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Transcrição:

Fl. 4 SRRF/9ª RF/DISIT Fls. 7 INTERESSADO 6 SECRETARIA MINISTÉRIO DA FAZENDA DA RECEITA FEDERAL SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL PROCESSO Nº DOMICÍLIO FISCAL 9ª REGIÃO FISCAL SOLUÇÃO DE CONSULTA SRRF/9ª RF/DISIT Nº 227, de 31 de agosto de 2004 CNPJ/CPF Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ementa: Empresa jornalística é a que edita jornal ou revista ou distribui noticiário ou, por equiparação, é a seção ou serviço de empresa de radiodifusão, televisão ou divulgação cinematográfica, ou de agência de publicidade, onde são exercidas, basicamente, atividades de criação, planejamento, ensino ou pesquisa na área de jornalismo. Tais empresas sujeitam-se à incidência da Cofins cumulativa sobre as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços de edição de jornal ou revista ou de distribuição de noticiário. Outras receitas, tais como as derivadas da impressão de jornais de terceiros e as receitas financeiras, sujeitam-se à modalidade não-cumulativa da citada contribuição. Dispositivos Legais: Art. 10, inc. IX, da Lei n o 10.833, de 2003, com a redação da Lei n o 10.865, de 2004; arts. 2 o e 3 o do Decreto-Lei n o 972, de 1969. RELATÓRIO 1. O consulente,, pergunta se está correto o entendimento segundo o qual estes devem apurar a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) à alíquota de 3 %, tendo em vista o disposto no art. 10, inc. IX, da Lei n o 10.833, de 30 de abril de 2004, na sua redação original.

Fl. 5 2. Explica que seus prestam serviços de edição e impressão de jornais, livros e revistas, os quais, segundo entende, se enquadram no conceito de prestação de serviços das empresas jornalísticas, motivo pelo qual a alíquota, embora as empresas seja tributadas pelo lucro real, será a alíquota de 3% (Cofins Cumulativo) (sic). E conclui, dizendo: Entendemos, também, que a base de cálculo, é a mesma para a Cofins Cumulativa, ou seja, todas as suas receitas serão tributadas pela alíquota de 3 % como no lucro presumido: Base de cálculo: Venda de jornais Venda de anúncios Impressão de jornais de terceiros Juros, receitas financeiras, etc (sic) FUNDAMENTOS LEGAIS 3. A Lei n o 10.833, de 2003, que instituiu a Cofins não-cumulativa, prevê, em seu art. 10, hipóteses a que essa nova modalidade de apuração da referida contribuição não se aplica, importando, por ora, o que dispõe o seu inciso IX: Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1 o a 8 o : IX - as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; 4. A redação acima decorre de alteração promovida pela Lei n o 10.865, de 30 de abril de 2004, sendo que a redação original do dispositivo era aquela reproduzida pelo consulente: as receitas decorrentes de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens. Além disso, é relevante destacar que a mesma Lei n o 10.865, de 2004, inseriu um parágrafo único no art. 10 da Lei n o 10.833, de 2003, convalidando os recolhimentos efetuados de acordo com a atual redação do inciso IX deste artigo. 5. Assim sendo, conclui-se que as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens sempre estiveram e estão sujeitas à Cofins em sua modalidade cumulativa. 6. E, embora a presente consulta não verse sobre a contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), é bom lembrar que o art. 8 o, inc. XI, da Lei n o 10.637, de 30 de dezembro de 2002, inserido pela Lei n o 10.684, de 30 de maio de 2003, tem a mesma redação do que originariamente constante do art. 10, inc. IX, da Lei n o 10.833, de 2003, com efeitos a partir de 1 o de fevereiro de 2003, conforme art. 29, inc. II, da Lei n o 10.684, de 2003. E, mais recentemente, o art. 15 da Lei n o 10.833, de 2003, com a redação da Lei n o 10.865, de 2004, estendeu ao PIS o que atualmente dispõe o art. 10 da Lei n o 10.833, de 2003: Art. 15. Aplica-se à contribuição para o PIS/PASEP não-cumulativa de que trata a Lei n o 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: V - no art. 10, incisos VI, IX e XI a XXI desta Lei; e 2

Fl. 6 7. A partir dessas regras, tem-se que, também em relação ao PIS, as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens sempre estiveram e estão sujeitas à cumulatividade dessa contribuição. 8. Feitas essas observações, cumpre verificar se consulente são empresas jornalísticas, às quais se aplicam as disposições anteriores. 9. Pois bem, o consulente não juntou cópia do e tampouco foi específico ao relatar as atividades exercidas. Disse apenas que: As atividades englobadas pelo são: edição, edição e impressão de jornais edição, edição e impressão de revista edição, edição e impressão de livros impressão de jornais, revistas e livros (sic) 10. A partir disso, o que podemos dizer, tendo em vista a definição legal de empresa jornalística constante do art. 3 o do Decreto-Lei n o 972, de 17 de outubro de 1969, é que quem edita e imprime jornais e revistas é empresa jornalística. Mas pessoas jurídicas que se dediquem meramente à impressão de jornais, revistas e livros ou a edição e impressão de livros não se qualificam como empresa jornalística. Com efeito, diz o citado dispositivo legal: Art 3 o Considera-se emprêsa jornalística, para os efeitos deste Decreto-Lei, aquela que tenha como atividade a edição de jornal ou revista, ou a distribuição de noticiário, com funcionamento efetivo idoneidade financeira e registro legal. 1º Equipara-se a emprêsa jornalística a seção ou serviço de emprêsa de radiodifusão, televisão ou divulgação cinematográfica, ou de agência de publicidade, onde sejam exercidas as atividades previstas no artigo 2º. (português original; negritamos) 11. E o art. 2 o, mencionado pelo parágrafo primeiro, dispõe: Art 2 o A profissão de jornalista compreende, privativamente, o exercício habitual e remunerado de qualquer das seguintes atividades: a) redação, condensação, titulação, interpretação, correção ou coordenação de matéria a ser divulgada, contenha ou não comentário; b) comentário ou crônica, pelo rádio ou pela televisão; c) entrevista, inquérito ou reportagem, escrita ou falada; d) planejamento, organização, direção e eventual execução de serviços técnicos de jornalismo, como os de arquivo, ilustração ou distribuição gráfica de matéria a ser divulgada; e) planejamento, organização e administração técnica dos serviços de que trata a alínea " a "; f) ensino de técnicas de jornalismo; g) coleta de notícias ou informações e seu preparo para divulgação; h) revisão de originais de matéria jornalística, com vistas à correção redacional e a adequação da linguagem; 3

Fl. 7 i) organização e conservação de arquivo jornalístico, e pesquisa dos respectivos dados para a elaboração de notícias; j) execução da distribuição gráfica de texto, fotografia ou ilustração de caráter jornalístico, para fins de divulgação; l) execução de desenhos artísticos ou técnicos de caráter jornalístico. 12. Ou seja, empresa jornalística é a que edita jornal ou revista ou distribui noticiário ou, por equiparação, é a seção ou serviço de empresa de radiodifusão, televisão ou divulgação cinematográfica, ou de agência de publicidade, onde são exercidas, basicamente, atividades de criação, planejamento, ensino ou pesquisa na área de jornalismo. Quem apenas presta serviços de impressão de jornais, revistas e livros ou edita e imprime livros não se caracteriza como empresa jornalística. 13. Há que se destacar ainda que, ao contrário do que imaginado pelo consulente, a exclusão de que trata o art. 10, inc. IX, da Lei n o 10.833, de 2003, diz respeito, exclusivamente, às receitas lá citadas, não dizendo respeito à pessoa jurídica que as aufira. Em outras palavras, a empresa jornalística está, sim, sujeita à apuração da Cofins não-cumulativa, o que se afasta apenas em relação às receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços de edição de jornal ou revista ou de distribuição de noticiário. Já as receitas derivadas da impressão de jornais de terceiros e as receitas financeiras, por exemplo, sujeitam-se à Cofins não-cumulativa. CONCLUSÃO 14. Conclui-se que empresa jornalística é a que edita jornal ou revista ou distribui noticiário ou, por equiparação, é a seção ou serviço de empresa de radiodifusão, televisão ou divulgação cinematográfica, ou de agência de publicidade, onde são exercidas, basicamente, atividades de criação, planejamento, ensino ou pesquisa na área de jornalismo. Tais empresas sujeitam-se à incidência da Cofins cumulativa sobre as receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços de edição de jornal ou revista ou de distribuição de noticiário. Outras receitas, tais como as derivadas da impressão de jornais de terceiros e as receitas financeiras, sujeitam-se à modalidade não-cumulativa da citada contribuição. ORDEM DE INTIMAÇÃO 15. Encaminhe-se ao, para dar ciência ao interessado. Marco Antônio Ferreira Possetti Chefe da Divisão de Tributação SRRF 9ª RF - Matr. 1936 Competência delegada pela Portaria SRRF nº 59, de 3/3/1997 (DOU de 11/3/1997) 4

Fl. 8