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1 DIREITO DA PERSONALIDADE : direito ao nome Fernanda Sacchetto Peluzo Hugo Leonardo de Moura Bassoli Lyliann Godinho Silva* Neila Marques Nogueira* Thiago Amorim Masson* Loren Dutra Franco** RESUMO Os Direitos da Personalidade são inerentes ao ser humano, sendo intransmissível e irrenunciáveis, sendo que antes da entrada em vigor do Novo Código Civil de 2002, os Direitos da personalidade era tratado na Constituição Federal. Dentre tais Direitos encontra-se o direito ao nome, sendo este uma maneira de identificação e individualização do ser humano em sociedade, tendo todos os seus direitos resguardados, expondo sua indisponibilidade, salvo aqueles temperamentos legais que admite sua disponibilidade. PALAVRAS - CHAVE: Inviolabilidade. Garantias. Direito Individuais. Direito da Personalidade no mundo. Nome. Divisão. Mudança. Imagem. * Acadêmicos do curso de Direito do Instituto Vianna Junior ** Professora de teoria geral de direito civil, especializada em direito processual.

2 INTRODUÇÃO Os Direitos da personalidade estão descritos no Novo Código Civil, na parte geral, livro I das pessoas naturais, sendo tais direitos inerentes ao ser humano. O artigo se dividirá em sete itens, sendo o primeiro os direitos da Personalidade na Constituição Federal, sendo este garantias fundamentais que pertencem ao conjunto de atributos jurídicos próprios a todo ser humano, desde que o individuo venha a nascer com vida, sendo garantidos perante ao art. 2º n.c.c. O artigo apresentara a proteção aos direitos da personalidade no mundo, sendo tais direitos recentes como categoria de direito subjetivo, onde o mundo tomou mais consciência da sua importância após as agressões causadas pelos governos totalitários. Outro item apresentado é referente ao direito da personalidade no novo Código Civil, sendo tal direito incorporados no n.c.c., para tornar mais significativo a presença de tais direitos inerentes ao homem. Referente ao direito ao nome, o artigo traz referências à necessidade, importância e principalmente ao direito a que cada pessoa tem de possuir um nome. Posteriormente, surge a divisão do nome da pessoa natural. Outro ponto tratado nesse artigo, relaciona-se à mudança do nome, prevendo as possibilidades do prenome. O último item refere-se aos direitos autorais, tratando-se da proteção da imagem pelo artigo 5º XXVIII, a, da Constituição Federal, sendo tal proteção conquistada do direito moderno. Assim, diante da complexidade e interesse do tema é que nos levou a pesquisar e discutir idéias referentes aos direitos da personalidade, dando ênfase ao direito ao nome, onde segundo Venosa (2004) o nome é uma figura jurídica de grande importância, sendo responsável pela distinção dos seres humanos em sociedade.

3 1 DIREITOS DA PERSONALIDADE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Direitos da personalidade constitui os direitos e garantias fundamentais que pertencem ao conjunto de atributos jurídicos ou aptidões atribuídas a todo ser humano, desde que o indivíduo venha a nascer com vida, sendo garantido, perante ao art.2º n.c.c., o direito a vir nascer. Deste modo, na expressão de Alexandre de Morais (2004), a Constituição Federal de 1988 trouxe em seu título II os direitos e garantias fundamentais, subdividindo-os em cinco capítulos: Direitos Individuais e Coletivos, Direitos Sociais, Nacionalidade, Direitos Políticos e Partidos Políticos. Torna-se claro, dentre o art. 5º CF, a inviolabilidade desse direito, cuja eficácia e aplicabilidade dependem muito do enunciado contido na Constituição Federal. É também assegurado pela Constituição Federal o mais fundamental de todos os direitos, O Direito a Vida. Ainda no art. 5º da Constituição Federal, assegura-se a liberdade de consciência e de crença, o princípio da igualdade, a inviolabilidade domiciliar, o direito ao sigilo de correspondência e de comunicação. Por tudo, o direito da Personalidade, presente no art. 5º CF 1988, é apresentado por nós de certa maneira a destacar sua inviolabilidade, complementando a previsão ao direito a intimidade e vida privada sendo ambas as previsões de defesa da privacidade regida pelo principio da exclusividade. 2 PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE NO MUNDO Os direitos da personalidade são relativamente recentes, como categoria de direito subjetivo. Entretanto, sua tutela jurídica já existia desde a antiguidade em Roma através da

4 action injuriarum ou na Grécia pelo dike kakegorias, que punia ofensas físicas e morais à pessoa. No século XIII, a Carta Magna passou a admitir direitos próprios do ser humano. Porém, apenas em 1789, com a Declaração do Direitos, que ocorreu a defesa da valorização da pessoa humana, os direitos individuais e da liberdade do cidadão. Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo tomou consciência da importância dos direitos da personalidade diante às agressões causadas pelos governos totalitários, resguardando-os na Assembléia Geral da ONU de 1948, na convenção Européia de 1950 e no Pacto Internacional das Nações Unidas. Contudo, apesar de todos os exemplos supracitados, no âmbito do direito privado seu avanço tem sido muito lento, mesmo estes direitos sendo constitucionais. O Código Civil Francês de 1804, os tutelou sem defini-los. Os códigos Português de 1866 e Italiano de 1865 nem sequer os contemplaram. Atualmente o código Português os prevê nos artigos 70 a 81; e o Italiano, nos artigos 5º ao 10º. 3 DIREITO DA PERSONALIDADE NO NOVO CÓDIGO CIVIL 2002 O código civil de 2002 apresenta os direitos da personalidade no livro I, DAS PESSOAS, sendo exposto no capitulo II do título I. O legislador ao incorporar os direitos da personalidade no atual código (Lei n. 10.406, de 10-1-2002), teve como objetivo tornar mais significativo a presença destes direitos inerentes ao homem em nossa legislação. Nota-se sua importância através deste comentário: Os direitos da personalidade são os que resguardam a dignidade humana. (VENOSA,2004,p.151.) Os direitos da personalidade possuem características como: inalienáveis, intransmissíveis, imprescritíveis e irrenunciáveis; demonstrando a importância de tais direitos

5 para o homem, garantindo a proteção a honra, imagem, liberdade, corpo e aquele que será o principal foco, que é o nome. Para Venosa (2005), os direitos da personalidade são os direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio; em regra são indispensáveis, mas há temperamentos legais quanto a isso, visto que se admite sua disponibilidade relativa. 4 DIREITO AO NOME De acordo com Ulhoa (2003, p. 184) o nome é a identificação da pessoa natural, é o instrumento jurídico que diferencia ou individualiza os homens e mulheres em uma sociedade. Indo além, o nome possui duas características apresentadas como inalienável e imprescritível, que, no entanto, pode ser usado e repetido por diversas pessoas. Como diz Caio Mário (2005, p.245) O Código Civil de 16, sempre pendeu para definir o nome como um direito significativo do indivíduo. Com relação ao Código Civil de 2002, o nome se faz referência no art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome, tornando assim mais fácil a acessibilidade e identificação do nome dentre os direitos da personalidade. Ainda fazendo referência ao art. 16 do N.C.C, o legislador define dois termos componentes do nome, sendo o prenome e o sobrenome, patronímico ou apelido, sendo este relacionado a estirpe ou tronco familiar e aquele sendo a identificação individual da pessoa natural. Reconhecendo o direito ao nome, o Novo Código Civil, implicitamente assegura a sua transmissibilidade de geração a geração (PEREIRA,2005.p.245), isto é, ao nascer, os pais ou responsáveis levam ao cartório de Registro Civil o nome do recém-nascido, este nome pertencerá ao portador por toda a vida, tendo após a morte todos os direitos resguardados. Ninguém, aliás, põe em dúvida que o direito condena a usurpação de nome alheio e concede reparação civil àquele que sofrer daí um prejuízo. (PEREIRA,2005, p.245). Essa

6 proteção dentro do n.c.c., evidenciando que tal proteção também é garantida ao pseudônimo, tornando claro que todos aqueles que usarem, ou causarem situações danosas ao nome alheio será responsabilizado civilmente. Portanto, desde quando os homens passaram a dar denominação as coisas, nas sociedades neandertal, o nome passou a ser utilizado como citado no primeiro parágrafo, ou seja, como uma maneira de distinção, de individualizar um dos outros; e, de acordo com a evolução das sociedades e aumento dos componentes de tais sociedades, passou a exigir-se uma composição ao nome. 5 DIVISÃO DO NOME Para Maria Helena Diniz (2004) o nome é imprescindível e inerente a toda pessoa pois é o instrumento que identifica e diferencia todos os seres humanos que fazem parte da sociedade. No entanto, não basta conhecer a importância de tal instrumento no mundo jurídico, é necessário também ter conhecimento sobre as partes que compõem o nome, levando a seu total complemento. Ao analisar o art. 16 do Novo Código Civil toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Com isso percebe-se que a nova legislação menciona o prenome e o sobrenome, tornando mais fácil a compreensão e acessibilidade (VENOSA, 2004). No que se refere as partes do nome, o prenome se caracteriza por ser a primeira parte do nome, sendo o nome próprio, podendo ser de duas formas, uma simples, como por exemplo João, ou composto, onde podemos citar como exemplo João Luís. A segunda parte que vêm a fazer parte da composição do nome, pelo art. 16 do N.C.C. toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome, faz referência ao sobrenome, patronímico ou apelido, que indica sua estirpe, sua procedência familiar.

7 Contudo, existem outros termos integrantes do nome, como o agnome que é acrescido ao final do último sobrenome com o objetivo de identificar pessoas que no registro receberam nomes idênticos aos de outrem, mas também é utilizado como alcunha, sendo acrescido ao nome devido um feito notável, de grande reconhecimento, como por exemplo, Alexandre, o Grande, tornando perceptível que o agnome, de qualquer, faz parte do nome e deve fazer parte do registro civil (VENOSA, 2004, p.215). Outro termo componente do nome é vocatório pelo qual as pessoas são conhecidas ou chamadas (VENOSA, 2004, p. 215), este sendo codinomes, pseudônimos, alcunhas ou vulgos, que são incorporados ao nome, pelos quais seus portadores são reconhecidos devido a notoriedade que confere a seus portadores, como é o caso de Xuxa, dentre outros. Seguindo, um outro componente do nome é a alcunha, vulgo ou epíteto, que é a forma de se remeter a determinada pessoa um nome abreviado ou até mesmo uma particularidade como os exemplos: Lu, para Luís; Pardal; Assolan. Tudo isso é tratado na vida diária por apelido, no sentido vulgar por todos conhecidos (VENOSA, 2004, p.215). O pseudônimo ou codinome é outro termo que faz parte da composição do nome, este que é uma maneira de reconhecimento, pelo qual e a título de exemplo os chamamentos utilizados por artistas, sendo diferente daquele nome constatado no registro civil. 6 MUDANÇA DO NOME Diante da imutabilidade do nome, cabe aquele interessado em alteração do prenome, requerer as formas jurídicas presentes no código civil que garanta a mudança. Nossa legislação prevê a mudança do prenome nas seguintes situações: A primeira é em relação à exposição da pessoa ao ridículo e causar constrangimento a seu detentor. Nessas situações cabe ao juiz impedir o registro de nomes que exponham seus portadores ao riso, ao

8 ridículo e a chacota da sociedade (VENOSA,2004,p.218), podendo citar como exemplo Himeneu Casamenteiro das Dores Conjugais. Outra situação de alteração do prenome é quando for notoriamente conhecida por uma Alcunha; tendo esse direito alcançado, cita-se como exemplo: Maria Antônia, conhecida à cinqüenta anos por Madalena. Essa mudança do nome, detém uma tendência da sociedade brasileira, no entanto o juiz deve analisar minuciosamente o requerimento do interessado, para adquirir tal alcunha como seu nome. Caberá o juiz avaliar no caso concreto a notoriedade do apelido mencionada na lei. (VENOSA,2004,p.216). Outra situação possível de alteração é em relação à proteção de testemunhas, na área penal, que estejam sob ameaça. Nessa situação, o objetivo principal é resguardar a integridade da testemunha, evitando atentados contra ela. Dentre estas, existem outras situações como casos de adoção, e a alteração do prenome devido as estado sexual. O cuidado do magistrado ao deferir a modificação do prenome deve atender a razões psicológicas e sociais, merece de um cuidado exame da hipótese concreta (VENOSA,2004,p.226). Nessa situação, a questão vai além, indo sob os aspectos da cidadania e a dignidade da pessoa, tudo devido ao constrangimento que aquela pessoa (Transexuais) sofrerá perante a sociedade. Por tudo, pode-se perceber que, com a imutabilidade, surge as possibilidades de alteração do nome, desde que permitido por nossa legislação. 7 DIREITOS AUTORAIS A imagem é protegida pelo art. 5º, XXVIII, a, da Constituição Federal, como direito autoral, desde que ligada à criação intelectual da obra fotográfica, cinematográfica, publicitária, etc.

9 A proteção é conquista do Direito moderno, conseqüência natural ao progresso técnico. (PEREIRA,2005,p.257). O Direito resguarda ao indivíduo o direito à própria imagem. É vedado por nossa legislação a divulgação da imagem por qualquer meio, atentando contra o direito a imagem, ou seja, a divulgação, não autorizada, sujeita o exibidor à reparação, seja material, seja moral do dano. O lesado pode pleitear a reparação pelo dano moral e patrimonial, devido a violação ou pela divulgação não autorizada de escritos ou de declarações feitas. CONCLUSÃO Nota-se a grande importância dos direitos da personalidade, principalmente do nome no mundo jurídico, tendo essa figura participação ativa na vida de todos por ser a forma de identificação do ser humano em uma sociedade, que adquire-se com o nascimento da pessoa, desde que venha ao mundo com vida (o direito de possuir um nome), não deixando de expor os direitos que nossa legislação venha à garantir, visando a proteção de tal figura jurídica. Como conseqüência de tais direitos, surgem pontos mais evoluídos como os direitos autorais, onde se tem por propósito a proteção da imagem. Por tudo apresentado, nota-se a importância do tema e sua complexidade, (nos levando a pesquisar e discutir o tema, baseando em revisões bibliográficas nos mais renomados autores e especialistas no assunto). BIBLIOGRAFIA BRASIL. Código Civil. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 2004. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva.2003.v.1.

10 DINIZ, Maria Helena. Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral. 21. ed. São Paulo, Saraiva, 2004. v. 1. MORAIS, Alexandre de. Direito Constitucional. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: introdução ao direito civil, teoria geral de direito civil. 21. atualizadora: Maria Celina Bodin de Moraes. Rio de Janeiro: Forense, 2005. v.1. RODRIGUES, Silvio. Curso de direito civil: direito de família. São Paulo: Saraiva, 2004. v.6. SOARES, Orlando. Comentários à Constituição da República Federativa do Brasil. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998. VENOSA, Silvio Salvo. Curso de direito civil: direito de família. São Paulo: Atlas, 2004. v. 6.