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Transcrição:

Eurobarómetro Standard 82 OPINIÃO PÚBLICA NA UNIÃO EUROPEIA Outono 14 RELATÓRIO NACIONAL PORTUGAL Esta sondagem foi encomendada e coordenada pela Comissão Europeia, Direcção-Geral da Comunicação Este relatório foi produzido para a Representação da Comissão Europeia em. Este documento não reflecte as opiniões da Comissão Europeia. As interpretações ou opiniões expressas neste relatório são apenas dos seus autores. Eurobarómetro Standard 82 / Outono 14 TNS Opinion & Social

Índice 1. Introdução...2 2. A Situação Atual e as Expetativas em Relação ao Futuro...3 3. A Imagem da UE...4 4. A Europa e o Futuro da EU...10 5. Conclusões...13 Este Relatório Nacional do Eurobarómetro 82 foi elaborado para a Representação da Comissão Europeia em por uma equipa composta por Marina Costa Lobo (Instituto de Ciências Sociais U. Lisboa), Carlos Jalali (U. Aveiro), José Santana Pereira (Instituto de Ciências Sociais U. Lisboa) e Patrícia Silva (U. Aveiro). O texto do relatório foi elaborado de acordo com as normas do novo acordo ortográfico. 1

1. Introdução O Eurobarómetro 82 foi realizado no outono de 14, com o objetivo de monitorizar a opinião pública europeia. O presente relatório analisa os dados relativos a em perspetiva comparada com os restantes Estados-membros da União Europeia (UE). O relatório incide sobre três temas: em primeiro lugar, as perceções dos portugueses sobre a situação atual do país e as suas expetativas para os próximos doze meses. Em segundo lugar, a imagem que os portugueses têm da UE. Em terceiro e último lugar, a forma como os portugueses encaram o futuro da UE. Em alguns casos, a análise é aprofundada, seja através de comparações longitudinais (comparando os resultados atuais com os de inquéritos anteriores), seja através da desagregação dos perfis sócio-demográficos dos inquiridos. Em, o trabalho de campo deste Eurobarómetro foi realizado entre os dias 8 e de novembro de 14. Este foi o segundo Eurobarómetro realizado desde o fim do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) iniciado em maio de 11 e que terminou em maio de 14. É de notar, que tal como a Irlanda e ao contrário do que sucedeu na Grécia, foi possível ao Governo Português negociar uma saída limpa do Programa, no sentido em que não foi necessário contrair nova dívida nem fazer ulteriores compromissos com a Troika. No dia 31 de Outubro, poucos dias antes do trabalho de campo deste Eurobarómetro, foi aprovado o Orçamento de Estado para 15. Este Orçamento visa atingir as metas de consolidação orçamental obrigatórias para os membros da zona Euro, prevendo uma redução do défice orçamental para 2,7 por cento. O governo na sua proposta de orçamento previu um crescimento de 1,5 por cento. Em termos económicos, o período que antecede este trabalho de campo é marcado por uma redução na taxa de desemprego que se cifrava nos 13.7 por cento em Outubro de 14 (a mesma taxa era de 15,7 por cento em Outubro de 13). Além disso, o Orçamento previu para 15 a reposição de parte dos valores que haviam sido subtraídos aos vencimentos dos funcionários públicos e às pensões dos reformados, com o governo a prever um aumento no rendimento das famílias em 15. A nível partidário nacional, é de salientar a eleição de António Costa para secretário-geral do Partido Socialista no final de Setembro de 14. Pela primeira vez foram organizadas eleições diretas primárias para a seleção de um líder de um partido com representação parlamentar. Depois de uma campanha que suscitou interesse público, António Costa derrotou António José Seguro. Entre simpatizantes e militantes cerca de 7 mil portugueses votaram para escolher o candidato a Primeiro-Ministro do PS. 2

2. A Situação Atual e Expetativas em Relação ao Futuro Nesta secção, analisamos a forma como os portugueses encaram a situação económica em. Como podemos constatar através da análise do Gráfico 2.1., no outono de 14, 94 por cento dos portugueses consideravam que a situação económica era má ou muito má. Apenas os cidadãos gregos (98 por cento) e os espanhóis (97 por cento) perspetivavam o estado das suas economias nacionais de modo mais negativo do que os portugueses. Os cidadãos destes três países da Europa do Sul encontram-se longe da média europeia, que se situa nos 63 por cento. 2.1. Percentagem de inquiridos que consideram "má" ou "muito má" a situação da economia nacional e a situação do agregado familiar (UE-28) Suécia Dinamarca Malta Alemanha Luxemburgo Países Baixos Estónia Reino Unido Áustria Polónia Irlanda Lituânia República Checa UE28 Bélgica Letónia Hungria Finlândia Roménia Eslováquia Croácia Eslovénia França Itália Bulgária Chipre Espanha Grécia 12 15 11 11 13 19 23 24 27 33 35 32 37 39 32 43 46 49 50 49 44 49 43 47 46 60 62 63 63 55 58 56 68 72 73 77 75 80 85 89 90 90 92 92 93 94 97 98 0% 10% % % 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Situação do Agregado Familiar Situação da Economia Nacional Quando o tema é a situação financeira do agregado familiar, as percentagens de respostas negativas são mais baixas. Em, 56 por cento dos inquiridos afirmam que a situação do seu agregado familiar é má ou muito má, enquanto a média europeia não vai além dos 32 por cento. Este valor é substancialmente mais baixo do observado em 13 (EB 80), quando mais de dois terços dos inquiridos afirmavam que a situação financeira da sua família era má ou muito má. 3

3. A Imagem da UE Neste indicador, a Grécia sobressai consideravelmente dos restantes países, incluindo Espanha e, uma vez que 75 por cento dos inquiridos gregos afirmam que a situação do seu agregado familiar é má ou muito má. Juntando os dois indicadores, conclui-se que as perceções negativas na Grécia são absolutamente maioritárias, mesmo em comparação com os restantes países da Europa do Sul. Também é visível uma grande diferença em relação a certos países da Europa Central e do Norte, onde as visões positivas imperam (Alemanha, Dinamarca, Luxemburgo), apresentando assim um cenário vivamente contrastante com o clima de opinião pública nos países do Sul. Do ponto de vista económico, por vezes as expetativas são positivas e maior confiança no futuro económico/financeiro do país poderão conduzir a mais investimento e consumo por parte dos cidadãos. No gráfico seguinte, podemos constatar que se situa próximo da média europeia: 21 por cento dos portugueses têm expetativas positivas sobre a economia nacional em 15 (a média da UE é de por cento). Já no que concerne as expetativas positivas para a situação financeira do agregado familiar no próximo ano, estas são partilhadas por uma proporção menor de cidadãos nacionais (apenas por cento). Assim sendo, no que diz respeito à economia nacional, apesar de o presente ser encarado de forma bastante negativa, já parece haver alguma confiança em relação ao próximo ano, sobretudo em comparação com a Grécia. 4

2.2. Percentagem de inquiridos que têm expetativas positivas para os próximos doze meses, em termos da situação económica nacional e da situação financeira do agregado familiar (UE-28) Luxemburgo 13 Alemanha 13 Grécia 13 14 França 15 Croácia 15 Hungria Finlândia Eslovénia Bulgária 19 Bélgica Polónia 19 Suécia 36 Eslováquia 21 21 Chipre 15 21 UE28 República Checa 19 Itália Espanha Áustria Lituânia 24 Letónia 24 Estónia 29 33 Roménia 35 36 Dinamarca 29 36 Reino Unido Países Baixos Malta 27 39 Irlanda 45 0% 5% 10% 15% % 25% % 35% 40% 45% 50% Expetativas Situação Agregado Familiar Expetativas Economia Nacional Quando inquiridos sobre a presente situação do emprego ao nível nacional e as expetativas para os próximos doze meses, os portugueses exprimem opiniões semelhantes àquelas relativas à economia nacional. Assim, 94 por cento acham que a situação do emprego é má ou muito má em, e apenas 19 por cento acham que a situação vai melhorar em 15 (as percentagens correspondentes para a UE são de 73 e 21 por cento, respetivamente). Para completar esta secção, apresentamos dois indicadores relativos à opinião dos europeus sobre a trajetória dos seus países e da UE (Gráfico 2.3). O primeiro dado a salientar é que a média de europeus que consideram que as coisas vão na direção certa no seu país e na UE é de 25 e 26 por cento, respetivamente. Os valores correspondentes para são de e 27 por cento, respetivamente. Portanto, os portugueses apresentam-se relativamente mais confiantes na direção tomada pela UE do que pelo seu país. Mesmo assim, a larga maioria dos portugueses não acha que as direções tomadas pela UE e por sejam as mais corretas um padrão a destacar na opinião pública nacional neste outono de 14. 5

2.3. Percentagem de inquiridos que consideram que no seu país ou na União Europeia "as coisas vão na direção certa" (UE-28) Eslovénia França Grécia Itália Croácia Espanha Chipre Bulgária Finlândia Eslováquia Hungria UE28 Luxemburgo Bélgica Reino Unido Letónia Roménia Polónia Áustria República Checa Lituânia Suécia Alemanha Estónia Países Baixos Dinamarca Irlanda Malta 26 9 9 10 13 12 12 23 21 27 24 25 26 19 27 27 49 32 32 32 33 33 55 40 35 36 50 37% 40 44 47 51 56 0% 10% % % 40% 50% 60% UE na direção certa País na direção certa Nesta secção analisamos a imagem que os portugueses têm da UE, de uma forma genérica e mais detalhadamente, no que diz respeito a representações da UE e da sua relação com a crise económica. por cento dos portugueses têm uma imagem positiva da UE e 25 por cento tem uma imagem negativa, representando um diferencial de 13 pontos percentuais. Estes valores não se afastam muito da média da UE (39 por cento e por cento respetivamente). O que é mais importante, é que notamos uma inversão de 13 para 14: em 13, a imagem que os portugueses tinham da UE era mais negativa que positiva com 39 por cento com uma imagem negativa da UE e por cento com uma imagem positiva. Estamos assim de volta aos valores de 10, sensivelmente, onde 40 por cento tinha uma imagem positiva da UE e 19 por cento uma imagem negativa. Este dado é importante, pois assinala um regresso a uma perspetiva mais positiva da UE e talvez não por acaso, coincide com o fim do programa de ajustamento de, e da saída da Troika de. 6

Gráfico 3.1 - A imagem da UE (Percentagens, UE-28) Polónia Roménia Irlanda Bulgária Luxemburgo Lituânia Malta Estónia Bélgica Croácia França Hungria Suécia UE28 Dinamarca Eslováquia Alemanha Eslovénia República Checa Letónia Países Baixos Finlândia Itália Espanha Áustria Reino Unido Chipre Grécia 6 9 6 8 7 19 23 19 25 11 26 28 21 36 32 44 61 59 53 51 51 50 47 45 42 42 41 40 40 39 39 39 37 37 37 35 31 31 24 23 Total 'Positiva' Total "Negativa" O gráfico 3.2 ilustra os significados da UE para o conjunto dos portugueses no outono de 14. Em, a UE está associada principalmente à possibilidade de viajar, estudar e trabalhar nos restantes Estados-membros. De facto, 46 por cento dos inquiridos escolheram esta opção quando confrontados com a pergunta: O que é que representa a UE para si pessoalmente?. Esta afirmação é a mais escolhida também no conjunto dos países europeus. Verifica-se que a mobilidade assegurada pelo Mercado Único e reforçada com o Tratado de Schengen é vista como uma grande maisvalia do projeto europeu. Os dirigentes políticos devem ter isso em consideração sempre que emerge uma tentação securitária, como poderá acontecer, por exemplo, no seguimento dos ataques terroristas em Paris, ocorridos em janeiro de 15. A moeda única, o Euro, é o segundo símbolo mais forte da UE. Com efeito, a moeda única representa a UE para 35 por cento dos portugueses e 39 por cento dos europeus, respetivamente. Em terceiro lugar, para 25 por cento dos portugueses a UE representa a diversidade cultural (a média da UE é 28 por cento). Existe também uma percentagem mais pequena de portugueses (15 por cento) do que de europeus (25 por cento) que afirmam que a UE representa sobretudo um desperdício de dinheiro. De assinalar, no entanto, que uma percentagem de cidadãos portugueses superior à média europeia associa a UE ao desemprego (24 por cento, contra apenas por cento mediano conjunto dos Estados-membros). Estes dados sugerem que, apesar das dimensões positivas que a imagem da UE suscita, existem também fatores negativos, como o desemprego, que, devido à crise económica, estão associados à imagem da UE. 7

Gráfico 3.2 - "O que é que a UE representa para si pessoalmente?" (Percentagem de inquiridos que referiram cada representação, e UE-28) Liberdade de viajar, estudar e trabalhar na UE O Euro A diversidade cultural O desemprego Uma voz mais forte no mundo Insuficiente Controlo das Fronteiras externas Mais criminalidade Um desperdício de dinheiro % 19% 28% 25% 24% 25% % % 15% 15% 25% 15% 39% 35% UE28 50% 46% Quando consideramos concretamente a imagem da UE no contexto da crise económica verificamos o seguinte: 72 por cento dos portugueses considera que a UE é responsável pela austeridade na Europa (contra 63 por cento dos Europeus) e que é demasiado burocrática (62 por cento contra 72 por cento na UE). É um valor semelhante ao de 13 para a mesma pergunta. Por outro lado, os portugueses também consideram maioritariamente (53 por cento) e acima da média da UE (49 por cento) que a UE torna a qualidade de vida melhor na Europa. Além disso, os portugueses revelam-se mais optimistas do que a média da UE: 46 por cento crê que a UE vai emergir mais justa da crise contra por cento na UE. Gráfico 3.3 - A UE e a crise Económica (% daqueles que afirmam concordar com as afirmações abaixo, e média UE) A UE é responsável pela austeridade na Europa A UE é demasiado burocrática A UE facilita os negócios na Europa A UE torna a qualidade de vida melhor na Europa A UE vai emergir mais justa da crise A UE está a criar condições para mais empregos na Europa A UE torna o custo de vida mais barato na Europa 24 46 47 45 49 53 63 62 65 60 72 72 UE28 No gráfico seguinte apresentamos a desagregação socio-demográfica desse indicador revelador de como a UE está associada à crise económica atual. 8

Gráfico 3.4 - "A Europa é responsável pela austeridade" (Percentagem que concorda, grupos sócio-demográficos em ) Homens Mulheres 15-24 anos 25-39 anos 40-55 anos mais de 55 anos Estudou até aos 15 anos Estudou até aos 19 anos Estudou até depois dos Quadros Superiores Trabalhadores Manuais Domésticas Desempregados Aldeias/Zonas Rurais Vilas e Pequenas Cidades Grandes cidades 44 72 72 71 66 77 72 70 72 76 74 75 80 67 78 68 70 Constatamos assim que os indivíduos que mais associam a austeridade à Europa em são os jovens adultos (77 por cento dos que têm entre 25 e 39 anos), aqueles com escolaridade intermédia (76 por cento dos que estudaram até aos 19 anos), os trabalhadores manuais (80 por cento) e finalmente, os habitantes de zonas rurais (78 por cento). 9

4. A Europa e o Futuro da UE A terceira e última secção trata das perceções dos portugueses em relação aos objetivos da Europa, bem como sobre o futuro da UE. A UE definiu uma estratégia denominada Europa, que propõe várias prioridades e objetivos. Gráfico 4.1 - Iniciativas para a UE sair da atual crise financeira e económica e preparar-se para a próxima década (% daqueles que considera a iniciativa importante, e média UE) Modernizar os mercados de trabalho, com vista a aumentar os níveis de emprego Ajudar os pobres e as pessoas socialmente excluídas e darlhes a possibilidade de desempenharem um papel ativo na sociedade Ajudar a base industrial da UE a ser mais competitiva promovendo o espírito empresarial e desenvolvendo novas capacidades Aumentar a qualidade e atratividade do sistema de educação superior da UE Apoiar uma economia que usa menos recursos naturais e emite menos gás com efeito de estufa 81 82 74 82 75 77 79 76 92 92 Aumentar o apoio às políticas de investigação e desenvolvimento e transformar as invenções em produtos 70 69 Desenvolver a e- economia fortalecendo a internet ultra rápida dentro da UE UE PT 57 56 No gráfico 4.1., apresentam-se as perceções, por parte dos portugueses, da importância de um conjunto de iniciativas no quadro da Europa. Aos inquiridos foi pedido que usassem uma escala de 1 a 10, em que "1" significava que a iniciativa era, na sua opinião, nada importante" e "10", "muito importante". No gráfico, apresentamos, para cada iniciativa, a percentagem daqueles que escolheram valores entre 7 e 10 nesta escala. A maioria dos portugueses considera que as iniciativas da Europa são importantes. Em concreto, 92 por cento dos portugueses reconhecem a importância da ajuda aos pobres e pessoas socialmente excluídas, para que possam desempenhar um papel ativo na sociedade. Trata-se de um valor bastante acima da média europeia (81 por cento). De igual modo, 92 por cento dos portugueses apoiam a modernização dos mercados de trabalho com vista a aumentar os níveis de emprego, contra uma média europeia de 81 por cento. Em terceiro lugar, os portugueses afirmam de maneira mais ampla (82 por cento) do que a generalidade dos cidadãos europeus (74 por cento) o seu apoio à base industrial da UE através da promoção do espírito empresarial e do desenvolvimento de novas capacidades. Nas restantes iniciativas, o apoio português é sempre maioritário e próximo das médias europeias. Ainda no que diz respeito aos objetivos a alcançar pela UE até, perguntou-se aos cidadãos europeus se os consideravam muito ambiciosos, adequados ou muito modestos. Da mesma forma que os portugueses apoiam iniciativas que diminuam a pobreza e aumentem o emprego (como vimos acima, no gráfico 4.1.), também consideram maioritariamente, e acima da média europeia, que os seguintes objetivos são adequados ou até muito modestos (em vez de demasiado ambiciosos): 1) três quartos dos homens e das mulheres com idades compreendidas entre os e os 64 anos deviam ter um emprego (60 por cento dos portugueses consideram este objetivo adequado, e 11 por cento modesto); 2) o número de europeus que vivem abaixo do limiar da pobreza deve ser reduzido em um quarto até (53 por cento definem-no adequado, e por cento modesto). Há, pois, uma preocupação substancial com o emprego e com a diminuição da pobreza no nosso país. 10

A maioria dos portugueses (51 por cento) está otimista em relação ao futuro da UE, ainda que se situe um pouco abaixo da média da UE (56 por cento). O gráfico 4.2 permite fazer a desagregação sócio-demográfica deste indicador. Constata-se que é entre os mais jovens, os mais escolarizados, os quadros superiores e aqueles que vivem em zonas rurais que os níveis de otimismo ultrapassam a média nacional. Pelo contrário, os idosos, as domésticas e os desempregados são os que se afirmam mais pessimistas em relação ao futuro da UE. Estas tendências de apoio espelham outras que foram sendo apresentadas em Eurobarómetros anteriores, onde os mais jovens, os mais escolarizados e os que auferem maiores rendimentos tendem a apoiar mais o projeto europeu. Gráfico 4.2 - Optimismo em Relação ao Futuro da UE (Percentagem, e grupos sócio-demográficos em ) Homens Mulheres 15-24 anos 25-39 anos 40-55 anos mais de 55 anos Estudou até aos 15 anos Estudou até aos 19 anos Estudou até depois dos Quadros Superiores Trabalhadores Manuais Domésticas Desempregados Aldeias/Zonas Rurais Vilas e Pequenas Cidades Grandes cidades % 36% % % 51% 55% 46% 60% 51% 62% 66% 57% 50% 57% 47% 47% 72% Já quanto à possibilidade de estar melhor fora da UE, apenas 29 por cento concorda com esta afirmação, um valor sensivelmente idêntico à média europeia ( por cento). 11

4.3. "O nosso país estaria melhor fora da UE" (Percentagem de inquiridos que concordam, UE-28) Luxemburgo Estónia Lituânia Países Baixos Dinamarca Espanha Malta Alemanha Bulgária França Bélgica Suécia Letónia Irlanda Finlândia Eslováquia Roménia Hungria UE28 Polónia Áustria Itália República Checa Croácia Grécia Reino Unido Eslovénia Chipre 12 21 24 25 26 27 27 28 29 29 29 32 35 35 35 36 40 42 47 49 0% 10% % % 40% 50% 60% De facto, no gráfico 4.3 verificamos que os portugueses não se encontram entre os Estados-membros onde uma maior proporção de cidadãos considera que o seu país estaria melhor fora da UE. São o Chipre (49 por cento) e a Eslovénia (47 por cento) os países em que esse sentimento é mais generalizado. Este indicador é bastante importante, na medida em que mede a (in)satisfação com a pertença à UE. Olhando para a Espanha e a Grécia, países em que, como vimos acima, os cidadãos estão pessimistas sobre a situação económica atual, vemos diferenças importantes: a Grécia é o quarto país com uma percentagem mais elevada de indivíduos que pensam que o seu país estaria melhor fora da UE, um percentagem bastante superior à que encontramos em. Já os espanhóis revelam-se um pouco mais satisfeitos com a pertença à UE, com apenas por cento a defender que Espanha estaria melhor fora da UE. 12

5. Conclusões Este Eurobarómetro 82 evidencia alguns traços de continuidade em relação ao passado recente, no que diz respeito à forma como os portugueses percecionam a situação económica do país, a situação do emprego nacional e ao rumo que tomam tanto a UE como. Em todos estes indicadores, os portugueses são um dos povos em que as perceções são mais negativas. Nada disto surpreende, tendo em conta o contexto de grave crise económica em que o país se encontra. Mesmo assim, e ao contrário do que ocorreu nos Eurobarómetros realizados durante o período de permanência da Troika em, neste Eurobarómetro, conseguimos vislumbrar alguns sinais menos negativos em certos indicadores. A saber, as expetativas para a economia nacional, que são próximas da média da UE, ou a percentagem de cidadãos, acima da média da UE, que acham que a UE está na direção certa. Quanto à imagem da UE, verificamos que os portugueses se aproximam da média dos Estados-membros, com mais portugueses com uma imagem positiva do que negativa. É de assinalar que, neste Eurobarómetro, a imagem da UE apresenta uma melhoria significativa em relação a 13, onde a percentagem de cidadãos nacionais, que têm imagens negativas, era superior à dos que tinham imagens positivas. Do ponto de vista dos significados, a UE está, em primeiro lugar, associada à mobilidade das pessoas, viajar e estudar em qualquer Estado-membro; em segundo lugar, à moeda única; e em terceiro à diversidade cultural. A percentagem de portugueses que associa a UE ao desemprego, está, apesar de tudo, acima da média europeia. Analisámos também a ligação entre a imagem da UE e a crise económica, verificando que a larga maioria dos portugueses associa a UE à austeridade e essa percentagem é superior à da UE. No entanto, noutras dimensões, por exemplo a importância da UE para a qualidade de vida, a perspetiva da UE se tornar mais justa depois da crise, os portugueses tem expetativas mais positivas do que a média da UE. Na terceira parte do relatório, analisámos a forma como os portugueses encaram os objetivos da Europa e o futuro da UE. Tanto no que diz respeito às iniciativas como aos objetivos para os próximos anos, os portugueses unem-se em torno do combate ao desemprego e à pobreza. Com efeito, se há um apoio maioritário a todos os objetivos e iniciativas, há mais unanimidade em torno destes dois temas. Mais uma vez, este resultado entende-se no quadro das perceções sobre a situação da economia atual. A maioria dos portugueses sente-se otimista em relação ao futuro da UE, algo que é mais prevalecente entre os jovens, os mais escolarizados e os quadros superiores o grupo social com rendimentos mais elevados. Na parte final, concluímos que cerca de um terço dos portugueses considera que estaria melhor fora da UE. Comparando o caso português com os restantes Estados-membros, verificamos que não está entre os países em que um maior número de cidadãos gostaria de ver o seu país fora da UE. Em suma, as perceções negativas dos portugueses, que se têm vindo a acentuar nesta segunda década do século XXI, continuam bem presentes neste Eurobarómetro 82. No entanto, seja em termos das expetativas para a economia nacional no próximo ano, em certas dimensões da imagem da UE, ou no otimismo em relação ao futuro e à pertença à UE, já se vislumbra uma perspetiva um pouco mais positiva, que se distancia do quadro geral. É certo que é ainda demasiado cedo para se poder afirmar que estamos perante uma inflexão do padrão atitudinal dos portugueses, e teremos de aguardar posteriores inquéritos à opinião pública. Contudo, no Outono de 14, os portugueses surgem um pouco menos negativos e pessimistas em relação ao país e à UE, ao contrário do que já se havia verificado em anos anteriores. 13