O Manejo Ecológico de Pragas e Doenças

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Transcrição:

O Manejo Ecológico de Pragas e Doenças Dra. Andrea Brechelt Rede de Ação em Praguicidas e suas Alternativas para a América Latina (RAP-AL) 1

Agradecimento Agradeço a todos os escritores e a todas as escritoras deste mundo por me darem a possibilidade de aprender com seus livros, manuais e folhetos. Espero, de coração, que este manual seja estudado com a mesma intensidade com a qual eu tenho lido as publicações de vocês e espero também que seja útil para muita gente. A Autora Título: Manejo Ecológico de Pragas e Doenças Autora: Dra. Andrea Brechelt Fundação Agricultura e Meio Ambiente (FAMA) República Dominicana Editado por: Rede de Ação em Praguicidas e suas Alternativas para a América Latina (RAP-AL) Av. Providencia No. 365 Dpto.41, Santiago de Chile, Chile Tel. /Fax: 56-2-341 6742 rapal@rapal.cl Primeira Edição: Abril de 2004 Impressão: Revisão: María Elena Rozas, Agnes Valvekens e Fernando Bejarano G. Responsável pela Edição em português: Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor CAPA - Núcleo de Santa Cruz do Sul. Rua Thomas Flores, 805 - fundos Caixa postal 471 96810-090 - Santa Cruz do Sul - Brasil - RS Tradução e revisão: Hildegard Susana Jung Jaime Miguel Weber (CAPA) jaime@viavale.com.br A publicação deste Manual foi possível graças ao apoio de: HIVOS, Fundo Biodiversidade /Holanda; Sociedade Sueca pela Conservação da Natureza. 2

Índice 1. Introdução 2. A problemática da agricultura convencional 3. O conceito de pragas 4. As causas da aparição de pragas 5. Os inseticidas como uma solução 5.1 Organoclorados 5.2 Organofosforados 5.3 Carbamatos 5.4 Piretroides 6. O conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP) 7. Medidas para a proteção natural dos cultivos contra pragas e doenças 7.1 Cultivos mistos e diversificação 7.2 Rotação de cultivos 7.3 Ritmo natural dos insetos 7.4 Preparação do solo 7.5 Cercas vivas 7.6 Armadilhas 7.7 Organismos benéficos 7.7.1 Os diferentes tipos de organismos e seus efeitos 7.7.2 Métodos de utilização 7.8 Extratos de plantas 7.8.1 O Nim (Azadirachta indica A. Juss), Fam. Meleaceae 7.8.2 A Violeta (Melia azedarach), Fam. Meliaceae 7.8.3 O Alho (Allium sativum), Fam. Liliaceae 7.8.4 A Pimenta Picante (Capsicum frutescens), Fam. Solanaceae 7.8.5 O Papaia (Carica papaya), Fam. Caricaceae 7.8.6 O Guanabano (Annona muricata), o Mamão (Annona reticulata), Fam. Anonaceae 7.8.7 O Fumo (Nicotiana tabacum), Fam. Solanaceae 7.8.8 O Piretro. (Chrysanthemum cinerariefolium), Fam. Asteraceae 7.8.9 Outros inseticidas botânicos 7.8.10 Outros extratos 8. Reflexões finais Anexos Literatura consultada Tabelas 3

4

1. Introdução A agricultura moderna, com a implementação de monocultivos em grande escala, tem provocado vários problemas no que se refere às doenças e pragas resistentes e especializadas nas plantas cultivadas. A utilização excessiva de praguicidas de origem química e sem prévia assistência técnica, em lugar de resolverem o problema, tem produzido fortes danos à produtividade da agricultura, ao ser humano e à natureza. Atualmente, muitas instituições estão em busca de alternativas menos prejudiciais, aproveitando as defesas naturais dos organismos e reorganizando completamente as técnicas de cultivo tradicionais. 2. A problemática da agricultura convencional O crescimento da população mundial e, por conseqüência, o aumento da necessidade alimentícia, causaram há aproximadamente 30 anos o início da revolução verde, que tinha como única prioridade o aumento da quantidade de alimentos a qualquer custo. Desde então, realmente tem sido possível ver no mundo uma mudança extraordinária na tecnologia agropecuária e, sem dúvida, um aumento na produção. Mas ao mesmo tempo também começaram a aparecer efeitos negativos que não haviam sido calculados. Para poder aumentar a produção, havia que aumentar notavelmente a aplicação de insumos agrícolas. Como as plantas se alimentam dos nutrientes do solo e avançam em seu crescimento segundo a disponibilidade destes nutrientes no lugar, se começou a utilizar fertilizantes sintéticos em grandes quantidades. Além de uma maior produção, o uso destes fertilizantes tem várias desvantagens fortes. Os nutrientes aplicados desta maneira praticamente não realizam nenhum tipo de intercâmbio com o solo e uma grande parte deles se perde por erosão no solo e por livre liberação, o que pode causar um efeito muito negativo para a água e por conseqüência para os arroios e rios. A concentração inadequada de certos nutrientes na água causa um crescimento anormal das plantas e animais e um uso exagerado de oxigênio, causando um colapso neste ecossistema. Por outro lado, o aumento da produção agrícola e especialmente a produção em monoculturas, tem criado um aumento extraordinário de insetos, pragas e doenças especializados exatamente neste cultivo. Na natureza não existem pragas. Fala-se de praga quando um animal, uma planta ou um microorganismo, aumenta sua densidade a níveis anormais y afeta direta ou indiretamente à espécie humana, seja porque virá a prejudicar sua saúde, sua comodidade, prejudique as construções ou os prédios agrícolas, florestais ou currais, dos quais o ser humano obtém alimentos, forragens, têxteis, madeira, etc. Ou seja, nenhum organismo é praga per se. O conceito de plaga é artificial. Um animal se converte em praga quando sua densidade aumenta de tal maneira, que causa uma perda econômica ao ser humano. A multidão de problemas fitos sanitários se combate há muito tempo com inseticidas químicos. Muito mais ainda na agricultura convencional, onde são considerados 5

Tabela 3: Fatores que determinam a toxicidade dos pesticidas. Fatores que intervêm durante Tipo de Contato o contato com o pesticida Condições climáticas Contato com a pele Tipo e condições de cultivo Tipo de pesticidas Concentração aplicada Formulação Ingredientes inertes Contato por deglutição (oral) Método de aplicação Condições da equipe Duração da aplicação Direção do vento Contacto por aspiração Atenção durante o trabalho Entre outros fatores Fonte: Schwab, A. (adaptado) (1989). Efeitos Sintomas diretos: Enjôo, vômito, contrações espasmódicas, coma. Sintomas crônicos: Prejuízos ao fígado e aos rins, esterilidade, mudança de hemograma, tumores, reações alérgicas, mudanças dermatológicas, entre outros. como a única solução para referidos problemas, causando efeitos imediatos para reduzir expressivamente a população de insetos, de maneira efetiva e no momento oportuno. Mas este uso discriminado de químicos na proteção dos cultivos tem causado graves problemas à saúde humana e ao meio ambiente. Também não pôde eliminar ou reduzir as pragas e doenças que têm atacado as plantações. A situação é ainda pior. A aplicação permanente de substâncias químicas tem feito com que os insetos e outros organismos se mostrassem resistentes a estas substâncias, significando que já não surtem nenhum efeito, e que requerem una dose cada vez maior. Se no ano de 1938 existiam somente 7 espécies de insetos resistentes aos 5 grupos de inseticidas más importantes (DDT, Aldrim, Dieldrim, Endrim, Heptacloro, Organo-fosforados, Carbamatos, Piretrinas), hoje em dia praticamente não existem organismos daninhos de importância econômica que não tenham desenvolvido resistência, no mínimo, contra uma dessas substâncias ativas. Estes efeitos têm aumentado de uma maneira extraordinária os custos de produção, com resultados muitos negativos no que se refere à competitividade no mercado mundial, tanto no preço, como na qualidade do produto. Existem diferentes classes de pesticidas (Tabelas 1 e 2 no anexo). Entre eles, de uma 6 maneira geral, os inseticidas são os mais tóxicos para o ser humano. Mas os pesticidas com menos toxicidade aguda também correm o risco de permanecer por longo tempo na cadeia alimentícia, chegando de maneira concentrada ao ser humano, como por exemplo, os organoclorados. Outros são sumariamente cancerígenos ou causam mutações e reações alérgicas. A toxicidade dos pesticidas para o aplicador depende da forma de contato e das condições físicas do homem (Tabela 3). Como especialmente ocorre na região tropical, onde os aplicadores não usam roupa de proteção e muitas vezes não conseguem ler as instruções e indicações, as intoxicações são muito freqüentes e muitos casos terminam com a morte (Tabela 4). Tabela 4: Estimativa das intoxicações por pesticidas ao ano em nível mundial Intoxicações Mortes Fontes 500,000 5,000 WHO 1973-20,640 Coppelstone 1977 750,000 13,800 Bull 1982 1.5 2.0 40,000 Sim 1983 milhões 1.5 milhões 28,000 Levine 1986

Na Região Tropical: Aplicou-se 15 % dos pesticidas em nível mundial! Registrou-se 50 % das intoxicações por pesticidas! Registrou-se 75 % dos casos de morte por pesticidas! Algumas investigações têm mostrado que 50% das intoxicações e 75% dos casos de morte por pesticidas acontecem em países da região tropical, apesar de que ali sejam aplicados somente 15% dos pesticidas utilizados a nível mundial. A OMS tem classificado os praguicidas segundo a sua toxicidade aguda, para advertir aos agricultores sobre o grau de periculosidade: Categorias Toxicológicas OMS (Organização Mundial da Saúde)! Contaminação do ar (organofosforados).! Contaminação do solo (organoclorados).! Contaminação da água (organoclorados e organofosforados).! Formação de resistências contra os pesticidas.! Eliminação dos inimigos naturais (produtos não seletivos).! Redução da população de abelhas.! Envenenamento de aves e peixes.! Redução da biodiversidade, entre outros. Até há muito pouco tempo atrás, muita gente pensava que os países em vias de desenvolvimento não tinham os fundos necessários para manterem seus recursos naturais, ou melhor, seus sistemas ecológicos intactos. A prioridade tem sido a produção de alimentos para uma população cada dia maior. Isto tem significado uma luta da tecnologia contra a natureza. Categoria toxicológica Ia Extremam ente perigoso Ib Altamente perigoso II Moderada mente perigoso II I Ligeirame n-te perigoso DL50 para o rato (mg/kg de peso do corpo Oral Dérmica Sólidos Líqui Sóli- Líqui a -dos a dos a -dos a 5 ou 20 ou 10 ou 40 ou meno meno meno meno s s s s >5-50 >20- >10- >40- >50-500 200 >200-2000 > 500 > 2000 100 >100-1000 > 1000 400 >400-4000 > 4000 b Conhecendo com o tempo os efeitos negativos desta forma de agricultura, pouco a pouco está sendo mudado o conceito da produção agrícola outra vez. O consumidor tem pedido produtos sadios, o agricultor pede mais segurança e o ecologista demanda a proteção do meio ambiente. Agora sabemos que somente a integração com as condições naturais permitirá uma produção estável, ecologicamente sadia, economicamente rentável e permanente. Os conceitos da agricultura orgânica asseguram esta estabilidade da produção agrícola, sem causar danos irreparáveis aos seres humanos, ao meio ambiente e sem usar muitos recursos econômicos. Nota: Esta tabela não mostra o efeito crônico Os pesticidas chegam de duas diferentes formas ao consumidor: com os resíduos nas hortaliças, ou através da cadeia alimentícia, concentrando-se e causando danos irreparáveis e permanentes à saúde humana (Tabela 5 no anexo). O impacto sobre o meio ambiente depende do tipo de fertilizante e pesticida. Os danos mais comuns são os seguintes: 7 3. O conceito de pragas Na natureza, como resultado de múltiplas pressões seletivas ocorridas no curso de milhões e milhões de anos, os organismos têm desenvolvido mecanismos de sobrevivência e reprodução que explicam sua existência atual. Mas, além de sua presença, advertimos que existe certo equilíbrio nas quantidades de plantas, animais e microorganismos. Ou seja, a ação combinada

de múltiplos fatores abióticos e bióticos, explica que os organismos mostrem uma abundância que, mesmo sendo variável, ela se mantém mais ou menos constante em torno de um valor médio típico. Assim, cada espécie em cada localidade exibe certa abundância característica ou típica; segundo a magnitude desse valor, uma espécie será pouco ou muito abundante. Pode-se afirmar que, na natureza, por causa do efeito recíproco de alguns organismos sobre outros, sob certas condições ambientais, estes muito raramente incrementam suas densidades, muito além de suas populações médias e, quando o fazem, com o tempo a situação retorna ao seu estado normal. Em outras palavras, na natureza não existem pragas. Chama-se de praga quando um animal, uma planta ou um microorganismo aumenta sua densidade a níveis anormais e como conseqüência disso, afeta direta ou indiretamente à espécie humana, seja porque prejudica a sua saúde, sua comodidade, prejudique as construções ou os prédios agrícolas, florestais ou destinados ao gado, dos quais o ser humano obtém alimentos, forragens, têxteis, madeira, etc. Ou seja, nenhum organismo é praga per se. Ainda que alguns sejam em potencial mais daninhos que outros, nenhum é intrinsecamente mau. O conceito de praga é artificial. Um animal se transforma em praga quando aumenta sua densidade de tal maneira, que passa a causar uma perda econômica al ser humano. Pragas-Chave São pragas que aparecem de forma permanente em grandes populações, são persistentes e muitas vezes não podem ser dominadas pelas práticas de controle; se não são aplicadas medidas de controle, podem causar severos danos econômicos. Somente poucas espécies adquirem esta categoria entre as plantações, geralmente porque não possuem inimigos naturais eficientes. Nesta categoria de pragas se baseiam as estratégias de controle nas plantações. As pragas-chave mais importantes na região tropical são as Moscas Brancas, os pulgões e as larvas de lepidópteros, entre outros, em vários cultivos. Pragas ocasionais São espécies cujas populações se apresentam em quantidades prejudiciais somente em certas épocas, enquanto que em outros períodos perdem importância econômica. O incremento populacional de uma maneira geral está relacionado com as mudanças climáticas ou com os desequilíbrios causados pelo homem. Pragas potenciais É preciso entender que, a grande maioria das espécies que aparece dentro de uma plantação, tem populações baixas, sem afetar a quantidade e a qualidade das colheitas. Mas se, por alguma circunstância, desaparecessem os fatores de controle natural, estas pragas potenciais poderiam passar às categorias anteriores. Por exemplo: a aplicação exagerada de inseticidas, que também mata os benéficos, e as monoculturas, entre outras atividades, pode causar esta mudança. Pragas migratórias São espécies de insetos não residentes nos campos cultivados, mas que podem chegar a eles periodicamente, devido a seus hábitos migratórios, causando severos danos. Podemos citar como exemplo as migrações de lagostas. A classificação de pragas pode sofrer algumas variações de apreciação, dependendo do sistema de produção agrícola. Aqui podemos citar como exemplo a agricultura de baixos insumos externos e a agricultura ecológica; nesta última, a dinâmica das pragas está condicionada pela biodiversidade gerada pelas características do sistema. Em um sistema conduzido dentro dos parâmetros da agricultura ecológica, as 8

pragas-chave reduzirão sua ação nociva, uma vez que se evita contar com somente uma espécie de planta, o que provocaria um incremento maior de sua população. Isto dependerá do tipo de cultivo, as dimensões da área de cultivo, as características do desenvolvimento da praga, as condições ambientais, etc., de tal maneira que a diminuição da colheita pela ação de uma praga-chave pode depender muito destes e outros fatores. A grande quantidade de problemas fitossanitários é combatida há muito tempo com inseticidas químicos. Muito mais ainda na agricultura moderna, onde são tratados como a única solução para referidos problemas, causando efeitos imediatos para reduzir expressivamente as populações de insetos de maneira efetiva e no momento oportuno. Mas, como resultado, vem provocando uma situação mais grave ainda. Especialmente na região tropical, se apresentam grandes problemas de intoxicações de agricultores y operários, efeitos residuais nos produtos agrícolas, contaminações de solo, água e ar, pragas resistentes contra praticamente todos os inseticidas disponíveis no mercado e como conseqüência de tudo isto, a destruição dos sistemas ecológicos. Nos sistemas agrícolas tradicionais, os métodos de proteção vegetal são basicamente preventivos, influenciando de maneira negativa as condições ambientais para as pragas e de maneira positiva para os insetos benéficos. Os sistemas ecológicos, além disso, são associações entre plantas, animais, microorganismos e os componentes abióticos. Cada ser vivente tem seu hábitat e sua convivência com outros seres vivos. Esta relação tem se desenvolvido durante um longo processo de adaptação e seleção. As regiões dedicadas à agricultura devem ser tratadas como sistemas ecológicos. Isto significa que é preciso adaptá-las às condiciones locais e levar em conta as leis ecológicas, para o desenvolvimento agropecuário. 4. As Causas do Surgimento das Pragas. É necessário analisar quais são os fatores que diferenciam os ecossistemas naturais dos ecossistemas artificiais (cultivos agrícolas, plantações florestais, fazendas de gado), para então tentar entender as causas do surgimento das pragas. Alguns destes fatores serão mostrados a seguir: Para suprir as suas necessidades alimentícias, de vestuário e de moradia, o ser humano tem transformado áreas de vegetação natural, de grande complexidade estrutural, em áreas uniformes de cultivos que, em certos casos, podem chegar a centenas de hectares plantados com um só tipo de cultivo. Na monocultura se apresenta uma superabundância de alimento, muito concentrado fisicamente - enquanto que, na natureza, o alimento é mais escasso e está mais espalhado-; essa disponibilidade do recurso permite que um organismo herbívoro ou inclusive patogênico possa alcançar níveis epidêmicos, de praga. Em conexão com a simplificação dos ecossistemas naturais, tem-se eliminado a vegetação silvestre que, segundo tem sido documentado em alguns casos, serve como fonte de alimento ou refúgio aos inimigos naturais (parasitas e predadores) das pragas, pelo que a densidade destes diminui e, de maneira concomitante, aumenta a densidade da praga. Certos cultivos exóticos, ao serem introduzidos em uma nova região, podem ser atacados por organismos que nunca haviam estado em contato com eles, e que se alimentam de plantas silvestres. Esta mudança de preferência, acrescentada à plantação extensiva do novo cultivo, favorece a conversão em praga de um organismo previamente inofensivo. Na natureza, e inclusive nas plantações, há alguns organismos que atacam aos outros e são denominados inimigos naturais. Estes podem ser classificados como predadores, parasitas ou 9

patogênicos, e mantêm certos insetos em baixas densidades (chamados pragas secundárias) que, se não existirem aqueles, alcançariam o status de praga primária. Na verdade, quando usamos exageradamente os praguicidas para combater uma praga primária, essas substâncias dizimam ou eliminam os inimigos naturais das pragas secundárias, motivo pelo qual estas podem alcançar densidades anormais e se converterem em pragas primárias. Assim, os praguicidas estarão, na verdade, fomentando a aparição de pragas. O ingresso acidental de um organismo em uma nova região ou país e o súbito incremento de suas densidades, criam um problema de praga que antes era inexistente. Com relação aos insetos, a aparição destas pragas exóticas, que muitas vezes não alcançam o status de praga no seu país de origem, se explica pelo ingresso dos inimigos naturais dessa praga, que conseguem mantê-la a baixas densidades naquele país. Certos gostos ou hábitos dos consumidores, ou pautas fixadas para a exportação de produtos agrícolas, fazem com que não se aceitem no mercado produtos com pequenos danos que não impediriam seu consumo, ou com dano aparente, puramente superficial. Ou seja, esses gostos, hábitos ou pautas convertem um dano aparente em um dano real, e ao organismo causador, de inofensivo em nocivo. 5. Os inseticidas como uma solução A maioria dos problemas fitossanitários é combatida desde séculos com inseticidas químicos. Muito mais ainda na agricultura moderna, são tratados como a única solução para referidos problemas, causando efeitos imediatos para reduzir expressivamente as populações de insetos de maneira efetiva e no momento oportuno. Os inseticidas químicos pódem ser divididos em quatro grandes grupos. 5.1 Organoclorados Este grupo de inseticidas se caracteriza por: Apresentarem em sua molécula átomos de carbono, hidrogênio, cloro e ocasionalmente oxigênio. Conterem anéis cíclicos ou heterocíclicos de carbono. Serem apolares e lipofílicos. Terem pouca reatividade química. Os compostos organoclorados são altamente estáveis, característica que os torna valiosos por sua ação residual contra insetos e por sua vez perigosa, devido ao seu prolongado armazenamento na gordura dos mamíferos. Dentro deste grupo de inseticidas encontramse compostos tão importantes como o DDT, BHC, clordano e dieldrim. Estes compostos provocaram uma revolução no combate aos insetos, por seu amplo intervalo ou espectro de ação e seu baixo custo; tem sido usado de maneira intensiva para controlar pragas agrícolas e tem importância médica. Possuem baixa toxicidade para mamíferos e outras espécies de sangue quente e seus resíduos são de grande persistência no ambiente; além disso, devido ao seu alto grau de lipo-solubilidade, se acumulam nos tecidos adiposos de muitos organismos através do processo de biomagnificação na cadeia trófica. Por estes problemas mencionados, hoje em dia a comunidade internacional está tentando proibir sua produção, sua comercialização e seu uso através do Convênio de Estocolmo sobre Contaminadores Orgânicos Persistentes. 5.2 Organofosforados O desenvolvimento destes inseticidas data da Segunda Guerra Mundial, quando os técnicos alemães encarregados do estudo de materiais que poderiam ser empregados na guerra química, descobriram e sintetizaram uma grande quantidade de compostos orgânicos do fósforo. Posteriormente, os trabalhos feitos pelo químico Gerhard Schrader no campo da agricultura, permitiram comprovar que muitos dos compostos orgânicos do 10

fósforo apresentavam toxicidade elevada contra insetos prejudiciais. A maioria dos organofosforados atua como inseticida de contato, fumegantes e de ação estomacal, mas também se encontram materiais sistêmicos, que quando aplicados no solo e nas plantas são absorvidos por folhas, talos, cortiça e raízes, circulam na seiva, tornando-a tóxica para os insetos que se alimentam ao sugá-la. Os primeiros compostos organofosforados utilizados como inseticidas pertencem ao tipo de ésteres sensíveis do ácido fosfórico, tais como o TEPP e outros, aos que se acrescentou depois o paration Tiofosfato, que apesar de ser antigo, segue sendo de uso comum em todo o mundo. Características básicas dos Organofosforados São mais tóxicos para vertebrados que os compostos organoclorados. Não são persistentes no meio ambiente, principal causa que motivou a substituição do uso dos organoclorados pelos organofosforados. 5.3 Carbamatos Nos anos 60, apareceu um terceiro grupo de inseticidas, conhecidos como carbamatos. Os carbamatos apresentam uma persistência e toxicidade intermediária entre os organoclorados e os organofosforados, têm usos variados, principalmente como inseticidas, herbicidas e fungicidas. O carbaril é o carbamato mais conhecido e utilizado no controle de larvas e outros insetos que se alimentam da folhagem. O fato de que estes derivados tenham sido desenvolvidos mais recentemente que os organofosforados, faz com que seu comportamento, de uma maneira geral (ação, seletividade, metabolismo, etc.), não tenha alcançado o desenvolvimento que se tem obtido com os inseticidas organofosforados. Os carbamatos atuam da mesma forma que os organofosforados, inibindo a Acetilcolinesterasa nas sinapses nervosas. O problema em geral que apresentam estes inseticidas, é a sua alta toxicidade aguda, portanto, são muito perigosos para o usuário direto, o agricultor. 5.4 Piretróides A partir dos anos 80, o grupo dos piretróides tem recebido muita atenção devido a sua baixa toxicidade para os mamíferos, quase nula acumulação no meio ambiente e grande utilidade como alternativa no combate de pragas agrícolas. Infelizmente, apesar de que somente haja sido autorizado um número reduzido de piretróides, já foram registrados casos de resistência no campo e no laboratório. Este grupo de compostos tem sido sintetizado ao usar como base a estrutura química das piretrinas naturais, com as quais se compartilha algumas características toxicológicas. O piretro é um inseticida de contato, obtido das flores Chrysantemun cinerariaefolium (Compositae) que tem sido usado como inseticida desde o ano 400 a.c., na região que hoje em dia é o Irã. Era conhecido como pó da Pérsia e se presume que foi empregado para combater piolhos humanos. Atualmente, se sabe que as variedades que crescem nos planaltos do Quênia produzem as proporções mais altas de ingredientes ativos; comercialmente, são cultivadas no Cáucaso, Irã, Japão, Equador e Nova Guiné. O piretro deve sua importância a sua imediata ação (uns quantos segundos) sobre insetos voadores, acrescido a sua baixa toxicidade para animais de sangue quente, devido ao seu rápido metabolismo de produtos não tóxicos. Deste modo, a diferença do DDT, o piretro não é persistente, pois repele alguns insetos e seus resíduos são de vida curta. Estas características evitaram a exposição prolongada dos insetos ao piretro, o qual contribuiu ao escasso número de casos de resistência ao produto, apesar de ter sido empregado por muito tempo. O piretro é usado para combater pragas em alimentos armazenados, contra insetos 11

caseiros e de cultivos industriais, dirigido a larvas já adultas de lepidópteros e de outros insetos fitófagos de vida livre, sempre e quando parte de seu ciclo biológico possa estar exposto à ação do contato do tóxico. O piretro é obtido a partir das flores secas de crisântemo; é extraído com querosene e dicloruro de etileno e se condensa por destilação ao vazio. São vários os fatores ambientais que degradam as piretrinas, entre eles, luz e calor. Sua baixa estabilidade impede que sejam efetivas contra pragas em condições de campo. Devido à instabilidade das piretrinas, em meio e ao desenvolvimento de outros produtos inseticidas, na década dos anos 40 se relegou o estudo das piretrinas. Ainda assim, em 1945 foi sintetizada a retrolona, a partir da piretrina I; este foi o primeiro piretróide sintético. Na atualidade, os piretróides sintéticos têm perdido quase que completamente a piretrina natural. O problema mais grave da sua utilização é o rápido desenvolvimento de resistências em algumas pragas. 6. O conceito do Manejo Integrado de Pragas (MIP) Os resultados negativos do uso exagerado dos pesticidas têm causado reações também no mundo da agricultura convencional. Tanto os serviços de extensão agrícola, como os fabricantes de insumos agroquímico e os organismos internacionais, têm procurado uma solução para os perigos graves que os químicos podem causar ao meio ambiente e à vida humana. Um compromisso que tem sido aceito todas as partes é o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Segundo a definição da FAO, O Manejo Integrado de Pragas é uma metodologia que emprega todos os procedimentos aceitáveis desde o ponto de vista econômico, ecológico e toxicológico, para manter as populações de organismos nocivos abaixo dos níveis economicamente aceitáveis, aproveitando, da melhor forma possível, os fatores naturais que limitam a propagação de referidos organismos. De acordo com esta definição, o objetivo do manejo integrado de pragas é minimizar o uso de produtos químicos e dar prioridade a medidas biológicas, biotécnicas e de fito-melhoramento, assim como às técnicas de cultivo. Se aplicássemos desta maneira, estaríamos na metade do caminho para um manejo ecológico de pragas. Mas, apesar de que o meio ambiente e as medidas ecológicas já desempenhem um papel importante nesta estratégia, a economia, sem dúvida, tem prioridade. Ainda assim, muitas das características do MIP também são importantes para o Manejo Ecológico de Pragas (MEP). Portanto, vale mencioná-las aqui: Características básicas do MIP: O controle se baseia em conhecimentos sobre os organismos nocivos e benéficos. A meta é estabelecer as populações de organismos daninhos a baixo nível de densidade, e não eliminá-los. A combinação de várias medidas de controle. A inclusão do ecossistema na estratégia do controle para conseguir manejar. A aplicação de rígidas regras de rentabilidade. Ou seja, que somente sejam implementadas medidas de controle quando o prejuízo esperado seja maior que os custos de referida medida. Isto nos leva ao conceito do parâmetro de intervenção. Realização das aplicações das medidas ao seu devido tempo; com isto se renuncia ao calendário de aplicações, por ser este um método que induz a um emprego excessivo e indiscriminado de praguicidas. O conceito dos parâmetros O parâmetro econômico indica o grau de infestação por uma praga, no qual os custos de uma medida de controle são equivalentes 12

ao valor monetário da perda de colheita que essa medida evita. O parâmetro de intervenção indica o grau de infestação no qual se deve implementar uma medida de controle, para evitar que a população de organismos nocivos supere o parâmetro econômico. Para a tomada de decisões com fundamento econômico no manejo integrado de pragas é relevante o parâmetro de intervenção. Para determinar com exatidão o parâmetro de intervenção é necessário conhecer os seguintes parâmetros: A relação entre população de organismos nocivos e a perda de lucros, isto é, a relação infestação - perda. Os lucros obtidos, se não intervêm na influência da população de organismos nocivos, isto é, os lucros potenciais. O preço do produto da colheita, expressando como preço desde a exploração agrícola. Os custos de uma medida de controle. A eficácia de uma medida de controle. Disto se deduz que o parâmetro de intervenção é um fator variável e na prática é difícil determiná-lo com exatidão. Além disso, é necessário um sistema permanente de vigilância do cultivo. Os instrumentos do manejo integrado de pragas Os instrumentos mais importantes do manejo integrado de pragas podem ser classificados em quatro grupos principais: As técnicas de cultivo e medidas de fitomelhoramento. As medidas de controle mecânicas e físicas. As medidas biológicas e biotécnicas de proteção vegetal. As medidas químicas É óbvio que os três primeiros pontos também são a base para o manejo ecológico de pragas. Por tanto, para explicar as diferentes medidas, teremos que passar ao capítulo da proteção natural das plantações. O mais importante neste capítulo é não esquecermos dos parâmetros de intervenção. Também na agricultura orgânica, o agricultor tem que trabalhar com um conceito econômico. Se ele aplicar um produto biológico segundo um calendário, mas sem necessidade, possivelmente não causará efeitos negativos ao meio ambiente ou ao ser humano, mas estará perdendo dinheiro. Uma agricultura orgânica sem rentabilidade não existirá durante muito tempo. 7. Medidas para a proteção natural das plantações Que medidas existem para proteger as plantações orgânicas contra animais e doenças que podem reduzir notavelmente a rentabilidade da produção também na produção orgânica? Manejo Agro-ecológico de Pragas (MAP) Controles culturais Controle manual de insetos. Eliminação de plantas ou frutas doentes. Descanso da terra. Variedades resistentes. Rotação e associação de cultivos. Manejo da densidade e das datas de semeadura. Manejo do risco para combate de ervas daninhas. Cercas-vivas para criar refúgios para os inimigos naturais. Armadilhas. Caldos minerais. Controle biológico Conservação ou fomento dos inimigos naturais das pragas. Aumento de organismos benéficos. Introdução de inimigos naturais contra pragas exóticas. Controle com plantas inseticidas Uso de pós, extratos, óleos de plantas com propriedades inseticidas, reguladores de crescimento, repelentes ou que alterem o comportamento das pragas. Fonte: Bejarano G., F. (2002) 13