A CRIAÇÃO DO PORTAL CULTURAL DA AMUNOP. Grad. Márcia Regina de Oliveira Panfieti (FACCREI) Profa. Orientadora: Dra. Alice Atsuko Matsuda (FACCREI)



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Transcrição:

A CRIAÇÃO DO PORTAL CULTURAL DA AMUNOP Grad. Márcia Regina de Oliveira Panfieti (FACCREI) Profa. Orientadora: Dra. Alice Atsuko Matsuda (FACCREI) RESUMO: Esse artigo apresenta um conjunto de considerações teórico-conceituais sobre as condições de produção do jornalismo cultural, tendo como base teórica o livro 7 Propostas para o Jornalismo Cultural 1 (2009), destinado à criação de um Portal de Cultura, abrangendo a região norte do Paraná (AMUNOP 2 ). Pretende-se pesquisar desde a linguagem a ser utilizada, a definição das matérias a serem abordadas até a viabilidade do uso da mídia internet na produção de um jornalismo cultural, que atinja o público consumidor e produtor de cultura dessas 19 cidades que integram a Amunop. A elaboração desse portal irá respeitar a territorialidade e peculiaridades inerentes à origem, colonização e formação histórica de cada município, buscando a identificação e criação desse Portal como um gênero representativo legítimo do jornalismo cultural. PALAVRAS- CHAVE: Jornalismo Cultural. Jornalismo Cultural na internet. Cultura. Amunop. ABSTRACT : This article presents a set of theoretical and conceptual concerns about the conditions of production of cultural journalism, based on theoretical book 7 Proposals for Cultural Journalism (2009), for the creation of a Portal for Culture, covering the northern region of Parana (AMUNOP). It is intended to search from the language being used, defining the issues to be addressed by the feasibility of using internet media in the production of a cultural journalism, which reaches the consumer and producer public of culture of the 19 cities that comprise the Amunop. The development of this portal will respect the territorial and peculiarities inherent to the origin, formation and colonization historical of each city, seeking the identification and development of Portal as a legitimate representative genre of cultural journalism. KEYWORDS: Cultural Journalism. Cultural Journalism on the Internet. Culture. Amunop. 1. INTRODUÇÃO O presente artigo é um recorte da abordagem teórico-argumentativa que será utilizada na realização do meu Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, visando à criação de um portal de cultura para a região da Amunop. A necessidade da criação desse Portal foi observada a partir da minha participação na I Conferência Intermunicipal de Cultura em Bandeirantes, em 23 de outubro de 2009. A Conferência Intermunicipal de Cultura teve como objetivo 1 AZZOLINO, Adriana Pessate. (Org.). Sete Propostas para o jornalismo cultural: reflexões e experiências. São Paulo: Miró Editorial, 2009. Outros autores: Cida Golin, Geane Alzamorra, Isabelle Anchieta, Margareth Assis Marinho, Marina de Magalhães Souza, Nísio Teixeira. 2 AMUNOP (Associação dos Municípios do Norte do Paraná) que abrange 19 cidades : Assaí, Bandeirantes, Congonhinhas, Cornélio Procópio, Itambaracá, Leópolis, Nova América da Colina, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Rancho Alegre, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Santo Antonio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Sertaneja e Uraí.

estabelecer parâmetros da cultura regional para a implantação do PNC (Plano Nacional da Cultura) e escolher delegados representativos da Região que prosseguiriam com as discussões na fase estadual, em Campo Mourão e na federal, em Brasília/2010. Na Conferência em Campo Mourão, não conseguimos eleger nenhum representante para a região da Amunop, ficando clara a dificuldade que os municípios menores do Norte do Paraná terão para alcançar uma representatividade no Estado. O Portal facilitaria a união desses municípios, fortalecendo a região para aprovar os projetos culturais desenvolvidos pelo Minc. A região Norte do Paraná é riquíssima em diversidade cultural. Há presença da colonização japonesa e indígena, além da cultura da rota do café que desliza pelos trilhos das antigas estações de trem e ligam as cidades entre si. A cultura presente é muito pouco conhecida pelo restante do estado e país, sendo, portanto, importante sua divulgação. O portal permitirá a união desses 19 municípios, pertencentes a Amunop, em uma única mídia, fazendo uso de todas as ferramentas e recursos que a internet pode proporcionar. Desde o baixo custo de hospedagem, a não utilização de papel para impressão, o espaço infinito para armazenamento de dados e informações, o tempo em que as informações poderão ficar disponíveis, além do uso de links, hiperlinks, para a expansão do conhecimento cultural. As teorias e definições utilizadas para nortear esse estudo para a criação de um portal de cultura permitirão reflexões atuais e ricas, importantíssimas para prática de um jornalismo cultural de qualidade, cumprindo o real papel do jornalismo: a disseminação da cultura regional do norte do Paraná, possibilitando a formação de cidadãos cultos e críticos e contribuindo para o desenvolvimento cultural dessas regiões. 2. CULTURA Para realizarmos um estudo sobre o jornalismo cultural é necessário primeiramente esclarecer o que é Cultura. Segundo Fábio Gomes (2005: 4), A palavra cultura deriva do vocábulo latino culturam, referindo-se ao ato de cultivar o solo ou à técnica empregada nessa atividade. Por analogia, o termo passou a ser utilizado para se referir à produção do espírito humano. Para Cida Golin (2009), a definição de cultura alcançou uma dimensão antropológica ao longo do século XX, sendo trazida para o cotidiano como produção e consumo de obras artísticas, estéticas e culturais com um significado de valores decorrentes de ações sociais e lutas de poder, mas ainda algo para ser consumido no tempo livre, no lazer. Exatamente por isso, os suplementos de cultura circulam na maioria das vezes no fim de semana. Portanto, o conceito atual de cultura aplicado na mídia seria: A cultura engloba tanto aspectos materiais como não materiais e se encarna na realidade empírica da existência cotidiana: tais sentidos, ao invés de meras elucubrações mentais, são partes essenciais das representações com as quais alimentamos e orientamos nossa prática (e vice-versa) e, lançando mão de suportes materiais e não materiais. Procuramos produzir inteligibilidade e reelaboramos simbolicamente as estruturas matérias de organização social, legitimando-as, reforçando-as ou as contestando ou transformando. Vê-se, pois, que antes de um refinamento ou sofisticação, a cultura é uma condição de produção e reprodução da sociedade. (MENEZES, 1996: 89, apud, GOLIN, 2009: 28).

Izabelle Anchieta revela que o movimento comunicacional atual, devido à proliferação das mídias, possibilita maior flexibilidade comparativa e uma maior aproximação entre as definições de alta e baixa cultura, agregando valores distintos a cada povo, redefinindo cultura como: Conjunto dos traços distintos sejam matérias, espirituais, intelectuais ou afetivos que caracterizam um determinado grupo social. Além das artes, da literatura, contempla também, os modos de vida, os direitos fundamentais do homem, os sistemas de valores e símbolos, as tradições, as crenças e o imaginário popular. (Conferência Mundial sobre Políticas Culturais, 1982, apud, ANCHIETA, 2009: 57). A definição de cultura é muito ampla, abrange diversos setores e artes. Por conta dessa complexidade é necessário ter em mente qual movimento cultural pretende-se abordar no Portal. Tomando como definição de cultura as características dos diferentes grupos sociais. O menu principal ou índex ( primeira página de um site) do portal será dividido em tópicos: Patrimônio Cultural, Artes Visuais, Cinema, Dança, Música e Teatro e Circo. Por exemplo, o Menu Patrimônio Cultural englobará desde museus, academia de Letras, etc. até eventos como as festas tradicionais de cada cidade, abrangendo informações sobre todas as produções culturais e representativas dessas 19 cidades da Amunop. 3. JORNALISMO CULTURAL Marina de Magalhães Souza (2009: 82) define Jornalismo Cultural como um ramo do jornalismo que domina as questões culturais da sociedade, as suas manifestações, os seus agentes, os seus mecanismos de expressão, a legislação e as políticas públicas e privadas de fomento e que também pode se especializar em mais de um área, como cultura popular, folclore, música, teatro, cinema, literatura, artes plásticas,etc. O jornalismo cultural não deve espelhar a cultura de uma minoria social, mas explorar e dar visibilidade às manifestações populares da cultura brasileira, representada por uma enorme classe de excluídos, contribuindo, assim, para a inclusão social. Cida Golin (2009: 27) cita a importância do Jornalismo Cultural como alicerce e construção da memória simbólica e como mediadora entre instituições museológicas e acadêmicas com um sujeito leitor, servindo de ponte desse sujeito que terá acesso a uma determinada obra de arte ou experiência artística. Portanto, justifica-se a criação de um portal de cultura da Amunop, pois a cultura é vista como produção e reprodução da sociedade, como uma prática transformadora e contestadora dentro da organização social. O papel do jornalismo cultural é exatamente a divulgação desses saberes sociais também proporcionando entretenimento aos internautas. A reunião dessas informações possibilita a criação de um banco de dados, gerando informações das produções culturais, da localização dos artistas da região, bem como a criação de um acervo cultural. Dessa forma, espera-se que o Portal auxilie na formação de cidadãos cultos e críticos, contribuindo para o desenvolvimento cultural dessas regiões. 3.1. Histórico do Jornalismo Cultural

Isabelle Anchieta em sua abordagem histórica afirma que o jornalismo cultural surge no fim do século XVII, crescendo juntamente com o jornalismo, ganhando ampla difusão, periodicidade e mercado. As primeiras coberturas de obras culturais em impressos datam de 1665 e 1684 e são representados pelos jornais The Transactions of the Royal Society of London e News of Republic of Letters, fazendo a cobertura das obras literárias e artísticas e das novidades sociais. Na Inglaterra, em 1711, foi criado o periódico The Spectador, com o objetivo de trazer a filosofia para fora das academias para ser discutida também em clubes e assembléias, em mesas de chá e café. No Brasil, o jornalismo cultural chega somente no século XVIII, bem representado por Machado de Assis e José Veríssimo e ainda outros grandes nomes da literatura, da política e da filosofia, como Oswald de Andrade e Mário de Andrade. O auge do jornalismo cultural brasileiro foi alcançado em 1928, com a criação da revista O Cruzeiro, que teve como colaboradores, entre outros, José Lins do Rego, Vinícius de Morais, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz e Mário de Andrade. A ilustração coube a Di Cavalcanti e Anita Malfatti. As crônicas, desde essa época, foram revelando uma íntima relação entre Jornalismo e Literatura: O gosto nacional pelas crônicas, até certo ponto, sempre foi uma forma de atrair a literatura para o jornalismo, praticada por jornalistas, escritores e, sobretudo, por híbridos de jornalista e escritor. De Machado de Assis a Carlos Heitor Cony, passando por João do Rio, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Ivan Lessa, entre outros. (PIZA, 2004: 33 apud ANCHIETA, 2009: 54). Os cadernos de cultura foram criados nos anos 50, como seção obrigatória nos jornais impressos, com o precursor Jornal do Brasil, em 1956, com o Caderno B. Reunindo em suas páginas, nada menos que Ferreira Gullar, Clarice Lispector, Bárbara Heliodora e Décio Pignatari, entre outros, o caderno tornou-se uma referência para a crítica cultural de sua época e até hoje é lembrado como ponto alto da prática do bom jornalismo cultural. Essa tendência foi seguida pelo Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo, proporcionando o aparecimento de nomes importantes da crítica cultural, como Paulo Francis, que inicia sua carreira como crítico de teatro no Diário Carioca, em 1957, passando depois pelo Jornal Última Hora, Pasquim, chegando a Rede Globo e GNT. Geane Alzamora, em seu estudo, relata o surgimento das revistas de variedades compostas por ensaios, resenhas, críticas, reportagens, perfis e entrevistas e a publicação de poemas que mais tarde serviriam de inspiração para a criação das revistas eletrônicas ou programas televisivos de variedades. Observa-se que o jornalismo cultural, mais uma vez, recebeu a idéia de entretenimento, perdendo o seu papel de debatedor de idéias. A partir dos anos 80 e 90, com a tendência à especialização do jornalismo, a editoria de cultura ampliou seu leque de assuntos: Especialmente a partir dos anos 1990, alguns assuntos que pertencem obviamente ao universo cultural, embora não sejam exatamente linguagens artísticas ou intelectuais, ganharam mais e mais espaço nos cadernos culturais. [...] Tudo isso é, de certo modo, um ganho para o jornalismo cultural, pois abre suas fronteiras. Seu papel nunca foi apenas o de anunciar e comentar as obras lançadas nas sete artes, mas também o de refletir (sobre) o comportamento, os novos hábitos sociais, os contatos com a realidade político-econômica da qual a cultura é parte ao mesmo tempo integrante e autônoma (PIZA, 2003: 57, apud, ALZAMORA, 2009: 41).

Segundo Nísio, o jornalismo cultural brasileiro passou por, pelo menos, três momentos significativos. Nos anos 60 e 70, movidos por uma forte ideologia popularnacional houve um combate contra os materiais produzidos pela indústria cultural. Nos anos 80, em oposição às décadas anteriores, aconteceu a inserção de produtos da cultura internacional de massas, como o rock, por exemplo, movido pela contracultura daqueles tempos e, finalmente, nos anos 90, foi a era da globalização. Houve uma preocupação em dar visibilidade à cultura de países periféricos. Observa-se que hoje o foco de atuação do jornalismo cultural ficou simplificada e restrita à cobertura das agendas culturais, guetos culturais, perdendo o objetivo de um jornalismo cultural crítico, informativo e comparativo. Mais do que apenas divulgar a cultura e a arte, o jornalismo cultural precisa fazer o papel de mediador, despertando o interesse do leitor, educando-o sobre determinada manifestação cultural noticiada. 3.2. Jornalismo cultural e a internet Segundo Geane Alzamora, o advento da Internet foi um marco para o jornalismo cultural, principalmente, com as diferentes formas como cada publicação lidou com o impacto sociocultural da internet. As primeiras experiências jornalísticas na internet foram marcadas pela indefinição acerca de como se produzir informações jornalísticas para a internet. As primeiras experiências jornalísticas limitavam-se a transpor os conteúdos de seus jornais impressos para a internet. Algumas dessas experiências pioneiras iniciaram um novo jeito de produzir e difundir informações jornalísticas, dando início a um processo irreversível de mudança no campo da cobertura jornalística. Em seu estudo sobre a internet, Suzana Barbosa relata que, após essa primeira euforia, as empresas jornalísticas investiram na implementação de notícias em tempo real e na criação de portais, centralizando as informações especializadas com serviços. Buscou-se, então, o aumento do acesso, agregando serviços, como acesso a canais de busca, shopping virtuais, facilitando e orientando o navegador usuário da WWW. Os portais online, empregando características singulares do jornalismo online (interatividade, hipertextualidade, multimidialidade, customização de conteúdo, atualização constante), associados à mídia digital na produção da informação, criaram um vínculo de fidelidade do usuário com o Portal. O portal constitui-se numa poderosa variante de publicização de conteúdo na Internet, no sentido de ao mesmo tempo procurar uma maior permanência do usuário dentro de determinado site, e agregar a essa possível navegação do usuário, uma miríade de serviços que antes, senão impensada, era improvável de ser executada com eficiência técnica. (SILVA JR., 2000: 80 apud BARBOSA, 2001: 5). O sucesso alcançado por esses mega-portais possibilitou a criação de um outro filtro de conteúdos, outra forma de navegação, concentrando a oferta de informações, conteúdo e serviços e direcionando-a para um localidade específica: os Portais Locais. 3.3. O Jornalismo Cultural e os Portais Locais Os portais locais utilizam-se das ferramentas online, facilitando ao usuário o acesso a serviços, programação cultural, notícias, turismo, lazer, entre outros assuntos de sua cidade ou região. Esse conteúdo exclusivo possibilita a proximidade da informação com o público consumidor, gerando um vínculo e ampliando as relações entre produtores do site, usuários/moradores, empresários e comerciantes, sem custo

nenhum ao usuário. Essa familiaridade com o conteúdo seduz o leitor, pois ele sabe exatamente quem está informando e sobre quem é a informação. O leitor sai do mundo virtual para o mundo real, trazendo as informações obtidas para o seu cotidiano. O produtor desse portal precisa ter uma relação próxima com os usuários e com as cidades em que ele pretende atuar. No caso do portal cultural da Amunop, esta relação próxima já existe, visto que sou colaboradora direta da atual Secretaria da Cultura da Amunop, Sandra Regina Lunardelli Barichello, da cidade de Uraí, onde venho participando de diversas conferências da cultura promovidas pela SEEC (Secretaria de Estado da Cultura). Inclusive, estive presente no VIII Encontro de Secretários e Dirigentes Municipais de Cultura, em 10/05/10, na cidade de Faxinal do Céu, de onde voltei com a certeza da necessidade da criação desse Portal. O investimento em cultura nas esferas municipais, estaduais e federais mal chega a 1% e os investimentos empresariais pelas leis de incentivo fiscal é muito pouco divulgado. A Amunop é composta em grande parte por pequenas cidades, que não possuem uma Secretaria da Cultura. Ela geralmente funciona à margem ou paralelamente ligada à Secretaria da Educação. Assim, proporcionalmente, esse valor de 1% de investimento é menor, porque menor é a renda dessas cidades. O custo do portal cultural seria relativamente baixo, se reunirmos os esforços financeiros desses 19 municípios e se pudermos somar a isso apoios culturais, que podem ser obtidos de empresas e comércios locais. 4. PORTAL CULTURAL DA AMUNOP A região da Amunop (Associação dos Municípios do Norte do Paraná) abrange 19 municípios (Assaí, Bandeirantes, Congonhinhas, Cornélio Procópio, Itambaracá, Leópolis, Nova América da Colina, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Rancho Alegre, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Santo Antônio Do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Sertaneja e Uraí). Todas as cidades são produtoras de ações culturais, respeitando sua territorialidade e peculiaridades inerentes a sua origem, colonização e formação histórica. A criação de um Portal de Cultura, mais do que proporcionar entretenimento aos internautas, permitirá a criação de um banco de dados, gerando informações das produções culturais, da localização dos artistas da região, bem como um registro das atividades culturais. Além disso, a criação de um acervo cultural, em um só local e facilitado pelo uso de uma mídia comum a todos e de baixo custo: a internet. A web permite o uso de diversas ferramentas e recursos, um baixo custo de hospedagem, a não utilização de papel para impressão, um espaço infinito para armazenamento de dados e informações que poderão ficar disponíveis por um maior tempo. Além do mais, possibilita o uso de links, hiperlinks para a expansão do conhecimento cultural, cumprindo com isso o real papel do jornalismo, a disseminação da cultura regional do norte do Paraná. Dessa forma, espera-se formar cidadãos cultos e críticos e contribuir para o desenvolvimento cultural dessas regiões. Não há na região um espaço destinado à divulgação das produções culturais da região da Amunop, gerado pelo grau de dificuldade de definição de cultura, pela distância territorial entre os municípios, pelo custo que o jornalista teria para deslocar-se e atuar nesses 19 municípios, que mesmo próximos, não tem uma rota de trânsito constante e fluente. Muito pouco se sabe do que é produzido culturalmente em cada um dos municípios, apesar de todos serem reunidos em uma Regional da Cultura, vinculado

à Secretaria da Cultura do Estado do Paraná. Portanto, não há uma divulgação regional nem em nível estadual. O que é produzido tem apenas divulgação local, sendo publicado apenas em pequenos jornais de circulação restrita. Os artistas locais não possuem também acesso a uma mídia de maior circulação, restringindo a área de divulgação de seus trabalhos, quer sejam eles literários, artesanais, visuais, etc, dificultando o acesso ao público consumidor a essas informações. Nota-se que se perde muito em valor cultural e de mercado em todos os tipos de arte e cultura produzidos na região. Entre os séculos XIX e XX muita coisa aconteceu, e a sociedade se redesenhou sob o vetor da tecnologia. A velocidade e a qualidade de informação quadriplicaram, o tempo é outro, o espaço também. Vivenciamos um período de des-locamento ou de des-territorialização. Expressões como compartilhamento, flexibilidade, autonomia, eficácia, instantaneidade são os eixos condutores dessa maneira de viver, de conhecer. De olhar e de ver.[...] O binômio arte/tecnologia pode servir para a formação/educação dos indivíduos, contribuindo para a expansão e, talvez, para a construção de novos saberes, para um número cada vez maior de indivíduos que estão à margem desse benefício. Dessa forma, teremos arte como conteúdo e tecnologia como suporte. (AZZOLINO et al., 2009: 12). O objetivo de criar um portal de cultura para a região da Amunop é divulgar os artistas, a história da cultura literária, as artes visuais, a dança, a música, o teatro e a cultura popular. Enfim, promover uma ampla expressividade das produções culturais dessas regiões do Norte paranaense, possibilitado pela ferramenta proporcionada pela mídia internet, ao maior número de pessoas. Por meio desse portal cultural de acesso democrático, pretende-se alcançar diversos públicos: produtores culturais da Amunop, público consumidor de espetáculos, de música, de arte, de objetos artesanais, além de estudiosos e pesquisadores. Esse aumento de público possibilitaria um maior desenvolvimento cultural, social, financeiro e econômico. Oportunizaria também agregar valores de identidade cultural, reconhecimento dos trabalhos dos artistas, apresentados pelo portal, em outras regiões, estados e em todo território brasileiro. O portal possibilitaria uma interação melhor entre os municípios da Amunop e viabilizaria o conhecimento da agenda cultural de todos. Assim, espetáculos culturais que estiverem sendo apresentados em uma determinada cidade poderão vir a ser apresentados em uma outra cidade da região, criando uma agenda e um circuito cultural entre elas. Após a realização de pesquisas sobre o melhor formato de design do site, pretendo seguir como modelo o site da Fundação Cultural de Curitiba. Pretende-se criar um Portal atendendo os padrões da Cartilha de Redação da Web - Padrões Brasil e- Gov, de Abril de 2010 3. Segundo essa Cartilha, no item sobre Arquitetura da Informação, verifica-se que a web é visual, tornando essencial a criação de uma imagem representativa do site, ou seja, um logo muito bem produzido para a página home. Essa imagem deve representar as diversas culturas e artes que serão apresentadas no Portal. A imagem de abertura do site é um elemento essencial de persuasão, em que a empatia com o usuário precisa ser estabelecida de imediato. O menu de um site precisa ter até nove itens. De acordo com o fluxograma seriam os seguintes: 3 Cartilha de Redação Web - Padrões Brasil e-gov é desenvolvida pelo Departamento de Governo Eletronônico- DGE como um guia de elaboração de informação clara, estruturada e eficaz para o meio digital.

Portal Cultural da AMUNOP Artes Visuais Cinema Dança Teatro e Circo Música Patrimônio Cultural O menu ficaria disposto do lado esquerdo do site, visto que a leitura em telas de computador é feita da esquerda para a direita, facilitando o acesso do usuário. Cada item do menu seria definido com informações teóricas sobre a arte que representa. Além disso, irão constar os movimentos artísticos e culturais desenvolvidos por cada cidade, o que está sendo desenvolvido, onde, por quem e também cursos e oficinas disponíveis a cada setor da cultura. Por exemplo, no menu Música, teria primeiro a sua definição : A palavra grega mousikós - "musical", "relativo às musas" - referia-se ao vínculo do espírito humano com qualquer forma de inspiração artística. A evolução do termo, porém, limitou-o às formas de criação estética relacionadas à combinação dos sons e que abrangem. No Ocidente, o amplo desenvolvimento de uma arte que, em seus aspectos mais característicos, teve início no fim da Idade Média. (Portal emdiv, 07 out.10). Após a definição da tipologia artística, seriam apresentados os cantores e as músicas produzidas e interpretadas em cada município, com nome, endereço e histórico de obras e atividades dos músicos. No menu do Patrimônio Cultural seriam apresentadas todo o Patrimônio Cultural dos 19 municípios integrantes da Amunop. Por Patrimônio Cultural entende-se desde os acervos museológicos, bens materiais até os bens imateriais, que representam valores afetivos dos cidadãos, como comida, festas tradicionais, etc. Do lado esquerdo, seria publicada a agenda cultural dos municípios e um outro menu com editais e portarias disponíveis no MINC ( Ministério da Cultura) e SEEC (Secretaria Estadual da Cultura). O centro da página home seria usado para a publicação das coberturas jornalísticas dos eventos culturais desenvolvidos nas cidades, com fotos, vídeos, etc. Segundo ainda a Cartilha de Redação da Web, o texto para a mídia digital segue princípios diversos das outras mídias. Ele deve ir além do produzido para a mídia impressa, devido à multimídia, ou seja, a junção de várias mídias (vídeo, áudio, imagens, infográficos, links de acesso). Na internet, o texto é uma das formas de possibilitar acesso à informação, mas um texto bem escrito é reconhecido pelo leitor em qualquer veículo, portanto deve ser escrito com clareza, abrangência e credibilidade, tendo sempre em vista o público que se pretende atingir. No portal, deve ainda conter uma seção de comunicação e relacionamento, como o Fale Conosco, possibilitando o retorno do cidadão, sua opinião, fortalecendo o conteúdo do portal. Além disso, oportunizar o usuário a se cadastrar para receber por e- mail o conteúdo disponibilizado no site. Quanto à parte gráfica, o designer do portal na web é antes de tudo visual, portanto deve haver um amplo estudo e muita cautela quanto à criação da arte gráfica do Portal. É preciso tomar cuidado com a escolha de imagens, de cores, principalmente, pelo conteúdo amplamente estético que será abordado: arte e cultura.

Como foi exposto na introdução desse artigo, o que foi apresentado é apenas um recorte da abordagem teórico-argumentativa que será utilizada na realização do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Portanto, há muito ainda a ser pesquisado para o término dessa pesquisa. O primeiro passo foi dado, já entrei em contato com as Secretarias de Educação e Cultura da Amunop sobre a viabilidade do projeto e todos se mostraram favoráveis a sua realização. 5. CONCLUSÃO O avanço das novas tecnologias e o acesso a elas já faz parte da nossa rotina, do nosso cotidiano, portanto o profissional jornalista precisa estar apto a utilizar todas as ferramentas disponíveis para informar, comunicar-se. O ambiente online com suas qualidades inerentes é um facilitador do jornalismo cultural regional. Os portais locais é uma tendência crescente na Internet. Comunidades pequenas, como a maioria das cidades representativas da Amunop, podem ser aproximadas com a criação do portal cultural, com conteúdo direcionado. Esse conteúdo ofertado precisa ser original, produzidos por jornalistas familiarizados com o cotidiano dos usuários, consumidores e produtores de cultura desses municípios, agregando um importante valor de credibilidade nas informações. Respeitando todas as peculiaridades e territorialidade das cidades integrantes do portal, o indivíduo leitor poderá se enxergar como produtor e consumidor da cultura local, interagindo com o mesmo através das facilidades das redes sociais, participando ativamente com opiniões e críticas, facilitando o desenvolvimento da qualidade do serviço oferecido. O portal cultural da Amunop possibilitará uma troca de experiências riquíssimas entre as 19 cidades. Oportunizará ampliação e divulgação das manifestações de cidadania em que o veículo atua, formando e informando os cidadãos locais, produtores e consumidores de cultura, contribuindo com essa divulgação, para o desenvolvimento cultural dessas regiões do norte paranaense. 6. REFERÊNCIAS ALZAMORA, Geane. Para além do jornalismo de massa: a diversidade da informação cultural na internet. Disponível em <.http://www.fca.pucminas.br/coreu/producao/jncultural/alzamora%20jn%20cultural.doc.> Acesso em 24 set. 2010. BARBOSA, Suzana. Jornalismo online: dos sites noticiosos aos portais locais. Artigo apresentado no XXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação- Intercom, Campo Grande (MS), setembro de 2001. Disponível em http://www.bocc.uff.br/pag/barbosa-suzana-jornalismo-online.pdf> Acesso em 18 set. 2010 GOLIN, Cida. Jornalismo cultura: reflexão e prática. In: AZZOLINO, Adriana Pessatte. (Org.). Sete propostas para o jornalismo cultural: reflexões e experiências. São Paulo: Miró Editorial, 2009.

Portal emdiv. A Música - Definição, Elementos e História. Disponível em <http://www.emdiv.com.br/pt/arte/enciclopediadaarte/2489-a-musica-elementos-definicaoe-historia.html> Acesso em 7 out. 2010. RODRIGUES, Bruno. Padrões Brasil e-gov: Cartilha de Redação Web. Disponível em <www.governoeletronico.gov.br/.../padroes-brasil-e-gov-cartilha-de-redacao-web> Acesso em 7 out. 2010.