Segunda-feira, 26 de dezembro de 2016 Bom dia, Confiança da Indústria em queda. O Índice de Confiança da Indústria recuou 2,2 pontos em dezembro, atingindo o menor patamar desde junho passado. Essa piora foi disseminada entre 12 dos 19 segmentos industriais e foi registrada tanto no Índice de Situação Atual (-2,2 pontos), puxada principalmente pela queda no nível de demanda, quanto no Índice de Expectativas (-1,8 ponto). Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada registrou o pior resultado desde o início da série histórica (2001), ficando em 72,5%. Esse resultado mais fraco denota que a estagnação econômica e os recentes imbróglios no campo político tem afetado a percepção dos investidores, podendo se traduzir em maior morosidade na retomada da economia. Boletim Focus continua apontando para queda na inflação e na economia. O último Boletim Focus do ano divulgado hoje pela manhã pelo Banco Central não apresentou grandes novidades, com as projeções de mercado se mostrando mais otimistas com o quadro inflacionário, tanto deste ano (6,40%) quanto para 2017 (4,85%). Já para o PIB as projeções continuam afundando, ficando em queda de 3,49% para este ano e leve alta de 0,50% para o próximo ano, revisado para baixo pela sétima semana consecutiva. Quanto as projeções do câmbio, no final do período, não houve alterações com o dólar ficando em R$ 3,46 este ano e R$ 3,42 no próximo ano, na projeção de juros também não houve alterações, com a SELIC estimada para o final do próximo ano ficando em 10,50%.
Nesta segunda feira mercados externos só no marasmo. Com os mercados dos Estados Unidos fechado por conta do feriado de Natal, nesta semana só teremos os indicadores, mais importantes, na quinta feira, sendo eles a balança comercial de novembro e os pedidos de auxílio desemprego de dezembro, às 11h30. Na Europa também tudo parado por conta do feriado de Natal, somente na China que teremos às 23h30 a divulgação dos lucros totais da indústria em novembro sem estimativas, no entanto, na última divulgação os lucros ficaram 9,8% maiores na comparação com igual mês do ano anterior. Bolsas fechadas na Europa e EUA. Nessa segunda, em dia de baixíssima liquidez, os índices de Tóquio e Shanghai fecharam próximos da estabilidade, enquanto na Europa, o dia é de acompanhar a rodada do campeonato inglês no Boxing Day britânico, com os mercados fechados. Mercados dos EUA também permanecem fechados nessa segunda. ANAC aprova reequilíbrio de contrato de Viracopos, mas valor não agrada Triunfo (TPIS3). A decisão favorável ao reequilíbrio de contrato por conta da alteração, pela ANAC, de uma importante tarifa aeroportuária no
segmento de cargas traz a estimativa de impacto dessa medida em R$ 209,9 milhões. Montante que deverá servir de base para a revisão da contribuição fixa devida pela concessionária ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Porém, a companhia estima que o impacto dessa redução de tarifa seja superior ao apurado e informou, através de fato relevante, que deve contestar a decisão. As posições, tanto da ANAC quanto da Triunfo, não são uma surpresa para o mercado, como já comentamos anteriormente em nossos relatórios, o que deve mitigar o impacto dessa decisão favorável aos papéis da companhia. Engie (EGIE3) anuncia venda de ativos. A Engie Brasil aprovou na última sexta-feira a venda de participação societária para a Companhia Energética de Petrolina, dos seguintes ativos: Eólica Beberibe, Eólica Pedra do Sal e Hidrelétrica Areia Branca. O contrato está sujeito a determinadas condições precedentes como a anuência prévia do CADE, do BNDES e da ANEEL. Em termos de capacidade esses ativos não são relevantes para a capacidade da companhia, pois os três empreendimentos somam apenas 63,4 MW, menos de 1% de sua capacidade atual. A operação deve render cerca de R$ 391,7 milhões (antes de eventuais ajustes de preço). Dado a baixa representatividade dessas usinas, o impacto da notícia sobre os papéis da companhia deve ser apenas marginalmente positivo. Ultrapar (UGPA3) deve investir R$ 2.174 milhões em 2017. A Ultrapar anunciou o plano de investimentos para 2017, que prevê um CAPEX de R$ 2.174 milhões, frente aos R$ 1.809 milhões previstos para 2016. A rede de posto Ipiranga deve receber a maior parcela desses recursos, R$ 1.116 milhões, que serão destinados tanto para a continuidade do processo de ampliação e modernização de rede de distribuição e lojas de conveniência quanto para a integração das operações da Alesat (sob análise do CADE). Já os investimentos destinados a Oxiteno (R$ 478 milhões) deve ser utilizado para a construção de uma nova unidade de etoxilação em seu site no Texas (EUA), que deve ser concluído no próximo ano, adicionando 170 mil toneladas ano a sua capacidade de produção. Já os investimentos direcionados a Ultragaz e a Extrafarma devem servir para captura de novos clientes e abertura de novas lojas. Cabe lembrar que esse investimento também já prevê a incorporação dos ativos da Liquigás (também sob análise do CADE). Esse robusto plano de investimento não traz preocupações quanto à alavancagem da companhia, portanto, seus papéis podem reagir de forma positiva no pregão de hoje. Energias do Brasil (ENBR3) distribuirá proventos. A Energias do Brasil deve distribuir R$ 330 milhões em Juros sobre Capital Próprio, o equivalente a um valor líquido de R$ 0,4627 por ação e a um yield de aproximadamente 3,45%. Os papéis passam a ser negociados como ex- proventos já na próxima quinta-feira (29/12) e a data de pagamento deve ser deliberada posteriormente, sem qualquer atualização monetária. Log In (LOGN3) encerra processo de venda de ativos. A empresa confirmou em fato relevante o fim do processo de venda de ativos, anunciada no dia 16 de setembro. Foram vendidos para a Hidrovias do Brasil cerca de duas embarcações de cabotagem além de um importante contrato firmado com a Alunorte, o valor total da operção é de R$ 643 milhões, sendo R$ 60 milhões à vista e o restante parcelado em quatorze meses. A movimentação está em linha com o processo de desalavancagem da empresa tendo em vista suas elevadas métricas de
endividamento, e como já havia sido anunciado, não deve trazer impactos para seus papéis no pregão de hoje. Complicações contra as mudanças no setor de Telecom (OIBR4, TELB4, VIVT4 e TIMP3). No final da semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu uma ação judicial apresentada por senadores de oposição ao governo que são contrários à rápida tramitação do projeto de lei que altera a Lei Geral de Telecomunicações (LGT). A contestação feita pelos parlamentares está na definição de quais são e quanto valem os bens vinculados à concessão de telefonia fixa. A lista de ativos é formada por toda infraestrutura usada para prestar os serviços de telefonia fixa, incluindo as antigas redes de cobre e os imóveis herdados do Sistema Telebras. Trata-se do patrimônio que, ao fim dos contratos em 2025, deveriam ser devolvidos pelas concessionárias à União. No mandado de segurança apresentado pelos parlamentares constam que o valor atual para esses ativos é de R$ 105,0 bilhões, no entanto, nas contas da Agência Nacional de Telecomunicações esses bens valem R$ 18,0 bilhões. O assunto chegou ao STF sem envolver a discussão de mérito, pois a análise se atém ao rito de aprovação do projeto de lei que não passou por debate e votação no plenário do Senado. De todo modo, as mudanças na LGT já são dadas como certas pelo mercado, mas essa ação no STF poderá trazer volatilidades para as ações do setor. AGENDA DE DIVIDENDOS Bons negócios.