TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ÓRGÃO ESPECIAL

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Transcrição:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ÓRGÃO ESPECIAL Ação Rescisória nº 0048739-82.2012.8.19.0000 Autor: INSS Instituto Nacional do Seguro Social Procurador Federal: Doutor Jailton Augusto Fernandes Réu: José Gomes de Lima Advogado: Doutor Felipe Mcauchar Relator: Desembargador Nagib Slaibi Revisor: Desembargador Roberto de Abreu e Silva ACÓRDÃO Direito Previdenciário. Ação Rescisória. Decisão que determinou o pagamento de auxílio-acidente em favor de segurado contribuinte individual. Pretensão rescisória da autarquia previdenciária fundada nos incisos V e IX do art. 485 do Código de Processo Civil. Acolhimento. O trabalhador autônomo, que contribui para o Regime Geral de Previdência Social na condição de contribuinte individual, não faz jus à percepção do auxílio-acidente, uma vez que a legislação previdenciária só prevê o pagamento do referido benefício a três categorias de segurado, quais sejam, o empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial (art. 18, 1º da Lei 8213/91). O autor da demanda originária trabalhava como pedreiro autônomo, sem vínculo empregatício, enquadrando-se portanto, na categoria de contribuinte individual, que não foi contemplada com este benefício.

Decisão rescindenda contrária à literal disposição de lei. Precedência do pedido rescidente para desconstituir o julgado e, em sede de juízo rescisório, julgar improcedente a pretensão deduzida na demanda primitiva. A C O R D A M os Desembargadores integrantes do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por unanimidade, em julgar procedente o pedido rescindendo para desconstituir a coisa julgada e, em juízo rescisório, julgar improcedente o pedido na demanda originária, nos termos do voto do Relator. Ação rescisória em que se busca a desconstituição de acórdão confirmatório de sentença que condenou a autarquia previdenciária ao pagamento de auxílio-acidente ao réu, em razão de acidente de trabalho ocorrido em 30 de junho de 2006 que resultou na perda do 3º e 4º dedos da mão esquerda, reduzindo definitivamente sua capacidade laborativa. A autarquia previdenciária fundamenta seu pedido rescisório nos incisos V e IX do art. 485, do Código de Processo Civil, alegando, em síntese, que a decisão rescindenda violou o parágrafo 1º do art. 18 da Lei nº 8213/91, segundo o qual somente poderão se beneficiar do auxílio-acidente os segurados especial, trabalhador e empregado. Assim, o réu não teria direito ao benefício previdenciário reconhecido pelo decisum impugnado, uma vez que trabalhava como pedreiro autônomo, sem vínculo empregatício, enquadrando-se, portanto, na categoria de contribuinte individual. Alega ter direito subjetivo à nomeação, pois apesar de aprovada em 10º lugar dentre as 13 (treze) vagas previstas no edital do concurso para o cargo de fisioterapeuta na área programática 2.2 do qual participou, não foi

nomeada, em razão de o Município ter efetuado contratações terceirizadas no prazo de validade do concurso. Contestação pugnando pela improcedência do pedido, destacando o réu, em síntese, que a autora pretende desconstituir decisão com fundamento em elementos que já existiam à época da ação originária e que não foram invocados por sua própria desídia. Parecer ministerial pela procedência do pedido com a desconstituição do julgado e, em juízo rescisório, pela rejeição da pretensão deduzida na demanda originária. É o relatório. Cinge-se a controvérsia em saber se o contribuinte individual do Regime Geral da Previdência Social faz jus à percepção do auxílio-acidente em razão de acidente do trabalho que tenha reduzido sua capacidade laborativa. O parágrafo 1º do art. 18 da Lei nº 8213/91 prescreve que somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, VI e VII do art. 11 desta Lei. Os incisos I, VI e VII do art. 11 da referida lei referem-se aos segurados empregado, trabalhador avulso e especial, respectivamente, não contemplando, contudo, o segurado contribuinte individual, como é o caso do autor da ação originária. Assim, assiste razão à autarquia previdenciária em sua pretensão rescindenda. Conforme destacou a douta Procuradora de Justiça Doutora Veronica C. R. Antunes Zylberman em seu parecer de fls. 117/129, cujos fundamentos aqui são colhidos nos termos do permissivo constante do art. 92, 4º, do Regimento Interno desta Corte de Justiça:

O exame das decisões proferidas no feito originário revela que em nenhum momento atentou-se para o fato de que o interessado seria contribuinte individual da Previdência, trabalhador autônomo. Note-se que a sentença de 1º grau, confirmada pela decisão relatoria proferida em sede de Apelação, concedeu ao interessado o benefício do auxílio-acidente com fundamento no art. 86 da Lei 8213/91, que assim dispõe: O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Ocorre que o interessado, contribuinte individual, se enquadra no inciso V do art. 11 da Lei 8213/91, que, como visto, não é contemplado pelo parágrafo 1º do mesmo dispositivo no que toca à possibilidade de recebimento do benefício do auxílio-acidente. Assim, ao conceder o auxílio-acidente ao ora réu, contribuinte individual da Previdência Social, a decisão rescindenda diretamente violou a disciplina do parágrafo 1º do art. 18 da Lei 8213/91, que, repita-se, restringe o pagamento do referido benefício a apenas três tipos de segurados (empregado, trabalhador avulso e segurado especial). Verifica-se, pois contradição direta entre a decisão rescindenda e o direito em tese. Vício que, dada a sua extrema gravidade, autoriza a desconstituição da coisa julgada formada no feito originário com fulcro no art. 485, V, do Estatuto Processual. Também no que toca ao fundamento relativo ao inciso IX do art. 485 do CPC assiste razão à autarquia previdenciária.

O exame das cópias relativas à ação originária revela que às fls. 47 do feito matriz constava documento expedido pelo Sistema Único de Benefícios DATAPREV no qual indicava expressamente a condição de contribuinte individual para o ora réu. No entanto, tal fato efetivamente existente, qual seja, a condição de contribuinte individual do interessado, não foi considerado pela decisão rescindenda, sendo certo que tal elemento passou desapercebido pelo órgão julgador. Ainda, é importante notar que sobre a condição de contribuinte individual do interessado não houve controvérsia nos autos, como exige o parágrafo 2º do art. 485 do CPC. Ademais, cabe observar que o reconhecimento do fato relativo à condição de contribuinte individual do interessado é capaz de efetivamente alterar o resultado do processo, pois, como já exaustivamente aduzido, o contribuinte individual não recebe guarida legal no que toca ao recebimento do auxílio-acidente. No mesmo sentido, diversos precedentes desta Corte de Justiça: 0007328-42.2006.8.19.0203 (2009.001.55198) - APELACAO DES. ROGERIO DE OLIVEIRA SOUZA - Julgamento: 25/11/2009 - NONA CAMARA CIVEL DIREITO PREVIDENCIÁRIO. INSS. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. PEDIDO DE BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. INADMISSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO 1º DO ART. 18 C/C ART. 11 DA LEI 8.213/91. A legislação previdenciária exclui expressamente o trabalhador autônomo, ainda que filiado ao regime da previdência social, do rol dos segurados com direito à percepção do auxílio acidente, nos termos do art. 11 da referida lei. Manutenção da sentença. Negativa de seguimento liminar ao

recurso, ante sua manifesta improcedência, na forma do art. 557, caput do Código de Processo Civil. 0066088-03.2009.8.19.0001 - APELACAO DES. ADEMIR PIMENTEL - Julgamento: 08/08/2012 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. EMPREGADO DOMÉSTICO NÃO ELENCADO NO ROL LEGAL DE BENEFICIÁRIOS. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO COM ESPEQUE NO ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO. IMPROVIMENTO. I - O empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo não fazem jus à percepção do auxílio-acidente;ii Precedentes do STJ são no sentido de que "Nos termos do art. 86 da Lei 8.213/91, para que seja concedido o auxílio-acidente, é necessário que o segurado empregado, exceto o doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial (art. 18, 1o. da Lei 8.213/91), tenha redução na sua capacidade laborativa em decorrência de acidente de qualquer natureza";iii - Improvimento ao recurso. 0022790-86.2011.8.19.0066 - APELACAO DES. GABRIEL ZEFIRO - Julgamento: 15/05/2013 - DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL ACIDENTE DE TRABALHO. CONCESSÃO ADMINISTRATIVA DE AUXÍLIO DOENÇA. SUSPENSÃO POSTERIOR DO BENEFÍCIO DIANTE DE PERÍCIA MÉDICA QUE CONSIDEROU A INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. MANUTENÇÃO DO JULGADO. DEMANDANTE QUE, NA QUALIDADE DE AUTÔNOMO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL - NÃO FAZ JUZ AO AUXÍLIO ACIDENTÁRIO. NOS TERMOS DO ART. 18, 1º, DA LEI 8.213/91, SOMENTE PODERÃO SE BENEFICIAR DO AUXÍLIO ACIDENTE OS SEGURADOS INCLUÍDOS NOS INCISOS I, VI E VII

DO ART. 11 DA MESMA LEI, OU SEJA, O EMPREGADO (DOMÉSTICO OU NÃO), O TRABALHADOR AVULSO E O SEGURADO ESPECIAL. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ARTIGO 557 DO CPC. Ante tais considerações, acompanho o Ministério Público votando pela procedência do pedido no juízo rescindendo e, em juízo rescisório, pela improcedência da pretensão relativa ao recebimento do auxílio-acidente. Rio de Janeiro, 31 de março de 2014. Nagib Slaibi, relator