OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Transcrição:

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA TURMA PDE 2014 Título Autor Atividades Pedagógicas para Contextualização da Adolescência e da Valorização do Corpo. Aline Lilian Prestes Casaroto Disciplina/ Área Escola de implementação do Projeto Município Núcleo Regional de Educação Professor Orientador Instituição de Ensino Superior Biologia Colégio Estadual Amâncio Moro Corbélia Cascavel Celso Aparecido Polinarski Unioeste Resumo Esta unidade didática foi elaborada para trabalhar o conteúdo sobre sexualidade por meio de dinâmicas, textos, vídeos, filme, atividades escritas, debates e elaboração de painéis pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Amâncio Moro. As atividades serão inseridas nesse contexto como ferramentas para aprendizagem, possibilitando ao educando expressar sua opinião, ampliando as possibilidades de aprendizado, criando situações que os levam a reflexão e contribuindo de forma significativa para a construção do conhecimento. Espera-se que este trabalho contribua para que os educandos se sensibilizem em relação a valorização do corpo, se tornando responsáveis e conscientes de suas atitudes em relação a questão da sexualidade, reprodução e prevenção de doenças. Palavras-chave Formato do Material Didático Sexualidade; Prevenção de doenças; Qualidade de vida Unidade Didática Público Alunos do 1º ano do Ensino Médio

2) APRESENTAÇÃO O presente trabalho compreende o material didático a ser utilizado como uma estratégia na Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica, que será desenvolvido com os educandos do 1º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Amâncio Moro Ensino Fundamental e Médio. Localizado na rua Margarida número 54, no município de Corbélia Paraná. As atividades propostas vêm de encontro com os conteúdos estruturantes da disciplina de Biologia tais como: Organização dos Seres Vivos e Mecanismos Biológicos, segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, procurando levar os alunos a sensibilizar-se sobre a importância da prevenção e valorização do corpo. O exercício da sexualidade na adolescência poderá por em risco o projeto de vida futuro. Para tanto basta lembrar de consequências como: aborto, gravidez precoce, Aids entre outras doenças sexualmente transmissíveis (SAITO; LEAL, 2000). Mas com o objetivo de educar, informar e sensibilizar, a escola e projetos desenvolvidos com os adolescentes torna-se uma das referências mais importantes para desempenhar essa função. 2.1) Referencial Teórico No Brasil, os primeiros registros sobre Educação Sexual começaram no início do século XX, e tiveram influência nas correntes médicas com o objetivo de combater a masturbação e as Doenças Sexualmente Transmissíveis. Em 1928, em um Congresso Nacional de Educação foi aprovada uma proposta de um programa de Educação Sexual para crianças acima de 11 anos (SUPLICY; EGYPTO, 1999). Em 1930, o Colégio Batista, no Rio de Janeiro, instituição só para meninos incluiu em seu currículo a educação sexual e foram seguidos por outras Escolas Públicas e Privadas. Esses estabelecimentos sofreram repressão das famílias e da igreja (SUPLICY; EGYPTO, 1999). Segundo os mesmos autores (SUPLICY; EGYPTO, 1999), somente em 1960, é que o ensino sobre educação sexual nas escolas passou por

transformações, em 1978, a Fundação Carlos Chagas coordenou uma pesquisa com jovens para avaliar valores relacionados á sexualidade, também foram publicados os livros Sexo e Juventude, e Juventude e Educação Sexual: Um debate aberto. Em meados da década de 90, com a pandemia de Aids, a educação sexual no Brasil assumiu um caráter preventivo e então considerou-se a escola como um lugar privilegiado para divulgar informações sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e HIV. Somente a partir da década de 90, que as políticas públicas sobre assuntos diretamente ligados aos adolescentes e jovens tiveram início, o foco concentrou-se em ações ao enfrentamento ao desemprego e exploração sexual infantil e doméstica. Com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN), em 1997, inicia-se uma nova era no que diz respeito ao ensino-aprendizagem sobre sexualidade e saúde reprodutiva. A Orientação Sexual nome assumido pelo Ministério da Educação, tornou-se um tema transversal podendo e devendo ser abordado em todas as disciplinas. Em 2003, uma parceria entre Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Nações Unidas deu origem ao Projeto Saúde e Presença nas escolas (SPE). A proposta era articula ações entre esses setores e disponibilizar preservativos nas escolas, combinadas com atividades pedagógicas sobre o assunto e agregar discussões sobre aborto, Doenças Sexualmente Transmissíveis, AIDS e Diversidade Sexual. Para o Ministério da Saúde: A Sexualidade é um aspecto central do ser humano... é influenciada por interações de fatores de ordem biológica, psicológica, social, econômica, política, cultural, ética, legal, histórica, religiosa e espiritual. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), a adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos, podendo ser caracterizada pela estruturação da personalidade, assim como alterações fisiológicas, sociais, vocacionais e ideológicas, influenciadas pelo contexto familiar e social (BRITO 2008, p.190). A adolescência é também um período de transformações, mudanças e aquisição de valores e conhecimento que serão levados por toda a vida adulta,

e nos dias de hoje com o avanço das tecnologias como: internet, celulares, redes sociais e outros ocorre uma intensa difusão de conceitos e costumes, e também fatores que propiciam a desvalorização do corpo. Portanto, promover um trabalho com alunos do 1º ano do ensino médio a fim de que possam compreender sua constituição morfológica e fisiológica é essencial para mostrar-lhes a necessidade de valorizar e respeitar o próprio corpo e o dos outros. A orientação sexual é um processo formal e sistematizado que se propõe a preencher lacunas de informação, erradicar tabus e preconceitos e abrir a discussão sobre as emoções e valores que impedem o uso dos conhecimentos. À orientação sexual cabe também propiciar uma visão mais ampla, profunda e diversificada acerca da sexualidade (SUPLICY; EGYPTO, 1999 p.8). A escola não pode fugir á responsabilidade de tratar a questão sexual, pois se não fizer estará transmitindo aos alunos a noção de que o assunto é mesmo um tabu, sobre o qual não se deve falar, ou ainda que é algo que não é objeto de conhecimento sério, não faz parte da educação e se aprende com os colegas, ou através de revistas e filmes pornográficos. Mesmo que a escola se omita estará acontecendo algum tipo de educação sexual. Provavelmente repressiva, inadequada e deformadora. Não há garantia de que o aluno venha a receber na rua ou através dos meios de comunicação as informações necessárias para uma vida afetiva e sexual harmoniosa. É função da escola contribuir para uma visão positiva da sexualidade com responsabilidade. Ao permitir e promover conversações, debate, entre os adolescentes e fornecer informações corretas, a orientação sexual na escola dá oportunidade ao adolescente de repensar seus valores pessoais e sociais, bem como compartilhar suas preocupações e emoções. O exercício da Sexualidade na adolescência sem prevenção poderá contribuir para que fatores de risco façam parte de suas vidas. Para tanto basta lembrar consequências relacionadas a: Gravidez Precoce, Aids, Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aborto. A relevância da Educação Sexual na Escola se torna cada vez nítida quando consideramos a gravidez precoce e seus fatores de risco para a saúde bem como consequências ao seu desenvolvimento. O número de casos de gravidez nesse período da vida é elevado sendo preocupante o aumento em idades entre 11 e 15 anos.

As estratégias na área da prevenção devem ser prioridade, onde os fatores de risco são reconhecidos, pois dependendo de seu comportamento o adolescente poderá estar em risco O Educador tem papel importantíssimo no processo de orientação e mediação, não apenas em relação a prevenção, uso de preservativo ou anticoncepcionais, mas principalmente no resgate do indivíduo enquanto sujeitos de suas ações, o que favorece o desenvolvimento da cidadania, do respeito, do compromisso e do cuidado com o seu corpo e com o corpo do outro. Vínculos significativos entre alunos e professores podem originar, para além da aquisição de informações, efeitos psicológicos tais como maior consciência de sua autonomia pessoal e, ao longo do processo pedagógico, uma melhor compreensão dos movimentos políticos e culturais envolvendo a sexualidade (SUPLICY; EGYPTO, 1999 p.9). A escola é o melhor lugar para fazer uma intervenção pedagógica em relação a orientação sexual ou outros temas polêmicos, ela deve estar aberta e ampliar cada vez mais conhecimentos sobre adolescência e sexualidade, o que possibilitará o desenvolvimento de estratégias ainda mais adequadas para abordar o assunto pois o professor é o mediador, então o tema será debatido num clima de respeito. No entendimento dos Parâmetros Curriculares Nacionais: se por um lado o sexo é a expressão biológica, que define um conjunto de características anatômicas e funcionais (genitais e extragenitais), a sexualidade é de forma bem mais ampla expressão cultural. Cada sociedade cria um conjunto de regras que constituem parâmetros fundamentais para o comportamento sexual de cada indivíduo; argumentam ainda, que falar em sexualidade não se restringe às questões biológicas, senão também psicológicas e sociais. Assim, propõem um trabalho que aborde o corpo na sua relação com o meio (BRASIL, 1997, p. 117). Para tanto se faz necessária á utilização de estratégias diferenciadas que abordem a temática de forma natural. Educar sobre sexualidade é muito mais que ensinar conteúdos de Biologia, é criar oportunidades para o aluno expressar seus sentimentos, angústias e dúvidas, refletir sobre suas atitudes e rever preconceitos, o aluno deve ser visto como sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, e ter espaço para falar e ouvir seus colegas.

2.2 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO ATIVIDADE 01 APLICAÇÃO DE UM TESTE DE CONHECIMENTO SOBRE SEXUALIDADE E PREVENÇÃO. OBJETIVO: Verificar através do teste teórico, o nível de conhecimento prévio que o aluno tem sobre sexualidade e prevenção. Investigar o conhecimento dos alunos para posteriormente conduzi-los os trabalhos com conteúdos que possam construir diferentes práticas nas relações pessoais no que tange a temática sexualidade. Este tópico tem a finalidade de fazer uma prévia sobre o conhecimento dos alunos a respeito de assuntos gerais sobre sexualidade, DSTs, prevenção e principalmente sobre o funcionamento e eficácia dos métodos contraceptivos, e procurar levar o educando a uma reflexão sobre eles e sua importância para a saúde. PROCEDIMENTO: Aplicação de questionário. Tempo para realização: 2 horas/aula. QUESTIONÁRIO INVESTIGATIVO A) Qual sua idade: ( ) 13 anos ( ) 14 anos ( )15anos ( )16 anos ( ) + de 16 anos B) Com quem você mora: ( ) Pais ( ) só mãe ( ) só pai ( ) Avós ( ) Parentes ( ) outras pessoas C) O que você entende por sexualidade? D) O seu conhecimento sobre sexualidade foi através de: ( ) Família ( ) Escola ( ) Amigos ( ) Mídia ( ) Outros. Quais:

E) Adolescência para você significa: ( ) Ser rebelde ( ) Momento de transformação ( ) trabalhar ( ) Namorar ( ) Estudar ( ) refletir sobre a vida adulta ( )Outro. Qual?. F) Dos assuntos citados a seguir quais são do seu interesse: ( ) aborto ( ) música ( ) Doenças Sexualmente Transmissíveis ( ) Gravidez ( ) Métodos Anticoncepcionais ( ) Drogas ( ) Sexo ( ) Política ( ) Esporte ( ) Cuidados com o corpo ( ) AIDS ( ) Outro Qual. G) Você conhece algum método contraceptivo ou preventivo? ( ) Sim. Quais: ( ) Não H) Será importante para sua vida debater com o professor e colegas sobre sexualidade? ( ) Sim ( ) Não I) Na sua opinião quem é responsável por assumir a educação sexual dos adolescentes. ( ) escola ( ) família ( ) religião ( ) nós mesmos J) O que mais chama a sua atenção em uma pessoa: ( ) beleza ( ) inteligência ( ) simpatia ( ) timidez ( ) bens materiais K) Quais dos métodos anticoncepcionais a seguir você saberia como usar ou saberia ensinar alguém usar: ( ) Dispositivo intra- uterino ( DIU) ( ) Pílula anticoncepcional ( ) Camisinha feminina ( ) Camisinha masculina

ATIVIDADE 02: APRESENTAÇÃO DO PROJETO PARA OS ALUNOS DOS 1º ANOS, DESTACANDO A RELEVÂNCIA DESTE NO CONTEXTO ESCOLAR, BEM COMO PARA SUA VIDA. Tempo: 2 horas/aula ATIVIDADE 03: FAZER A TABULAÇÃO DOS DADOS DAS QUESTÕES DA ATIVIDADE Nº 02 Objetivo: Debater com os alunos o resultado, verificando qual o assunto que gera maior necessidade de ser trabalhado. Procedimento: Elaboração de uma tabela feita pelo professor e exposta para a turma, mostrando o resultado das questões e em seguida debate sobre a importância em obter conhecimento científico sobre os temas que envolvem a sexualidade. Tempo para realização da atividade: 02 horas/aula ATIVIDADE 04: DINÂMICA MITO OU REALIDADE SOBRE O ASSUNTO SEXUALIDADE OBJETIVO: Gerar discussão e debate sobre o tema, e reconhecer sobre quais assuntos ligados a sexualidade os alunos tem maior ou menor conhecimento. PROCEDIMENTO: Dividir a turma em dois grupos A e B, e sortear um nº de cada vez para cada grupo os números correspondem as frases que estarão enumeradas. Cada grupo terá 2 minutos( que deverão ser cronometrados pelo professor), para discutir e em seguida um aluno do grupo irá responder se a frase é mito ou realidade, também deverão justificar a resposta, se o grupo errar o professor justificará. Os pontos de cada grupo deverão ser marcados e no final o grupo receberá uma recompensa que poderá ser pontos na média ou o que o professor achar melhor.

Tempo: 3 horas/aula Frases usadas como problematização: Frase 01 ( MITO) A masturbação pode causar problemas mentais. Frase 02 ( REALIDADE) Uma vez que uma menina tenha tido sua primeira menstruação, poderá ficar grávida. Frase 03- ( MITO) Sem penetração ou ejaculação vaginal não há risco de gravidez. Frase 04- (REALIDADE) Os jovens podem ter doenças sexualmente transmissíveis sem manifestar sintomas. Frase 05- ( REALIDADE) Uma moça pode ficar grávida se tiver relações sexuais durante a menstruação. Frase 06- ( MITO) As pílulas anticoncepcionais causam câncer. Frase 07- ( MITO) As duchas vaginais previnem a gravidez. Frase 08- ( REALIDADE) As camisinhas ou preservativos ajudam a prevenir a propagação de doenças sexualmente transmissíveis. Frase 09- ( MITO) Uma moça pode saber sempre, exatamente qual é o seu período fértil. Frase 10- ( MITO) Um homem com o pênis maior é sexualmente melhor do que um homem com pênis pequeno. Observação: O professor poderá acrescentar outras frases Tempo estimado: 4 horas/ aulas ATIVIDADE 05: ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E MASCULINO OBJETIVO: Compreender a morfologia e a fisiologia do sistema reprodutor feminino e masculino. PROCEDIMENTO: Através do uso do material didático disponível na escola: cartazes, modelos anatômicos e vídeos explicar através de aula expositiva a anatomia do sistema e função dos órgãos.

Em seguida colorir uma prancha do sistema e explicar a função dos órgãos destacados. Fonte: Portal dia a dia educação, acesso 15 de nov. 2014. Tempo: 4 horas/aula

ATIVIDADE 06: Filme Confissões de Adolescentes Proporciona debate reflexivo sobre virgindade e a 1ª relação sexual. OBJETIVO: Abordar questões relacionadas ás mudanças que ocorrem no corpo de meninos e meninas na transição da adolescência para a vida adulta e gerar discussão sobre o assunto. PROCEDIMENTO: Apresentar o filme aos alunos. Em seguida realizar uma discussão a partir de alguns questionamentos sobre: a) Auto-estima b) Diferenças de sentimentos que ocorrem da infância para a adolescência, enfocando a melhor maneira de reagir e as atitudes corretas a serem tomadas. c) Refletir sobre situações de risco nessa fase da vida. d) Importância da prevenção no momento da relação sexual. e) Consequências que a falta de prevenção pode trazer para o futuro de cada um. f) Importância dos estudos nessa fase da vida e para o futuro. g) Responsabilidades que uma gravidez precoce. h) Virgindade. Após debater sobre as questões os alunos deverão fazer um relatório escrito para entregar ao professor. Tempo: 4 horas/aula. ATIVIDADE 07: DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E DINÂMICA DA FENOLFTALEÍNA OBJETIVO: Compreender as doenças sexualmente transmissíveis, bem como, a importância da prevenção. Abordar sobre relação sexual sem o uso de preservativo.

PROCEDIMENTO: a) Apresentação de slides que contempla as características das doenças, suas causas, sintomas, consequências e tratamento. b) Distribuir um copinho com água e hidróxido de sódio para cada aluno; c) Pedir para que cada aluno troque a água de seu copo com 4 colegas; d) Pingar uma gota de fenolftaleína em cada copo; e) Os copos que ficarem com a cor rosa representam as pessoas que foram contaminadas; f) Explicar através dessa dinâmica como a propagação das DSTs é fácil e rápida. Tempo: 4 horas/aula. ATIVIDADE 08: FUNCIONAMENTO, EFICÁCIA E UTILIZAÇÃO DOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS. (Fonte: CRUZ, J. L. C. Projeto Araribá: Ciências; 8ª Ano, 2006.) OBJETIVO: Reconhecer a importância dos métodos como forma de prevenção em relação a gravidez precoce e as DSTs. PROCEDIMENTO: Usar os exemplares de métodos existentes no posto de saúde e mostrar cada um aos alunos explicando o nome, porcentagem de eficácia, como utilizar e como cada um evita a gravidez e as DSTs. Em seguida entregar aos alunos uma imagem de alguns métodos para que colem no caderno e escrevam explicando sobre cada um. Essa atividade deverá ser realizada preferencialmente em grupos de 3 ou 4 alunos para que possam conversar sobre o conteúdo. Analisar os métodos que podem ser utilizados nos casos exemplificados seguir: a) Roberto tem 32 anos e não tem namorada; (Resposta: preservativo) b) Maria tem 42 anos, é casada tem 2 filho e não quer mais nenhum; (Resposta: DIU, Pílula anticoncepcional, injeção, preservativo, adesivo, diafragma). c) Mônica tem 25 anos é casada não tem filhos e tem pressão alta;

( Resposta: DIU, preservativo, diafragma). d) Ana e Luiz são casados há 10 anos e tem 2 filhos, e planejaram que daqui há 4 anos querem mais um. ( Resposta: DIU, Pílula anticoncepcional, preservativo). e) Resolva a atividade seguinte: Relacione os conceitos á sua definição: 1) Método anticoncepcional ( ) Procedimento para evitar a gravidez. 2) Pílula anticoncepcional ( ) Abstinência no período fértil. 3) Vasectomia ( ) Método de barreira. 4) Laqueadura ( ) Esterilização masculina 5) DIU ( ) Instrumento inserido no útero. 6) Preservativo ( ) Combinação hormonal que impede a Ovulação. 7) Tabelinha ( ) Esterilização feminina. Tempo: 4 horas/aula. - Levar para sala de aula algumas bulas de anticoncepcionais e ler com os alunos a indicação, a composição e a contra-indicação. Mediar um debate entre os alunos. Tempo: 3 horas/aulas ATIVIDADE 09: ELABORAÇÃO DE PAINÉIS OBJETIVO: Representar através de painéis as informações adquiridas sobre o assunto estudado. PROCEDIMENTO: Esta atividade será realizada em grupos, onde cada grupo terá um tema para a produção do painel. Deverão usar revistas, jornais, imagens impressas, fotos bem como textos relacionados ao tema para a construção do painel. Tempo: 4 horas/aulas

ATIVIDADE 10: Socialização dos painéis sobre Sexualidade e Prevenção OBJETIVO: Apresentar, discutir e refletir os temas e conceitos trabalhados durantes as aulas sobre a temática Sexualidade. PROCEDIMENTO: Nesta atividade os alunos utilizarão seus painéis produzidos em grupo e apresentarão para os demais alunos da turma através de explanação oral e participativa,os demais terão oportunidade de visualizar os diversos painéis, sobre os temas abordados fixando o conteúdo de diferentes formas, sendo através da expressão escrita, oral e visual. Tempo: Esta atividade será realizada em 06 horas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental- Brasília: MEC/SEF, 1997 SUPLICY, M.; EGYPTO, A. C. Sexo se aprende na escola. GTPOS- Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual. São Paulo,1999. SAITO, M.I.; LEAL, M. M, Educação Sexual na Escola. USP. 2000. Disponível em 03/12/2014 as 15 horas e 20 minutos. BRASIL, Ministério da Saúde e Educação, UNESCO, UNICEF, UNFPA. Adolescentes, jovens e educação em sexualidade. Guia para formação de profissionais da saúde e educação. Brasília junho/2007. CRUZ, J. L. C. Projeto Araribá: Ciências; 8ª Ano. Obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna, 1ª ed São Paulo Moderna, 2006. PARANÁ, (SEED) Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Biologia, 2008.