SEGURANÇA NA APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS NAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS E FLORESTAIS

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Transcrição:

SEGURANÇA NA APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS NAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS E FLORESTAIS Documento Técnico elaborado por: Celestino Soares Setembro de 2014 Divisão de Sanidade

O presente documento pretende fazer uma síntese das principais normas / condicionalismos relacionados com a utilização de produtos fitofarmacêuticos (PF) pelos Agricultores, estando toda esta matéria regulamentada pela Lei 26/2013, de 11 de Abril. Assim, faz-se a apresentação das referidas normas desde a aquisição dos PF até à sua aplicação, incluindo procedimentos a adotar após a referida aplicação: I Aquisição de produtos fitofarmacêuticos de uso profissional Os PF devem ser adquiridos em empresas com autorização de exercício para a venda ou distribuição, devendo estes estar devidamente homologados e com autorização de venda, autorização provisória de venda ou autorização de comércio paralelo concedida pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV). Na compra, o agricultor deverá comprovar que lhe é emitido um documento onde conste a seguinte informação: o Número da autorização de exercício de atividade da empresa que comercializa o produto; o Data; o Nome do comprador; o Nome comercial e o número da autorização de venda do produto; o Respetivas quantidades e lotes; Ser detentor de habilitação aplicador especializado (cartão de aplicador especializado emitido pela DGAV), caso se trate dum PF de elevado risco; Solicitar a entrega de saco para recolha de embalagens vazias (saco valorfito). A partir de 26 de novembro de 2015, só poderá adquirir PF quem for detentor de habilitação própria para o efeito (cartão de aplicador emitido pela DRAP Algarve). II Transporte de produtos fitofarmacêuticos O transporte de PF deverá ser feito de forma segura, para evitar derrame em caso de acidentes, transportando os produtos bem acondicionados, sempre que possível em caixa estanque e o mais afastados possível de quaisquer alimentos para pessoas e animais. III Armazenamento de produtos fitofarmacêuticos O local escolhido para o armazenamento dos PF deverá ter em atenção os seguintes requisitos: o Estar em local isolado, em espaço fechado e exclusivamente dedicado ao armazenamento de PF, devidamente sinalizado, com piso impermeável e ventilação adequada (anexo I exemplos de armazéns de PF) e cumprir as seguintes condições: Situar-se à distância de pelo menos 10 metros de cursos de água, valas e nascentes; Situar-se à distância de pelo menos 15 metros de captações de água; Não estar situado em zonas inundáveis ou ameaçadas pelas cheias; Não estar situado na zona terrestre de proteção das albufeiras, lagoas e lagos de águas públicas; o Situar-se em local que permita acesso ao fornecimento de água; o Ser de acesso reservado a utilizadores profissionais e dispor no mínimo de um Equipamento de Proteção Individual (EPI) completo e acessível (guardado fora do armazém); o Estar fechado à chave, impedindo assim o acesso a crianças; o Ser construído com materiais resistentes e não combustíveis e dispor de sistemas de ventilação natural ou forçada; 2

o Dispor de prateleiras, para colocação dos PF, constituídas por material não combustível e facilmente lavável; o Dispor de meios adequados para conter derrames acidentais, preferencialmente, bacias de retenção; o Dispor, no mínimo, de um extintor de incêndio; o Estar, pelo menos, à distância de 2 metros de quaisquer alimentos para pessoas e animais; o Dispor de informação com conselhos de segurança e procedimentos em caso de emergência, bem como contatos de emergência. O armazém deverá dispor de condições para armazenar temporariamente as embalagens vazias, devendo o Responsável do Armazém proceder à sua entrega junto das empresas onde adquiriu os PF ou nos próprios Centros de Recolha de Embalagens Vazias. IV Gestão dos produtos fitofarmacêuticos em armazém No armazenamento deverá ter-se em atenção os seguintes aspetos: o Não arrumar os PF diretamente no pavimento; o Arrumação por grupo de PF (ex: insecticidas, fungicidas, herbicidas, etc ); o Existência de espaço identificado para armazenamento temporário de produtos obsoletos; o Os produtos em pó deverão ser sempre arrumados por cima dos líquidos; o Efetuar uma gestão de modo a que, os primeiros produtos a entrar no armazém devam ser os primeiros a sair, evitando assim a acumulação de produtos que já não possam ser utilizados (produtos obsoletos); o Dispor de listagem de produtos existentes em armazém, guardada fora do armazém; o A primeira prateleira de baixo deve estar a pelo menos 20 cm do pavimento, de modo a facilitar a limpeza. V Tomada de decisão de tratar A decisão para efetuar um tratamento fitossanitário deverá ser tomada após terem sido esgotadas todas as outras alternativas e deverá ser em função do inimigo a combater e do eventual risco de existência de prejuízos, suportada em fundamentos técnicos (solicitar orientações técnicas sempre que necessário). A aplicação dos princípios da proteção integrada na luta contra os inimigos das culturas passou a ser obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2014. Noção de Proteção Integrada - Estratégia de luta baseada em três princípios fundamentais: I. Estimativa do risco quantificação do inimigo da cultura; II. Nível económico de ataque nível do inimigo da cultura a partir do qual existem riscos de ocorrência de prejuízos; III. Seleção dos meios de luta utilização integrada de meios de luta alternativos (Ex: biológica, cultural, genética, biotécnica e química). Ao decidir pela utilização de um PF deverá observar-se a Boa Prática Fitossanitária, dando preferência aos PF que apresentem menor perigosidade toxicológica, ecotoxicológica e ambiental; Deverão respeitar-se as indicações e condições de utilização autorizadas e expressas no rótulo das respetivas embalagens, usando para o efeito o EPI adequado. Garantir que será assegurada a calibração e a verificação técnica dos equipamentos de aplicação com uma regularidade adequada (atender ao regime de inspeção obrigatória dos equipamentos de aplicação abrangidos pelo DL 86/2010, de 15 de julho). 3

VI Aplicação dos PF Na aplicação de PF deverão ser tomadas as seguintes medidas de redução do risco: Ser dada preferência à utilização de equipamentos de aplicação que minimizem o eventual risco de arrastamento de calda dos PF a aplicar; Ser previamente determinado um local, junto da área a tratar que reúna as condições de segurança mínimas, onde possa ser feita manipulação e preparação da calda do produto e a limpeza dos equipamentos de aplicação após a sua utilização, podendo resumir-se no seguinte: i. Manuseamento ou preparação de caldas de PF - os aplicadores deverão respeitar os seguintes requisitos de segurança: o Utilizar EPI adequado; o Escolher um local com tomada de água e afastado, pelo menos 10 m, dos cursos de água, poços, valas ou nascentes; o O local deverá estar preferencialmente sob cobertura, não dispor de paredes laterais e deve permitir a instalação de uma bacia de retenção, amovível ou não, concebida de forma a não ser suscetível de inundação e a facilitar a limpeza de eventuais derrames e recolha de efluentes, de modo a evitar a contaminação do solo, águas subterrâneas ou superficiais da área circundante, devendo: Os efluentes ser recolhidos num tanque coletor estanque, depósito ou aterro construído com material biologicamente ativo, de modo a promover a degradação dos resíduos do PF ou a sua concentração, por via da evaporação da componente líquida do efluente; ou Os efluentes ser recolhidos em recipiente próprio para o efeito e encaminhados para um sistema de tratamento, como previsto na subalínea anterior, de modo a promover a sua degradação biótica ou abiótica; Em alternativa ao previsto no ponto anterior, os efluentes provenientes de eventuais derrames e outros resíduos podem, ainda, ser encaminhados para um sistema de tratamento de efluentes licenciado para a gestão e valorização de resíduos perigosos; o Caso não seja possível dispor de um local como anteriormente referido, o local a utilizar deverá ter coberto vegetal e ser concebido de modo a poder reter e degradar biótica ou abioticamente quaisquer efluentes ou resíduos provenientes das operações com PF; o Deverá ser realizado um correto cálculo do volume de calda a aplicar, de modo a minimizar os volumes de calda excedentes; o Assegurar a instalação, no ponto de tomada de água, de um dispositivo de segurança destinado a impedir o retorno da água do depósito do pulverizador ao circuito de alimentação da água; o Tomar as medidas adequadas de modo a evitar o transbordo da calda do pulverizador, quando se proceda ao seu enchimento. ii. Excedentes de calda, quando existam: o Deverão ser aplicados, após diluição com água, sobre coberto vegetal não tratado de outras áreas não visadas pelo tratamento e afastadas de poços, cursos ou outras fontes de água; o Não sendo possível aplicá-los num coberto vegetal, deverão ser eliminados sem diluição nas instalações e condições referidas anteriormente, aplicando se os respetivos procedimentos. iii. Limpeza dos equipamentos de aplicação de PF, os aplicadores deverão respeitar os seguintes requisitos mínimos de segurança: o Utilizar EPI adequado; 4

o Proceder à lavagem exterior e interior do equipamento junto à área tratada e sobre uma superfície com coberto vegetal não destinado ao consumo humano ou animal, devendo a mesma ser realizada com o mínimo de volume de água possível; o Não sendo possível proceder à lavagem do equipamento junto à área tratada, deverá ser utilizado um local com as características acima referidas, aplicando-se os respetivos procedimentos. Informar os apicultores, com a antecedência de, pelo menos, 24 horas relativamente à aplicação, de modo a que os mesmos possam assegurar a proteção dos apiários, situados até 1500 m da parcela a tratar, particularmente quando sejam aplicados produtos perigosos para abelhas (sugerese comunicação à Direção de Serviços Veterinários da Região do Algarve). Na sementeira com sementes tratadas com PF deverão ser seguidas as condições de utilização e as precauções toxicológicas e ambientais constantes das respetivas etiquetas, embalagens ou documentos que obrigatoriamente acompanhem a semente. VI Registos das aplicações de PF Todos os aplicadores deverão efetuar e manter, durante pelo menos três anos, o registo de quaisquer tratamentos efetuados com PF, incluindo, a referência ao nome comercial e ao número de autorização de venda do produto, o nome e número de autorização de exercício de atividade do estabelecimento de venda onde o produto foi adquirido, a data e a dose ou concentração e volume de calda da aplicação, a área, culturas e respetivo inimigo, ou outra finalidade para que o produto foi utilizado (anexo II ficha de registo de aplicação de PF). 5

Anexo I Exemplos de armazéns de Produtos Fitofarmacêuticos Figura 1 Exemplo de armazém de produtos fitofarmacêuticos para uma exploração com alguma dimensão (fonte DGAV). Figura 2 Exemplo de armazém de produtos fitofarmacêuticos para uma exploração de pequena dimensão (fonte DGAV). 6

Anexo II - Ficha de registo de aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos Identificação do Agricultor: Nome: Identificação da Exploração: Nome: Localização: Data de aplicação Produto fitofarmacêutico Nome comercial do PF N.º da AV, APV ou ACP Estabelecimento de Venda Nome N.º Aut. Exercício Dose ou concentração Volume de calda da aplicação (L) Área tratada (m 2 ou ha) Nome da parcela Cultura Inimigo da cultura AV autorização de venda; APV autorização provisória de venda; ACP autorização de comércio paralelo 7