DERIVADOS DA UVA Período: janeiro a dezembro de 2013 Mercado Nacional Comercialização O desempenho da comercialização dos outros derivados de uva e vinho 1, relativo ao ano de 2013, registrou queda de 5,04% em relação a 2012, tendo sido escoados 12,83 milhões de litros. Nota-se que a quantidade comercializada neste ano teve uma queda de 7,58%, em relação à média do quinquênio, tendo sido escoados 13,88 milhões de litros, conforme demonstrado na Tabela 1 abaixo. Tabela 1 - Evolução da comercialização total de outros derivados da uva e do vinho (milhões de l) 2012 Cooler 4,537 4,662 4,678 4,257 4,024-5,46% 4,495-10,46% Filtrado doce 6,522 6,609 6,998 7,108 6,617-6,90% 6,957-4,89% Coquetel com Vinho 1,355 0,978 0,805 0,907 0,807-11,05% 0,967-16,58% Jeropiga 0,014 0,037 0,058 0,055 0,095 72,32% 0,035 170,28% Mistela Simples 0,006 0,027 0,001 0,005 0,002-67,53% 0,008-80,37% Vinho Composto 0,542 0,660 0,663 0,511 0,596 16,56% 0,688-13,50% Sangria 0,192 0,172 0,159 0,074 0,076 3,33% 0,210-63,81% Outros Produtos 0,430 0,338 0,480 0,595 0,613 3,06% 0,521 17,72% Total de Derivados 13,599 13,483 13,843 13,512 12,830-5,04% 13,882-7,58% Em relação aos derivados de uva e vinho, sabe-se que as vendas acontecem com maior intensidade nos meses que antecedem às festas de fim de ano, onde as casas comerciais formam seus estoques. Neste ano, alguns derivados como a jeropiga 2, o vinho composto, a sangria 3 e outros produtos, apesar do volume não ser tão expressivo quanto o cooler e o filtrado doce, registraram aumento nas vendas. O filtrado doce, produto similar ao espumante, porém com preços mais acessíveis, mesmo registrando queda de 6,90%, continuou sendo o produto mais comercializado, seguido do cooler. Só destes dois produtos foram comercializados 10,64 milhões de litros. No Gráfico 1, tem-se a comercialização de vinhos nos últimos cinco anos. Em 2013, o total de vinhos comercializados foi de 250,5 milhões de litros de vinho, sendo desse total aproximadamente 212 milhões de mesa, 20,1 milhões de viníferas 4, 15,9 milhões de espumantes e 2,5 milhões de outros vinhos 5, tendo sido registrado um aumento de 3,18%, 7,01%, 7,73% e 6,73%, respectivamente em relação a 2012. 1 Outros derivados da uva e vinho: cooler, filtrado doce, coquetel com vinho, jeropiga, mistela simples, vinho composto, sangria e outros produtos. 2 Jeropiga: bebida alcoólica preparada com mosto, açúcar e aguardente; vinho de fermentação alterada pela adição de aguardente 3 Sangria: bebida ou coquetel feita com base numa mistura de vinho tinto ou vinho branco, sumo de fruta e pedaços de frutos e açúcar. 4 Vinhos viníferas: vinhos finos 5 Outros vinhos: vinhos frisantes, bases espumantes, vinhos leve, importado e licoroso
Gráfico 1 - Evolução da comercialização de vinhos 300 Milhões de litros 250 200 150 100 50 Vinhos de Mesa Vinhos Viníferas Vinhos Espumantes Outros Vinhos Total Vinhos - Ano Ao comparar a quantidade total de vinhos comercializada em 2013 com a de 2012, observa-se um aumento de 3,79%. Já em relação à média do quinquênio, houve incremento de 1,56%. Os vinhos de mesa apresentaram queda de 0,96% em relação à média do quinquênio. Já os viníferas, espumantes e outros vinhos registraram aumento de 9,45%, 29,84% e 25,43%, respectivamente. No tocante aos vinhos importados, vale ressaltar que em 2013 o volume comercializado ficou 2,68% acima da média do quinquênio, com queda de 7,49% em relação a 2012, conforme Tabela 2 abaixo. O volume total de vinhos finos comercializados no Brasil (tabela 2 + tabela3) no ano de 2013 foi de 86,9 milhões de litros. Neste contexto, a participação do produto nacional foi de 23,0% e do importado de 77,0%, perdendo, apenas, para o ano de 2009, quando chegou a 24,4% Tabela 2 - Evolução da comercialização dos vinhos importados (milhões de l) 2012 Total de vinhos importados 55,763 70,738 72,370 72,241 66,830-7,49% 65,084 2,68% Tabela 3 - Evolução da comercialização dos vinhos finos nacionais (milhões de l) 2012 Total de vinhos finos nacionais 18,018 18,372 19,544 18,759 20,074 7,01% 18,341 9,45%
Tabela 4 - Evolução da comercialização dos espumantes nacionais (milhões de l) 2012 Espumantes 8,701 9,631 10,176 11,202 12,126 8,25% 9,456 28,24% Espumantes moscateis 2,496 2,945 2,988 3,537 3,753 6,09% 2,773 35,32% Total de vinhos espumantes 11,197 12,575 13,164 14,739 15,879 7,73% 12,229 29,84% O escoamento dos espumantes nacionais Tabela 4 bateu o recorde da série no quinquênio com incremento de 29,84% em relação ao ano de 2013, e registrando acréscimo de 7,73%, comparativamente a 2012. Os espumantes brasileiros vêm se destacando internacionalmente. No mercado interno seu crescimento se dá não só pela indiscutível qualidade como também por combinar muito bem com o clima tropical brasileiro. Tabela 5 - Evolução da comercialização dos espumantes importados (milhões de l) Código NCM 2012 22041010 1,367 1,767 1,909 1,476 0,891-39,65% 1,573-43,35% 22041090 1,833 2,548 3,011 3,838 3,379-11,97% 2,677 26,19% Total de vinhos espumantes importados 3,200 4,314 4,920 5,314 4,270-19,66% 4,250 0,46% 22041010 VINHOS DE UVAS FRESCAS,TIPO CHAMPANHA ("CHAMPAGNE") 22041090 OUTROS VINHOS DE UVAS FRESCAS,ESPUMANTES E ESPUMOSOS Os espumantes importados apresentaram queda de 19,66% em relação a 2012, conforme explicitado na Tabela 5. Já em relação ao quinquênio, apresentou incremento de 0,46%. No ano passado, o espumante nacional foi responsável por aproximadamente 78,8% das vendas totais (20,149 milhões de litros) registradas no mercado nacional, sendo este até agora, o melhor ano de comercialização nos últimos cinco anos. Em 2013, os sucos de uva 100% naturais para consumo estiveram sempre bem acima da média dos últimos cinco anos, sendo este até agora, o melhor ano de comercialização. Na Tabela 6 vê-se um acréscimo de 40,12% em relação a 2012 e de 101,46%%, em relação ao quinquênio. Tabela 6 - Evolução da comercialização dos sucos de uva 100% naturais para consumo (milhões de l) Sucos de Uva 100% naturais para consumo 2012 Adoçado 3,193 2,697 2,913 2,372 2,032-14,34% 2,866-29,10% Natural/Integral 25,534 31,916 41,631 50,152 72,123 43,81% 33,509 115,23% Reproces./Reconst. 0,405 0,542 0,650 1,135 1,807 59,26% 0,613 194,66% Polpa de uva 1,340 1,836 1,886 1,996 1,982-0,71% 1,675 18,31% Mosto de Uva - 0,012 0,291 0,029 0,082 179,01% 0,067 22,71% Total Sucos prontos para consumo 30,472 37,003 47,370 55,684 78,025 40,12% 38,730 101,46% Conforme pode ser observado na tabela 7, em 2013, ocorreu uma queda de 3,90% na comercialização total dos derivados de suco de uva no Brasil. Apesar da bebida de uva 6 e do preparado líquido para refresco 7 apresentarem incremento de 11,47% e 1,66% 6 Bebida: obtida pela diluição, em água potável, do suco de fruta, polpa ou extrato vegetal de sua origem, com ou sem adição de açúcar. 7 Preparado líquido para refresco: é o produto que contiver suco ou extrato vegetal de sua origem, adicionado de água potável para seu consumo, com ou sem açúcares. Quando diluído, deverá apresentar as mesmas características fixadas nos padrões de identidade e qualidade para o respectivo refresco.
respectivamente, o consumo de néctar de uva 8 diminuiu em 5,22% no mesmo período. Isso se deve à migração por parte dos consumidores para os sucos de uva 100% naturais. Tabela 7 - Evolução da comercialização dos derivados do suco de uva (milhões de l) Derivados do Suco de Uva 2012 Bebida de Uva 1,280 0,763 0,533 0,261 0,291 11,47% 1,345-78,35% Néctar de Uva 4,933 5,389 5,700 5,642 5,348-5,22% 4,733 12,98% Prep. Líquido p/ Refresco 0,467 0,377 0,367 0,613 0,623 1,66% 0,504 23,74% Total Derivados de Sucos de Uva 6,680 6,529 6,600 6,517 6,262-3,90% 6,582-4,86% Mercado Internacional Dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), divulgados recentemente mostram que em 2013: a) a superfície mundial de área cultivada manteve-se praticamente estável, com 7.436 mha 9 ; b) após a cessação do programa comunitário de regulação do potencial de produção vitícola, o vinhedo europeu deixou de diminuir e se manteve praticamente no mesmo nível do ano anterior, com 3.481 mha. Por outro lado, como já ocorrido nos anos anteriores, as superfícies vitícolas da China (+20 mha em relação à superfície de 2012) e América do Sul (+3 mha na Argentina e 2 mha no Chile), continuaram crescendo; c) a produção mundial de vinhos alcançou 276,6 Mhl 10 vinificados, aumentando em mais de 21,8 Mhl em relação ao ano anterior, ou seja, 8,5%. Itália, Espanha e França representaram, quase de forma equitativa, 47% desse total; d) Espanha, África do Sul, Chile e Nova Zelândia apresentaram recorde de produção com 42,7, 11,0, 12,8 e 2,5 Mhl, respectivamente; e) sem incluir os sucos e mostos, a Itália produziu quase 45 Mhl e a Espanha, com 42,7 Mhl vinificados, tornou-se o segundo produtor mundial de vinho em 2013, seguido da França, com 42 Mhl; f) nos Estados Unidos (não incluindo os sucos e mostos), houve uma produção de 22,0 Mhl de vinho e no Chile, recorde de produção com 12,8 Mhl. A Argentina inventariou uma produção de vinho conforme seu potencial (15 Mhl frente os 11,8 Mhl do ano anterior, um aumento de +27%). g) na África do Sul, a produção de vinho alcançou um nível muito elevado, com quase 11,0 Mhl (+4% frente os 10,6 Mhl de 2012). A produção australiana continuou sua 8 Néctar: bebida não fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato, adicionado de açucares, destinada ao consumo direto. 9 mha: thousands of hectares (milhares de hectares) 10 Mhl: millions of hectoliters (milhões de hectolitros). O hectolitro é uma unidade de volume equivalente a cem litros, representado pelo símbolo hl.
recuperação e alcançou os 12,5 Mhl (+1% que em 2012) e Nova Zelândia registrou um novo recorde: 2,5 Mhl acima da cifra de 2011 que foi de 2,35 Mhl. h) vale destacar o ligeiro decréscimo de 2,1 Mhl da produção chinesa que registrou 11,7 Mhl, com um declínio de 15%, em relação ao ano anterior e, i) ainda que não se tenha manifestado a esperada recuperação que marque o fim da crise financeira e econômica surgida em 2008, foi registrado um consumo de 238,7 Mhl de vinho no mundo. Ana Rita Lopes Farias Freddo Analista Engenheira Agrônoma Tel : (61) 3312-2231 Fax: (61) 3321-2029 E-mail: ana.freddo@conab.gov.br