Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Alojamento no ensino superior Bruno Pereira João Costa Marcelo Leite Miguel Morais Pedro Querido Pedro Oliveira Relatório do Trabalho Prático realizado no âmbito da Unidade Curricular Projecto FEUP do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores 2010-10-22
Resumo Este relatório aborda o tema Alojamento no ensino superior. Visando principalmente a situação dos estudantes da UP e mais concretamente da FEUP, foi possível verificar que a UP dispõe de dez residências distribuídas por três pólos. Estas residências têm capacidade conjunta para acolher 1216 estudantes, sendo que estudantes com situações sócioeconómicas e demográficas desfavoráveis são considerados prioritários por parte do sistema de alojamento. Analisando os dados que resultaram dos inquéritos efectuados, pode-se depreender que os alunos que habitam nestas residências encontram-se, em geral, satisfeitos. Em alternativa ao alojamento disponibilizado pela UP, é possível encontrar uma vasta gama de ofertas no sector privado de habitação. A gama de escolha disponível é elevada e os estudantes que optam por não ficar alojados numa das residências da UP ou que vêem a sua candidatura rejeitada por falta de vagas, podem encontrar aqui uma alternativa que satisfaça as suas necessidades. É importante notar que, embora normalmente satisfeitos com as condições do local onde se encontram, o valor muitas vezes excessivo do aluguer é um dos pontos negativos que os estudantes apontam frequentemente a este tipo de alojamento. Índice 1. Introdução 3 2. Residências Universitárias 3 2.1. Localização e Condições 3 2.1.1. Pólo I 3 2.1.2. Pólo II 4 2.1.3. Pólo III 5 2.2. Critérios de elegibilidade e Preço 7 2.3. Opinião dos residentes 7 2.4. Sugestão de melhorias 7 3. Residências Privadas 3.1. Localização e Condições 8 3.2. Critérios de elegibilidade e Preço 8 3.3. Opinião dos residentes 8 3.4. Sugestão de melhorias 9 4. Inquéritos/Sondagem 9 5. Conclusões 11 6. Referências 11 2
1. Introdução No âmbito da unidade curricular Projecto FEUP, do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, o nosso grupo, entre outros, foi incumbido de realizar várias tarefas alusivas ao tema Alojamento no ensino superior. Entre essas tarefas consta a realização de uma palestra para a comunidade educativa, a execução de um poster alusivo ao nosso tema e, finalmente, a produção de um relatório. Relativamente a este último, o nosso grupo procederá à caracterização e comparação de algumas residências públicas e privadas das quais os estudantes residentes no Porto podem usufruir, nomeadamente os estudantes da UP. Iremos analisar mais especificamente os alojamentos relativos a estudantes da FEUP, avaliar o grau de satisfação dos mesmos e os critérios de elegibilidade adoptados, finalizando com algumas sugestões que podem contribuir para melhorar a situação actual. 2. Residências Universitárias A Universidade do Porto possui dez residências universitárias com capacidade para alojar 1216 estudantes e que se encontram divididas por três pólos. 2.1. Localização e Condições 2.1.1. Pólo I O Pólo I é constituído por três residências: Residência São João de Brito: Masculina; 21 camas, repartidas por 7 quartos individuais e 7 quartos duplos; WC partilhado; Uma cozinha, uma sala de estudo, uma sala de convívio e uma lavandaria selfservice; Rua da Boa Hora, 28, 4050-099 Porto. Residência da Bandeirinha: Masculina; 52 vagas, distribuídas por 25 quartos duplos e um de casal; Cozinha em todos os pisos; Sala de convívio e lavandaria self-service comuns a todos os pisos; Rua da Bandeirinha, 66, 4050-088 Porto. Residência Aníbal Cunha: Feminina; 28 camas, repartidas por 10 quartos duplos e 8 quartos individuais; WC partilhado; 3
Uma cozinha, uma sala de estudo, uma sala de convívio e uma lavandaria selfservice; Rua Aníbal Cunha, 94, 4050-046 Porto. Fig.1 - Localização aproximada das residências constituintes do Pólo I. O marcador cor salmão corresponde à localização da Residência Aníbal Cunha, o marcador roxo à localização da Residência São João de Brito e o marcador amarelo à localização da Residência da Bandeirinha (Google Maps 2010). 2.1.2. Pólo II O Pólo II é constituído por duas residências: Residência de Paranhos: 4 Blocos com 33 quartos individuais, sendo dois blocos femininos, um masculino e um misto, normalmente ocupado por estudantes de programas de mobilidade internacional e pós-graduação; Uma cozinha e uma sala de estudo por piso; Uma sala de convívio e uma lavandaria self-service comuns a todos os blocos; Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, 4200-393 Porto. Residência Jayme Rios de Sousa: 199 camas distribuídas por noventa quartos duplos, quatro quartos quádruplos e um quarto triplo; Uma sala de estudo por piso; Uma cozinha, uma sala de convívio e uma lavandaria self-service comuns a todos os pisos; Rua Joaquim Kopke, 112, 4200-346 Porto. 4
Fig.2 - Localização aproximada das residências constituintes do Pólo II. O marcador verde corresponde à localização da Residência de Paranhos enquanto o marcador amarelo corresponde à localização da Residência Jayme Rios de Sousa (Google Maps 2010). 2.1.3. Pólo III O Pólo III é constituído por cinco residências: Residência Campo Alegre I: 156 camas distribuídas por treze apartamentos de onze quartos individuais e um apartamento de treze quartos; Um WC partilhado por apartamento; Uma cozinha e uma sala por apartamento; Uma sala de convívio e uma lavandaria self-service comuns a todos os apartamentos; Rua do Campo Alegre, 1395, 4150-181 Porto. Residência Alberto Amaral: 220 vagas para estudantes de licenciatura e 113 vagas para estudantes de pósgraduação e estudantes de Programas de Mobilidade Internacional; As camas que se destinam aos estudantes de licenciatura estão distribuídas por apartamentos de onze camas, com WC comum, cozinha e sala. As camas destinadas aos restantes estudantes estão distribuídas por 22 quartos individuais, 39 quartos duplos e seis quartos de casal, todos com WC e frigobar; Rua D. Pedro V, 223, 4150-603 Porto 5
Residência Universitária Campo Alegre: 48 camas distribuídas por 38 quartos individuais, dois quartos duplos e três quartos de casal; Telefone em cada quarto; Os quartos duplos e de casal possuem kitchnette e os individuais possuem um frigobar; Uma lavandaria self-service comum; Rua do Campo Alegre, 695, 4150-179 Porto. Residência Universitária Campo Alegre 2010: Dez vagas distribuídas por seis quartos individuais e dois duplos; Uma cozinha, uma sala de convívio e uma lavandaria self-service comum a todos os utentes; Rua do Campo Alegre, 555, 4150-179 Porto. Residência José Novais Barbosa: 48 camas distribuídas por 38 quartos individuais, dois quartos duplos e três quartos de casal; Telefone em cada quarto; Os quartos duplos e de casal possuem kitchnette e os individuais possuem um frigobar; Lavandaria self-service comum a todos os utentes; Rua do Campo Alegre, 555, 4150-179 Porto. Fig.3 - Localização aproximada das residências constituintes do Pólo III. O marcador cor salmão corresponde à localização da Residência José Novais Barbosa, o marcador roxo à localização da Residência Alberto Amaral e o marcador azul à localização da Residência Universitária Campo Alegre 2010. Por sua vez, o marcador verde corresponde a à localização 6
da Residência Universitária Campo Alegre e o marcador rosa indica a localização da Residência Campo Alegre I (Google Maps 2010). 2.2. Critérios de elegibilidade e Preço De acordo com os Serviços de Acção Social da Universidade do Porto (SASUP), as residências universitárias que anteriormente foram mencionadas destinam-se a alunos da Universidade do Porto que por razões de ordem sócio-económica e geográfica, necessitam de alojamento. Alunos bolseiros do SASUP são tidos como prioridade por parte da entidade responsável pelo alojamento. O valor a pagar pelo alojamento é uniforme e é de 63.90, de acordo com tabela de preços em vigor a 31 de Agosto de 2010 (SASUP 2010). 2.3. Opinião dos residentes De acordo com os utentes das residências universitárias, nomeadamente das visitadas durante o desenvolvimento do trabalho (Residência de Paranhos e Residência Jayme Rios de Sousa), as vantagens de viver nestes estabelecimentos superam em grande quantidade as desvantagens. Alguns dos aspectos positivos e negativos mais significativos são apresentados a seguir (mais informações podem ser consultadas na secção 4, Inquéritos/Sondagem ): Tabela 1 Aspectos negativos e positivos apontados pelos residentes dos estabelecimentos visitados. Aspectos positivos: Aspectos negativos: o Convívio; o Ruído; o Funcionários prestáveis e afáveis; o Falta de quartos individuais em algumas residências. o Existência de salas de estudo; o Preço acessível. 2.4. Sugestão de melhorias Como facilmente se pode depreender partindo da Tabela 1, o ruído, muitas vezes algo incomodativo, e uma certa falta de privacidade, resultante da escassez de quartos individuais em algumas residências, são aspectos a melhorar no futuro. O primeiro aspecto, sendo da responsabilidade da entidade que aloja os estudantes é também responsabilidade dos alunos alojados, uma vez que uma atitude consciente e respeitosa para com os outros colegas pode fazer a diferença. Já o segundo aspecto, é, como é óbvio, assunto a resolver por parte dos serviços de acolhimento dos estudantes, uma vez que os estudantes pouco ou nada podem fazem para melhorar esta situação. 7
3. Residências Privadas Como a capacidade das residências públicas abrange apenas uma pequena parte do total de alunos deslocados para estudar na Universidade do Porto, a procura de alojamento no sector privado é um imperativo para muitos destes. 3.1. Localização e Condições Este tipo de habitações encontra-se disperso um pouco por toda a cidade do Porto, Vila Nova de Gaia e áreas envolventes, verificando-se, no entanto, maior densidade perto dos estabelecimentos de ensino superior. Quanto às condições que os estudantes podem encontrar, estas são também muito variadas e dependem bastante da situação económica de cada um. Desde apartamentos a moradias, passando por quartos individuais e duplex, pode ser encontrado, muitas vezes após uma procura exaustiva, uma oferta que vá de encontro às necessidades de cada aluno. 3.2. Critérios de elegibilidade e Preço Os critérios de elegibilidade são, salvo algumas excepções, definidos pelo proprietário do imóvel, sendo por isso possível encontrar uma vasta variedade de critérios. No entanto, levada a cabo uma breve sondagem telefónica, que abrangeu 21 inquiridos, podemos concluir que o sexo (feminino ou masculino) do estudante é o principal requisito imposto logo à partida por parte dos possíveis senhorios. De facto, 76% dos contactados referem que apenas alugam a sua habitação a pessoas de um dos sexos. Relativamente aos preços, ainda que seja possível encontrar os mais diversos valores, estes tendem a ser um pouco exagerados tendo em conta aquilo que são as reais possibilidades dos estudantes. O seguinte excerto prova isso mesmo: Há estudantes que desembolsam 300 euros, mensalmente, por um quarto no Porto só com direito a casa-de-banho e nada mais. A renda de um T1 pode ultrapassar os 500 euros. E, muitas vezes, nem sequer têm direito a contrato nem a recibo pelo arrendamento Alguns milhares estão deslocados e esticam o orçamento para pagar um espaço sem as condições adequadas de habitabilidade. (Luz 2010). 3.3. Opinião dos residentes Os estudantes que recorrem a este tipo de alojamento encontram-se, regra geral, satisfeitos, embora apontem sempre o factor económico como um ponto negativo de elevado peso. Alguns dos aspectos positivos e negativos mais significativos são apresentados a seguir (mais informações podem ser consultadas na secção 4, Inquéritos/Sondagem.): Tabela 2 Aspectos negativos e positivos apontados pelos residentes do sector arrendatário. Aspectos positivos: Aspectos negativos: o Grande variedade de oferta; o Custo elevado; o Privacidade. o Distância a transportes públicos e outras questões de logística. 8
3.4. Sugestão de melhorias O maior contra deste género de alojamento consiste, como já foi referido, no elevado custo adjacente. O investimento por parte do serviços públicos de alojamento na expansão das residências universitárias, ou a atribuição de uma ajuda financeira significativa aos estudantes que se vêem obrigados a recorrer a esta solução, são possíveis soluções para este problema. 4. Inquéritos/Sondagem De forma a compreender melhor a opinião dos estudantes, que se deslocaram para poderem estudar na UP, relativamente às condições de habitação que encontraram tanto no sector público como no sector privado, foram realizados 50 inquéritos, 25 a habitantes de residências públicas e os restantes a habitantes de residências privadas. Esta recolha de opinião, feita no local, abrangeu utentes da Residência de Paranhos, da Residência Jayme Rios de Sousa e também moradores de várias habitações privadas. Abaixo são apresentados os gráficos obtidos a partir do tratamento de dados efectuado pelo grupo. O primeiro gráfico, intitulado Proximidade da Faculdade, apresenta a opinião dos estudantes relativamente à proximidade entre a faculdade que frequentam e o local onde habitam. O gráfico Qualidade das instalações e serviços apresenta a opinião dos estudantes relativamente a este parâmetro nas residências onde habitam, enquanto que o gráfico Grau de satisfação dá a conhecer o grau de satisfação dos estudantes. Nestes dois gráficos, o nível 1 corresponde à classificação mais baixa (grande descontentamento com a situação actual). Por outro lado, o nível 5 expressa um grande agrado com a situação actual. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Proximidade da Faculdade Jayme Rios de Sousa Paranhos Privada Perto Longe Gráfico 1 Opinião dos estudantes quanto à proximidade da faculdade que frequentam em relação ao local onde habitam. Os dados encontram-se apresentados em termos percentuais. 9
Qualidade das instalações e serviços 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 Jayme Rios de Sousa Paranhos Privado Gráfico 2 Opinião dos estudantes quanto à qualidade das instalações e serviços do local onde habitam. Os dados encontram-se apresentados em termos percentuais. Grau de satisfação 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 Jayme Rios de Sousa Paranhos Privado Gráfico 3 Grau de satisfação dos estudantes. Os dados encontram-se apresentados em termos percentuais. Analisando os três gráficos apresentados anteriormente é possível constatar o seguinte: Gráfico 1: Quanto à Residência Jayme Rios de Sousa, é possível verificar uma divisão entre a opinião dos estudantes. Esta divisão pode ter duas razões subjacentes: por um lado, é natural que os habitantes desta residência 10
frequentem diferentes faculdades, o que implica distâncias diferentes. Por outro lado, esta é uma avaliação de elevado cariz subjectivo. Os habitantes da Residência de Paranhos e das habitações privadas consideram maioritariamente que a sua faculdade se encontra próximo do local onde residem. Gráfico 2: Relativamente à qualidade das instalações e serviços, apenas uma minoria em torno dos 5% (toda pertencente a habitantes do sector privado), atribui classificação negativa à sua habitação, sendo que os habitantes da Residência de Paranhos são os mais agradados no que toca aos elementos avaliados neste parâmetro. Gráfico 3: Analisando o gráfico Grau de satisfação, é possível observar que nenhum residente, tanto das habitações públicas como das habitações privadas, se declara insatisfeito com as condições do local onde habita. 5. Conclusões Após a leitura dos dados apresentados neste relatório, dados esses que foram recolhidos junto de entidades acreditadas e de indivíduos que neste momento se encontram deslocados para estudar na UP, é possível chegar a um determinado conjunto de conclusões: Os utentes das residências universitárias encontram-se globalmente satisfeitos com o serviço que lhes é prestado; As principais vantagens de se viver numa residência universitária consistem no convívio e no preço acessível; A principal desvantagem de se viver numa residência universitária consiste na falta de espaço pessoal ; O número de vagas nas residências universitárias é insuficiente para acolher o número de estudantes deslocados; Os estudantes que habitam em residências privadas, embora satisfeitos com as condições dos locais onde habitam, apontam o factor económico como o grande ponto negativo deste tipo de alojamento; O auxílio económico a alunos que são forçados a habitar no sector imobiliário privado é essencial para que estes possam prosseguir a sua vida académica tranquilamente. 6. Referências Google Maps. 2010. http://maps.google.pt/ (accessed September 12, 2010). SASUP (Serviços de Acção Social da Universidade do Porto). 2010. http://sigarra.up.pt/sasup/web_page.inicial (accessed September 12, 2010). Luz, Carla. 2010. Há estudantes a pagar 300 euros só por um quarto. Jornal de Notícias.(September).http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto &Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=167057 (accessed September 2010). 11