500 anos: o Brasil-Colônia na TV

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Transcrição:

500 anos: o Brasil-Colônia na TV Episódio 3: Na Companhia dos Holandeses Resumo O terceiro episódio da série 500 anos: o Brasil-Colônia na TV aborda o período das invasões flamengas, na primeira metade do século XVII. Na Companhia dos Holandeses inicia-se com as consequências da união das Coroas Ibéricas, quando Portugal ficou sob o governo do rei espanhol Felipe II. Entre 1580 e 1640, o comércio de açúcar entre os holandeses e a colônia brasileira foi proibido, gerando uma reação negativa por parte dos primeiros. Tradicionalmente, Portugal e Holanda se entendiam na comercialização do açúcar produzido nos engenhos do Brasil. Porém, durante a dinastia Filipina, como é conhecido esse período, as relações entre flamengos e portugueses mudaram: agora, sob o domínio da Espanha, o Brasil estava impedido de fornecer seus produtos à Holanda, inimiga histórica dos espanhóis. Na tentativa de furar o monopólio comercial imposto à colônia brasileira, os flamengos criaram em 1621 a Companhia das Índias Ocidentais (WIC) e iniciaram investidas comerciais junto aos mercadores na América. Tal comércio era ilegal e arriscado, mas o contrabando de mercadorias era muito lucrativo. Em 1624, os holandeses invadiram Salvador, na Bahia, onde permaneceram por um ano. Mais tarde, em 1630, invadiram a capitania de Pernambuco, principal produtora do açúcar na época. Essa conquista de áreas do nordeste brasileiro se estendeu até 1654, quando finalmente foram expulsos por tropas militares portuguesas. Nesse período, os holandeses implantaram uma administração que buscava entendimento com os senhores de engenho para manter a produção açucareira. Destacou-se o governo do

conde Maurício de Nassau, que trouxe em sua comitiva cientistas e artistas, os quais produziram uma rica documentação sobre esse período da história brasileira. Palavras-chave Colonização, invasão holandesa, mercantilismo, monopólio comercial, pacto colonial, açúcar. Nível de ensino Fundamental (7º e 8º anos). Modalidade Regular. Componente curricular História. Disciplinas relacionadas Arte e Geografia. Aspectos relevantes do vídeo No final do século XVI, os holandeses haviam se emancipado do jugo espanhol, iniciando uma inimizade entre seus governos. Tais conflitos acabaram repercutindo na história da colonização brasileira, pois, durante a dinastia Filipina, o Brasil estava sendo governado pelo rei espanhol D. Felipe II, que impôs a proibição do comércio do açúcar com os flamengos.

Esse terceiro episódio estuda o período em que regiões do Nordeste brasileiro, entre Pernambuco e Maranhão, foram invadidas pelos holandeses, os quais permaneceram por um quarto de século comandando a produção e o comércio açucareiros. Na historiografia sobre o Brasil colonial, o período das invasões holandesas demorou a ser estudado, pois a documentação original encontrava-se espalhada por bibliotecas e arquivos europeus. Grande parte dela era escrita em holandês, o que dificultava as pesquisas. Mais do que estudar tais invasões sob o ponto de vista da história militar, das batalhas travadas entre as tropas inimigas, propomos pensar sobre as relações comerciais no contexto do pacto colonial e das relações mercantilistas, presentes na economia brasileira entre os séculos XVI e início do XIX. Duração da atividade Contando com a exibição do documentário, estima-se que a atividade demandará cinco horas/aula. Para as disciplinas que participarem como Artes e Geografia outras aulas são necessárias (mínimo de duas por disciplina). O que o aluno poderá aprender com esta aula Identificar as consequências do processo de colonização portuguesa no Brasil. Estabelecer relações entre diferentes temporalidades nas relações comerciais do Brasil com outras nações. Compreender as práticas sociais, políticas, econômicas e culturais em seus contextos históricos.

Identificar rupturas e permanências na produção econômica e no comércio brasileiro. Comparar práticas comerciais em diferentes contextos históricos. Identificar práticas econômicas do mercantilismo. Conhecimentos prévios que devem ser trabalhados pelo professor com o aluno Mercantilismo. Colonização portuguesa. Pacto colonial. Monopólio comercial. Produção açucareira. Estratégias e recursos da aula/descrição das atividades A atividade inicia-se com o levantamento de conhecimentos prévios sobre o período colonial, direcionado para as relações econômicas entre Portugal e Brasil, mais especificamente sobre a produção nos engenhos e o comércio do açúcar. O que os alunos sabem sobre tal economia? Peça que registrem as ideias que surgirem, para mais tarde conferirem a ampliação de tais conhecimentos. Provavelmente, alunos de Pernambuco tenham mais informações sobre o tema, pois se trata de um significativo episódio da história local. Ainda na aula 1, o professor exibe o episódio. É importante perceber se os alunos têm o conhecimento sobre alguns conceitos que irão embasar a reflexão proposta na atividade, tais como: mercantilismo, pacto colonial e monopólio

comercial. Caso seja diagnosticada uma fragilidade no domínio de tais conceitos, o professor dedica uma aula à retomada desse contexto econômico, antes de exibir o documentário. A seguir, na segunda aula, o professor resgata algumas passagens do vídeo sobre a invasão holandesa e as mudanças nas relações comerciais entre o Brasil e a Europa (Portugal, Espanha e Holanda, especificamente), frutos das relações políticas entre holandeses e espanhóis durante o período da União das Coroas Ibéricas. Relações de causa e conseqüência podem ser trabalhadas em sala de aula, estabelecendo uma lógica nesse processo histórico, nem sempre clara para os alunos. Ainda nessa aula, retomar os primeiros dois minutos do vídeo, sobre a formação da Companhia das Índias Ocidentais (WIC) e o comércio ilegal praticado pelos flamengos na América. O professor esclarece aos alunos esse contexto comercial, desde os séculos XV e XVI, com a expansão das rotas marítimas e dos contatos entre os continentes recém-conquistados, até o século XVII, período da expansão da cultura açucareira e seu lucrativo comércio nos mercados europeus. Os conceitos de pacto colonial e monopólio comercial são trabalhados a partir desse trecho exibido, desvendando a lógica de exploração colonial imposta pelas Coroas ibéricas. O professor pode aproveitar para trabalhar outras práticas mercantilistas, como o protecionismo, o metalismo e a balança comercial favorável. Ao final da aula, sistematizar os registros sobre os conceitos trabalhados e as relações históricas do período. Na terceira aula, os alunos de vem ler as tabelas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, que apresentam dados estatísticos sobre a produção açucareira do

Brasil atual. Eles devem comparar a produção açucareira em diferentes anos, a produção por região, o destino das exportações etc. A leitura de dados estatísticos pode ser estimulada por perguntas como: qual a produção atual de açúcar no Brasil? Que região lidera a produção? Para quem o Brasil exporta açúcar? Qual país é o principal importador do açúcar brasileiro? Além de açúcar, que outros produtos há na indústria da cana-de-açúcar? Após registrarem tais informações (dentre outras propostas pelo professor), os alunos produzem um texto dissertativo sobre a produção açucareira atual. A quarta aula é dedicada à leitura de textos (didáticos e acadêmicos) e comparação com os dados da aula anterior. O tema é tratado nos livros didáticos, portanto, eles podem ser um ponto de apoio para a aula. Também a produção acadêmica dedicou-se ao tema. A sugestão é trabalhar com trechos do texto da historiadora Vera Lúcia Amaral Ferlini, retirados do livro A civilização do açúcar, de fácil compreensão. Por exemplo: Os primeiros engenhos de Pernambuco começaram a funcionar a partir de 1535, com Duarte Coelho. Em 1550, já eram 4 os estabelecimentos, 30 em 1570 e 140 na época da conquista holandesa. A produção canavieira avançava para a Paraíba e para o Rio Grande do Norte, que em meados do século XVII possuíam cerca de 22 engenhos. No século XVI, a produção também prosperava na Bahia. O Recôncavo, que em 1570 contava com 18 engenhos, em 1584 já atingia 40 unidades de produção. Ao final do primeiro século de colonização, o Brasil produzia, anualmente, 350 mil arrobas de açúcar. A produção brasileira conheceria anos de glória até 1650, quando começaria a manifestar-se a concorrência das Antilhas e da América Central. (FERLINI, Vera Lúcia Amaral Ferlini. A civilização do açúcar. p.24)

Em outros trechos do mesmo livro a criação da Companhia de Comércio para o Brasil pelos portugueses, pode ser comparada à criação da Companhia das Índias Ocidentais, em 1621, pelos holandeses.... em 1649 era aprovada, por D. João IV, o estatuto da primeira Companhia de Comércio para o Brasil. De sua organização poderiam participar cidadãos portugueses ou estrangeiros, residentes em Portugal. A Companhia tinha uma série de privilégios. O comércio de toda a costa do Brasil era monopólio seu. Comboiaria todos os navios mercantes que viessem ao Brasil ou dele voltassem, a uma taxa não superior a 10% e seguro não inferior a 25%. (op.cit., p.67) e Entre 1609 e 1621, calcula-se que anualmente cerca de 50 mil caixas de açúcar do Brasil chegavam à Holanda para serem processadas nas 29 refinarias ali existentes. Em 1621, finda a Trégua dos Doze anos entre a Espanha e a Holanda, os espanhóis procuraram cortar as ligações dos holandeses no negócio açucareiro. Mas a burguesia mercantil de Amsterdã reagiu, criando, nesse mesmo ano, a Companhia das Índias Ocidentais, cuja finalidade era a ocupação do Nordeste brasileiro. (op.cit., p.74-75) Tais trechos permitem aos alunos compararem as regiões de produção açucareira no Brasil colonial com o Brasil atual. Que mudanças ocorreram? Permite, também, que se estabeleçam diferenças entre o comércio colonial imposto pelas Coroas ibéricas baseado no monopólio com o comércio pretendido pelos holandeses baseado no livre comércio. Dados extraídos da obra acima citada podem ajudar no debate sobre o impacto da invasão holandesa na produção açucareira colonial.

Data Número de engenhos Exportação em arrobas* Valor em libras 1570 60 180.000 270.406 1610 400 4.000.000-1630 - 1.500.000 2.454.140 1650-2.100.000 3.765.620 1670-2.000.000 2.247.920 1710 650 1.600.000 1.726.230 1760-2.500.000 2.379.710 * arroba = unidade de medida equivalente a 15 kg. (Fonte: adaptado de FERLINI. op.cit. p.76.) A partir da tabela, a que conclusões pode-se chegar? Qual o impacto da invasão holandesa na produção açucareira? As conclusões devem ser registradas no caderno. A quinta aula é dedicada à sistematização dos temas trabalhados nas aulas anteriores sobre o comércio em diferentes períodos históricos. Sugerimos a construção de um mapa conceitual, exemplificado no Portal do Professor, em Conteúdos Multimídias/Recursos Educacionais. O rascunho do mapa, que tem como objetivo estabelecer diferentes relações entre os temas, conceitos e períodos, é feito em sala de aula, usando canetas coloridas e folhas de papel (A4 ou tamanho maior). Pode ser solicitada uma atividade extraclasse de elaboração de um mapa conceitual (ou mapa mental), usando como recurso o software livre CMap Tools. Caso haja a possibilidade de acesso à internet e/ou sala equipada com computadores, essa atividade é realizada em uma aula específica.

Reunidos em grupos de trabalho, os alunos consultam suas anotações, retomam as informações do documentário e das leituras de textos e tabelas, para elaborarem seus mapas mentais temáticos. A visualização dos dados busca favorecer a identificação de rupturas e permanências referentes à economia açucareira ao longo da história do nosso país. Os grupos podem organizar as informações por temas, como: características do comércio segundo dois modelos e épocas (Brasil colonial e Brasil atual); regiões produtoras de açúcar; quantidade produzida, etc. Ao final, os alunos estão aptos a identificarem as diferenças entre o modelo mercantilista, baseado no exclusivo colonial, e o modelo liberal, baseado no livre comércio. Os mapas conceituais são expostos na sala de aula e analisados pelos outros alunos. O tema é bastante complexo e pode ser aprofundado no Ensino Médio, para alunos com maturidade adequada ao trabalho com conceitos relacionados a modelos econômicos e suas consequências. Portanto, o objetivo é que os alunos do Ensino Fundamental II identifiquem práticas econômicas típicas de outros períodos, compreendendo-as em seus contextos históricos. Questões para discussão Outro aspecto interessante para a discussão é a pirataria na atualidade. As relações comerciais no mundo globalizado seguem quais regras? O que leva ao aumento do chamado comércio pirata ou ilegal? Quais as suas conseqüências para a economia dos países afetados? Quem ganha com essa prática? Que valores morais estão também envolvidos no consumo de produtos pirateados? Um debate com os alunos pode propor uma reflexão sobre essa complexa situação.

O professor de Artes também pode trabalhar com os artistas viajantes que integraram a comitiva do governador Maurício de Nassau, como Frans Post e Albert Eckhout, analisando a representação da realidade colonial a partir do olhar do estrangeiro. Como os elementos humanos são representados? Que modelos seguem? Que imagem é veiculada sobre o Brasil colonial? Há propostas pedagógicas de atividades com o tema em sites voltados à educação. O professor de Geografia pode explorar o tema, destacando a economia açucareira no Nordeste e seus impactos na história e na urbanização de cidades como Recife, trabalhado em documentário da série História das Capitais Brasileiras, da TV Escola. Observação geral: todos os hiperlinks indicados nesta ficha pedagógica foram acessados em 15 de agosto de 2011. Bibliografia FERLINI, Vera Lúcia Amaral. A civilização do açúcar. São Paulo: Brasiliense, 1984 (Tudo é História, 88). FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 34ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. MELLO, Evaldo Cabral de. O Brasil holandês. São Paulo: Penguim Companhia, 2010. VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Consultora: Denise Mendes.