A Publication of Design For All Institute of India August 2012 Vol 7 Nº 8

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Transcrição:

A Publication of Design For All Institute of India August 2012 Vol 7 Nº 8 Design For All Accessible Tourism in Portugal D e s i g n F o r A l l I n s t i t u t e o f I n d i a A u g u s t 2 0 1 2 V o l - 7 No- 8 1

NOTA BIOGRÁFICA PAULA TELES Paula Cristina Ribeiro da Silva Teles, nasceu em Alvarenga, concelho de Arouca, a 16 de Maio de 1969. Engenheira Civil opção de Planeamento do Território (FEUP), Pós-Graduada em Estratégias e Metodologias da Gestão Urbanística e Mestre em Planeamento e Projeto do Ambiente Urbano pelas Faculdades de Engenharia e Arquitetura da Universidade do Porto, concluiu Tese de Mestrado sobre Os Territórios sociais da Mobilidade. Entre 1994 e 2004 é técnica autárquica na Câmara Municipal de Matosinhos com funções na Divisão de Trânsito e Mobilidade. Entre 1994 e 1996 inclui a equipa de trabalho do Projeto Europeu PROACESS. Em 2004 constituiu a mpt - mobilidade e planeamento do território (www.mobilidadept.com) empresa de planeamento urbano e gestão da mobilidade, pioneira em Portugal em matéria de mobilidade urbana inclusiva. Coordenadora Nacional da Rede de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos, projeto que criou e desenvolveu em colaboração com a APPLA - Universidade de Aveiro desde 2003, e que conta com cerca de 80 municípios. Atualmente, é Consultora Autárquica na área do Trânsito e Mobilidade Urbana em vários municípios e especialista em Acessibilidade e Mobilidade para Todos, tendo vindo a colaborar pontualmente com várias entidades do Governo Português. Foi assistente convidada da Universidade de Aveiro lecionando as cadeiras de Planeamento da Cidade, Planeamento Urbano, Transportes e Mobilidade nos cursos de licenciatura de Planeamento Regional e Urbano e Engenharia Civil. Atualmente, leciona nalgumas universidades portuguesas, a destacar o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, e é docente convidada da UTAD Universidade de Trás-os Montes e Alto Douro, desde 2009, na licenciatura de Engenharia da Reabilitação e Acessibilidades Humanas. Presidente e fundadora do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (www.institutodemobilidade.org). Lançou em Novembro de 2007 o Jornal Planeamento e Cidades, periódico mensal e de distribuição nacional. Em Março de 2008 é nomeada pelo Governo Português para integrar o Grupo de Trabalho da Lei das Acessibilidades em vigor (Decreto-Lei n.º 163/06, de 8 de Agosto).

Desde 2008, membro certificado da ENAT European Network for Accessible Tourism e Membro do Conselho de Acompanhamento da Acessibilidade e Mobilidade para Todos da Área Metropolitana do Porto. Eleita Presidente da Comissão Técnica de Acessibilidade e Design Inclusivo (CT 177) do IPQ Instituto Português da Qualidade, em Abril de 2008, para a elaboração das Normas Técnicas para a Certificação da Acessibilidade e Design Inclusivo em Portugal. Representante de Portugal no CEN (Comité Europeu de Normalização) em Bruxelas, para a Normalização da Acessibilidade e Design for All. Nos últimos anos apresentou inúmeras comunicações em Conferências, Workshops, Seminários e Tertúlias sob o tema Mobilidade Urbana e Desenho de Cidades em diferentes cidades Europeias, destacando-se, em Outubro de 2008, a sua participação, única técnica oradora, no lançamento nacional do programa do governo Portugal mais Acessível e ainda, ter sido convidada, como técnica especialista em planos de promoção da acessibilidade em Portugal, para o lançamento nacional do programa RAMPA, na Universidade de Aveiro, em Julho de 2010. É autora de um vasto conjunto de participações em trabalhos e publicações. Das suas publicações em livro destacam-se Os territórios (sociais) da Mobilidade (2005), Lugar do Plano, Aveiro Desenho Urbano e Mobilidade para Todos (2006), APPLA, UA Revista Planeamento, número especial sobre Mobilidade (coordenação) Autora do Guia da Acessibilidade e Mobilidade para Todos, Edição do Governo Português, lançado em Lisboa a 6 de Junho de 2007 para a descodificação da atual legislação portuguesa em matéria das acessibilidades. Em Setembro de 2009, lançou a publicação com o título: Cidades de Desejo entre Desenhos de Cidades - Boas Práticas de Desenho Urbano e Design Inclusivo. Foi coordenadora de cerca de 90% da primeira geração dos Planos de Promoção da Acessibilidade desenvolvidos em Portugal. Em Fevereiro de 2012 foi convidada para audição sobre Reabilitação Urbana e Arrendamento Urbano pela Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da Assembleia da República. É investigadora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro no projeto de mobilidade MOBMAPS - Modelo, processo e dispositivo para a avaliação da mobilidade/acessibilidade em áreas urbanas.

Projeto inovador certifica a acessibilidade e desenha mapa português dos lugares acessíveis Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), Portugal, geral@institutodemobilidade.org 1 A importância do Certificado de Acessibilidade - ICVM As cidades, na sua maioria, não correspondem às reais necessidades da sua população. O espaço público e o edificado têm sido projetados para o homem médio, com força e gozando de plena saúde. Porém, são poucos os locais que dispõem de ajudas técnicas capazes de responder às necessidades especiais das pessoas com deficiência ou incapacidade ou mesmo para os mais idosos, possibilitando, que estes, de forma autónoma e segura, se desloquem e utilizem os equipamentos. Em Portugal existem mais de 3,5 milhões de pessoas com mobilidade reduzida que sentem diariamente as dificuldades de querer entrar ou partilhar espaços públicos ou privados. Para 2 milhões de pessoas idosas, 1 milhão de deficientes, 540 mil crianças com menos de 5 anos e outros milhares de pessoas (lesionadas ou que simplesmente têm de utilizar um carrinho de bebé) a mobilidade e acessibilidade é um tema de elevada importância. O turismo acessível é um tema que está na ordem do dia na Europa, atendendo ao elevado número de pessoas que procuram locais adequados às limitações dos turistas seniores ou deficientes. Figura 1 A promoção da acessibilidade no turismo (Camélia Hotel & Homes - Guimarães; Zmar Eco Camping Resort - Alentejo) 1

O mercado do Turismo Acessível, apenas na Europa, vale 90 mil milhões de euros, ou seja, metade do Produto Interno Bruto (PIB) português, existindo 80 milhões de pessoas com deficiência na União Europeia, o que representa um potencial mercado de 130 milhões de turistas, incluindo família e amigos. A título de exemplo na Alemanha (dados de 2004) 58% das pessoas com incapacidade viaja regularmente e 37% das pessoas com limitação decidiram, no ano anterior, não viajar, devido à falta de acessibilidade nos serviços, equipamentos e instalações turísticas nos destinos em causa. Figura 2 A acessibilidade enquanto garante da diferenciação e competitividade dos territórios O ICVM, instituição sem fins lucrativos, instituiu o Certificado de Acessibilidade cujo objetivo é certificar lugares, públicos ou privados que sejam verdadeiramente acessíveis ou apontar soluções e divulgar todos os locais numa plataforma de informação online, permitindo ao cidadão organizar a sua viagem, ou a simples deslocação a partir de casa, sendo a plataforma colocada também ao serviço do turismo nacional. Figura 3 O Certificado de Acessibilidade - ICVM Este projeto reveste-se de importância crescente nas sociedades contemporâneas e motivou, desde já, o reconhecimento institucional, por parte na Associação Nacional de Municípios Portugueses, instituição que representa todas as autarquias portuguesas, e que, em carta reconheceu tratar-se de um projeto de grande importância quer ao nível das políticas públicas 2

desenvolvidas pelos municípios [...] quer ao nível da melhoria da qualidade de vida e da integração das pessoas com necessidades específicas. Adicionalmente, a importância estratégica que a matéria da acessibilidade para Todos tem no âmbito do turismo motivou o Turismo de Portugal a reconhecer a importância, oportunidade e mérito que o presente projeto encerra na melhoria da qualidade de vida e da integração das pessoas com necessidades especiais, afigurando-se fundamental a divulgação de Portugal como destino acessível. Constituiu-se também como parceiro do presente projeto a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), entidade representante, em Portugal, de todas as empresas dos sectores do alojamento, restauração e bebidas, e cuja certificação da acessibilidade pode representar uma oportunidade de negócio e funcionar como uma vantagem competitiva para as empresas [...). Para a concretização do presente projeto, para além do reconhecimento institucional de importantes organismos nacionais, constituíram-se parceiros o Centro de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (CERTIC-UTAD) e a Associação Salvador. O primeiro por se constituir como um reconhecido centro de investigação nacional em matéria de acessibilidade e reabilitação, o segundo pela experiência acumulada ao longo dos últimos anos na promoção da acessibilidade ao nível da deficiência motora. Adicionalmente a estes reconhecimentos nacionais e parcerias operacionais, outras entidades entenderam juntar-se ao ICVM no sentido de promover a acessibilidade, nomeadamente a Accessible Portugal, a Associação dos Municípios Portugueses do Vinho, Dream Cities e o Jornal Planeamento e Cidades. Figura 4 Reconhecimentos Institucionais, Parceiros Operacionais e Protocolados 3

2 Certificado de Acessibilidade ICVM: para que serve? Para fornecer informação sobre a possibilidade de acesso a pessoas com mobilidade reduzida aos espaços certificados. É um certificado que se destina a organizações cuja atividade pressuponha o acesso aos seus espaços pelo público em geral ou a empresas que desejem ter o seu local de trabalho acessível por todos. Para responsabilizar coletivamente e provocar a adesão da opinião pública. O desenvolvimento sustentável é uma preocupação que abrange a maioria das organizações. Através de uma consciência de responsabilidade social corporativa, a adesão ao Certificado de Acessibilidade - ICVM irá materializar essa consciência promovendo o acesso a todos. Para identificar a conformidade com a legislação e melhorar a gestão interna da organização. Totalmente compatível com outras certificações e sistemas de gestão, o Certificado de Acessibilidade - ICVM, através de auditorias técnicas realizadas pelo ICVM, apoia qualquer organização a cumprir integralmente os requisitos em matéria de acessibilidades previstos na legislação em vigor (DL n.º 163/2006 e Lei n.º 46/2006). Ademais, a aplicação do Certificado de Acessibilidade - ICVM, assegurando a igualdade de oportunidades e a acessibilidade universal, irá aproximar a organização ao trabalhador favorecendo um ambiente laboral positivo. Para contribuir de forma direta e indireta para o aumento da economia geral de um negócio, de um país e de uma sociedade que pretende ser inclusiva. A acessibilidade é mais do que uma obrigação da sociedade contemporânea. Constitui, ainda, um importante fator de desenvolvimento económico. A aplicação do Certificado de Acessibilidade - ICVM permitirá, aos locais auditados, a criação de produtos diferenciadores dos demais, incrementando a atratividade e competitividade do serviço. 4

3 Certificado de Acessibilidade ICVM: em que consiste? O Certificado de Acessibilidade - ICVM tem ainda o objetivo de criar uma diferenciação positiva e de atestar a vantagem comparativa dos titulares do certificado, informando os utentes do reconhecimento, por parte do Instituto das Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), dos locais ou lugares, em matéria de condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. É também uma forma de responsabilização coletiva e de adesão da opinião pública. Este certificado é mais que um reconhecimento. É uma confirmação da orientação universal da entidade que o recebe, é uma demonstração da vontade de abraçar o socialmente responsável e de manter uma atitude positiva perante todos. O Certificado de Acessibilidade - ICVM prevê ainda a criação de uma base de dados, disponível online, permitindo a consulta de todos os locais já distinguidos pelo ICVM, consoante os níveis de acessibilidade atingidos, e ajudando pessoas com mobilidade reduzida a planear as suas deslocações, com toda a autonomia e liberdade. Nesta base de dados onde serão apresentados todos os locais distinguidos, será feita a distinção do grau de acessibilidade de cada um em três níveis: Nível 1 Locais que cumprem a função de visita e usufruto do espaço em todas as valências da sua atividade principal para acesso público; Nível 2 Locais que cumprem o Nível 1 e ainda disponibilizam materiais e conteúdos que reforcem o bem-estar dos utilizadores do espaço certificado. Pode ainda promover condições de acessibilidade para além do âmbito da legislação em vigor, tais como o atendimento e acompanhamento personalizado, a criação de materiais informativos e informatizados ou ainda, o reforço nas complementaridades da acessibilidade universal capaz de integrar todos nas diferentes componentes sociais, culturais e turísticas; Nível 3 Cumpre os níveis 1 e 2 e cria, ainda, condições para se poder exercer a atividade profissional com as suas diferentes limitações. Este nível, diretamente ligado à empregabilidade, assume um papel determinante no conceito mais universal da promoção da acessibilidade, e, consequentemente, considerado de excelência. 5

Figura 5 O Certificado de Acessibilidade: os níveis O Certificado de Acessibilidade - ICVM não constitui requisito nem substitui quaisquer documentos provenientes de entidades públicas de fiscalização destinados a comprovar a regularização da edificação ou da entidade, sendo da total responsabilidade técnica do ICVM. 6

4 Certificado de Acessibilidade ICVM: que benefícios traz? Incrementa a quota de mercado, inclusive a turística o Cria novas oportunidades de negócio; o Permite diferenciar-se da concorrência; o Permite abrir um novo cluster de mercado direcionado para as pessoas com deficiência, para as pessoas idosas e para as suas famílias; o Abre espaço ao turismo acessível. Reforça a imagem e o reconhecimento social o Promove a igualdade de oportunidades; o Favorece a integração de pessoas com incapacidades; o Revela proximidade com a sociedade. Reforça a Responsabilidade Social Corporativa o Evidencia o compromisso com todas as partes interessadas (stakeholders); o Promove a qualidade de vida a mais de 1 milhão de pessoas com algum tipo de incapacidade e a cerca de 2 milhões de idosos existentes em Portugal; o Permite abranger um leque mais alargado da população, não se cingindo às pessoas com incapacidades ou a idosos, mas também a crianças, grávidas, famílias com carrinhos de bebé, acidentados temporários ou pessoas que transportam grandes volumes; o Envolve cerca de 60% da população (segundo dados da OCDE), o que, no caso português, corresponde a cerca de 6,3 milhões de habitantes. Cumpre a legislação em matéria de acessibilidade o Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU); o Lei de Bases da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e Participação das Pessoas com Deficiência (Lei n.º 38/2004 de 18 de Agosto); o Decreto-Lei n.º 163/2006 de 8 de Agosto; o Lei n.º 46/2006 de 28 de Agosto. 7

5 Certificado de Acessibilidade ICVM: uma aposta na inclusão, na qualidade urbana e no desenvolvimento económico O Certificado de Acessibilidade - ICVM, lançado a 3 de julho de 2012 nos Claustros da Pousada de Viseu, envolve um conjunto alargado de parceiros com relevante importância para a matéria das acessibilidades e pretende uniformizar critérios em matéria de acessibilidade em Portugal, identificando os locais onde o acesso universal às entidades económicas, sociais, culturais e turísticas está garantido. Figura 6 Lançamento público do Certificado de Acessibilidade - ICVM Este projeto aposta em dois eixos fundamentais, por um lado no campo da solidariedade e inclusão social, promovendo a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos sem qualquer tipo de discriminação pelas suas diferentes (in)capacidades de mobilidade, e fomentando o desenvolvimento económico de um negócio, região ou país, pela introdução de mais-valias competitivas, podendo, caso viajassem 50% dos cidadãos portugueses com deficiência, gerar mil milhões de euros de receitas. Numa época de mudança como a que se vive, as oportunidades de futuro pertencem aos que impõem exigência, rigor, profissionalismo, criatividade, verdade e visão, em todas as áreas da sua atividade. São tempos ricos no surgimento de novos desafios nas atividades económicas, em particular, nos locais de receção pública. Entre eles, surge de forma crescente, uma nova visão em torno das Acessibilidades, tendo vindo a ganhar uma crescente afirmação pelo efeito multiplicador que introduz na atividade quando é observado: universalidade, qualidade e promoção. Por tudo isto, é hoje considerado um mundo novo de oportunidades e de relação entre a procura e a oferta. 8

Paralelamente à responsabilidade social, o setor económico abre, com o Certificado de Acessibilidade - ICVM, as portas a um extenso universo de pessoas com necessidades especiais, seniores e respetivas famílias e amigos que procuram espaços que lhe sejam possíveis e afáveis a todos. Figura 6 O universo dos cidadãos com mobilidade reduzida Dar a conhecer, com verdade e rigor, o seu lugar de encontro e visita, seja comércio, restauração, hotelaria, serviços ou equipamentos, é o que agora propomos, com a ajuda do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, através do Certificado de Acessibilidade - ICVM e respetivo Selo, capaz de anunciar a veracidade das suas condições de receção a todos aqueles que procuram locais amigáveis e capazes de responderem às suas específicas necessidades. O que se prepara para pessoas com necessidades especiais possui qualidade para todos os utentes e é, desta forma, capaz de colocar os lugares acessíveis na frente de uma oferta diferenciadora e, naturalmente, mais competitiva. 9