[APOSTILA PRÁTICA DE ICO I]



Documentos relacionados
IDENTIFICAÇÃO E CONFIRMAÇÃO DE GRUPOS FUNCIONAIS: Parte 1: ALDEÍDOS E CETONAS

Separação de Misturas

Colégio João Paulo I

NORMAS DE SEGURANÇA E APARELHAGEM UTILIZADA EM LABORATÓRIO

O interesse da Química é analisar as...

Química Geral I. Experimento 3 Tendências Periódicas

Departamento de Química Inorgânica 2. SOLUÇÕES

M A T E R I A I S D E L A B O R A T Ó R I O. Prof. Agamenon Roberto

3) Erlenmeyer Devido ao gargalo estreito é usado para agitar soluções e dissolver substâncias.

AULA PRÁTICA DE QUÍMICA GERAL Estudando a água parte 32

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL A MACROESCALA

Química Geral Experimental - Aula 10

Aluno (a): Professor:

Ciências Físico-Químicas Ano Lectivo 2010/2011

Aluno (a): Nº. Disciplina: Química Goiânia, / / 2014

Propriedades físicas e químicas das substâncias

QIE0001 Química Inorgânica Experimental Prof. Fernando R. Xavier. Prática 03 Síntese do Oxalato de Bário

PROVA DE QUÍMICA Segunda Etapa

Introdução à Química Inorgânica

Matéria: Química Assunto: Materiais Prof. Gilberto Ramos

SÉRIE: 2º ano EM Exercícios de recuperação final DATA / / DISCIPLINA: QUÍMICA PROFESSOR: FLÁVIO QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

Autor: Carlos Disciplina/matéria: química experimental/orgânica Assunto: Materiais de laboratório. Página : 1

1. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE PELO MÉTODO DO AQUECIMENTO DIRETO- TÉCNICA GRAVIMÉTRICA COM EMPREGO DO CALOR

REAÇÕES QUÍMICAS ORGANIZAÇÃO: Márcia Adriana Warken Magalhães ORIENTAÇÃO: Prof a Márcia Cunha 2001

Roteiro de Estudos 2 trimestre 2015 Disciplina: Química 9º ANOS

Propriedades Coligativas

ESTRUTURA DO MICROSCÓPIO ÓPTICO

Propriedades da matéria e mudanças de estado físico

P2 - PROVA DE QUÍMICA GERAL - 11/10/08

Leis Ponderais e Cálculo Estequiométrico

Procedimentos para Testes de Qualidade de Combustíveis

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA - UFPB VIRTUAL LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS A DISTÂNCIA

Água como solvente. Objectivos de Aprendizagem. No final desta lição, você será capaz de:

Quando juntamos duas espécies químicas diferentes e, não houver reação química entre elas, isto é, não houver formação de nova(s) espécie(s), teremos

Professora Sonia Exercícios Sobre SeparaÇão de misturas (Análise imediata)

QUÍMICA QUESTÃO 41 QUESTÃO 42

MANUAL DE VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO

Experimento 4 Cromatografia de papel

Experimento. Técnicas de medição de volumes em Laboratório. Prof. Honda Experimento Técnicas de medição de volumes em Laboratório Página 1

APL 12º ano: SÍNTESE DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEO ALIMENTAR Protocolo experimental a microescala

LABORATÓRIO DE QUÍMICA ATIVIDADES LABORATORIAIS

QUESTÃO 01 Analise este gráfico, em que se mostra o resultado de um experimento de decomposição térmica de uma substância orgânica:

química FUVEST ETAPA Resposta QUESTÃO 1 QUESTÃO 2 c) Determine o volume adicionado da solução

Química 12º Ano. Unidade 2 Combustíveis, Energia e Ambiente. Actividades de Projecto Laboratorial. Janeiro Jorge R. Frade, Ana Teresa Paiva

ESTUDO DA CINÉTICA DE HIDRÓLISE ÁCIDA DO COMPOSTO Trans-[(Co(en) 2 Cl 2 )Cl]

EEEP MARLY FERREIRA MARTINS LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS

MATÉRIA E SEUS FENÔMENOS

PROPRIEDADES DOS MATERIAIS QUÍMICA GERAL

LABORATÓRIOS ESCOLARES ESPAÇOS FLEXÍVEIS PARA APRENDER CIÊNCIAS

Lista de Exercícios 4 Indústrias Químicas Resolução pelo Monitor: Rodrigo Papai de Souza

QIE0001 Química Inorgânica Experimental Prof. Fernando R. Xavier. Prática 09 Síntese do cloreto de pentaaminoclorocobalto(iii)

U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E M I N A S G E R A I S SÓ ABRA QUANDO AUTORIZADO.

63 Química na cozinha: observando a chama

A) Escreva a equação que representa a semi-reação de redução e seu respectivo potencial padrão.

DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DE AMOSTRAS DE METAIS E ÁGUA

2013 Síntese do cloreto de cinamila a partir de ácido cinâmico e cloreto de tionila

Volumetria ácido-base (continuação) Prof a Alessandra Smaniotto QMC Química Analítica - Farmácia Turmas 02102A e 02102B

PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS. 1- quais os métodos mais indicados para separa os componentes das misturas abaixo:

4026 Síntese de 2-cloro-2-metilpropano (cloreto de tert-butila) a partir de tert-butanol

Atividade 1: Grandezas Químicas

COLÉGIO NOSSA SENHORA DE LOURDES 2ª SÉRIE Ensino Médio Roteiro de estudos para recuperação trimestral

NORMAS TÉCNICAS PARA BANCOS DE LEITE HUMANO:

Identificação de Plásticos através de Testes Físico-Químicos MANUAL PARA O PROFESSOR

LISTA 1 NÍVEL 1. Material Extra

Propriedades da Matéria

Química Geral PROF. LARISSA ROCHA ALMEIDA - CURSINHO VITORIANO 1

Técnicas de Medidas e Tratamento de Dados Experimentais

Preparação e padronização de uma solução 0,10 mol/l de ácido clorídrico

Purificação do Éter Etílico. Felipe Ibanhi Pires Mariane Nozômi Shinzato Raquel Amador Ré

Reacções e Estrutura de Sólidos Inorgânicos

Química SUBSTÂNCIAS, MISTURAS E PROCESSO DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS

P1 - PROVA DE QUÍMICA GERAL 13/04/2013

S 2 O 5 (aq) + 2 H + (aq) " 2 SO 2(aq) + H 2 O (,) 2 (aq) + 2 OH (aq) " 2 SO 3 2 (aq) + H 2 O (,) QUESTÃO 2. Combustível.

SEPARAÇÃO DE MISTURAS HETEROGÊNEAS. (Processos mecânicos de separação) Sistema sólido - sólido

MÉTODO DE ANÁLISE. Emissão inicial: Última revisão:

PROF. KELTON WADSON OLIMPÍADA 8º SÉRIE ASSUNTO: TRANSFORMAÇÕES DE ESTADOS DA MATÉRIA.

Química Geral Quimica I Prof. Vinícius CAP. 1 Substâncias Puras, Misturas e Sistemas

ME-27 MÉTODOS DE ENSAIO DETERMINAÇÃO DE PONTO DE FULGOR PELO APARELHO TAG FECHADO

Determinação quantitativa de amido em produtos cárneos por espectrometria

MATERIAIS DE LABORATÓRIO QUÍMICO

EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO

Conteúdo: Substancias e misturas

AULA 1: MATÉRIAS E SUAS PROPRIEDADES

LOGO. Separação de misturas. Profa. Samara Garcia Profa. Núria Galacini Março/Abril/2012

Universidade de São Paulo. Instituto de Química. Proposta de experimento didático para a disciplina QFL 3201

SUBSTÂNCIAS E MISTURAS. Professor: Antonio Sorrentino

4027 Síntese de 11-cloroundec-1-eno a partir de 10-undecen-1-ol

CADERNO DE EXERCÍCIOS 1D

GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 11 DE MARÇO DE 2009

Fração. Página 2 de 6

VIDRARIAS VIDRARIAS OUTROS EQUIPAMENTOS ALMOFARIZ COM PISTILO BALÃO DE FUNDO CHATO. Usado na trituração e pulverização de sólidos.

ANEXO IV. II- um armário para armazenagem de solventes, com construção resistente ao fogo.

Departamento de Física - ICE/UFJF Laboratório de Física II

Fenômenos Químicos e Fenômenos Físicos

Sumário. Materiais. Algumas propriedades físicas e químicas dos materiais

Escola de Engenharia de Lorena USP - Cinética Química Capítulo 05 Reações Irreversiveis a Volume Varíavel

Corpo de Bombeiros. São Paulo

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

RESUMOS TEÓRICOS de QUÍMICA GERAL e EXPERIMENTAL

ESTUDO DA MATÉRIA. QUÍMICA: é o ramo da ciência que estuda a matéria, suas propriedades, estruturas e transformações.

Transcrição:

2014 Profa. Maria Lucia Oliveira Machado (Malu) [APOSTILA PRÁTICA DE ICO I] 1os. Módulos Técnico em Química

2 Assunto: Diferenciação prática de materiais inorgânicos de orgânicos. Data: Objetivos: 1. Realizar testes com substâncias classificando-a em orgânica ou inorgânica. 2. Formular regras genéricas quanto aos pontos de fusão de compostos orgânicos e inorgânicos. 3. Descrever comparativamente a ação do H 2 SO 4 concentrado sobre compostos orgânicos e inorgânicos. 4. Verificar a ação da água e do HCCl 3 como solvente. Materiais Reagentes Espátulas Fenol Cápsula de porcelana Naftalina Bico de Bunsen Parafina Tripé NaCl Tela de Amianto CaO Almofariz e pistilo Benzeno Pinça de madeira Açúcar Tubos de ensaio Ácido sulfúrico concentrado Estante para tubos de ensaio Clorofórmio (CHCl 3 ) Água destilada Procedimento 1 1- Prepare 5 tubos de ensaio cada um contendo uma pequena porção dessas substâncias: açúcar, NaCl, CaO, parafina e benzeno. 2 Adicione água e agite. 3 Coloque em seis tubos de ensaio as mesmas sustâncias anteriores substituindo a água por HCCl 3. 4 Observe e preencha a tabela seguinte quanto à dissolução e comente os resultados. Açúcar NaCl CaO Parafina Benzeno Substância Observações com água Observações com HCCl 3 Procedimento 2 1- Tome 4 tubos de ensaio e coloque num deles uma amostra de de NaCl e assim sucessivamente: CaO, naftalina e parafina. 2- Aqueça na chama de um bico de Bunsen cada tubo de ensaio segurando-o com um agarrador. 3- Faça uma tabela mostrando o que você observou quanto à fusão.

3 Substância Observações CaO Naftalina Parafina NaCl Comente os resultados, comparando os diversos compostos e classificando-os em orgânicos e inorgânicos. Procedimento 3 1 Prepare 2 tubos de ensaio cada um contendo uma dessas substâncias: NaCl e CaO. 2 Prepare 2 vidros de relógio, cada um contendo uma dessas substâncias: açúcar e papel. 3 Adicione sobre cada um deles gotas de H 2 SO 4. 4 Observe e preencha a tabela seguinte: Açúcar NaCl CaO Papel Substância Observações Exercício Após realizar todas as práticas preencha o quadro abaixo: Solubilidade em água Solubilidade em clorofórmio Fusão Ação da Chama Ação do ácido sulfúrico Inorgânica Orgânica

4 Assunto: Determinação da % de álcool na gasolina Data: Para realizá-la, são necessários para cada grupo: uma proveta com tampa de 100 ml 50 ml de gasolina 50 ml água Coloque 50ml da gasolina a ser testada em uma Proveta de 100ml graduada com tampa. Em seguida coloque 50ml de água destilada. Vire a Proveta de cabeça para baixo 3 a 4 vezes e deixe descansar por 1 minuto. Como a água, além de mais densa não é miscível com a gasolina, irá se acondicionar no fundo da proveta juntamente com o álcool retirado da gasolina, aumentando de volume. Para calcular a porcentagem de álcool temos que verificar a diferença de volume na parte da água. Essa diferença corresponde ao volume de álcool que passou para a água. Ex.: Como utilizamos 50 ml de água, se após a mistura com a gasolina esse volume passou para 62mL, a diferença (62 50) será o volume do álcool. Obtido esse volume teremos que transformá-lo em porcentagem. Se em 50mL de gasolina eu tenho 12 ml de álcool, quanto teremos em 100mL? Cálculos: 50ml gasolina - 12 ml de álcool 100 ml de gasolina - x X = 24 ml equivalente à 24% Questões 1) Por que utilizamos água para separar o álcool da gasolina? 2) Qual substância ficou na parte de cima e qual ficou na parte de baixo da proveta? 3) Qual é a porcentagem de álcool permitida na gasolina? 4) Por que o álcool é adicionado a gasolina? 5) O que é octanagem? 6) Qual é mais poluente, o álcool ou a gasolina?

5 Assunto: Bafômetro Data: O teste do bafômetro descartável, usado para identificar motoristas que dirigem depois de ingerir bebidas alcoólicas, é baseado na mudança de cor que ocorre na reação de oxidação do etanol com dicromato de potássio em meio ácido produzindo etanal. A reação que ocorre pode ser representada por: K2Cr2O7 + 4 H2SO4 + 3 CH3CH2OH ---> Cr2(SO4)3 + 7 H2O + 3 CH3CHO(g) + K2SO4 alaranjado incolor verde incolor OBJETIVO Observar a ocorrência de uma reação de oxi-redução envolvendo material orgânico, com aplicação no cotidiano. QUESTÃO PRÉVIA: Tecnicamente um policial pode se certificar de que um motorista está alcoolizado utilizando um bafômetro descartável. No laboratório como pode ser feita esta simulação? MATERIAL E REAGENTES Erlenmeyer de 125 ml Conjunto de rolha e mangueira Canudo de refrigerante Tubo de ensaio Potinho dosador Suporte para um tubo de ensaio Solução de dicromato de potássio (K2Cr2O4) acidificada* Álcool de cereais * Cuidado no manuseio da solução de dicromato de potássio acidificada! PROCEDIMENTO Colocar solução de dicromato de potássio no tubo de ensaio até 1/8 do seu volume. Colocar cerca de 25mL álcool de cereais no erlenmeyer. Montar o sistema de acordo com a figura. Com o auxílio do canudo de refrigerante, assoprar no interior do erlenmeyer até ocorrer mudança na solução de dicromato de potássio. Cuidado para que o líquido não passe para o tubo de ensaio. Anotar suas observações. 1. Explicar o que ocorreu por meio de equação química. 2. Você acha que este teste detecta qualquer quantidade de álcool ingerido por uma pessoa? Justificar sua resposta baseado no experimento realizado. 3. Aproximadamente 10% do descarte de álcool do corpo humano para purificar o sangue é realizado nos pulmões pelo ar alveolar e pelo sistema urinário e os 90% restantes são eliminados pela metabolização de etanol, principalmente no fígado. Explicar como ocorre o processo de eliminação de álcool nos pulmões permitindo a utilização do bafômetro como instrumento de detecção da embriaguez?

6 Assunto: Preparação e reconhecimento do metano Data: O metano, CH 4, conhecido como gás do lixo, gás dos pântanos ou gás grisu (pois pode ser encontrado em minas de carvão, onde forma com o ar uma mistura explosiva), é o hidrocarboneto mais simples. Quando puro, em condições ambiente, apresenta-se na forma gasosa, incolor e inodoro. O gás metano é formado na natureza como um produto residual de bactérias anaeróbias (que vivem com pouco ou nenhum oxigênio). Essas bactérias produzem metano tanto em pântanos e solos alagados como em ambientes formados pelo ser humano, tais como plantações de arroz e aterros sanitários. O sistema digestório de animais ruminantes, como o boi e o carneiro, contém essas bactérias e, portanto, produz gás metano. Calcula-se que uma única vaca expele cerca de 378 litros de gás metano por dia. Os micróbios nos intestinos dos cupins de madeira também produzem metano. Em algumas partes do mundo, o metano é utilizado como combustível e, nesse caso, é obtido em biodigestores, dispositivos que convertem a biomassa (resíduos orgânicos de animais e plantas) em gás metano por meio de fermentação anaeróbia. Esse gás é separado e estocado. Na China e na Índia, existe um grande número de biodigestores em funcionamento. Nesses países o metano é utilizado para produzir energia elétrica, energia térmica e gás de cozinha. O metano é considerado um gás que potencializa o chamado efeito estufa e calcula-se que seu aumento na atmosfera é responsável por cerca de 12% do aquecimento global. Reagentes e materiais: Tubo de ensaio refratário, grande e seco Rolha para tampar o tubo de ensaio, acoplada a um tubo de borracha Bico de conta gotas de vidro. 2,5g de acetato de sódio anidro 2,5g de Hidróxido de sódio seco 1g de Óxido de cálcio Bico de Bunsen Garra e suporte universal Becker com água Procedimento Monte o sistema, adicionando os reagentes no tubo de ensaio e fechando com a rolha. Encaixe o tubo de ensaio na garra presa no suporte universal. Acenda o Bico de Bunsen. Introduzir a ponta do conta gotas de vidro no Becker com água. Quando começar a borbulhar significa que o metano está sendo produzido. H 3C COONa + NaOH Na 2CO 3 + CH 4 Retirar a ponta do conta gotas da água e acender um fósforo nela. Ocorrerá a formação de uma chama devido à queima do metano, produzindo vapor de água e gás carbônico. CH 4 + 2 O 2 2H 2O + CO 2

7 Assunto: Ponto de Fusão Data: Introdução Ponto de Fusão é a temperatura na qual uma substância passa do estado sólido para o estado líquido. É uma propriedade específica física da substância. A mudança de estado recebe o nome de fusão. As substâncias puras fundem à temperatura constante; no caso das impuras (misturas), ocorre elevação da temperatura durante a fusão, ou seja, as misturas não apresentam um ponto de fusão, e sim uma faixa de fusão durante a mudança de estado. Existe um tipo de mistura que se comporta durante a fusão como uma substância pura, é a mistura eutética. As misturas eutéticas possuem composição química fixa, e fundem à temperatura constante, antes que o componente de menor ponto de fusão entre em fusão. É comum a ocorrência de eutéticos em ligas metálicas, como por exemplo, o metal fusível (liga quaternária de estanho p.f = 231,8 ºC, chumbo p.f = 327,5 ºC, cádmio p.f = 320,9 ºC, zinco p.f = 419,4 ºC) usado em dispositivos elétricos mas, o ponto de fusão desta liga é 70 ºC. As propriedades físicas das substâncias são usadas para determinar se uma amostra é pura ou não. Assim, a densidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, solubilidade, condutividade térmica, condutividade elétrica entre outras, são propriedades comumente utilizadas como critério de pureza na identificação de substâncias. Existem vários aparelhos para determinação do ponto de fusão das substâncias, mas a maior parte dos métodos baseia-se no aquecimento da amostra até a sua fusão e leitura da temperatura de fusão através de um termômetro. Um dos métodos mais utilizados para determinação do ponto de fusão em margarinas consiste em fundir a amostra, introduzi-la num capilar de vidro e, após congelamento por 24 horas em freezer, introduzir o capilar contendo a amostra num banho de água e aquecer lentamente até a fusão da amostra. Para cada amostra, faz-se uma triplicata e as temperaturas de fusão encontradas não devem variar mais que 1ºC entre elas. Trabalha-se com a média das medidas. No nosso experimento usaremos um tubo de Thielle, contendo um líquido de banho que deve ser escolhido de acordo com o material a ser fundido. O líquido de banho não deve ser inflamável, já que será aquecido através de chama. Outro fato importante desta técnica é que a amostra a ser fundida deve ter ponto de fusão maior que o ponto de fusão de líquido de banho menor que o ponto de ebulição do líquido de banho, ou seja, o ponto de fusão da amostra deve estar entre os pontos de fusão e ebulição do líquido de banho. Uma limitação deste método é o fato do termômetro não estar mergulhado na amostra a ser fundida, logo não se pode acompanhar o comportamento da temperatura da amostra durante a fusão. Objetivos Determinar experimentalmente o valor do ponto de fusão de algumas substâncias. Materiais e equipamentos Almofariz com pistilo Bico de Bunsen Mufa Suporte Universal Termômetro até 150ºC Tubo capilar de vidro Tubo de Thielle Vareta de vidro (~50 cm) Reagentes Naftaleno Ácido benzóico Uréia Glicerina (líquido de Banho)

8 Procedimento: A) Determinação do ponto de fusão do naftaleno 1. Pulverizar uma pequena porção de naftaleno num almofariz limpo e seco. 2. Fechar uma das extremidades de dois capilares na chama do bico de Bunsen e deixar esfriar. 3. Empacotar o capilar com naftaleno, para isto, bater a extremidade aberta do capilar de 4 a 5 vezes na substância pulverizada e, a seguir, soltar o capilar, com a extremidade aberta para cima, através de uma vareta de vidro (aproximadamente 50 cm) na vertical apoiada na bancada, para compactar a amostra no fundo do capilar. Repetir esta operação até que se tenha, aproximadamente, 1 cm da amostra no interior do capilar. 4. Prender através de um anel de látex, o capilar ao termômetro de tal forma que a parte que contém a amostra fique junto ao bulbo do termômetro. 5. Colocar a glicerina no interior do tubo de Thielle. 6. Montar a aparelhagem conforme figura. 7. Aquecer o líquido de banho lentamente, deslizando a chama em toda a extensão do braço inferior do tubo de Thielle. 8. Anotar a temperatura de fusão, NO INÍCIO da fusão. 9. Repetir o procedimento para o outro capilar contendo naftaleno. B) Determinação do ponto de fusão do Ácido benzóico 1. Repetir os itens de 1 a 9 do procedimento A, com exceção do item 5 pois o tubo já contém glicerina, utilizando como amostra o ácido benzóico. C) Determinação do ponto de fusão da Uréia 1. Repetir os itens do procedimento B, utilizando como amostra, a uréia. Perguntas de verificação 1. O que é ponto de fusão? 2. Por que na determinação do ponto de fusão, usando a técnica do tubo de Thielle, a temperatura no termômetro não se mantém constante durante a fusão? 3. É possível construir um gráfico que mostre o comportamento da temperatura da amostra analisada, desde o aquecimento inicial até o final da fusão? Justifique sua resposta. 4. Pesquise os valores reais para o ponto de fusão das substâncias utilizadas no experimento. 5. Os valores obtidos por sua equipe coincidem com os valores obtidos na literatura? Por quê?

9 Assunto: Ponto de Ebulição e Curva de Ebulição Data: Introdução: Ponto de Ebulição é a temperatura na qual uma substância passa do estado líquido para o estado gasoso. Ao aquecermos um líquido, inicialmente ocorre um escape das moléculas que ficam na superfície (evaporação), mas ao atingirmos seu ponto de ebulição, o desprendimento das moléculas ocorre em toda a massa líquida. Isto é evidenciado pela formação de bolhas, que nada mais são do que os espaços ocupados por moléculas da substância na forma de vapor (estado gasoso), que se forma inicialmente no fundo que é a região que recebe primeiro o calor da chama ou de outro sistema de aquecimento. O comportamento da temperatura durante o aquecimento de uma substância pura no estado líquido é análogo ao aquecimento de uma substância pura no estado sólido, ou seja, durante a mudança de estado, a temperatura se mantém constante. Já, se o líquido em ebulição for uma mistura, não haverá um ponto de ebulição, e sim, uma faixa de ebulição já que neste caso a temperatura continua subindo lentamente durante a mudança de estado. O comportamento da ebulição de uma substância pura ou de uma mistura pode ser verificado na prática, anotando-se os valores da temperatura em vários intervalos de tempo. Os dados obtidos podem ser plotados num gráfico de temperatura x tempo, chamado de curva de ebulição. Existe uma classe de misturas líquidas que se comporta como as substâncias puras apenas durante a ebulição: são as misturas azeotrópicas. Estas misturas destilam em temperatura fixa e composição química bem definida, por exemplo: HCl e água (ferve a 108,58 C com 20,22 % em HCl 760 mm Hg), álcool etílico e água (ferve a 78,17 ºC com 96 % de álcool 760 mm Hg). Se mudarmos a pressão, a temperatura de ebulição do azeótropo e sua composição também mudam. Objetivos Determinar experimentalmente a curva de ebulição de uma mistura e de uma substância pura, comparando suas características. Materiais e equipamentos Balança semi-analítica Bico de Bunsen Suporte universal Tela de amianto Argola Bagueta de vidro Béquer de 100 ml Proveta de 100 ml Termômetro (110ºC) Reagentes Água destilada Cloreto de sódio Procedimento: Parte A: Ebulição de substância pura: Água destilada 1. Montar a aparelhagem conforme a figura A. 2. Colocar 70 ml de água destilada no Béquer. 3. Mergulhar o termômetro até o meio do líquido (o bulbo do termômetro deve permanecer imerso na água durante todo o aquecimento). 4. Iniciar o aquecimento (aquecimento moderado) e anotar a temperatura (a partir do instante inicial t=0) a cada 1 minuto e, após entrar em ebulição, deixar mais 15 minutos, anotando sempre o tempo e a temperatura correspondente. Parte B: Ebulição de mistura: solução aquosa de cloreto de sódio 1. Montar a aparelhagem conforme a figura B. 2. Pesar na balança semi-analítica 20 g de cloreto de sódio em um béquer de 100 ml. 3. Acrescentar ao béquer contendo o sal 70 ml de água destilada. 4. Agitar até completa dissolução do sal. 5. Continuar como nos itens 3 e 4 do procedimento anterior, tomando o cuidado de não colocar o béquer com a mistura sobre a tela de amianto já quente.

10 Perguntas de Verificação: 1. Com os dados obtidos construir gráficos de Temperatura x Tempo (temperatura na ordenada e tempo na abscissa), em papel milimetrado, para a substância pura e para a mistura. Lembre-se de identificar o gráfico com: título (curva de ebulição da água ou da mistura água + NaCl), turma, n da equipe, nomes e números dos componentes da equipe e data em que foi realizado o experimento. Indique também no gráfico a unidade de temperatura (oc) e a unidade de tempo (min.) utilizada. 2. O que é ponto de ebulição? 3. O que ocorre com a temperatura durante a ebulição de uma substância pura? E de uma mistura? 4. Procure, na literatura, o ponto de ebulição de 5 substâncias puras e que sejam líquidas à temperatura ambiente. 5. Esboce o gráfico da temperatura X tempo para a curva de ebulição de uma mistura azeotrópica contendo 96% de álcool etílico e 4% de água (v/v). Indique no gráfico as fases de agregação da matéria correspondentes a cada trecho. Dados: PE água = 100º C; PE etanol = 78,4º C; PE da mistura azeotrópica = 78,2º C.

11 Assunto: Diferenciação prática de Cetona e Aldeídos Data: 1) Reativo de Tollens Reagentes: - Solução de AgNO 3 2,5% - Solução de NH 4OH Procedimento: Preparar o reativo de Tollens em 2 tubos de ensaio: Adicionar 1mL de AgNO 3 Pingar NH 4OH até formar precipitado amarelo; Após a formação do ppt, adicione excesso de NH 4OH até dissolver o ppt. No primeiro tubo adicione 3 gotas de cetona No segundo tubo adicione gotas de aldeído até reagir Obs.: Para auxiliar na redução, utilize açúcar no tubo com o aldeído) Reações: R- CO- R não reage Cetona [O] R COH R COOH Aldeído [O] ácido carboxílico R- COH + Ag + + 2NH 3 + H 2O R- COOH + Ag 0 + 2 NH 4 + espelho de prata 2) Reativo de Fehling Fehling A: 34,65g de CuSO 4 e completar até 500mL de água. Fehling B: 173g de sal Rochelle (ou sal de Seignette, ou tartarato de potássio e de sódio C 4H 4O 6KNa) e 125g de KOH. Completar com água até 500mL. Procedimento: Preparar 2 tubos de ensaio da seguinte forma: 0,5mL de Fehling A 0,5 ml de Fehling B No primeiro tubo adicionar 1mL de acetona. No segundo tubo adicionar 1,5mL de aldeído Colocar o segundo tubo de ensaio em banho Maria até que a reação se complete. Reações:

12 R CO R + Reativo de Fehling não reage Cetona R COH + Reativo de Fehling ( Cu +2 + 2 OH - ) R COOH + Cu 2O + H 2O Aldeído Ac. Carboxil. Ppt verm