Prêmio Top Suppliers. DNA Entrevista com a Diretora-Geral da Leo Pharma no Brasil. Conheça os grandes vencedores da edição 2010



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Transcrição:

r e v i s t a Nº 124 Ano 33 Março/Abril 2011 Prêmio Top Suppliers Conheça os grandes vencedores da edição 2010 DNA Entrevista com a Diretora-Geral da Leo Pharma no Brasil

Editorial Revista UPpharma DPM Editora LTDA. Rua Demóstenes, 967 Campo Belo CEP 04614-014 São Paulo (SP) Brasil Tel./Fax: (11) 5533-5900 E-mail: revista@dpm.srv.br Publisher Nelson Coelho Mtb 50.499 Jornalista Responsável Madalena Almeida Mtb 20.572 Comercial Edy Lopes Executiva de Contas Tel.: (11) 5533-5900 edy.lopes@dpm.srv.br anuncio@dpm.srv.br Direção de arte Maurício Domingues Revisão Josias A. Andrade Colaboradores desta Edição André Jacques Pasternak, André Reis, Arnaldo Pedace, Deborah Portilho, Dr. Rogério Damasceno Leal, Fernando Loaiza, Floriano Serra, Marcelo Weber, Marcos Veçoso, Nelson Mussolini, Renata Schott, Ricardo Euclydes Nazar, Scher Soares, Serafim Branco e Yuri Trafane Impressão Vox Editora Tiragem 12.000 exemplares A Revista UPpharma GRUPEMEF é uma publicação bimestral da DPM Editora Ltda. Este descritivo está em conformidade com as leis de imprensa, uma vez que a DPM é responsável pela produção do conteúdo editorial da Revista. As informações contidas nos artigos de nossos colaboradores não refletem necessariamente a opinião desta Editora. Cartas para a redação Revista UPpharma Rua Demóstenes, 967 Campo Belo CEP 04614-014 São Paulo (SP) Brasil E-mail: cartas@dpm.srv.br Assinatura E-mail: assinatura@dpm.srv.br Tel.: (11) 5533-5900 Fale com o editor editor@dpm.srv.br Site www.dpm.srv.br Apoio GRUPEMEF Grupo dos Profissionais Executivos do Mercado Farmacêutico Rua Thomas Deloney, 280 Chácara Sto. Antonio CEP 04710-040 São Paulo (SP) Tel.: (11) 5093-5385 Fax: (11) 5531-8103 E-mail: grupemef@grupemef.com.br Diretora-Geral do GRUPEMEF Sonia Orestes Diretores do GRUPEMEF Marcelo Weber Renata Schott Gerente Administrativa do GRUPEMEF Antonia Rodrigues Merecido reconhecimento Caro leitor. O reconhecimento da força de uma marca é uma meta da área de marketing de todas as empresas. Quando esse objetivo é conquistado traz prestígio e satisfação para quem trabalhou nesse projeto. Naturalmente, o lucro é uma consequência desses árduos esforços na busca da consolidação da marca, muitas vezes algo tão demorado quanto uma vida inteira de trabalho. É com este espírito de vitória que realizamos a edição 2010 do Prêmio Top Suppliers, pesquisa que reconhece os melhores fornecedores da indústria farmacêutica. Fomos aconchegantemente recebidos pelos profissionais do Sindusfarma, entidade que, mais uma vez, disponibilizou suas instalações para a entrega dos troféus e certificados aos vencedores. A cobertura do evento o leitor confere em reportagem nas próximas páginas. A premiação também contou mais uma vez com o apoio do Grupemef e da Credinfar, entidades que acreditaram no sucesso do projeto desde a primeira edição. Neste momento de grande satisfação, não poderíamos deixar de estender nossa gratidão às empresas Creative Desing, GM e Resulta, que patrocinaram o projeto neste ano. Nosso muito obrigado! Não deixem de ver a matéria completa do evento nesta edição e conhecer os fornecedores considerados os melhores do mercado na opinião dos próprios profissionais da indústria farmacêutica. Aproveitem a leitura e sucesso a todos. Nelson Coelho Publisher

Sumário 12 Top Suppliers Revista UPpharma premia os vencedores da terceira edição da Pesquisa Top Suppliers, levantamento eletrônico que elege os melhores fornecedores da indústria farmacêutica 30 DNA Heloisa Simão, Diretora- Geral da Leo Pharma, revela as estratégias para colocar o Brasil entre as principais operações do Grupo internacionalmente 56 Em foco Sindusfarma renova pacto coletivo para inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho 6 Grupemef 8 Sindusfarma 10 Alanac 24 Recrutamento e seleção 26 Comunicação 28 Farmacoeconomia 42 Ponto de vista 44 Recursos humanos 46 Reciclagem 50 Responsabilidade social 52 Techs & Specs 54 Coluna legal 61 Notícias 62 Treinamento 64 Marketing 66 Dose única

A mais moderna e completa solução para a indústria farmacêutica. A epharma trouxe ao mercado um moderno instrumento eletrônico de gerenciamento para a indústria farmacêutica: o epharma Follow. Este serviço, que já conta com mais de 12 mil farmácias credenciadas em todo Brasil, auxilia as indústrias na gestão comercial de forma ágil e segura. Além disso, permite a individualização de ações de marketing, foco na demanda, possibilidade e vinculação do RV, ações de fomento no ponto de venda e identificação do balconista. Toda a checagem de regras, limites e condições comerciais são realizadas online e em tempo real, permitindo aos gestores uma rápida tomada de decisões. Para saber mais sobre o epharma Follow, entre em contato conosco pelo telefone (11) 4689-8686 ou pelo e-mail negociospharma@epharma.com.br.

Grupemef 35 anos de sucesso É com satisfação que compartilho com todos vocês uma grande notícia: os 35 anos de história da Lupa de Ouro, a maior premiação do marketing farmacêutico no Brasil. São mais de três décadas reconhecendo o talento e os esforços de profissionais que contribuem para o engrandecimento da indústria farmacêutica. Tudo começou em 1975, quando, durante a 18ª Assembleia Geral do Grupemef, foi levantado o interesse de se premiar as estratégias de marketing e os melhores produtos do mercado farmacêutico. O troféu a ser entregue aos vencedores receberia, inicialmente, o nome de Sherlock de Ouro, Prata e Bronze. No ano seguinte, o nome do prêmio não foi aprovado, mas o símbolo do personagem foi adotado. Surgia assim o Prêmio Grupemef, que, em 1977, passou a contemplar os produtos e laboratórios com melhores performances de venda e receituário, além dos profissionais de pesquisa de mercado que mais se destacaram no seu trabalho junto ao Grupemef e também no desenvolvimento de projetos nessa área para a indústria farmacêutica. Somente em 1980, adotou-se a atual denominação Lupa de Ouro, e, desde então, o prêmio foi crescendo, batendo recorde de inscrições e tornou-se o mais cobiçado do setor. A cada ano, mais categorias foram criadas, a fim de reconhecer um maior número de profissionais e projetos. Paralelamente, a premiação também foi aprimorada, até mesmo com alterações no regulamento, sugeridas pelos próprios profissionais de marketing farmacêutico, o que possibilitou aumentar as chances dos participantes na conquista do prêmio. Ao longo desses 35 anos, todos os esforços para melhoria do Lupa de Ouro têm sido recompensados. Para se ter ideia, em 2010, tivemos o maior número de inscrições no prêmio em toda a sua história. Foram mais de 300 projetos avaliados, cujos vencedores foram contemplados em 26 categorias em uma grande festa, realizada em São Paulo. Participar da história do Lupa de Ouro é motivo de grande orgulho para mim e para toda a diretoria do Grupemef, que trabalha arduamente para proporcionar a cada edição o reconhecimento merecido aos profissionais de vários laboratórios. A Lupa de Ouro é uma premiação já consolidada no mercado. E estamos certos de que continuará a ser uma iniciativa coroada de sucesso por muitos e muitos anos. Mas essa história também é de todos vocês, de todas as pessoas que ao longo de mais de 30 anos têm ajudado a fazer da premiação a mais importante do setor. Parabéns a todos os profissionais por mais esta grande conquista! Sonia Orestes Diretora-Geral Erramos: Informamos que na Revista UPpharma, edição 123, na reportagem de cobertura da Lupa de Ouro (página 17), houve um engano na publicação do nome do profissional que apresentou o Projeto Atlas de Mídia, da Pfizer Consumer. O responsável pela apresentação do projeto foi Renato Gonçalves, Analista de Inteligência de Mercado, e não Paulo Reis, como foi veiculado. Na mesma matéria, na página 24, saiu errado o nome do laboratório que conquistou a terceira colocação na categoria Campanha OTC Outras Mídias com o produto Soapex Espuma. O vencedor foi a Galderma e não a Stiefel, como foi publicado. 6 Mar-Abr 2011

Sindusfarma Tempo de consolidação Nelson Mussolini Após anos de expansão acelerada, a indústria farmacêutica vive um período de consolidação, que teve início em 2010 e deve se estender por algum tempo. As vendas aumentaram, novos medicamentos foram lançados, várias empresas participaram do processo de fusões e aquisições. Mas essas intensas movimentações comercial e financeira não se traduziram em aumento de rentabilidade. Na verdade, o que aconteceu, em linhas gerais, foi o contrário. O crescimento do mercado colocou os laboratórios farmacêuticos instalados no País diante dos desafios inerentes a um ambiente altamente competitivo, no qual centenas de empresas disputam palmo a palmo a preferência do consumidor e a primazia de seus produtos perante os médicos e demais profissionais de saúde. Um efeito dessa situação é observável exatamente agora, com a recente entrada em vigor dos índices do reajuste anual de preços de medicamentos, determinados pelo Governo. De fato, nos últimos anos, o consumidor tem encontrado uma infinidad e de produtos por preços inferiores aos PMCs autorizados. Na média, a variação de preços dos medicamentos tem ficado abaixo da inflação. Em 2010, por exemplo, a inflação dos medicamentos (3,36%) foi bem menor do que a inflação geral (5,91%), segundo o IPCA do IBGE. Isto se deve à forte e crescente competição que existe no mercado de medicamentos. Estratégias comerciais influenciadas pela concorrência levam laboratórios farmacêuticos e farmácias a manter preços, conceder descontos ou aplicar reajustes inferiores aos índices autorizados em benefício do consumidor. Nesse cenário, as empresas do setor introduzem no Brasil práticas semelhantes às que já adotam em países desenvolvidos, onde os mercados de consumo são maduros e exigentes há décadas. A concorrência acirrada induz os players a estabelecer políticas agressivas de comercialização e lançamento de produtos, levando-os a reduzir margens, ampliar portfólios e fortalece r ações de marketing e vendas. Com isso, destinam verbas cada vez maiores para a pesquisa e desenvolvimento (P&D) de medicamentos inovadores, modernização de instalações e a prospecção e o ingresso em mercados de outros países. Tudo para não perder participação de mercado no presente e preparar o terreno para os avanços futuros. No sentido de alcançar essas metas, as indústrias farmacêuticas foram obrigadas a fazer ajustes nas estruturas administrativas, processos produtivos e modelos de negócio, mudanças que passam, até mesmo, pela readequação do quadro de pessoal, implicando, eventualmente, cortes de postos de trabalho. Nada que indique problemas para o setor. Trata-se apenas de incorporar as conquistas recentes, antes de dar passos ainda maiores. O terreno é fértil, mas carece esperar que os frutos voltem a crescer e chegue o tempo de uma nova e abundante colheita. São correções de rumo naturais de um segmento que, na última década, teve um desempenho excepcional e soube repartir os ganhos obtidos. Ao longo da década, a indústria farmacêutica instalada no Brasil não apenas elevou o número de empregos oferecidos de 50 mil para 75 mil crescimento de 50%!, como concedeu aumentos salariais acima da inflação, incorporando benefícios aos trabalhadores, como a assistência farmacêutica e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, entre outros de grande impacto na rentabilidade das empresas. Ao mesmo tempo, as empresas dobraram os valores investidos em Pesquisa e Desenvolvimento, dinâmica que terá continuidade nos próximos anos. Na contramão desse círculo virtuoso, o setor segue operando em um contexto tributário e de encargos trabalhistas complicado, que onera, tira eficiência e suga recursos das empresas, em prejuízo da sociedade e do desenvolvimento econômico do País. As perspectivas continuam favoráveis para a cadeia farmacêutica, mas é preciso entender as atuais circunstâncias e os limites que estas impõem, e agir com responsabilidade para garantir nos anos vindouros as condições necessárias e indispensáveis à concretização das expectativas positivas de crescimento sustentado de um setor estratégico e essencial para a saúde e o bem- -estar dos brasileiros. Nelson Mussolini é Vice-Presidente Executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). E-mail: sindusfarma@sindusfarma.org.br 8 Mar-Abr 2011

Alanac Programa Farmácia Popular do Brasil O acesso aos medicamentos no País Serafim Branco No Brasil, ao longo do tempo, muito se tem discutido a respeito do acesso a uma política de assistência farmacêutica por parte da sociedade brasileira que atenda às reais necessidades da população mais carente, principalmente no que concerne à gratuidade aos serviços de saúde e aos medicamentos, que em nosso País ainda apresentam algumas deficiências. A Constituição brasileira, em seu Art. 196, reza que saúde é direito de todos e dever do Estado. Esta frase nós sugerimos que seja corrigida, porque a saúde é um direito do povo e uma obrigação da nação, e a nação não é só o estado brasileiro, mas é o estado, a sociedade e o povo em geral. Todos nós somos coniventes e responsáveis por fazer com que a saúde chegue à população como um todo. A nação somos nós também. Entre as diversas alternativas possíveis de construção de uma política de assistência à saúde, o Sistema Único de Saúde SUS foi criado pela Constituição Federal de 1988 para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde, lembrando que, anteriormente, a assistência médica estava sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social INAMPS, ficando restrita aos empregados que contribuíssem com a previdência social; os demais eram atendidos apenas em serviços filantrópicos. Desde então, uma vez resolvido, mesmo que parcialmente, a questão da assistência à saúde, iniciou-se um grande esforço por parte dos atores envolvidos na tentativa de sanar a questão da assistência farmacêutica, tendo o acesso ao medicamento como insumo essencial e visando-se ao seu uso racional por parte da população na busca da proteção e recuperação da saúde, tanto individual quanto coletiva. Assim sendo, desempenhando o seu papel estratégico na sociedade, o setor industrial farmacêutico vem trabalhando em um conjunto de ações que envolvem pesquisas, desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a garantia da qualidade dos produtos e serviços oferecidos para a obtenção de resultados concretos e a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. Todos esses esforços, nestes últimos anos, poderiam ser coroados de êxito, não fossem o discurso e os debates sobre esse tema, que estiveram sempre concentrados no enfoque comercial, tendo, até mesmo, o controle de preços sido classificado como grande aliado ao acesso aos medicamentos, o que, comprovadamente, não resolveu esse grave problema que afeta os usuários de medicamentos. A distribuição de renda da população brasileira, assim como a grande carga tributária incidente sobre os medicamentos e o controle de preços estabelecido pelo Governo, não conseguiram alargar a parcela da população com acesso a medicamentos, devido à elasticidade da demanda em relação ao preço. Nesse sentido, tendo como objetivo principal a busca constante pela discussão e concretização do acesso aos medicamentos à população carente, mais uma vez, Governo, indústria, atacado e varejo se juntam em uma tarefa urgente e necessária sobre a assistência farmacêutica, pois a falta de medicamentos faz proliferar as doenças, e as doenças contaminam outras pessoas, causando assim, entre outras, uma grande perda no esforço produtivo nacional. Nesse contexto, para ampliar o acesso aos medicamentos destinados ao tratamento das doenças mais comuns que acometem os cidadãos, o Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil, que possui uma rede própria de farmácias populares, além da parceria com a rede privada (farmácias e drogarias). Juntamente com empresários e representantes do setor industrial farmacêutico, distribuidores e varejistas disponibilizam gratuitamente medicamentos indicados para o tratamento de hipertensão e diabetes. Nessa parceria, cada elo da cadeia (governo, indústria, atacado e varejo) tem uma importância vital para o sucesso do programa, e caberá ao Governo arcar com 100% do valor de referência do programa desses produtos distribuídos gratuitamente à população. Esse programa garante cuidado permanente fora do hospital e reduz a necessidade de internação e de serviços de urgência e emergência. O balanço realizado pelo Ministério da Saúde indica que no período de 14 de fevereiro a 14 de março de 2011 foram distribuídos 2,6 milhões de medicamentos, contra 1,8 milhão no período anterior. O Saúde Não Tem Preço não ampliou somente o acesso a medicamentos contra hipertensão e diabetes, que são gratuitos, mas também a medicamentos de outras patologias, o que mostra o sucesso rápido do programa. Serafim Branco Neto é Gerente Executivo da Alanac Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais. E-mail: alanac@alanac.org.br 10 Mar-Abr 2011

Apoiaram o Prêmio Top Suppliers 2010 Top Suppliers 2010 premia as empresas mais concei Em 22 de março, o auditório do Sindusfarma Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo, em São Paulo, foi palco da cerimônia de premiação dos vencedores da Pesquisa Top Suppliers edição 2010, que apontou as empresas mais conceituadas do mercado farmacêutico em 20 categorias. Realizado pela Revista UPpharma e portal de notícias SnifBrasil ambos canais de comunicação da DPM Editora, e coordenado pela empresa Idea Brasil Pesquisas de Mercado, o levantamento eletrônico, que já se encontra em sua terceira edição, vem alcançando grande repercussão no setor, sendo reconhecido pelos participantes como uma ferramenta de trabalho importante que auxilia na escolha dos melhores parceiros comerciais, bem como contribui para o desenvolvimento de fornecedores em toda cadeia produtiva do segmento. A edição 2010 da Pesquisa Top Suppliers mais uma vez teve o apoio do Sindusfarma, Grupemef Grupo Realizado pela Revista UPpharma e portal de notícias SnifBrasil, o levantamento eletrônico vem alcançando grande repercussão no setor. dos Profissionais Executivos do Mercado Farmacêutico e Credinfar Associação de Profissionais de Crédito e Cobrança. A pesquisa também contou com o patrocínio da GM, Creative Design e Resulta. Os primeiros colocados de cada categoria foram contemplados com troféus. Já os segundos e terceiros receberam certificados. Os prêmios foram entregues aos vencedores por Marcelo Viana, Presidente da SBMF Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica; Mauro Veçoso, Presidente da Idea Brasil; e Celso Siqueira Júnior, Gerente Nacional da Leo Pharma. Edição 2011 A mesa de trabalho do evento foi composta por Dr. Lauro Moretto, Vice- Presidente de Assuntos Regulatórios e Programas Sociais e Educacionais do Sindusfarma; Nelson Coelho, Diretor da DPM Editora e Publisher da Revista UPpharma; Sonia Orestes, Presidente do Grupemef; e Sueli Cadah, Presidente da Credinfar. Na abertura, Dr. Lauro Moretto deu as boas-vindas aos presentes e reforçou a importância da pesquisa, que estimula a troca de experiências entre os executivos dos laboratórios, permitindo que eles conheçam a opinião dos próprios colegas de trabalho em relação aos fornecedores do setor. Na oportunidade, Nelson Coelho ressaltou que o lançamento da premiação Top Suppliers foi uma sugestão 12 Mar-Abr 2011

tuadas do mercado farmacêutico dos próprios profissionais do setor. Os participantes perceberam nesse trabalho uma maneira de avaliar seus fornecedores com imparcialidade e confiabilidade, acrescenta Coelho. Ele ainda revelou que, em virtude da grande repercussão da pesquisa e do aumento de categorias avaliadas a cada ano, a edição 2011 do prêmio será realizada em novo local, com uma área mais ampla para receber vencedores e convidados especiais. O encontro foi também uma oportunidade para integração entre os presentes, que, ao final, participaram de um coquetel de confraternização. Votação Os respondentes da pesquisa são executivos da indústria farmacêutica que exercem cargos de coordenadores, gerentes e diretores de áreas em diversos laboratórios. Eles são responsáveis pela contratação dos serviços avaliados ou pela compra de produtos das empresas dentro das categorias escolhidas. Os participantes perceberam nesse trabalho uma maneira de avaliar seus fornecedores com imparcialidade e confiabilidade. Importante ressaltar que na Pesquisa Top Suppliers, os participantes são convidados a responder espontaneamente ao questionário, ou seja, não é preciso inscrição prévia. Além disso, a participação dos profissionais não está ligada a qualquer tipo de premiação ou bonificação. Cada jurado escolheu até três fornecedores em cada categoria. Cada empresa pôde ser votada apenas uma vez em cada categoria. Apuração dos votos A apuração dos votos, assim como a implementação dos questionários divididos por áreas de atuação dos profissionais, ficou sob a responsabilidade da Idea Brasil. Mais uma vez, os respondentes puderam convidar outros profissionais da própria área na empresa em que atuam ou de outras Farmacêuticas. Para validar as indicações, o primeiro passo foi considerar somente e-mails coorporativos que remetessem aos laboratórios. Em uma segunda fase, a equipe da Idea Brasil manteve contato telefônico com as empresas dos indicados, com a finalidade de confirmar as áreas e a atuação destes profissionais dentro da Farmacêutica. O ranking dos ganhadores e outras informações referentes a cada etapa do trabalho já estão disponíveis para download no site da DPM Editora. A seguir, confira os vencedores da Pesquisa Top Suppliers 2010. 13

Agências de Propaganda Share of Mind 1º Tiee Propaganda 2º Fiore Comunicação 3º Solo Propaganda Conceito 1º Tiee Propaganda 2º Fiore Comunicação 3º Triunfo Tiee. Alber Rocha e Sandro Cardoso recebem o prêmio de Lauro Moretto Solo. Rogério de Souza Fiore Comunicação. William Fiore e Kiko Fiore Triunfo. Janaina Rosas Agências de Viagens Automóveis para Executivos Share of Mind Share of Mind 1º Alatur 1º GM 2º Maringá 2º Honda 3º Flytour 3º Toyota Conceito Conceito 1º Alatur 1º GM 2º Maringá 3º Flytour Alatur. Alloma Moretti recebe o prêmio de Sonia Orestes 2º Honda 3º Toyota GM. Gustavo Garrastazu Automóveis para Frota Share of Mind 1º Volkswagen 2º GM 3º FIAT Conceito 1º Volkswagen 2º GM 3º FIAT GM. Gustavo Garrastazu recebe o prêmio de S. C. Capelli Fiat. Digiorge da Silva Capacitação Profissional Share of Mind 1º FGV 2º ESPM 3º IMS Conceito 1º FGV 2º ESPM 3º Dédalus Soluções em Treinamentos IMS. Paulo Sérgio recebe o prêmio de Mauro Veçoso Dédalus. Paulo Lima ESPM. Célia Ferraz e Sérgio Santos 14 Mar-Abr 2011

Distribuidora de Medicamentos Fornecedor/ Fabricante de Brindes Share of Mind Share of Mind 1º Santa Cruz 1º Creative Design 2º Panarello 2º TASK 3º Oncoprod 3º AML Brindes Conceito Conceito 1º Santa Cruz 1º Creative Design 2º Panarello 3º Oncoprod Panarello. Adriana de Souza 2º AML Brindes 3º TASK Creative Design. Silvia Regina recebeu o prêmio de Sueli Cadah Embalagens Promocionais Share of Mind 1º Trena 2º C-Pack 3º Connection Conceito 1º Trena 2º Connection / C-Pack (*) 3º Estampa * As empresas empataram na segunda colocação: Connection e C-Pack. Equipamentos de Informática - Hardware Share of Mind 1º DELL 2º HP 3º IBM Conceito 1º DELL 2º HP 3º IBM Trena. Silvio Gargano recebe o prêmio de Marcelo Viana Dell. Rosângela Souza C-Pack. Rosvita Cirtoli IBM. Daniel Alves e Wagner Morais Recolocação de Profissionais Share of Mind 1º Catho 2º W/Pharhma 3º DBM Conceito 1º Catho 2º Manager 3º W/Pharhma Catho. Norberto Chadad DBM. Cibele Alves e Maria Alice Barros 16 Mar-Abr 2011

Equipamentos de Informática - Software Share of Mind 1º SAP 2º Microsoft 3º Microsiga 1º SAP Conceito 2º Microsoft 3º Microsiga SAP. Renato Morsch e Rodrigo Melato recebem o prêmio de Celso de Siqueira Julio Microsoft. Guilherme Evans Gráfica Share of Mind 1º Trena 2º Pancrom 3º Vivacor Conceito 1º Trena 2º Vivacor 3º Pancrom Trena. Silvio Gargano Vivacor. Tiago Otávio Pancrom. Robinson Corrêa Hotel para Eventos / Viagens / Congressos Share of Mind 1º Bourbon Atibaia 2º The Royal Palm Plaza 3º HYATT Conceito 1º The Royal Palm Plaza 2º Bourbon Atibaia 3º HYATT Bourbon Atibaia. Júlio Teixeira e Ricardo Aly The Royal Palm Plaza. Antonio Dias Hyatt. Renata Altobello Pesquisa Contínua Share of Mind 1º IMS 2º Close Up 3º New BD Conceito 1º IMS 2º Close Up 3º New BD IMS. Paulo Sérgio New BD. Paulo Vaz 18 Mar-Abr 2011

AC Farmac Previsto para 08/04

Pesquisa Ad hoc Share of Mind 1º Resulta 2º TCA Pesquisa 3º IPSOS Conceito 1º Resulta 2º TCA Pesquisa 3º IPSOS Resulta. Marcos Veçoso recebe o prêmio de Nelson Coelho TCA Pesquisa. Edna Prado IPSOS. Sandra Cândido Agências de Propaganda Virtual - WEB Share of Mind 1º Emergência Criativa 2º Diz ain 3º Click Designer Conceito 1º Net Com 2º Emergência Criativa 3º Diz ain Emergência Criativa. Robson Alencar Diz ain. Roberto Bricio Editora de Publicações Científicas Share of Mind 1º Elsevier 2º EPUC 3º AC Farmacêutica Conceito 1º Elsevier 2º EPUC 3º RBM AC Farmacêutica. André Araújo e Silvio Araújo EPUC. Anna Maria Caldeira RBM. Maria Rachel Instituições Financeiras/Bancos Share of Mind 1º Itaú 2º Santander 3º Banco do Brasil Conceito 1º Itaú 2º Santander 3º Banco do Brasil Santander. Alberto Sarmiento 20 Mar-Abr 2011

Rede de Farmácias/ Drogarias Share of Mind 1º Drogasil 2º Drogaria São Paulo 3º Droga Raia Conceito 1º Drogaria São Paulo 2º Drogasil 3º Droga Raia Drogasil. Antonio Carlos Azevedo Sistema de Comunicação Telefonia Móvel Share of Mind 1º Claro 2º TIM 3º Vivo 1º Vivo 2º TIM Conceito 3º Claro 22 Mar-Abr 2011

Recrutamento e seleção Contratação de pessoas com deficiência Economia mais aquecida, mais difícil Arnaldo Pedace O mercado de trabalho brasileiro está a cada dia mais aquecido. O momento atual, vivenciado pelas empresas, é de euforia. Com o aquecimento da economia, as organizações retomam as contratações e os planos de expansão. Nesse movimento, as contratações de pessoas com deficiência (PCDs) seguem o mesmo ritmo e alcançam um aquecimento inédito em todo o Brasil. Vagas existem em toda a parte. O desafio agora é encontrar profissionais para preenchimento das posições abertas. O Brasil já incluiu 100 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas ainda há potencial para inserir muito mais. Por meio da Lei n o 8.213, de 1991, conhecida popularmente como Lei de Cotas, a contratação de pessoas com deficiência tornou-se obrigatória para empresas com mais de 100 trabalhadores registrados em folha de pagamento. Porém, embora a lei tenha completado 19 anos em 2010, o percentual das empresas que preenchem o limite obrigatório está longe de ser o ideal. E os motivos são inúmeros. A primeira dificuldade está na própria falta de formação e especialização desses profissionais. O acesso de PCDs ao ensino sempre foi difícil, em virtude da falta de infraestrutura adequada em transportes públicos e nas escolas, que não tinham rampas e caminhos alternativos para receber o deficiente. Há alguns anos, também faltava aos profissionais da educação maior preparo e conhecimento para lidar com essa demanda. Os próprios alunos também não estavam preparados para esse convívio. Embora esse panorama esteja modificado no momento presente, pois hoje vemos uma grande abertura às pessoas com deficiência nas escolas, o período passado ainda se reflete de forma negativa no mercado de trabalho. Sem uma formação mínima e adequada, a colocação de PCDs sempre foi muito difícil. Atualmente, percebemos que tal contexto começa a ganhar novos contornos. Há uma abertura maior para o acesso de PCDs às escolas e criação de novos transportes coletivos. Porém, os benefícios dessas ações no mercado de trabalho, provavelmente, só serão sentidos em alguns anos. As pessoas com deficiência que buscam trabalho, muitas vezes, requerem mais adaptações na empresa, como, por exemplo, rampas de acesso e softwares de leitura, ou ainda não possuem o nível de qualificação mínimo requisitado. As adaptações na empresa são, muitas vezes, simples de serem realizadas, desde que a companhia esteja disposta a investir em algumas mudanças para facilitar o acesso ou equipamentos específicos para PCDs. Já em relação à qualificação do profissional, a dificuldade é bem mais expressiva. Como na maioria dos processos seletivos, muitas organizações exigem qualificações específicas, conhecimentos detalhados ou formação integral para o preenchimento da vaga. Encontrar uma pessoa com deficiência com todas as qualificações requisitadas, muitas vezes, pode tornar a contratação inviável. Assim como na infraestrutura da empresa, para conseguir efetivar a contratação, serão necessárias algumas revisões e maior flexibilização quanto a características e competências exigidas. Pequenas mudanças ou adaptações nos requisitos podem colaborar para atrair mais PCDs ao mercado de trabalho, bem como ampliar as oportunidades para esses profissionais. A sensibilização do gestor e da equipe também é essencial. Ambos precisam estar preparados para conviver e gerir o colega que está chegando, e esse é um grande desafio para todo o grupo. Por vezes, atitudes paternalistas acabam por superproteger esse trabalhador. Por outras, ele pode ser cobrado além de sua capacidade, já que não podemos nos esquecer de que ele possui limitações que irão interferir em seu desempenho. Por exemplo, um profissional que tem deficiência em um membro superior, certamente, poderá ter uma velocidade menor ao digitar documentos ou informações, e deve ser cobrado dentro desta limitação. Muito mais do que a exigência de atender a uma legislação específica, a contratação de uma pessoa com deficiência gera inúmeros benefícios à empresa. A simples presença deles no ambiente de trabalho é sempre exemplo de superação, motivação, garra e força de vontade. E essa motivação, muitas vezes, acaba por contagiar toda a equipe. Arnaldo Pedace é Gerente de Relações Sindicais Trabalhistas do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). E-mail: sindusfarma@sindusfarma.org.br 24 Mar-Abr 2011