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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº PR (2002/ )

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Transcrição:

AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 986.378 - RJ (2007/0215230-0) RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES : FAZENDA NACIONAL : CLÁUDIA GUERRA MEROLA E OUTRO(S) : IVONE AURORA DA SILVA FERREIRA : WELLOS ALVES DA SILVA EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO DO POR HOMOLOGAÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". LC Nº 118/2005. ART. 3º. NORMA NÃO-INTERPRETATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA AFASTADA. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 4º, SEGUNDA PARTE, DA LC 118/05 (AI NOS ERESP N 644.736/PE). MATÉRIA PACIFICADA NO ÂMBITO DA PRIMEIRA SEÇÃO (RECURSO ESPECIAL REPETITIVO 1.002.932/SP). AGRAVO REGIMENTAL NÃO-PROVIDO. 1. Por ocasião do julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade nos EREsp 644.736/PE, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça assentou que o art. 3º da LC 118/05 não contém disposição meramente interpretativa, mas, ao contrário, inova no plano normativo, ofendendo os princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, o que justificou a declaração de inconstitucionalidade do dispositivo de lei (art. 4º, segunda parte, da LC 118/05) que determina a aplicação retroativa daquela norma. 2. Posicionamento consolidado pela Primeira Seção em sede de recurso especial repetitivo (REsp 1.002.932-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/11/2009). 3. Assim, para as ações intentadas anteriormente à citada inovação legislativa, privilegiou-se a interpretação dada pela Primeira Seção sobre a matéria, no sentido de que o prazo para a propositura da ação de repetição de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de cinco anos a contar da homologação que, se tácita, ocorre depois de transcorridos cinco anos do fato gerador, que, no caso do imposto de renda, acontece no encerramento do ano-base. 4. Na hipótese dos autos, entre o fato gerador (31/12/1993) e o ajuizamento da demanda (15/12/2003), não houve o esgotamento do lapso prescricional. 5. Agravo regimental não-provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Luiz Fux e Teori Albino Zavascki votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Denise Arruda. Brasília (DF), 04 de fevereiro de 2010(Data do Julgamento) MINISTRO BENEDITO GONÇALVES - Relator Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 1 de 8

AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 986.378 - RJ (2007/0215230-0) RELATOR AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES : FAZENDA NACIONAL : CLÁUDIA GUERRA MEROLA E OUTRO(S) : IVONE AURORA DA SILVA FERREIRA : WELLOS ALVES DA SILVA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto pela Fazenda Nacional contra decisão que deu provimento ao recurso especial da contribuinte, assim ementada (fl. 234): TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". FATO GERADOR DO IMPOSTO DE RENDA. ENCERRAMENTO DO ANO BASE. INAPLICABILIDADE DA LC 118/05 AOS FEITOS ANTERIORES À SUA VIGÊNCIA. ERRO MATERIAL EVIDENCIADO NA CONTAGEM DO LAPSO PRESCRICIONAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS COM EFEITOS MODIFICATIVOS. A agravante assevera que não deve prevalecer a decisão da Corte Especial que julgou inconstitucional a segunda parte do art. 4º da LC 118/05 (AI nos EREsp 644.736/PE). Para tanto, alega que: a) o art. 3º da LC 118/05 constitui norma de natureza interpretativa que positivou o entendimento de que a contagem da prescrição qüinqüenal inicia-se com o pagamento indevido, nos termos dos arts. 150, 1º, e 168, I, do CTN, motivo por que deve ser aplicada retroativamente, em conformidade com o art. 106 do CTN; b) o STF admite a retroatividade de lei interpretativa (ADI 605 MC/DF); e c) o art. 4º da LC nº 118/05 não ofende a autonomia e independência dos Poderes, assim como não contraria o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (arts. 2º e 5º, XXXVI, da CF/88). Requer o pronunciamento do colegiado para que seja reformada a decisão agravada, ou, no caso de não-provimento, a manifestação da matéria em comento para fins de interposição de recurso extraordinário. Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 2 de 8

É o relatório. Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 3 de 8

AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 986.378 - RJ (2007/0215230-0) EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO DO POR HOMOLOGAÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". LC Nº 118/2005. ART. 3º. NORMA NÃO-INTERPRETATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA AFASTADA. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 4º, SEGUNDA PARTE, DA LC 118/05 (AI NOS ERESP N 644.736/PE). MATÉRIA PACIFICADA NO ÂMBITO DA PRIMEIRA SEÇÃO (RECURSO ESPECIAL REPETITIVO 1.002.932/SP). AGRAVO REGIMENTAL NÃO-PROVIDO. 1. Por ocasião do julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade nos EREsp 644.736/PE, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça assentou que o art. 3º da LC 118/05 não contém disposição meramente interpretativa, mas, ao contrário, inova no plano normativo, ofendendo os princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, o que justificou a declaração de inconstitucionalidade do dispositivo de lei (art. 4º, segunda parte, da LC 118/05) que determina a aplicação retroativa daquela norma. 2. Posicionamento consolidado pela Primeira Seção em sede de recurso especial repetitivo (REsp 1.002.932-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/11/2009). 3. Assim, para as ações intentadas anteriormente à citada inovação legislativa, privilegiou-se a interpretação dada pela Primeira Seção sobre a matéria, no sentido de que o prazo para a propositura da ação de repetição de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de cinco anos a contar da homologação que, se tácita, ocorre depois de transcorridos cinco anos do fato gerador, que, no caso do imposto de renda, acontece no encerramento do ano-base. 4. Na hipótese dos autos, entre o fato gerador (31/12/1993) e o ajuizamento da demanda (15/12/2003), não houve o esgotamento do lapso prescricional. 5. Agravo regimental não-provido. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Conforme relatado, a agravante busca a reforma da decisão agravada na parte em que aplicou a tese dos "cinco mais cinco" à contagem do prazo prescricional à repetição de tributo sujeito a lançamento por homologação. A decisão ora agravada, entretanto, é clara, precisa e contém fundamento suficiente e idôneo para respalda-la, que abaixo reproduzo: O prazo para repetição de indébito de tributo sujeito a lançamento por homologação é de cinco anos a contar da homologação que, se tácita, ocorre depois de transcorridos Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 4 de 8

cinco anos do fato gerador, que, no caso do imposto de renda, acontece no encerramento do ano-base. Neste sentido: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AUXÍLIO CONDUÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. JURISPRUDÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS ORIUNDOS DA RETENÇÃO INDEVIDA. MAJORAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA. SÚMULA 07 DO STJ. 1. A prescrição, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, tem como dies a quo a homologação expressa do lançamento pela autoridade fiscal, ou, no caso da inexistência desta, tacitamente no final do prazo de cinco anos contados do fato gerador, que, no caso do imposto de renda retido na fonte, ocorre no final do ano-base. A partir de então, em relação aos pagamentos indevidos efetuados em momento anterior à vigência da Lei Complementar 118/2005, tem início o prazo de cinco anos, previsto no art. 168, I, do CTN, para o contribuinte pleitear a restituição. 2. Precedentes: AgRg no Ag 712457 / RJ; DJ de 12/05/2008; REsp 801.098/SC, Primeira Turma, DJ 06.03.2008; AgRg no REsp 693.052/DF, Primeira Turma, DJ 14.05.2008; REsp 801.098/SC, DJ 06.03.2008; EREsp 641.231/DF; Primeira Seção, DJ de 12.9.2005; Resp 602426, DJ de 30/05/2005. 3. In casu, a demanda foi ajuizada em 12 DE SETEMBRO DE 2005, com o objetivo de obter o direito à compensação de valores indevidamente recolhidos a título de imposto sobre a renda, ressoando inequívoca a inocorrência da prescrição quanto aos créditos fiscais relativos ao ano-base de 1995 e posteriores, em virtude do fato gerador do imposto de renda retido na fonte aperfeiçoar-se no final do ano-base, nos termos da fundamentação expendida [...] (AgRg no REsp 1064823/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 17/12/2008). CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. LC 118/2005. 1. Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3º da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação expressa ou tácita - do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. 2. A norma do art. 3º da LC 118/05, que estabelece como termo inicial do prazo prescricional, nesses casos, a data do pagamento indevido, não tem eficácia retroativa. É que a Corte Especial, ao apreciar Incidente de Inconstitucionalidade no Eresp 644.736/PE, sessão de 06/06/2007, DJ 27.08.2007, declarou inconstitucional a expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional", constante do art. 4º, segunda parte, Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 5 de 8

da referida Lei Complementar. 3. No caso específico do imposto de renda, o fato gerador tem-se por caracterizado no final do ano-base, tornando-se definitiva a homologação do lançamento, se tácita, após o transcurso de cinco anos, findos os quais se inicia o prazo qüinqüenal (CTN, art. 168, I) para pleitear a restituição dos valores indevidamente recolhidos. Havendo, todavia, homologação expressa, que se concretiza na notificação do ajuste entre o valor apurado na declaração anual de rendimentos e o valor retido pela fonte pagadora, tem início, a partir de então, o lustro prescricional. Precedentes da 1ª Seção: ERESP 504571/DF, Min. Luiz Fux, DJ 17.12.2004; ERESP 289.398/DF, Min. Franciulli Netto, DJ de 02.08.2004. 4. Recurso especial provido para afastar a prescrição (REsp 674.706/MG, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 1º/9/2008). Quanto à aplicação imediata da inovação introduzida pelo artigo 3º da LC 118/2005, este Tribunal por sua Corte Especial, no julgamento dos Embargos de Divergência no Recurso Especial n. 644.736/PE, realizado em data de 6/6/2007, assentou a orientação de que o art. 3º da LC 118/05 não contém disposição meramente interpretativa; ao contrário, inova no plano normativo, ofendendo os princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, o que justificou a declaração de inconstitucionalidade do dispositivo de lei (art. 4º, segunda parte, da LC 118/05), que determina a aplicação retroativa daquela norma. Dessa forma, levando em consideração que a presente ação foi proposta em data anterior à edição da lei complementar em questão, não estão os fatos ora discutidos sujeitos à sua incidência. No caso concreto, tendo em vista que entre o fato gerador, ocorrido em 31/12/1993 (último dia do ano-base em que ocorreu a retenção indevida), e a data de ajuizamento da ação (15/12/2003) não se esgotou o prazo decenal, afasto a prejudicial de prescrição. Observa-se que a agravante não trouxe nenhum elemento novo que justifique a reforma da decisão agravada, da qual destaco que, por ocasião do julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade dos EREsp 644.736/PE, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça assentou que o art. 3º da LC 118/05 não contém disposição meramente interpretativa, mas, ao contrário, inova no plano normativo, ofendendo os princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, o que justificou a declaração de inconstitucionalidade do dispositivo de lei (art. 4º, segunda parte, da LC 118/05) que determina a aplicação retroativa daquela norma. Vale acrescentar, por oportuno, que a Primeira Seção consolidou o entendimento acima explicitado em sede de recurso especial repetitivo (REsp 1.002.932-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/11/2009). Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 6 de 8

Assim, para as fatos geradores ocorridos anteriormente à citada inovação legislativa, privilegiou-se a interpretação dada pela Primeira Seção sobre a matéria, no sentido de que o prazo para a propositura da ação de repetição de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de cinco anos a contar da homologação que, se tácita, ocorre depois de transcorridos cinco anos do fato gerador, que, no caso do imposto de renda, acontece no encerramento do ano-base. Na hipótese dos autos, entre o fato gerador (31/12/1993) e o ajuizamento da demanda (15/12/2003), não houve o esgotamento do lapso prescricional. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 7 de 8

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA Número Registro: 2007/0215230-0 AgRg nos EDcl no REsp 986378 / RJ Número Origem: 200351010282116 EM MESA JULGADO: 04/02/2010 Relator Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE Secretária Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA RECORRENTE PROCURADORES RECORRIDO ADVOGADO AUTUAÇÃO : FAZENDA NACIONAL : CLAUDIO XAVIER SEEFELDER FILHO CLÁUDIA GUERRA MEROLA E OUTRO(S) : IVONE AURORA DA SILVA FERREIRA : WELLOS ALVES DA SILVA ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - IRPF/Imposto de Renda de Pessoa Física AGRAVANTE PROCURADOR AGRAVADO ADVOGADO AGRAVO REGIMENTAL : FAZENDA NACIONAL : CLÁUDIA GUERRA MEROLA E OUTRO(S) : IVONE AURORA DA SILVA FERREIRA : WELLOS ALVES DA SILVA CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Luiz Fux e Teori Albino Zavascki votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Denise Arruda. Brasília, 04 de fevereiro de 2010 BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA Secretária Documento: 941721 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 12/02/2010 Página 8 de 8