CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Junior (03/09/2018). Princípios diretores

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Edson Benevides Sá
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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Junior (03/09/2018). Princípios Diretores. Segundo Pontes de Miranda os princípios formam as bases das instituições, o não atendimento aos princípios causam a nulidade. Princípios diretores são os princípios que dão a direção que deve se seguir no processo, deve se observar o artigo 1º do CPC: Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Contraditório. Contraditório ninguém pode sofrer os efeitos de uma sentença sem ter tido a possibilidade de ser parte do processo, sendo um direito fundamental amparado na Constituição no artigo 5º, inciso LV e no CPC 7º, in verbis: Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Não há hierarquia entre os princípios, toda via inegável que esse seja um hiper princípio, pelo fato de dar as partes os mesmos poderes e os mesmos direitos para litigar no processo. Muitas vezes a ofensa ao contraditório parte de colegas mal preparados, isto é, o juiz concede o contraditório, mas o profissional não sabe o que fazer com ele. 1

2 Oitiva necessária das partes. Oitiva necessária das partes volta-se ao direito das partes de serem informadas de todos os deslindes (desdobramento) do processo, artigo 10 do CPC. Boa-fé. Boa-fé ou lealdade processual postura ética e leal, artigo 5 do CPC. volta-se ao dever das partes de ter uma Boa-fé Ética VALORES Quando descumprido gera multa processual Interna Externa Como realmente é como é visto As partes devem possuir valores, assim como todos os outros que participam do processo. Os valores devem ter por lastro, pelo menos, na verdade e na lealdade. Este princípio se violado induz multa pecuniária pela litigância de máfé, prevista no 79 artigo do CPC. Isonomia. Isonomia volta-se a um princípio maior do que o processo, em que as partes devem ser igualmente tratadas perante a lei e ao direito. 2

3 Publicidade. Publicidade figura em segredo de justiça. as partes devem ter acesso ao processo, exceto quando Publicidade é a regra, o segredo a exceção. A justiça não pode ser aplicada nas trevas. Diferentemente da década 60, 70 e grande parte da década de 80, em que os processos corriam em sigilos, hoje tramitam as claras, a justiça não pode ser secreta, exceto nos casos previstos em lei. (Artigo 11 e art. 93, X CF). O sigilo processual também pode ser requerido pela parte, mediante motivo fundamentado. Dispositivo. Dispositivo volta-se ao desinteresse do Estado em relação à lides particulares, cabendo ao interessado a iniciativa de propor a ação. Solução consensual de conflitos, artigo 2º do CPC. Oralidade. Oralidade volta-se para concentrar a instrução e julgamento no menor número possível de atos. É intimamente ligada ao princípio da celeridade, encontra amparo no artigo 14 da lei 9.099/95 e no artigo 4º do CPC, como segue: Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Atividade satisfativa de sentença. obter resultado do processo por meio de cumprimento 3

4 Inafastabilidade do controle jurisdicional. Inafastabilidade do controle jurisdicional a lei não excluirá do poder judiciário ameaça ou lesão de direito, este princípio está amparado no artigo 3º do CPC: Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Embora pareça um preceito legislativo, porquanto nenhuma lei pode excluir o controle jurisdicional, na realidade também é uma solução social, porquanto a paz ainda que literal tem razão de ser na existência do judiciário e na sua capacidade de composição da lide. Ampla defesa. Ampla defesa fundamentado no artigo 5º, inciso LV da CF, garante aos litigantes a ampla utilização dos meios e recursos para sua defesa, pode se voltar-se ao autor, pois o preceito é amplo e alcança qualquer violação: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (...) 4

5 Motivação das decisões. Motivação não é um artigo de lei e sim a linha de raciocínio que fez o juiz chegar na decisão, as decisões judiciais precisam serem fundamentadas para que as partes possam compreende-la e combatê-la da melhor forma possível. A observância desse princípio muito mais do que conhecer para combater, também deve ser visto sobre um outro prisma, isto é, permitindo ao advogado o primeiro controle externo do poder judiciário. Cada vez que o advogado permite decisões judiciais falhas, mais se afasta da sua principal função que é a administração da justiça. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 5

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