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Transcrição:

Especial Universidades 1. (UFPR 2011) A partir do livro O que é? (Martins, 2004), responda: Em que circunstâncias históricas se deu o surgimento da sociologia? 2. (Unesp 2012) Vigora entre educadores e intelectuais brasileiros uma correta e justificável ojeriza às ditaduras de direita. Infelizmente, o mesmo vigor não é encontrado quando se trata de ditaduras de esquerda. As notícias de perseguições, prisões, greves de fome, fuzilamentos e fugas envolvendo opositores às duras ditaduras esquerdistas são ignoradas. Quando fica impossível deixar de falar a respeito, são comuns alegações de que há exagero da imprensa ou, pior, sugestões de que os dissidentes são egoístas que, em nome do individualismo, ameaçam um regime que deveria servir de exemplo. São as velhas táticas de questionar a liberdade de imprensa quando as notícias são desfavoráveis e de desmerecer o opositor, em vez de enfrentar as opiniões contrárias com argumentos. (Janaína Conceição Paschoal. Cuba é uma grande Guantánamo. Folha de S.Paulo, 14.02.2012.) O texto descreve um conflito de natureza ideológica. Apresente uma definição que seja adequada para o conceito de ideologia, tal como ele é empregado pela autora, e comente uma diferença básica entre uma ideologia de direita e uma ideologia de esquerda. 3. (UEL 2014) Na obra As regras do método sociológico, Émile Durkheim estabelece sua metodologia de análise e define o fato social como objeto de estudo da sociologia, ressaltando o papel dessa ciência na sociedade contemporânea e na relação entre indivíduo e sociedade. Em um trecho da obra, lê-se: Não estou obrigado a falar o mesmo idioma que meus compatriotas, nem a empregar as mesmas moedas legais; mas é impossível agir de outra maneira. Minha tentativa fracassaria lamentavelmente, se procurasse escapar dessa necessidade. Se sou industrial, nada me proíbe de trabalhar utilizando processos e técnicas do século passado; mas, se o fizer, terei a ruína como resultado inevitável. Mesmo quando posso realmente me libertar dessas regras e violá-las com sucesso, vejo-me sempre obrigado a lutar contra elas. (DURKHEIM, É. As regras do método sociológico. 5.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968. p.3.) Com base no enunciado e nos conhecimentos sobre o método sociológico, responda aos itens a seguir. a) Quais características definem o fato social? Qual delas é preponderante no trecho selecionado? b) Segundo Durkheim, explique consciência coletiva e consciência individual 4. (UFPR 2014) Durkheim afirma que a educação tem por função constituir o ser social. Explique e exemplifique essa afirmação.

5. (UFPR 2013) Explique a relação entre Estado e classes sociais para Karl Marx, tomando como referência o livro Os clássicos da política (WEFFORT, F. (org.). vol. 2. São Paulo: Ática, 2006). 6. (UNESP 2014) Texto 1 Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, [ ] por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que [ ] sujeitarse-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição [ ] da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. [ ] não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros [ ], para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. (John Locke. O segundo tratado sobre o governo.) Texto 2 Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas, em nossa sociedade, a propriedade privada já foi abolida para nove décimos da população; se ela existe para alguns poucos é precisamente porque não existe para esses nove décimos. Acusai-nos, portanto, de querer abolir uma forma de propriedade cuja condição de existência é a abolição de qualquer propriedade para a imensa maioria da sociedade. Em suma, acusai-nos de abolir a vossa propriedade. Pois bem, é exatamente isso o que temos em mente. (Karl Marx e Friedrich Engels. O manifesto comunista.) Os textos citados indicam visões opostas e conflitantes sobre a organização da vida política e social. Responda quais foram os sistemas políticos originados pelos dois textos e discorra brevemente sobre suas divergências. 7. (UNESP 2012) Leia os textos. Texto 1 Ora, a propriedade privada atual, a propriedade burguesa, é a última e mais perfeita expressão do modo de produção e de apropriação baseado nos antagonismos de classes, na exploração de uns pelos outros. Neste sentido, os comunistas podem resumir sua teoria nesta fórmula única: a abolição da propriedade privada. ( ) ( ) A ação comum do proletariado, pelo menos nos países civilizados, é uma das primeiras condições para sua emancipação. Suprimi a exploração do homem pelo homem e tereis suprimido a exploração de uma nação por outra. Quando os antagonismos de classes, no interior das nações, tiverem desaparecido, desaparecerá a hostilidade entre as próprias nações (Marx e Engels. Manifesto comunista, 1848.)

Texto 2 Os comunistas acreditam ter descoberto o caminho para nos livrar de nossos males. Segundo eles, o homem é inteiramente bom e bem disposto para com seu próximo, mas a instituição da propriedade privada corrompeu-lhe a natureza. ( ) Se a propriedade privada fosse abolida, possuída em comum toda a riqueza e permitida a todos a partilha de sua fruição, a má vontade e a hostilidade desapareceriam entre os homens. ( ) Mas sou capaz de reconhecer que as premissas psicológicas em que o sistema se baseia são uma ilusão insustentável. ( ) A agressividade não foi criada pela propriedade. ( ) Certamente ( ) existirá uma objeção muito óbvia a ser feita: a de que a natureza, por dotar os indivíduos com atributos físicos e capacidades mentais extremamente desiguais, introduziu injustiças contra as quais não há remédio. (Sigmund Freud. Mal-estar na civilização, 1930. Adaptado.) Qual a diferença que os dois textos estabelecem sobre a relação entre a propriedade privada e as tendências de hostilidade e agressividade entre os homens e as nações? Explicite, também, a diferença entre os métodos ou pontos de vista empregados pelos autores dos textos para analisar a realidade. 8. (UFPR 2012) A ditadura do proletariado (...) não é, em si mesma, mais do que o trânsito para a abolição de todas as classes e para uma sociedade sem classe. (Manifesto Comunista citado em WEFFORT, Os Clássicos da Política. 1991, p. 243.) De acordo com Marx, como se daria a passagem do Estado representativo moderno para o socialismo? 9. (UFPR 2011) Weber concebe a como uma ciência interpretativa, cujo objeto é a ação social, a qual deve ser compreendida pelo sentido que lhe atribuem os atores sociais. O que é a ação social para Weber? 10. (UEL 2013) Em Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva, o sociólogo alemão Max Weber expõe conceitos como carisma, estamento burocrático, tipos de dominação legítima etc. Já Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro, de Raymundo Faoro, fundamenta-se, em boa parte, em Weber, e realiza amplo estudo sobre a formação dos grupos dominantes no Estado brasileiro, vendo-os como frutos do Estado português. Faoro procura demonstrar como isso se mantém arraigado na cultura política do País e como os traços patrimonialistas de nossa formação sobrevivem ao tempo. Essa obra abrange desde a época dos reis de Portugal, no século XIV, até a presidência de Getúlio Vargas, nos anos 1950. a) Aponte três fatores que caracterizam o patrimonialismo como ocorrência mais comum dentro do tipo de dominação legítima tradicional. b) Apresente a definição weberiana para os três tipos de dominação legítima.

11. (UEL 2012) Considere os trechos a seguir. A classe operária não pode apossar-se simplesmente da maquinaria de Estado já pronta e fazê-la funcionar para os seus próprios objetivos. (MARX, Karl. A revolução antes da revolução. São Paulo: Expressão Popular, 2008, p.399.) Também do ponto de vista histórico, contudo, o progresso a caminho do Estado regido e administrado segundo um direito burocrático e racional e regras pensadas racionalmente, atualmente, está intimamente ligado ao moderno desenvolvimento capitalista. (WEBER, Max. Parlamento e governo na Alemanha reordenada: crítica política do funcionalismo e da natureza dos partidos. Petrópolis: Vozes, 1993, p.43.) Com base nos trechos, compare as concepções clássicas de Estado formuladas nas obras de Karl Marx e Max Weber. 12. (Unesp 2014) Texto 1 O biopoder, sem a menor dúvida, foi elemento indispensável ao desenvolvimento do capitalismo, que só pode ser garantido à custa da inserção controlada dos corpos no aparelho de produção e por meio de um ajustamento dos fenômenos de população aos processos econômicos. Para o biopoder, que tem a tarefa de se encarregar da vida, sua necessidade de mecanismos contínuos, reguladores e corretivos exige distribuir os vivos em um domínio de valor e utilidade. Um poder dessa natureza tem de qualificar, medir, avaliar, hierarquizar. Uma sociedade normalizadora é o efeito histórico de uma tecnologia de poder centrada na vida. (Michel Foucault. História da sexualidade, vol. 1, 1988. Adaptado.) Texto 2 Uma pesquisa anunciada recentemente na Suíça revelou que, com um simples exame de sangue, será possível detectar a Síndrome de Down (ou trissomia do 21) no feto. O aval ao novo teste pré-natal foi dado recentemente pela Agência Nacional de Produtos Terapêuticos da Suíça, em meio à controvérsia de que o exame poderia levar a um aumento no número de abortos. Os testes estarão disponíveis no mercado ainda neste mês. Apesar de a legislação de países europeus como Espanha, Itália e Alemanha garantir autonomia à mulher na escolha sobre o aborto, o tema não passou isento de discussão. A Federação Internacional das Organizações de Síndrome de Down, que reúne 30 associações de 16 países, entrou com uma representação na Corte Europeia de Direitos Humanos pedindo a proibição do teste. (http://zerohora.clicrbs.com.br, 22.08.2012. Adaptado.)

Com base no texto de Foucault, comente o papel da ciência como possível instrumento de eugenia e normalização, relacionando-o com as implicações biopolíticas do lançamento do teste pré-natal. 13. (UEL 2012) No debate sobre as cotas para o ingresso dos negros nas universidades públicas, reapareceram, de forma recorrente, argumentos favoráveis e contrários à adoção dessa política afirmativa. Os trechos reproduzidos a seguir constituem exemplos desses argumentos. Em um país onde a maioria do povo se vê misturada, como combater as desigualdades com base em uma interpretação do Brasil dividido em negros e brancos? Depois de divididos, poderão então lutar entre si por cotas, não pelos direitos universais, mas por migalhas que sobraram do banquete que continuará sendo servido à elite. Assim sendo, o foco na renda parece atender mais à questão racial e não introduzir injustiça horizontal, ou seja, tratamento diferenciado de iguais. (Adaptado de: Yvonne Maggie (Antropóloga da UFRJ). O Estado de São Paulo. 7 mar. 2010. Este artigo de Yvonne Maggie serviu de base para o seu pronunciamento lido por George Zarur na audiência pública sobre ações afirmativas convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2010.) Desde 1996 me posicionei a favor de ações afirmativas para negros na sociedade brasileira. Vieram as cotas e as apoiei, como continuo fazendo, porque acho que vão na direção certa incluir socialmente os setores menos competitivos embora saiba que o problema é muito maior e mais amplo. Tenho apoiado todas as medidas que diminuam a pobreza ou favoreçam a mobilidade social e todas as que combatam diretamente as discriminações raciais e a propagação dos preconceitos raciais. Em curto prazo, funcionam as políticas de ação afirmativa; em longo prazo, funcionam políticas que efetivamente universalizem o acesso a bens e serviços. (Antônio Sérgio Guimarães (Sociólogo da USP) Entrevista concedida à Ação Educativa. Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=633>. Acesso em: 30 jun. 2011.) A divergência dessas duas posições reproduz, atualmente, o antagonismo existente no debate sobre a questão racial na sociologia brasileira, exemplificado pela oposição entre os pensamentos de Gilberto Freyre e Florestan Fernandes. Identifique e explique, nos trechos reproduzidos, os argumentos favoráveis e desfavoráveis à política de cotas para negros em universidades, comparando-os com as visões teóricas de Gilberto Freyre e Florestan Fernandes.

Gabarito 1. (Gabarito oficial) Revolução Industrial (modifica as relações do homem com seu trabalho); Revolução Francesa (modifica a forma de organização social e política); e Iluminismo (predomínio da razão sobre os dogmas). 2. No contexto específico da questão, diferente do uso que dele se faz na obra de Marx, o termo ideologia tem apenas o significado de visão de mundo, isto é, de um conjunto de ideias e crenças que fornecem certa perspectiva a respeito da realidade. Deste modo, levando em conta que direita e esquerda são termos que entraram no jargão político a partir da Revolução Francesa, podemos afirmar que uma ideologia de direita, em geral, é aquela que considera a liberdade individual como o valor supremo a ser defendido pela sociedade política. Na prática, isto significa que um direitista tende a ser um defensor dos direitos individuais, da democracia representativa e de pouca intervenção do Estado na economia. Por sua vez, a esquerda têm a igualdade como seu princípio maior de organização da sociedade. Assim, um esquerdista é, em geral, um maior defensor da soberania popular, da democracia direta e da redução ou mesmo do fim das desigualdades sociais através da intervenção do Estado na economia. 3. a) (Gabarito oficial) Características do fato social: generalidade, coercitividade e exterioridade. O que prepondera no trecho é a coercitividade. b) (Gabarito oficial) Consciência coletiva é o conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, formando um sistema com vida própria, que exerce uma força coercitiva sobre os seus membros. Consciência individual é o que cada pessoa tem de particular e que faz com que um indivíduo seja diferente dos demais; encontra-se submetida à consciência coletiva. 4. (Gabarito da Oficina do Estudante) Os sistemas políticos originados pelos dois textos foram o Liberalismo de Locke e o Socialismo de Marx e Engels. Os excertos apontam para uma diferença marcante entre os dois sistemas. Para Locke, o Estado deve salvaguardar os direitos naturais e inalienáveis do homem preservando as suas liberdades individuais. Por volta de 1800, o liberalismo passou a estar associado às ideias de livre mercado e de laissez-faire, principalmente à diminuição do papel do Estado na esfera econômica. O socialismo, em suas origens intelectuais, não era uma teoria política e sim uma teoria econômica. O socialismo só se politizou com Marx, que difundiu a tradição revolucionária e igualitária do comunismo. O Socialismo não se caracterizava pela valorização dos direitos civis. Deve-se perceber que o texto II prega categoricamente a extinção da propriedade privada, que era vista como instrumento de exploração de classe. 5. (Gabarito oficial) Abordar o processo de socialização. A educação nessa questão tem um sentido mais amplo do que a educação formal. Podem ser abordados conceitos sociológicos de Émile Durkheim como fato social e consciência coletiva. (Valor: 4 pontos). A argumentação, a construção lógica do raciocínio, a forma escrita e a consistência foram considerados, com valor de 2 pontos. 6. (Gabarito oficial) Estado: comitê político das classes dominantes e instrumento da dominação burguesa.

7. (Gabarito do Curso Objetivo) O pensamento elaborado por Marx e Engels se fundamenta no que foi chamado de materialismo dialético, segundo o qual o motor da história é o desenvolvimento das forças produtivas. Nesse sentido, o marxismo identifica na hostilidade e agressividade humanas, frutos das relações sociais, baseadas na luta de classes, em que, de acordo com o sistema capitalista, uma classe dominante de burgueses explora, pela apropriação dos meios de produção, a classe dominada dos proletários. Assim, o marxismo tende a encontrar na história (no caso, na história da exploração) a causa dos desentendimentos humanos. Sigmund Freud, conhecido como pai da psicanálise, não concorda com a visão marxista, que lhe parece insuficiente e ingênua, já que crê numa bondade natural humana. Freud analisa o homem natural e universal e, em sua antropologia, identifica no homem um ser disjuntivo e portador de conflitos interiores naturais. A condição humana (ego) implica conflitos entre o id (pulsões) e o superego que cristaliza o ser social e suas expectativas. Além disso, para Freud, a convivência humana íntima nos predispõe a um narcisismo egóico que expressa hostilidade natural em relação à alteridade, e essa hostilidade é diluída e sublimada no convívio em grandes grupos. Assim, Freud não entende a propriedade privada como causa da hostilidade. Enquanto para Marx a causa da hostilidade humana tem raízes históricas, para Freud ela tem causas na natureza psicológica do homem. 8. (Gabarito oficial) Para Marx a passagem do Estado representativo moderno para o socialismo se faz através da revolução proletária, abolição da propriedade privada e ditadura do proletariado. 9. (Gabarito oficial) A ação social é toda a ação de um ator levando em conta a expectativa de reação de outro ator. 10. a) (Gabarito oficial) Na sociedade em que predomina o patrimonialismo, ou relações patrimonialistas, geralmente existe a utilização de grande aparato estatal, o que justifica o excessivo número de servidores, a contratação de funcionários pelo líder/governante numa troca de favores, e os bens públicos são usados muito mais em benefício do líder/governante e de seu grupo do que da população. b) (Gabarito oficial) As três definições são:. Dominação legítima tradicional: definida pela tradição ou costume de se obedecer, de modo eterno e inconteste, ao governante.. Dominação legítima carismática: definida pela obediência do dominado aos poderes supostamente mágicos, extraordinários ou personalistas do líder/governante. Dominação legítima carismática: definida pela obediência do dominado aos poderes supostamente mágicos, extraordinários ou personalistas do líder/governante 11. (Gabarito oficial) Espera-se que o candidato demonstre conhecimento e aplicação do conceito de Estado em Marx e Weber. A aplicação dos conceitos dos autores para a compreensão do Estado será revelada se o candidato, além de apresentar os conceitos, for capaz de, por meio da comparação, estabelecer as relações entre as duas compreensões teóricas distintas. A visão de Estado como aparato da classe dominante, no capitalismo, a classe burguesa; a visão de Estado como dominação racional baseada na organização burocrática e impessoal. 12. Segundo a análise de Michel Foucault, o que caracteriza o surgimento do capitalismo é o nascimento de uma nova modalidade do exercício do poder: o poder sobre a vida, também

chamado de biopoder. Este poder se caracteriza por gerenciar a vida humana, normatizando-a, regulando-a. Seu propósito é disciplinar e docilizar as pessoas, para que assim elas se tornem mais produtivas. No plano social, sua consequência é a normalização, ou seja, a padronização dos indivíduos. Neste processo, a ciência, evidentemente, tem um papel fundamental, pois é ela que fornece os meios do biopoder. O caso do novo teste pré-natal, por sua vez, corrobora a tese foucaultiana. Ele é um bom exemplo de como um procedimento científico pode ser usado para gerenciar a vida, inclusive realizando uma eugenia, ao ser usado para impedir o nascimento de crianças deficientes, promovendo assim uma normalização da sociedade. 13. (Gabarito oficial) Espera-se que o candidato analise as políticas brasileiras de ação afirmativa, no caso, a política de cotas para negros nas universidades, a partir das teorias de Freyre e de Fernandes (sabendo-se que esses autores não se debruçaram sobre a questão das cotas), comparando-as, dessa forma, aos argumentos favoráveis e desfavoráveis presentes nos textos lidos na questão. Espera-se, além disso, que o candidato seja capaz de mobilizar conceitos, tais como: raça, cor, desigualdade, diversidade, miscigenação e democracia racial.