições do art. 60 do ADCT e da Lei nº 11.494/2007: Art. 60, inciso II: Em cada estado, o FUNDEB é composto por 20% das seguintes receitas: _ Fundo de Participação dos Estados FPE. _ Fundo de Participação dos Municípios FPM. _ Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS. _ Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações _ Desoneração das Exportações (LC nº 87/96). _ Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações ITCMD. _ Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores IPVA. _ Cota parte de 50% do Imposto Territorial Rural arrecadado pela União, e devida aos municípios.

Além desses recursos, recursos da União também serão alocados ao FUNDEB, a título de complementação financeira, com o objetivo de assegurar o valor mínimo nacional por aluno/ano (R$ 2.221,73 em 2013) a cada estado, ou ao Distrito Federal, em que este limite mínimo não for alcançado com recursos dos próprios governos. Os recursos do FUNDEB são distribuídos de forma automática (sem necessidade de autorização ou convênios para esse fim) e periódica, mediante crédito na conta específica de cada governo estadual e municipal. A distribuição dos recursos do FUNDEB é realizada com base no número de alunos da educação básica pública, conforme dados do último censo escolar, sendo computados os alunos matriculados nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme art. 211 da Constituição Federal. Ou seja, os municípios recebem os recursos do FUNDEB com base no número de alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, e os estados, com base no número de alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Esse é um mecanismo de indução para que o ente federativo cumpra seus encargos na educação, uma vez que o dinheiro segue o aluno.

Distribuição dos recursos do FUNDEB, o 4º do art. 60 do ADCT informa que se deve levar em conta a totalidade das matrículas no Ensino Fundamental e se deve considerar, para a educação infantil, o Ensino Médio e a educação de jovens e adultos (EJA), 1/3 das matrículas no primeiro ano, 2/3 no segundo ano e sua totalidade a partir do terceiro ano. Incisos do caput do art. 60 do ADCT e o seu 5º detalham as condições do repasse aos Fundos e sobre os próprios Fundos e impõem sanção para o descumprimento dos montantes dos repasses crime de responsabilidade da autoridade competente (inciso XI do art. 60). 3º, o valor anual mínimo por aluno do Ensino Fundamental, no âmbito do FUNDEB, não poderá ser inferior ao valor mínimo fixado nacionalmente para a complementação da União. Lei 11.494/2007 a instituição dos Fundos (art. 1º, parágrafo único) não isenta os estados, o Distrito Federal e os municípios da obrigatoriedade da aplicação, na manutenção e no desenvolvimento do ensino, dos recursos previstos em outros artigos da Constituição e da LDB. Art. 28 estabelece a possibilidade de intervenção da União nos estados e no Distrito Federal, e de intervenção estadual nos municípios, caso o art. 212 da Constituição seja desrespeitado.

Lei 11.494/2007 estabelece: (a) a organização dos Fundos, a distribuição proporcional de seus recursos, as diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por aluno entre etapas e modalidades da Educação Básica e tipos de estabelecimento de ensino; (b) a forma de cálculo do valor anual mínimo por aluno; (c) os percentuais máximos de apropriação dos recursos dos Fundos pelas diversas etapas e modalidades da Educação básica, respeitadas as metas do PNE; (d) a fiscalização e o controle dos Fundos; e (e) o prazo para fixar, em lei específica, piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da Educação Básica. O piso salarial nacional para profissionais da educação pública foi aprovado na Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, considerada constitucional pelo STF em 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2008/lei/l11738.htm>. Acesso em: 13 jun. 2013.

Quanto à utilização dos recursos: Art. 21, 1º da Lei 11.494/2007 os recursos podem ser aplicados pelos estados e municípios indistintamente entre etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de ensino da Educação Básica em seus respectivos âmbitos de atuação prioritária, vedado seu uso para financiamento de despesas não relacionadas à manutenção e ao desenvolvimento da Educação Básica (art. 22, inciso I), como a LDB prevê em seu art. 71. O inciso XII do art. 60 do ADCT fixa que proporção não inferior a 60% de cada Fundo estadual será destinada ao pagamento dos profissionais do magistério da Educação Básica em efetivo exercício. Os 40% restantes devem ser dedicados a atividades como: (a) remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e dos profissionais da educação; (b) aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino; (c) realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento do ensino; (d) concessão de bolsas de estudo; e (e) aquisição de material didáticoescolar e manutenção de transporte escolar (BRASIL, 2008, p. 25-30).

As transferências da União aos entes federados a título de apoio financeiro à execução das ações do Plano de Ações Articulada (PAR) serão realizadas pelo FNDE, que utiliza o Termo de Compromisso para efetuar a transferência direta. Os recursos deverão ser liberados aos órgãos e entidade dos Estados, Distrito Federal e Municípios mediante depósito em contas-correntes específicas, mantidas exclusivamente em instituições financeiras oficiais federais com as quais o FNDE mantenha parcerias, conforme cronograma de desembolso estabelecido no Termo de Compromisso. Essas transferências estão condicionadas ao cumprimento do Termo de Compromisso, que deverá conter, no mínimo: i-identificação e delimitação das ações a serem financiadas; ii-metas quantitativas; iii-cronograma de execução físico-financeira; iv-previsão de início e fim da execução das ações e da conclusão das etapas ou fases programadas.