O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

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Veda o assédio moral no âmbito da administração pública estadual direta, indireta e fundações públicas.

Transcrição:

O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO AS CONSEQÜÊNCIAS E REPERCUSSÕES SOBRE OS(AS) TRABALHADORES(AS) Aizenaque Grimaldi Presidente da Associação Paulista de Medicina do Trabalho Diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo

"O assédio ou violência moral acontece dentro do local de trabalho, ao longo da jornada, de forma repetitiva contra o trabalhador, colocando-o numa situação constrangedora, vexatória por parte do superior hierárquico, e é uma relação marcada pelo Poder. Caracteriza-se por relações desumanas, anti-éticas. O outro não é considerado igual em direitos. O objetivo principal do agressor é desqualificar o outro, enquanto profissional e como pessoa. O agressor escolhe sua vítima, a isola do grupo, e a partir do isolamento, a pessoa passa a ser ignorada pelo agressor, passando a hostilizá-la. A partir deste momento, a vítima começa um processo de desestabilização emocional, até que chega um momento que a doença acontece. (Margarida Barreto)

O QUE É ASSÉDIO MORAL? Consiste na exposição de trabalhadores(as) a situações humilhantes e constrangedoras, geralmente repetitivas e prolongadas, durante o trabalho e no exercício de suas funções, através de palavras, gestos ou atitudes. Tais situações ofendem a sua personalidade, dignidade ou integridade física ou psíquica, põem em risco seu emprego ou degradam o ambiente de trabalho.

O QUE É ASSÉDIO MORAL? Um único ato pode também caracterizá-lo, dependendo da sua gravidade. O importante, para a configuração do assédio moral, é a presença de conduta que vise humilhar, ridicularizar, menosprezar, inferiorizar, rebaixar, ofender o(a) trabalhador(a), promovendo a degradação deliberada das condições de trabalho, causando sofrimento psíquico e físico.

O QUE É ASSÉDIO MORAL? O assediador objetiva, via de regra, a demissão ou remoção do(a) trabalhador(a); mudar a forma de proceder do(a) trabalhador(a) em relação a um assunto; ou, simplesmente, humilhá-lo(a) como forma de punição, frente ao demais colegas.

MOBBING O termo "mobbing" foi empregado pela primeira vez pelo etiologista Heinz Lorenz, ao definir o comportamento de certos animais que, circundando ameaçadoramente outro membro do grupo, provocam sua fuga por medo de um ataque.

MOBBING No mundo do trabalho, o assédio moral ou "mobbing" pode ser de natureza vertical (a violência parte do chefe ou superior hierárquico); horizontal (a violência é praticada por um ou vários colegas de mesmo nível hierárquico); ou, ascendente (a violência é praticada pelo grupo de empregados ou funcionários contra um chefe, gerente ou superior hierárquico).

TIPOS DE ASSÉDIO ÓCIO: O(a) trabalhador(a) fica sem função ou recebe atividades sem importância. PRESSÃO: O chefe pressiona de forma excessiva, de forma diferente do que faz com outros, mandando-o(a), por exemplo, refazer as mesmas tarefas várias vezes, sem justificativa.

TIPOS DE ASSÉDIO HUMILHAÇÃO: Comum para quem trabalha com vendas e metas, é quando o chefe expõe ao ridículo ou usa violência com quem falha, como obrigar a usar roupas embaraçosas ou sofrer castigos físicos. MATERIAL: A pessoa fica sem equipamentos ou ferramentas para trabalhar ou perde os direitos que os outros trabalhadores têm.

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO As mais comuns são: - Recusa na comunicação direta entre o assediador e o assediado, quando o primeiro aceita, usa apenas e- mail, bilhetes; - Separação ou isolamento físico do(a) trabalhador(a) no ambiente de trabalho, impondo dificuldades de comunicação dele com os demais colegas; - Impedimento do(a) trabalhador(a) de se expressar, sem poder explicar seus motivos;

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO - Evitar, injustificadamente, promover alguém de funções, perdendo vantagens; - Imposição de condições e regras de trabalho personalizadas para um(a) determinado(a) trabalhador(a); - Delegação de tarefas impossíveis de serem cumpridas ou, normalmente, aquelas tarefas desprezadas pelos outros;

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO - Determinação de prazo desnecessariamente exíguo para finalização de um trabalho; - Não repasse de trabalho, deixando-o ocioso, sem quaisquer tarefas a cumprir, provocando sentimento de inutilidade e incompetência, expondo-o a situação humilhante junto aos demais colegas; - Troca de horários e turnos sem prévio aviso;

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO - Fragilização, ridicularização, inferiorização, humilhação pública do(a) trabalhador(a), podendo os comentários invadir, inclusive, a vida particular; - Manipulação de informação de forma a não serem repassadas com a antecedência necessária ao(à) trabalhador(a); - Estabelecimento de vigilância especificamente sobre um(a) determinado(a) trabalhador(a);

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO - Contagem do tempo ou a limitação do número de vezes e do tempo em que o(a) trabalhador(a) permanece no banheiro; - Comentários de mau gosto quando o(a) trabalhador(a) falta ao serviço para ir ao médico; - Proibição de tomar cafezinho ou redução do horário das refeições; - Advertência em razão de atestados médicos ou de reclamação de direitos;

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO - Divulgação de boatos sobre a moral do trabalhador; - Imposição de sobrecarga de trabalho ou impedimento da continuação do trabalho, deixando de prestar informações necessárias; - Colocação de um(a) trabalhador(a) controlando o outro, fora do contexto hierárquico, espalhando a desconfiança e buscando evitar a solidariedade entre colegas;

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO - Utilização de piadas grosseiras, intimidação, comentários sobre a aparência (principalmente com as mulheres); - Isolamento e comentários negativos sobre a virilidade (no caso de homens).

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO - As condutas no campo da humilhação mais freqüentes tem como alvo as mulheres e os trabalhadores doentes ou que sofreram acidentes, que são discriminados e marginalizados no trabalho.

MANIFESTAÇÃO DO ASSÉDIO Com relação a estes trabalhadores, é comum observarmos as seguintes condutas: - Ridicularização do doente e da doença; - Controle das idas aos médicos; - Não fornecimento ou retirada dos instrumentos de trabalho; - Isolamento, colocando-os em locais diferentes de trabalho; - Dificultar acesso a documentos para perícias médicas oficiais.

NEM TUDO É ASSÉDIO MORAL - Nem todo conflito no ambiente de trabalho ou aplicação de penalidade ao (à) trabalhador(a) configura assédio! - O Contrato de trabalho dá ao empregador o poder de dirigir as ações dos(as) trabalhadores(as) que serão executados, e, o exercício deste poder, nos limites legais, não configura assédio moral!

NEM TUDO É ASSÉDIO MORAL - A direção das ações de trabalho podem manifestar-se de três formas mais freqüentes: A) Organização do trabalho; B) Controle sobre o trabalho executado; e C) Disciplina sobre o(a) trabalhador(a).

NEM TUDO É ASSÉDIO MORAL - A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO se dá em combinação com os demais fatores de produção, objetivando os fins da empresa. - O CONTROLE SOBRE O TRABALHO EXECUTADO dá o direito de fiscalizar o trabalho do(a) trabalhador(a), quanto ao modo como é feito e também quanto ao comportamento deste no ambiente de trabalho.

NEM TUDO É ASSÉDIO MORAL - A DISCIPLINA SOBRE O(A) TRABALHADOR(A) é o direito de impor sanções disciplinares ao trabalhador, dentro dos limites legais. A APLICAÇÃO DESTAS TRÊS FORMAS DE ATUAÇÃO, NOS LIMITES DA LEI E DE FORMA A NÃO CAUSAR HUMILHAÇÕES E/OU CONSTRANGIMENTOS AOS (ÀS) TRABALHADORES(AS), NÃO SE CONFIGURA COMO ASSÉDIO MORAL.

ASSÉDIO MORAL Só se manifesta entre superior e subordinado? Embora seja a mais comum das situações, pode ocorrer entre colegas de mesmo nível hierárquico ou mesmo de subordinado para superior. A configuração se dá pelas características de conduta e não pelo nível hierárquico do assediador: o que vale é a prática de situações humilhantes no trabalho, de forma repetitiva.

ASSÉDIO MORAL - O assédio vindo de um superior sobre um subordinado pode acarretar mudanças negativas também no comportamento dos(as) demais trabalhadores(as), que isolam o assediado, pensando em se proteger e muitas vezes reproduzindo condutas do assediador. - Passa a haver uma rede de silêncio e tolerâncias às condutas arbitrárias e agressoras, bem como ausência de solidariedade do grupo para com o(a) trabalhador(a) exposto a agressão moral.

CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL SOBRE A SAÚDE - Queda de auto-estima, frustração; - Depressão, angústia, estresse, crises de choro, mal-estar físico e mental; - Cansaço exagerado, falta de interesse pelo trabalho, irritação constante; - Insônia, alterações do sono, pesadelos; - Redução da libido;

CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL SOBRE A SAÚDE - Diminuição da capacidade de concentração e memorização; - Isolamento, tristeza, redução da capacidade de se relacionar com outras pessoas e fazer amizades; - Mudança de personalidade, reproduzir as condutas de violência moral; - Aumento de peso ou emagrecimento exagerado, aumento da pressão arterial, problemas digestivos, tremores e palpitações;

CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL SOBRE A SAÚDE - Palpitações, arritmias cardíacas; - Transtornos digestivos, azia, diarréia, obstipação intestinal; - Dores em várias regiões do corpo; - Alterações e instabilidade emocionais; - Crises hipertensivas secundárias;

CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL SOBRE A SAÚDE - Sentimento de culpa; - Uso de álcool e drogas, e - Tentativa de suicídio. - O assédio moral causa a perda de interesse pelo trabalho e do prazer de trabalhar, desestabilização emocional, agravamento de antigas moléstias e o surgimento de novas.

ASSÉDIO MORAL GERA INDENIZAÇÃO? - SIM. Os danos sofridos pela vítima podem gerar perdas de caráter material e moral, surgindo o direito à indenização: - Indenização por danos materiais pode ser: Os danos emergentes: o que o assediado realmente perdeu, gastos com tratamentos, remédios, transporte, etc. Os lucros cessantes: o que o assediado deixou de ganhar, salários pela perda de emprego, vantagens, etc.

ASSÉDIO MORAL GERA INDENIZAÇÃO? - Indenização por danos morais, relativo ao sofrimento psicológico que o assediado suportou em virtude do assédio. O Juiz arbitra o valor da indenização. - DECISÕES JUDICIAIS Já são inúmeras as decisões nos tribunais favoráveis aos assediados assim como também já há precedentes normativos em algumas regiões, com referência às condutas humilhantes.

ASSÉDIO MORAL GERA PUNIÇÃO DISCIPLINAR? - A CLT atribui a quem comete falta grave a punição desde uma advertência suspensão e até a demissão por justa causa, sendo que o assédio moral pode ser assim considerado. - O empregador que não pune o assediador, aceita tais faltas graves de seus prepostos, pela omissão, participa enquanto conivente com tais condutas.

PROTEÇÃO LEGAL CONTRA O ASSÉDIO MORAL - QUEM PODE SER PUNIDO? O ASSEDIADOR, pela conduta agressora; O EMPREGADOR (física ou jurídica) que não reprime condutas indesejáveis no ambiente de trabalho, com base na CLT CC CF. O EMPREGADOR ASSEDIADOR, pois o assediado pode requerer rescisão indireta do contrato de trabalho, incluindo todas as verbas como se fosse demitido.

ÔNUS DA PROVA DO ASSÉDIO MORAL - Sempre é de quem alega o assédio moral, ou seja, a vítima. - Nenhum caso de inversão do ônus da prova ainda foi aceito no Brasil.

ÔNUS DA PROVA DO ASSÉDIO MORAL - A indenização por danos materiais depende da comprovação: Do fato (assédio) Do prejuízo (o que perdeu?) Da relação de causalidade entre eles.

ÔNUS DA PROVA DO ASSÉDIO MORAL - Na indenização por danos morais a prova é o fato (assédio), porque não há como se produzir provas de dor, sofrimentos, humilhação sofrida. - Uma vez provado o fato, presumem-se os danos morais.

AÇÕES AJUIZADAS O processo trabalhista considerado pioneiro na abordagem do assédio moral no Brasil veio do Espírito Santo. O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região classifica e enquadra como assédio moral as perseguições sofridas por um técnico de publicidade e propaganda, conforme registra o acórdão do Recurso Ordinário nº 1315.2000.00.17.00.1, relatado pela juíza Sônia das Dores Dionízio.

continuação A tortura psicológica, destinada a golpear a auto-estima do empregado, visando forçar sua demissão ou apressar sua dispensa através de métodos que resultem em sobrecarregar o empregado de tarefas inúteis, sonegar-lhe informações e fingir que não o vê, resultam em assédio moral, cujo efeito é o direito à indenização por dano moral, porque ultrapassa o âmbito profissional, mina a saúde física e mental da vítima e corrói a sua auto-estima.

AÇÕES AJUIZADAS Em processo contra XXXXXXXXXXXXXXX Indústria de Bebidas Ltda., da Bahia, uma trabalhadora afirmou que o gerente de vendas a teria ridicularizado, obrigando-a a participar de atos libidinosos com vendedores e clientes, assim como tentou estuprá-la, causando-lhes lesões corporais graves.

AÇÕES AJUIZADAS XXXXXXX XXXXXXXX - a conduta reprovável do gerente ao qual estava subordinado o empregado, que, utilizando-se de um chicote, cobrava a produção dos empregados. Chamou o trabalhador que ajuizou a ação de incompetente e jogou sua gaveta no chão na frente de um cliente. Durante um período em que o empregado esteve afastado, o mesmo gerente ligava diariamente e mencionava que iria convencê-lo, pelo cansaço, a voltar a trabalhar.

AÇÕES AJUIZADAS Nas Lojas XXXXX XXXXXX S/A, de utilidades domésticas, no Rio Grande do Sul, realizavam-se reuniões em que os vendedores eram chamados de ignorantes, burros, parasitas, e o gerente os ameaçava de perda de emprego caso não cumprissem suas cotas. Outra prática, alvo de várias reclamações trabalhistas, é o pagamento de prendas.

AÇÕES AJUIZADAS Na empresa XXXXXXXXX XXXXXXXXX Ltda., revendedora de bebidas e refrigerantes de MG, os vendedores que não atingiam suas metas eram obrigados a pagar flexões, correr em volta de uma praça pública e usar um certo capacete de morcego, diante dos colegas e das pessoas que estivessem na praça no momento.

COMO PREVENIR O ASSÉDIO MORAL - Adotar uma política (código de ética) que venha a abranger a prevenção e a repressão do assédio no ambiente de trabalho. Campanhas de orientação Quebrar a rede do silêncio Criar a rede de solidariedade Incluir no procedimento disciplinar da empresa o combate ao assédio Não se omitir. Agir apurando e punindo.

Obrigado!!! www.spmt.org.br (11) 8383-4330