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Transcrição:

1 PROCESSO CIVIL PONTO 1: Procedimentos Especiais 1. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 1.1 AÇÕES POSSESSÓRIAS Arts. 920 933 Discute a posse, o fato jurídico posse. Protege aquele que um dia teve a posse do bem. Posse é a exteriorização da propriedade. Art. 1.196 do CC Possuidor. O ordenamento brasileiro e as ações possessórias adotam a tese objetiva de Ihering, sendo regra que a exteriorização do domínio, o poder de fato sobre a coisa, gere posse. As exceções estão descritas no ordenamento, os chamados casos de detenção: art. 1.198 (ex: caseiro) e art. 1.208. O detentor não pode ser demandado e demandar na ação possessória, ele nomeia o proprietário à autoria. AUTONOMIA DA POSSE: Somente a posse enseja a propositura de ações possessórias, razão por que é imprescindível identificar qual a relação jurídica que o sujeito mantém com a coisa. Sendo mera detenção, não será possível o ajuizamento. Ex: reintegração de posse contra o caseiro. A posse tem autonomia e pode ser protegida até mesmo contra o proprietário. O juízo possessório não se confunde com o juízo petitório. Sendo utilizada a via das ações possessórias, torna-se irrelevante a questão da propriedade. Certo é que a propriedade tem direito à posse da coisa (jus possiendi). Entretanto, para obtê-la deve valer-se de ação própria, de conteúdo petitório. Ação reivindicatória ou de imissão da posse quando o adquirente quiser haver a coisa do alienante. DIFERENÇAS ENTRE POSSE E PROPRIEDADE: a) a autonomia; b) quem nunca teve posse não pode fazer uso das ações possessórias, utiliza a Ação de Imissão na Posse, art. 923 do CC. Para alguns seria possível a reintegração de posse. Usucapião Possessória Pedido Propriedade Posse Prova Posse Propriedade Juízo Petitório Possessório A ação de imissão na posse almeja realizar o direito à posse. As ações possessórias buscam proteger o fato jurídico posse.

2 Para defender a sua posse o possuidor utilizará as ações possessórias ou a autotutela. Possibilidade de autotutela: art. 1.210 do CC. DESFORÇO IMEDIATO: é a autotutela, a legítima defesa da posse, 1º do art. 1.210 do CC. AÇÕES POSSESSÓRIAS: a) Ação de Reintegração de Posse: no caso de esbulho, o possuidor fica privado da posse. b) Ação de Manutenção da Posse: no caso de turbação. O possuidor é molestado, mas continua na posse. É efetivado um incomodo no exercício da posse. c) Interdito Proibitório: ameaça de esbulho ou turbação. A conseqüência é o mandado proibitório. A escolha entre as três ações possessórias depende da espécie de agressão praticada contra a posse. O procedimento irá variar conforme o tempo que tenha decorrido desde a data da agressão. POSSE JUSTA E INJUSTA: posse justa é aquela que não é violenta, clandestina ou precárias, art. 1.200 do CC. Posse injusta é aquela adquirida com violência, clandestinidade ou precariedade. A violência, a clandestinidade e a precariedade diz respeito ao modo de aquisição da posse. Será injusta por violência, quando presente o emprego de força ou grave ameaça. Será injusta por clandestinidade, quando efetivada às ocultas sorrateiramente. Será injusta por precariedade, quando houver inversão da causa possessionis, pela recusa daquele que recebeu a coisa em restituí-la. A posse é viciosa sempre em relação à alguém. Assim, aquele que esbulha um imóvel será possuidor injusto em relação à vítima. No entanto, instalado na coisa, esse esbulhador será protegido contra terceiro que tente uma nova invasão. FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: Art. 920 do CC. Informalidade das ações possessórias. Nas ações possessórias a fungibilidade justifica-se pela dificuldade em identificar a espécie de agressão à posse e pela possibilidade de que essa agressão venha alterar-se no curso da demanda. Em suma, é suficiente a descrição da violação possessória. CUMULAÇÃO DAS DEMANDAS: art. 921 do CC. Os pedidos podem ser cumulados sem desnaturar a ação possessória, sem prejuízo do rito especial, sem óbice no que tange a concessão da liminar. Nesse contexto, aplicáveis igualmente os art. 461, 4º (multa coercitiva) e 461, 5º do CPC (auxílio de força policial para inibir novo esbulho). CARÁTER DÚPLICE: Art. 922 do CC. Permitido ao réu formular pedido na contestação.

3 PERGUNTA: A natureza dúplice da Ação Possessória, no rastro do art. 922 do CPC, não tem o condão de afastar, em tese, a possibilidade de reconvenção? STJ, Resp 119775 1. A natureza duplica da Ação Possessória, no rastro do art. 922 do CPC, não tem o condão de afastar, em tese, a possibilidade de reconvenção. Não poderá, entretanto, via reconvenção efetivar pedido de proteção possessória, pois lhe faltará interesse de agir, forte na falta de adequação/utilidade, do réu requerer proteção possessória que não em sede de contestação, como possibilita o art. 922 do CPC. Precedentes: STJ, Resp 119775; TJ/RS, AI nº 70025596313; AI nº 70022022222. Conforme Nelson Nery Jr.: Poder-se-ia argumentar não ser possível a reconvenção nas possessórias, dada a diversidade de procedimentos entre elas e a eventual reconvenção. Isto não se constitui, entretanto, em óbice sério ao nosso alvitre, porque o procedimento especial das ações possessórias ocorre tão-somente pela audiência prévia de justificação e a possibilidade de o juiz conceder ou não a liminar. Após essa fase, intimado o réu da decisão que concede ou nega a liminar, poderá ele oferecer resposta. Como o procedimento, a partir daí, será ordinário (CPC 931), nada obsta que o réu ajuíze a declaratória incidental ou a reconvenção, desde que faça pedido diverso daqueles autorizados pelo CPC 922. Fundamentação: cabível a reconvenção desde que com pedido distinto da proteção possessória e da indenização. DISCUSSÃO DE PROPRIEDADE NA PENDÊNCIA DE POSSESSÓRIA: Art. 923 do CC. O juiz deverá decidir a ação possessória exclusivamente em favor daquele que provar melhor posse, sem qualquer indagação a respeito da propriedade, que deverá ser discutida na via própria. Juízo Possessório não se confunde com o Juízo Petitório. A propriedade pode ser tutelada mediante o exercício do direito de ação, depois de esgotado o juízo possessório. PERGUNTA: Poderá ocorrer discussão acerca do domínio na ação possessória? E exceção de usucapião como matéria de defesa? Quais os efeitos da improcedência da ação possessória forte na exceção de usucapião? Não poderá ocorrer discussão acerca do domínio na ação possessória, forte no art. 923 do CC. Mas é possível a exceção de usucapião como matéria de defesa. Quando aos efeitos, a sentença não dá direito ao registro imobiliário, pois não ocorreram os requisitos do usucapião. A exceção de usucapião faz coisa julgada, impede a ação de usucapião se julgada procedente contra tese de usucapião. Precedentes: STJ, Resp 182.728/SP; TJ/RS Apelação Cível nº 70026969998 e Apelação Cível nº 70024463135; Apelação Cível nº 70019806405; Apelação Cível nº 70021188990; Apelação Cível nº 70020467296. Exceções: Usucapião especial de imóvel urbano: art. 13 da Lei 10.257/2001. Usucapião especial de imóvel rural: art. 7º da Lei 6.969/1981.

AÇÃO DE FORÇA NOVA E AÇÃO DE FORÇA VELHA: Art. 924 do CC. Caso a agressão à posse tenha ocorrido até ano e dia (força nova), o rito será sempre especial, ficando possibilitada a concessão de liminar possessória provado os requisitos do art. 927. Nas ações de força velha, ou seja, passados ano e dia da agressão à posse (esbulho ou turbação), o rito será ordinário, não sendo admitida a concessão de liminar possessória. Entretanto, poderá ser requerida a antecipação de tutela, o que exige, além dos requisitos do art. 927, a comprovação da urgência fumaça do bom direito e perigo da demora. Pode-se utilizar também o art. 461-A do CPC. Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart (Procedimentos Especiais): Por outras palavras, pode-se afirmar que, no sistema atual, a grande diferença entre as ações de força nova e de força velha, em matéria possessória, está nos requisitos a serem demonstrados para a concessão da tutela liminar possessória. Para a ação de força nova, tem-se prova mais simples, já que bastará a demonstração da posse estando o risco de demora presumido pelo legislador para que seja garantida ao requerente a medida liminar. Em se tratando de ação de força velha, porém, será necessário que o requerente demonstre a coexistência dos requisitos do art. 271 do CPC, de modo que deverá demonstrar não apenas a probabilidade de seu direito, mas ainda, a existência do periculum in mora para que lhe seja outorgada a proteção possessória. Os vícios não se convalescem, após o prazo de ano e dia, a posse, sendo o caso, continua a ser injusta. O que fica obstada é a possibilidade de concessão de medida liminar possessória. DATA DA AGRESSÃO X CONHECIMENTO DA AGRESSÃO. Teses: a) Data da agressão: TJ/RS, norma do art. 924 foi criada para proteger o agressor, prazo é para o agressor. b) Conhecimento da Agressão: entendimento doutrinário. Todo prazo visa estabilizar as relações, se não teve ciência não poderia ter agido. Fundamento no art. 1.224 do CC. INTERDITO PROIBITÓRIO: Art. 932 e 933 do CC. O sujeito passivo são os invasores do imóvel. Cabe quando houve justo receio de ser molestado em sua posse Ação preventiva. Tutela preventiva da posse. O justo receio, a probabilidade de agressão deve ser comprovada. Finalidade preventiva, diante de uma ameaça. Não houve ato concreto, mas há justo receio, agressão iminente da posse. 4 1.2 AÇÃO MONITÓRIA Art. 1.102 DO CPC QUESTÃO: Considere que foi proposta uma ação monitória na qual a autora pretende receber do réu a importância de R$ 58.000,00, devidos em face do descumprimento de contrato de prestação de serviços médicos celebrado e firmado entre as partes. Para comprovar o débito, a autora juntou aos autos o referido contrato e diversas notas fiscais. Em sede de embargos, o réu alega, preliminarmente, carência de ação por não cabimento da ação monitória. No mérito, afirma ser devedor apenas da importância de R$ 29.000,00, sustentando não ter a autora apresentado prova do montante cobrado. Diante essa situação hipotética, responda às seguintes perguntas, apresentando as justificativas pertinentes.

5 - É cabível, na espécie, a ação monitória? Sim, com base na prova escrita. - É possível a discussão da liquidez do débito e há oportunidade de o devedor discutir os valores da dívida em sede de ação monitória? Sim, através de Embargos, com cognição ampla (instaura-se o procedimento ordinário com os embargos). Embargos não requerem garantia e instauram comprovação probatória. Diferenças: Ação de execução: 3 dias para pagar. Ação de Cobrança: 15 dias para contestar. Ação Monitória: 15 dias para cumprir mandado ou embargar. Rito especial, mais célere.