MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTE URBANO

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Transcrição:

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTE URBANO SEPN 505 Norte, Bloco "B", Ed. Marie Prendi Cruz Brasília - DF CEP 70730-542 srhu@mma.gov.br 2028-2427/2117 Orientações do Ministério do Meio Ambiente sobre Resíduos Sólidos para as Salas Estaduais e Municipais de Coordenação e Controle para o Combate ao Aedes aegypti Contexto Tendo em vista o elevado número de casos registrados das doenças dengue, chikungunya e zika e em face das sérias complicações que essas epidemias causam à população, dentre elas a microcefalia, o Ministério da Saúde declarou Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em 11 de novembro de 2015. Para atender a essa situação emergencial foi elaborado o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia que contempla três eixos: combate ao mosquito Aedes aegypti, atenção às pessoas e ciência e tecnologia. Além disso, foi instituída a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento da Dengue, do Vírus Chikungunya e do Zika Vírus por meio do Decreto nº 8.612, de 21 de dezembro de 2015. Considerando que a infestação do mosquito é favorecida pelo armazenamento e acúmulo indevidos de água e pelo descarte, armazenamento e destinação inadequados de resíduos sólidos, o governo federal tem implementado ações intersetoriais com o objetivo de promover o combate efetivo do Aedes aegypti. Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente tem cooperado ativamente das ações desenvolvidas pela Sala Nacional de Coordenação e Controle e da elaboração de um conjunto de diretrizes orientadoras para o combate ao mosquito. Estas orientações foram elaboradas pelo Ministério do Meio Ambiente para orientar estados e municípios visando à redução de possíveis criadouros e focos do mosquito relacionados ao acúmulo de resíduos sólidos urbanos. Página 1 de 13

Introdução Quando os resíduos sólidos não são tratados adequadamente, eles representam uma fonte de poluição ambiental, causando impactos negativos à saúde pública e ao meio ambiente. O produto final da decomposição da matéria orgânica presente no lixo é altamente tóxico e pode vir a contaminar o solo, o ar e os lençóis freáticos. Além disso, os resíduos dispostos de forma inadequada possibilitam o acúmulo de água, em locais onde pode ocorrer a proliferação do mosquito Aedes aegypti causador de doenças importantes como a dengue, a febre chikungunya e a zika. Além disso, essa disposição inadequada também pode causar outras doenças tais como: leptospirose, febre tifóide, giardíase e diarréias. Por isso, a disposição final adequada dos resíduos sólidos urbanos torna-se tão importante! Desta forma, o Poder Público deve intervir quando verifica o acúmulo de resíduos em local inapropriado. Importante lembrar que as etapas sob responsabilidade do gerador de resíduos que forem realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis (Art. 27, 2). Portanto, cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos (Art. 29) e, os responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas (Art. 29, parágrafo único). Parcerias com setor privado ou cooperativas de catadores são medidas que visam à cooperação entre os diversos setores para combater o mosquito e solucionar essa problemática que vêm se alastrando por todo o país. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305, de 2010, instituiu o princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Desta forma, além do poder público, os consumidores, as indústrias, o comércio e o setor de serviços são responsáveis pelos resíduos sólidos gerados. O consumidor é responsável pelo descarte adequado, o município pela coleta e limpeza pública e os fabricantes e comerciantes pela logística reversa dos produtos elencados na lei (pneus, óleo lubrificante e seus resíduos, lâmpadas, eletroeletrônicos, medicamentos, embalagens de agrotóxicos, embalagens em geral e pilhas e baterias). A logística reversa é um sistema que permite ao consumidor descartar um produto indesejado no comércio ou em pontos de entrega voluntária (PEVs) para que o fabricante possa dar a destinação ambientalmente adequada. Um dos benefícios da aplicação da lei é a desoneração dos municípios quanto aos custos da coleta e destinação dos resíduos. Nesse sentido, o município precisa identificar os resíduos gerados em seu território, bem como os responsáveis pelo seu gerenciamento. Página 2 de 13

Dessa forma apresentamos alguns exemplos de como tratar grandes geradores de resíduos sólidos e implementar a logística reversa. Grandes Geradores de Resíduos Sólidos O município é o responsável pelo sistema de limpeza pública em seu território. Assim, pode instituir taxas de coleta de resíduos sólidos e onerar geradores de grandes volumes de resíduos. A critério do poder público municipal, estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços podem estar sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos. É possível definir tratamento diferenciado para geradores de grandes volumes, transferindo a responsabilidade pela destinação desses resíduos a esses geradores, que podem, inclusive, remunerar o poder público pela coleta de seus resíduos. Quando estes estabelecimentos geram resíduos que por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares, acarretam expressivo aumento nos custos do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Uma possível maneira de reduzir estes custos é exigir a elaboração do plano de gerenciamento de resíduos, o que significa incumbir estes estabelecimentos de dar a destinação final aos resíduos gerados em suas atividades. Para tanto, tendo em vista que nem todos os estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços geram quantidades significativas de resíduos, é preciso definir uma linha de corte, critérios, para classificar aqueles comumente denominados como grandes geradores que ficariam sujeitos a elaboração do plano de gerenciamento. De modo a orientar a atuação dos municípios para enquadrar os grandes geradores de resíduos sólidos e nortear as ações que visam a gerenciar os grandes volumes gerados, o Ministério do Meio Ambiente compartilha nesta diretriz os critérios e informações colhidas junto a municípios que já vivenciam essa relação com os grandes geradores. Página 3 de 13

1.1. Critérios utilizados pelo município de São Paulo-SP para o enquadramento dos grandes geradores de resíduos sólidos: De acordo com o Decreto 48.251/07, considera-se como Grande Gerador de Resíduos Sólidos: I. Os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, entre outros, geradores de resíduos sólidos caracterizados como RESÍDUOS DA CLASSE 2, pela NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em VOLUME superior a 200 (duzentos) litros diários; II. Os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, dentre outros, geradores de resíduos sólidos INERTES, tais como entulho, terra e materiais de construção, com MASSA superior a 50 (cinquenta) quilogramas diários, considerada a média mensal de geração, sujeitos à obtenção de alvará de aprovação e/ou execução de edificação, reforma ou demolição; III. Os condomínios de edifícios não residenciais ou de uso misto, cuja soma dos resíduos sólidos, caracterizados como RESÍDUOS CLASSE 2, pela NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), gerados pelas unidades autônomas que os compõem, seja em VOLUME médio diário igual ou superior a 1.000 (mil) litros. Tais critérios NÃO autorizam o Grande Gerador a colocar o limite estabelecido pelos normativos (200 litros, 50 kg ou 1.000 litros diários) para a coleta pública e contratar a coleta particular para o excedente. 1.2. Critérios utilizados pelo município de Salvador-BA: Por meio do Decreto nº 26.916 de 2015, são considerados GRANDES GERADORES os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, terminais rodoviários e aeroportuários, entre outros, exceto residenciais, cujo VOLUME de resíduos sólidos gerados é superior a 500 (quinhentos) litros/dia( Art. 2º). 1.3. Critérios utilizados pelo município de Fortaleza-CE: Os GRANDES GERADORES de resíduos sólidos são aqueles que produzem diariamente mais de 100 litros de lixo comum, 50 litros de entulhos de construção civil ou qualquer quantidade de lixo com risco de contaminação ambiental ou biológica. Se você faz parte desse grupo, então é responsável pelo custeio, acondicionamento, transporte, armazenamento, coleta, tratamento e destinação. O seu lixo deve ser recolhido por uma empresa coletora (cadastrada) contratada por você e nunca deve ser deixado para recolhimento pela coleta domiciliar. Página 4 de 13

Em cumprimento à Lei nº 8.408/99, alterada pela Lei nº 10.340/15, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Agência de Fiscalização de Fortaleza (AGEFIS), executa a fiscalização dos grandes geradores de resíduos sólidos. As multas 1 são valoradas de acordo com a gravidade das infrações e podem ser: Leves: R$ 761,10 Médias: R$ 1.522,20 Graves: R$ 2.283,30 Gravíssimas: R$ 3.805,50 A seguir, no Quadro 1, estão consolidadas as iniciativas destes três municípios. Pode-se observar que São Paulo, apesar de ser um município de grande porte populacional, PIB elevado e grande arrecadação, possui critérios mais restritivos que os municípios de Salvador e Fortaleza. São Paulo- SP mistura unidades de medida de massa e de volume para tipologias distintas enquanto Salvador- BA adota um único critério (volume) para qualquer resíduo sólido. Para os resíduos inertes, São Paulo adotou como limite 50 kg diários e Fortaleza 50 litros por dia (0,05 m3). Contudo, se considerarmos que os resíduos da construção civil tem peso específico de 1.000 kg/m3 2 e 1 m3 equivale a 1.000 litros, teríamos parâmetros equivalentes (0,05 m3 [50 litros] x 1.000 kg/m3 = 50 kg). Embora possuam estas equivalências, a adoção de uma ou outra unidade de medida pode se dar em função da predominância do resíduo gerado. Por exemplo, no caso de resíduos oriundos de demolições de obras, o volume costuma ser adotado como unidade de medida em função da capacidade de transporte e de armazenamento (caçambas). Quando os resíduos resultam da preparação e escavação de terrenos costuma-se adotar a massa como unidade de medida mais adequada para o gerenciamento dos resíduos pelo município. 1 A multas podem ser aplicadas de forma agravada em 3 (três) ou 5 (cinco) vezes, conforme disposição legal. O valor das multas pode ser reduzido em até 50% caso haja o pagamento espontâneo e sem contestação. 2 Disponível em: file:///c:/users/54162009520/downloads/gerenciamento%20de%20rsu.pdf. Acesso em 09/05/2016. Página 5 de 13

Quadro 1 - Consolidação de critérios para o enquadramento como Grandes Geradores de Resíduos Sólidos nos municípios de São Paulo, Salvador e Fortaleza. São Paulo-SP* - População Total estimada pelo IBGE em 2015: 11.967.825 habitantes Critérios Tipologia do Resíduo Limite Unidade Proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais Proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais Condomínios de edifícios não residenciais ou de uso misto RESÍDUOS DA CLASSE 2 (Inertes e Não Inertes ou apenas os NÃO INERTES?) Resíduos Sólidos INERTES (entulho, terra e materiais de construção) Soma dos Resíduos Sólidos gerados pelas unidades autônomas que os compõem, caracterizados como RESÍDUOS CLASSE 2 (Inertes e Não Inertes ou apenas os NÃO INERTES?) 200 Litros/dia 50 kg/dia 1.000 Litros/dia Salvador-BA** - População Total estimada pelo IBGE em 2015: 2.921.087 habitantes Critérios Tipologia do Resíduo Limite Unidade Proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, terminais rodoviários e aeroportuários, entre outros, exceto residenciais Resíduos Sólidos gerados pelos estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, terminais rodoviários e aeroportuários, entre outros, EXCETO RESIDENCIAIS 500 Litros/dia Fortaleza-CE*** - População Total estimada pelo IBGE em 2015: 2.591.188 habitantes Critérios Tipologia do Resíduo Limite Unidade Qualquer gerador de Resíduos Sólidos Resíduos Sólidos comuns (com características de Resíduos Sólidos Domiciliares?) 1.000 Litros/dia Entulhos de construção civil 50 Litros/dia Resíduos Sólidos com risco de contaminação ambiental ou biológica Qualquer quantidade Qualquer unidade Fontes: * http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/amlurb/cadastro_amlurb/index.php?p=24444 ** https://leismunicipais.com.br/a1/ba/s/salvador/decreto/2014/2532/25316/decreto-n-25316-2014- regulamenta-o-disposto-nos-4-e-6-do-art-160-da-lei-n-7186-de-27-de-dezembro-de-2006-com-alteracoesdecorrentes-da-lei-n-8473-de-27-de-setembro-de-2013-referente-a-obrigatoriedade-de-coleta-transportetratamento-e-destinacao-dos-residuos-solidos-e-disposicao-final-dos-rejeitos-provenientes-dos-grandesgeradores-2014-09-12-versao-original *** http://www.fortaleza.ce.gov.br/agefis/fiscalizacao-de-residuos-solidos Página 6 de 13

1.4. Exemplos de estratégias para o enquadramento dos grandes geradores pelos municípios: A seguir, sugerimos uma série de questionamentos que poderão nortear a reflexão dos municípios na adoção de critérios para o enquadramento dos grandes geradores na gestão dos resíduos sólidos, são eles: (i). A quantidade de grandes geradores pode influenciar a definição dos critérios/limites para o seu enquadramento? Por exemplo, para um pequeno município, será mais fácil definir quais são os grandes geradores no teu território tendo em vista o volume gerado diariamente na coleta domiciliar? (ii). Qual a unidade de medida a ser adotada na regulamentação para enquadramento dos grandes geradores? Volume, massa, peso específico ou alguma composição/combinação destas? (iii). Que período adotar como mínimo para se estimar a média de resíduos gerada? Mensal ou anual? (iv). A periodicidade do serviço de coleta pública pode ser um determinante para reduzir os limites para um grande gerador de resíduos orgânicos que entram em decomposição e atraem vetores transmissores de doenças? Por exemplo, um atacadista de hortifrutigranjeiros poderá, tendo em vista o volume de resíduos orgânicos gerados, ser enquadrado como grande gerador e, como tal, ter que necessariamente realizar gerenciamento especial desses resíduos? (v). Deve ser observado se a quantidade gerada impacta nas despesas da prestação do serviço público, tendo em vista o aumento do custo para o município? (vi). O estabelecimento dos limites pode ser progressivo? (vii). Grandes eventos, periódicos (carnaval, São João e etc.) ou transitórios, devem ser considerados grandes geradores de resíduos (grandes geradores eventuais)? (viii). Eventos internacionais devem ser enquadrados como grandes geradores tendo em vista os riscos eventuais à saúde da população do município (doenças de outros países copa do mundo, olimpíadas)? (ix). Quais os critérios para que uma empresa privada possa prestar os serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (licença, alvará e etc.)? (x). No caso da geração de resíduos sujeitos à logística reversa, como deverá proceder o grande gerador? Por exemplo, termos de parceria com a iniciativa privada para recolhimento dos resíduos ou com o município, mediante ressarcimento previsto em lei? (xi). É interessante que o município possua um rol de destinações para propor aos potenciais geradores de acordo com o resíduo gerado? (xii). Como será feito o cadastramento e a fiscalização dos grandes geradores? Página 7 de 13

(xiii). Quais serão as sanções administrativas e / ou penais aos quais estarão submetidos os grandes geradores? (xiv). O recadastramento deve ocorrer com qual periodicidade? (xv). O município poderá propiciar parceria para a construção de aterro sanitário a partir da parceria com o grande gerador? Página 8 de 13

2. Logística Reversa das embalagens em geral A Política Nacional de Resíduos Sólidos instituiu o princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. De acordo com a Lei, eles são obrigados a assegurar a implementação e a operacionalização de sistemas de logística reversa das cadeias de produtos sob sua responsabilidade, além de coletar e destinar os resíduos descartados pelo consumidor. A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A PNRS define a logística reversa como um "instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Os seguintes benefícios da Logística Reversa para os municípios podem ser apontados: - redução da utilização de matérias primas virgens; - redução da quantidade de resíduos que vão ser dispostos em aterros ou lixões aumentando seu tempo de vida útil; - inclusão social de catadores de materiais recicláveis; - melhoria da qualidade da coleta de resíduos pelos municípios. De acordo com a PNRS e o decreto 7.404/2010, que a regulamentou, um sistema de logística reversa pode ser implementado por meio de três instrumentos: Acordo Setorial ato de natureza contratual firmado entre o poder público e os agentes da cadeia produtiva objeto de logística reversa. No âmbito federal, os procedimentos para celebração de um acordo setorial são descritos no Decreto 7.404/2010 e requerem a participação do Ministério do Meio Ambiente e do Comitê Orientador para Implantação dos Sistemas de Logística Reversa. Termo de compromisso ato de natureza contratual firmado entre o poder público e os agentes da cadeia produtiva objeto de logística reversa na ausência de acordo setorial na mesma área de abrangência ou para fixação de metas mais exigentes que a de um acordo setorial. A única exigência é o que o termo de compromisso seja homologado por um órgão do Sisnama conforme sua abrangência geográfica. Regulamento o poder executivo (federal, estadual ou municipal) também pode estabelecer sistemas de logística reversa por meio de regulamentos. Na esfera federal, por exemplo, o Decreto 7.404/2010 determina que, previamente à edição do regulamento, seja realizada consulta pública e que seja avaliada a viabilidade técnica e econômica do sistema de logística reversa. A cadeia de logística reversa de embalagens em geral foi implantada por meio de acordo setorial3 assinado em 25 de novembro de 2015 pelo Ministério do Meio Ambiente, em nome do Governo Federal, e 20 entidades representativas do setor privado. Por meio 3 http://www.sinir.gov.br/web/guest/embalagens-em-geral Página 9 de 13

deste acordo as empresas se comprometem a criar um sistema de recolhimento e destinação adequada das embalagens pós-consumo. O acordo possui metas estruturantes, como o apoio às cooperativas de catadores de materiais recicláveis e a instalação de pontos de entrega voluntária, e uma meta de recolhimento diário de embalagens. Foram priorizadas 12 capitais e regiões metropolitanas4 na primeira fase de implantação do sistema de logística reversa, porém, ele deverá, de forma progressiva, ser estendido a todo o território nacional. Apesar da limitação geográfica inicial prevista no acordo setorial, também há a possibilidade de municípios e cooperativas de catadores de materiais recicláveis fora das áreas priorizadas se beneficiarem de ações no âmbito do acordo setorial. Nesse sentido, nossa recomendação neste momento é que os municípios ou estados interessados em receber apoio façam um diagnóstico da situação da coleta seletiva em seu território bem como das cooperativas de catadores de materiais recicláveis abordando ações que poderiam melhorar a eficiência de ambos. Esse diagnóstico pode servir para solicitação de integração das ações de logística reversa no âmbito local, bem como para preparação à edição de um regulamento ou termo de compromisso. O contato com as empresas signatárias do acordo setorial pode ser feito junto ao Compromisso Empresarial pela Reciclagem CEMPRE (11-3889-7806, diretor@cempre.org.br). Ao efetuar o contato é interessante já possuir informações acerca das cooperativas que poderiam ser apoiadas e dos equipamentos que elas necessitam. Também há possibilidade de obter apoio para instalação de PEVs e realização de campanhas publicitárias com o objetivo de melhorar ou ampliar a coleta seletiva. Estas sugestões, é claro, devem estar alinhadas com o plano de gestão de resíduos. A experiência do Estado de São Paulo Com a publicação da Lei que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos e do Decreto Estadual nº 54.645/2009, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA) promulgou a Resolução SMA nº 24/2010. Nela foi estabelecida uma relação de produtos que estariam sujeitos à logística reversa, tais como: lâmpadas fluorescentes, baterias automotivas, pneus, embalagens, entre outros. Com o advento da Política Nacional de Resíduos Sólidos a referida resolução foi reformulada em diversas oportunidades, o que culminou com a promulgação da Resolução SMA nº 38/2011, em que empresas de diferentes setores foram chamadas a apresentar propostas adequadas e factíveis para a implantação da logística reversa de resíduos sólidos. O formato da Resolução SMA 38/2011 é considerado inovador, pois ao invés de exigir soluções determinadas a serem adotadas, determina que os fabricantes e importadores dos produtos relacionados apresentem, em até 60 dias, uma proposta de implantação de sistemas de logística reversa, segundo um conteúdo mínimo, simples e 4 Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador. Página 10 de 13

aberto. Desta forma, reconhece a diversidade de situações entre os diferentes produtos e setores, valoriza o conhecimento que cada fabricante ou importador possui de seu produto e respectiva cadeia de valor, e oferece a oportunidade de as empresas proporem as soluções que considerem mais adequadas e factíveis. Por meio dessa iniciativa, no início de 2014, o Estado de São Paulo já possuía treze termos de compromisso assinado com diversos setores da produção paulista. Mais recentemente, e considerando a experiência adquirida com o acompanhamento dos sistemas de logística reversa reconhecidos nos Termos de Compromisso, foi editada a Resolução SMA n 45/ 2015, que revoga as anteriores e define novas diretrizes para implementação e operacionalização da logística reversa no Estado de São Paulo incluindo sua consideração na emissão e renovação das licenças de operação, segundo regras a serem oportunamente divulgadas pela CETESB. Como parte da evolução do processo, a partir de 2015, os Termos de Compromisso serão atualizados e os sistemas serão renomeados para Sistemas de Logística Reversa. Informações: http://cetesb.sp.gov.br/logisticareversa/ A experiência do Estado do Paraná Para ordenar as ações de implementação da PNRS, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Paraná (SEMA) lançou editais de chamamento público com o objetivo de apresentar Planos de Logística Reversa específicos, por setor. Informações sobre termos de compromissos assinados, principais ações, metas estabelecidas e atores responsáveis podem ser encontradas no endereço a seguir: http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=366 Página 11 de 13

3. Pneus Inservíveis Os pneus são parte indispensável da maioria dos veículos terrestres que conhecemos hoje. Estão presentes não apenas em carros de passeio, mas em diversos veículos, como ônibus, caminhões, tratores, aviões, motocicletas e bicicletas. Após o uso, em função do desgaste sofrido, estes pneus podem ser reformados e reutilizados. Porém, há um limite para este processo e, após alguns ciclos de reutilização, estes pneus acabam se convertendo em resíduos, denominados pneus inservíveis. Por suas características químicas, os pneus inservíveis não são recicláveis e tampouco se degradam na natureza em períodos adequados de tempo. Pelo seu volume e caráter incompressível, não podem ser dispostos em aterros sanitários e, se dispostos inadequadamente, constituem passivo ambiental que pode resultar em sério risco ao meio ambiente e à saúde pública. Este resíduo deve ser tratado e destinado de forma ambientalmente adequada e segura. A Resolução Conama nº 416 de 2009 determina que fabricantes e importadores de pneus novos, com peso unitário superior a dois quilos, coletem e deem a destinação ambientalmente adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional. Cabe aos Fabricantes e importadores: Realizar a coleta, dar destinação adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida. Cabe aos Distribuidores, Revendedores, Destinadores, Consumidores e Poder Público: Atuar em articulação com os fabricantes e importadores para implementar os procedimentos para a coleta dos pneus inservíveis existentes no país. De acordo com a Resolução CONAMA 416/2009, os fabricantes e os importadores de pneus novos, deverão implementar pontos de coletas de pneus usados, podendo envolver os pontos de comercialização de pneus, os municípios, borracheiros e outros. Para dar início ao processo que irá culminar com a destinação final ambientalmente adequada dos pneus inservíveis, os municípios devem entrar em contato com uma das seguintes entidades: Reciclanip (fabricantes de pneus): reciclanip.org.br É possível encontrar informações sobre o sistema de logística reversa, modelos de convênio com municípios e estabelecimentos comerciais, vídeos, pontos de coleta, etc... ABIDIP (importadores de pneus): Abidip.com.br Página 12 de 13

1- no modelo de parceria adotado pela Reciclanip, o município ou uma empresa cede um espaço coberto para criação de um ponto de coleta e armazenamento temporário de pneus e a entidade se encarrega de recolher periodicamente os pneus armazenados e encaminhá-los a uma destinação final ambientalmente adequada. 2- Já os importadores, representados pela Abidip disponibilizam pontos de coleta de pneus inservíveis em estabelecimentos comerciais. A obrigação dos fabricantes e importadores de recolher os pneus independe da cessão do ponto de armazenamento por parte do município. Como titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos, cabe ao município negociar junto aos fabricantes ou importadores a melhor forma de operação do sistema em seu território. A formalização do modelo de operação do sistema de logística reversa no âmbito municipal é recomendável, porém não é obrigatória. A obrigação dos fabricantes/importadores de recolher os pneus independe da existência de compromissos firmados com a prefeitura. Essa formalização pode ser feita por meio de um instrumento como um termo de compromisso (modelo em anexo) ou convênio firmado entre os fabricantes/importadores e o município. Uma vez acordada a forma de operação do sistema de logística reversa junto aos fabricantes/importadores, o município deve informar os cidadãos e os estabelecimentos que oferecem serviços de troca de pneus (borracharias, postos de gasolina, oficinas, serviços de troca de óleo, etc) a respeito da forma correta de destinação dos pneus inservíveis nos termos do sistema de recolhimento firmado com os fabricantes ou importadores. O município pode monitorar os estabelecimentos que oferecem serviços de troca de pneus alertando-os sobre a obrigação de recolhimento de pneus inservíveis e encaminhamento para a destinação final ambientalmente adequada, diretamente ou por meio dos pontos de coleta. A critério do município, pode ser exigida, desses estabelecimentos, a comprovação de que o descarte dos pneus seja realizado de forma adequada. Cabe ao município também observar se os fabricantes/importadores estão recolhendo regularmente os pneus no âmbito de seu território. Caso os fabricantes/importadores deixem de cumprir com suas obrigações recomenda-se primeiramente notificá-los e depois entrar em contato com o órgão de meio ambiente estadual e o Ibama. Página 13 de 13