SOFTWARE PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM COOPERATIVAS DE RECICLADORES



Documentos relacionados
MANUAL DE UTILIZAÇÃO DO SISTEMA GLPI

UML 2. Guia Prático. Gilleanes T.A. Guedes. Novatec. Obra revisada e ampliada a partir do título Guia de Consulta Rápida UML 2

Engenharia de Software III

Sistema de HelpDesk da SESAU Guia do Usuário

Clique no botão para iniciar o treinamento TAREFAS CONTRAT OS RELACIO NAMENT CONFIGURAÇÕES. A ideia é usar os próprios ícones do CGW.

"PANORAMA DA COLETA SELETIVA DE LIXO NO BRASIL"

PROJETO DE REDUÇÃO DOS RESÍDUOS INFECTANTES NAS UTI S DO HOSPITAL ESTADUAL DE DIADEMA

2 Diagrama de Caso de Uso

TÍTULO: IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CONTROLE PATRIMONIAL (SCP) PARA O CORPO DE BOMBEIRO DE MATO GROSSO DO SUL(MS)

GUIA DE ORIENTAÇÕES ROTEIRO DE CONFIGURAÇÃO DO SOFTWARE CRM PROFESSIONAL ANEXO III ROTEIRO DE CONFIGURAÇÃO - CRM PROFESSIONAL

Projeto de Incentivo à Reciclagem

AUTOR: DAVID DE MIRANDA RODRIGUES CONTATO: CURSO FIC DE PROGRAMADOR WEB VERSÃO: 1.0

Manual do Visualizador NF e KEY BEST

O Oficina Integrada é um sistema completo para o controle e gerenciamento de oficinas mecânicas. É o primeiro e único software que controla o fluxo

Shopping Iguatemi Campinas Reciclagem

FACULDADE DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO. PROJETO FINAL I e II PLANO DE TRABALHO <NOME DO TRABALHO> <Nome do Aluno> <Nome do Orientador>

Manual de Normas e Procedimentos Comercial.

APLICATIVO WEB PARA O SETOR DE EXTENSÃO IFC VIDEIRA

Guia do usuário GLPI. Versão Modificada- Thiago Passamani

Curso sobre a Gestão de resíduos sólidos urbanos

Manual Básico do Usuário. Monitoramento de Iniciativas Estratégicas. Planejamento Estratégico - ANVISA

Palavras-Chaves: estoque, modelagem, requisitos, UML, vendas.

SUMÁRIO Acesso ao sistema... 2 Atendente... 3

Engenharia de Requisitos Estudo de Caso

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Secretaria Nacional de Renda de Cidadania

ATENÇÃO. Apresentação

ANEXO X DIAGNÓSTICO GERAL

MANUAL PARA EMISSÃO DO CERTIFICADO FITOSSANITÁRIO DE ORIGEM CONSOLIDADO (CFOC) ELETRÔNICO

I SISTEMA GERENCIADOR DE REDES COLETORAS DO PROJETO TIETÊ

Histórico da Revisão. Data Versão Descrição Autor

SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO ACADÊMICA

TESTE SELETIVO PARA CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIO Nº 001/2014 DEPARTAMENTO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS MUNICÍPIO DE MARMELEIRO-PR

Manual Geral do OASIS

Gerenciamento de Incidentes

Segurança, Meio Ambiente e Saúde QHSE

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios

Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto

Profa. Gislaine Stachissini. Unidade III GOVERNANÇA DE TI

RESÍDUOS COMO ALTERNATIVA DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO SÓCIO-AMBIENTAL

Roteiro 2 Conceitos Gerais

Despachante Express - Software para o despachante documentalista veicular DESPACHANTE EXPRESS MANUAL DO USUÁRIO VERSÃO 1.1

Manual de Utilização Sistema de Gestão de Campanha Módulo Indústria

Escritório Virtual Administrativo

Análise e Tramitação de Projetos nos Comitês de Ética em Pesquisa

Sistema de Controle de Solicitação de Desenvolvimento

Plano de Gerenciamento do Projeto

Como funciona? SUMÁRIO

Manual do Sistema "Vida Controle de Contatos" Editorial Brazil Informatica

Projeto Disciplinar de Infra-Estrutura de Software ECOFROTA TRIBUNAL THEMIS

TRABALHO DE DIPLOMAÇÃO Regime Modular ORIENTAÇÕES SOBRE O ROTEIRO DO PROJETO FINAL DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES

Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software. Requisitos de Software

SISTEMA DE GESTÃO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

CONTRA CONTROLE DE ACESSOS E MODULARIZADOR DE SISTEMAS

PLANEJAMENTO DE SENSIBILIZAÇÃO DOS POTENCIAIS CATADORES DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DE JETIBA

11º GV - Vereador Floriano Pesaro

Tópicos da Aula. Que é são requisitos? Tipos de Requisitos. Requisitos Funcionais. Classificação de Requisitos. Requisitos de Software.

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

Serviço Público Federal Universidade Federal do Pará - UFPA Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação - CTIC S I E

O modelo unificado de processo. O Rational Unified Process, RUP.

Emissão de Nota Fiscal de Serviço Eletrônica

Excel Planilhas Eletrônicas

Engenharia de Software

Viver Confortável, Morar Sustentável

Ciência da Computação ENGENHARIA DE SOFTWARE. Análise dos Requisitos de Software

GUIA DE CURSO. Tecnologia em Sistemas de Informação. Tecnologia em Desenvolvimento Web. Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Termo de Abertura Sistema de Vendas de Pizzas Online (PizzaWeb) - Versão 1.0

PROJETO DAS FACULDADES MAGSUL 2012

Manual de utilização do sistema OTRS (Atendimento) Cliente Externo

Gestão de Relacionamento com o Cliente CRM

Página: 1. Revisão: 16/12/2008. G:\TI\Negocios\Manuais_WebGuias\WebGuias 1.08.doc

Programação com acesso a BD. Prof.: Clayton Maciel Costa clayton.maciel@ifrn.edu.br

Sistema de Gestão Ambiental. Seis Sigma. Eco Six Sigma

Modelagem de Sistemas Prof. Marcos Roberto e Silva

Manual do Almoxarifado SIGA-ADM

MANUAL DO USUÁRIO SORE Sistema Online de Reservas de Equipamento. Toledo PR. Versão Atualização 26/01/2009 Depto de TI - FASUL Página 1

2. INSTALAÇÃO E CONFIGURAÇÃO

A prefeitura a serviço da Comunidade

Sistema de Concessão de Diárias e Passagens - SCDP. Operacionalização - Solicitação de Viagem

Requisitos de Software. Teresa Maciel DEINFO/UFRPE

e-ouv Passo-a-passo Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal Junho, 2015 Controladoria-Geral da União

Guia de instruções passo a passo para o registro de Projetos de Pesquisa na PRPPG

MANUAL SISTEMA DE GERENCIAMENTO

Ideal Qualificação Profissional

Manual do. Usuário do Redeca. Para o coordenador da entidade

Secretaria Municipal de meio Ambiente

Versão Liberada. Gerpos Sistemas Ltda. Av. Jones dos Santos Neves, nº 160/174

Documento de Análise e Projeto VideoSystem

PROJETO DAS FACULDADES MAGSUL 2013

Aula 03 Teoria Geral dos Sistemas: Dados x Informação x Conhecimento

SISTEMA DE GESTÃO DE MANUTENÇÃO APLICADO NO IFRN CAMPUS MOSSORÓ

Palavras-Chaves: Arquitetura, Modelagem Orientada a Objetos, UML.

Ajuda On-line - Sistema de Portaria. Versão 4.8.J

Manual de Utilização Autorizador

Sistemas de Gestão Ambiental O QUE MUDOU COM A NOVA ISO 14001:2004

Manual de Utilização

PORTAL DE COMPRAS SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

MANUAL DE UTILIZAÇÃO MASTER VENDAS

Ministério da Cultura

Transcrição:

SOFTWARE PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM COOPERATIVAS DE RECICLADORES ANDRÉ FERNANDO ROLLWAGEN Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense andre.rollwa@gmail.com JOSEANE AMARAL Instituto Federal de Educação Ciêncai e Tecnologia Sul-Rio-Grandense joseane.amaral@passofundo.ifsul.edu.br THIAGO BARBIERI DO AMARAL Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense tba.thiago.barbieri.do.amaral@gmail.com LUCIANA LONDERO BRANDLI Universidade de Passo Fundo branli@upf.br

SOFTWARE PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM COOPERATIVAS DE RECICLADORES Resumo A geração de resíduos sólidos cresceu consideravelmente nos último anos, principalmente devido ao crescimento populacional, e o aumento no consumo de produtos industrializados. Este fato contribui na ampliação de problemas sociais, econômicos e ambientais. Os catadores e cooperativas de recicladores são fundamentais no processo de gestão de resíduos sólidos. Pois, auxiliam na diminuição de descartes inadequados e destinação de resíduos aos aterros sanitários. No município de Passo Fundo RS, as cooperativas de recicladores são responsáveis pela classificação e destinação de grande quantidade dos resíduos gerados. Devido à inexistência de um software para gestão de resíduos sólidos em algumas dessas cooperativas, o gerenciamento é efetuado manualmente, por meio de anotações informais, ocasionando tomadas de decisão desarticuladas. Em função disso, este trabalho tem por objetivo apresentar o processo de desenvolvimento e implantação do software para gestão de resíduos sólidos em cooperativas de recicladores deste município, o qual deverá proporcionar uma gestão eficiente, disponibilizando relatórios e índices que auxiliarão no controle de processos administrativos e tomada de decisão. Palavras-chave: Gerenciamento de resíduos sólidos. Associações de recicladores. Sistema de informação gerencial. SOFTWARE FOR MANAGING SOLID WASTE IN RECYCLING COOPERATIVES Abstract The solid waste generation has grown considerably in the last years, mainly due to population growth and increased consumption of processed products. This fact contributes to the expansion of social, economic and environmental problems. Scavengers and recyclers Cooperatives are fundamental in the solid waste management process. Therefore assist in the reduction of discharges and improper disposal of waste to landfills. In Passo Fundo - RS, cooperatives recyclers are responsible for sorting and disposal of large amount of waste generated. Due to the lack of a software for management of solid waste in some of these cooperatives, management is performed manually, through informal notes, resulting in disjointed decision taken. As a result, this paper aims to present the process of development and deployment of software for managing solid recyclers in this municipality, which should provide an efficient waste management cooperatives, providing reports and indices that assist in the control of administrative processes and decision making.. Keywords: Solid waste management. Associations recyclers. Management information system.

1. INTRODUÇÃO A geração de resíduos vem aumentando exponencialmente, isso ocorre devido ao crescimento populacional, hábitos e costumes da população, ampliação da renda familiar, agregados ao crescente consumo de produtos industrializados. Segundo Taguchi (2010), a geração de resíduos sólidos é inerente ao cotidiano da sociedade. A não reciclagem agregada à destinação incorreta de resíduos sólidos pode agravar os impactos ambientais. Isto se dá devido aos costumes da sociedade, políticas, e também a maneira em que os resíduos são gerenciados. Em seu trabalho McDougall (2001), ressalta a complexidade na gestão de resíduos já relatada por Lynn em 1962, quando propôs uma abordagem de sistemas para a gestão de resíduos em que a problemática fosse visualizada em sua totalidade, como um sistema integrado de operações, funções e componentes. Rathi (2006) considera a responsabilidade pela gestão de resíduos de todos os envolvidos no processo, desde os geradores, coletores, transportadores, recicladores até os responsáveis pela deposição final desses resíduos. Os catadores e recicladores de resíduos executam a coleta seletiva em diversos setores e locais da sociedade. Esses resíduos podem ser obtidos na fonte separados do lixo orgânico; junto a parceiros que doam resíduos; catando recicláveis pelas ruas e lixões; e até classificando os recicláveis misturados ao lixo orgânico não separado pelo gerador. Historicamente, os catadores tiram seu sustento da classificação de resíduos tirados do lixo (GONÇALVES, 2013). O autor considera o trabalho dos catadores e recicladores um serviço prestado a população, auxiliando na questão ambiental, diminuindo o consumo de matéria prima devido à reciclagem. Também auxilia a companhia de limpeza urbana, diminuindo a quantidade de resíduos a serem coletados e destinados a disposição final. Nesse sentido, os catadores e as cooperativas de recicladores de resíduos sólidos tem importante papel social, econômico e ambiental. O processo gerencial de resíduos sólidos executado pelas cooperativas tem relação direta com seu êxito, influenciando na permanência de cooperados e desempenho produtivo. Assim, considera-se importante o registro de dados sobre a reciclagem dos resíduos sólidos por meio de um software para os cooperados na tomada de decisões gerenciais. Stair (2011) relata que essas ferramentas podem trazer diversas vantagens como: minimizar a complexidade dos problemas, facilitar o acesso a informações, simplificar o processo de tomada de decisões e resolver de problemas. Portanto, o cruzamento dessas informações possibilita aos recicladores um gerenciamento de alta qualidade sobre os resíduos sólidos. Rollwagen (2013) em sua pesquisa verificou que as cooperativas de recicladores do município de Passo Fundo RS, não utilizavam softwares gerenciais em seus processos administrativos, gerando dificuldades na gestão de resíduos, acarretando acesso a informações incorretas ou desatualizadas. Assim, entende-se como uma necessidade o desenvolvimento de um software para gestão de resíduos sólidos nessas organizações. Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar o processo de desenvolvimento e implantação do software para gestão de resíduos sólidos que será utilizado pelas cooperativas de recicladores do município de Passo Fundo RS. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A quantidade e a diversidade de resíduos sólidos têm aumentado com o crescimento dos municípios, diminuindo a vida útil dos aterros sanitários, indicando a necessidade de uma gestão sustentável nessa área. Segundo Taguchi (2010), um material torna-se resíduo quando seu gerador considera seu valor insuficiente para conservá-lo.

Resíduos sólidos são definidos pela ABNT (2004, p. 1) Como: [...] Aqueles que no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Portanto, com base na norma, os resíduos sólidos podem ser considerados subprodutos oriundos da atividade humana, de consumo e industrial. Taguchi (2010) enfatiza a necessidade dos gestores públicos preocuparem-se com a problemática da geração de resíduos sólidos, pois atingem o meio ambiente, a economia e a sociedade. Nessas áreas, podem surgir problemas relacionados à qualidade da água e do solo por contaminação de materiais pesados, propagação de animais vetores de doenças, e os altos custos nos processos de coleta, transporte, transbordo, tratamento e na disposição final dos resíduos sólidos. Com base nesses fatos, pode-se relatar a importância da diminuição da disposição de resíduos no solo, o reaproveitamento e a redução dos resíduos. Isso pode ser alcançado pela coleta seletiva e a reciclagem, fatores que auxiliam diretamente na sustentabilidade do município, proteção ambiental e na saúde da população (BESEN, 2011). Segundo Abrelpe (2013) os países desenvolvidos tem valorizado a reciclagem como componente de seus sistemas de gestão de resíduos e recursos, com grandes investimentos em táticas de comunicação e em infraestrutura física buscando ampliação dos percentuais de reciclagem. Isto está diretamente relacionado ao elevado custo do aterro, incineração ou outras formas de tratamentos dos resíduos. Entretanto, países em desenvolvimento têm um setor informal ativo e microempresas de reciclagem, reparo e reuso de recicláveis, evidenciando ações fundamentais economicamente na melhoria de suas taxas. Neste contexto, as cooperativas de recicladores tem papel relevante, pois, auxiliam na diminuição de descartes inadequados e resíduos destinados aos aterros, redução do custo de fornecimento de matérias-primas para indústria e na extração de novos recursos naturais, e na diminuição da proliferação de vetores de doenças (SANTOS, 2012). Segundo Aquino et al. (2009), as cooperativas de recicladores normalmente são constituídas por trabalhadores vindos de classes sociais menos privilegiadas, com vulnerabilidade social, que com o apoio do poder público e órgãos da sociedade, coletam, classificam, acondicionam os resíduos e encaminham a reciclagem. Em alguns casos as cooperativas de recicladores apresentam deficiências no seu processo administrativo, necessitando auxílio externo. No município de Passo Fundo RS o Projeto Transformação presta assessoria às cooperativas em áreas de organização interna, produtividade, autogestão, relação com a sociedade e o poder público. Também apoia os recicladores em suas atividades de coleta, seleção e comercialização de materiais recicláveis (TRANSFORMAÇÃO, 2014). Para uma gestão mais eficiente, com base em Stair (2011), a utilização de um software pode trazer vantagens como melhora no acesso às informações e qualidade da decisão, auxiliando na busca dos objetivos de forma eficiente. Assim, as cooperativas de recicladores por meio do uso de um software podem melhorar seu processo de gestão de resíduos sólidos.

3. METODOLOGIA Para a concepção metodológica do software para gestão de resíduos sólidos nas cooperativas de recicladores do município de Passo Fundo RS, partiu-se da necessidade de um estudo bibliográfico sobre o tema resíduos sólidos para identificar os aspectos essenciais de uma ferramenta computacional nessa área. O trabalho está sendo desenvolvido em cinco etapas, iniciando pela averiguação da forma de gestão de resíduos exercida pelas cooperativas. A segunda etapa constituiu-se do levantamento de requisitos, seguindo com a análise e projeto do software, após foi desenvolvido o software em questão, e na última etapa, em andamento, o produto está sendo implantado nas cooperativas de recicladores deste município. O desenvolvimento metodológico deste trabalho é exposto na figura 1. Figura 1 Estrutura metodológica do trabalho Averiguação da forma de gestão de resíduos nas cooperativas de recicladores Projeto Transformação Cooperativas de Recicladores Levantamento de requisitos Técnicas de levantamento de requisitos Documento de especificação de requisitos Análise e projeto do software Diagramas de casos de uso Diagramas de classes Desenvolvimento do software Linguagem PHP MySQL Implantação do software nas cooperativas Na primeira etapa estabelecida pela averiguação da forma de gestão de resíduos nas cooperativas de recicladores, identificarem-se os responsáveis pelo processo administrativo das cooperativas e a estrutura de gestão de resíduos. Também se constatou a inexistência de softwares para a gestão de resíduos sólidos. Este procedimento se desencadeou por meio de entrevistas, em um primeiro momento com o coordenador do projeto Transformação e posteriormente com os responsáveis pelas cooperativas, sendo complementado por pesquisa bibliográfica. Em função disso, foram identificados os requisitos fundamentais para o desenvolvimento do software. No levantamento de requisitos, realizado na segunda etapa, foram utilizadas as informações obtidas na fase de averiguação como auxílio na identificação dos requisitos. Seguindo com entrevistas com os responsáveis pelo projeto Transformação e cooperativas de recicladores, análise de documentos e planilhas eletrônicas. Nesse processo foram analisadas planilhas eletrônicas e relatórios utilizados para controle de vendas de recicláveis, gastos e despesas das cooperativas, e divisão de lucro entre os cooperados, horas trabalhas individualmente, e fundo de reserva. Para melhor entendimento dos requisitos, foram realizadas visitas às cooperativas de recicladores, momento em que se aplicou a técnica de levantamento de requisitos role

playing 1 (LEFFINGWELL & WIDRIG, 2000), também denominada como etnografia (SOMMERVILLE, 2011), fundamental quando o usuário não consegue identificar ou transmitir as informações necessárias para a identificação dos requisitos. A análise e projeto do software constituído na terceira etapa tem seu arcabouço fundamentado nos dados obtidos na fase de levantamento de requisitos. Conforme Bezerra (2007), a análise requer um estudo minucioso dos requisitos, que serão utilizados na arquitetura dos modelos funcionais para conceber a ferramenta a ser desenvolvida. Segundo Wazlawick (2004), a análise deve apresentar as funcionalidades do software, concentrando-se no domínio do problema, que correspondem a um conjunto de características que deverão estar presentes na ferramenta. Neste processo sempre que possível, deve-se ignorar a existência de um mundo computacional. O projeto é considerado por Bezerra (2007) como um complemento da análise, tendo o foco no domínio da solução computacional. Portanto, de acordo com a tecnologia disponível, determina-se como o sistema será executado para atender aos requisitos. Para modelagem do software, na etapa de análise e projeto, utilizaram-se os diagrama de casos de uso e o diagrama de classes, da Linguagem de Modelagem Unificada (Unified Modeling Language - UML) (BEZERRA, 2007). A quarta etapa instituiu-se pelo desenvolvimento do software, processo em que utilizou a linguagem de programação PHP (Hypertext Preprocessor). Optou-se por esta linguagem por ser open source, 2 e pela facilidade de desenvolvimento de páginas web dinâmicas utilizando códigos PHP com HTML (Hyper Text Markup Language) (SOARES, 2011). As informações executadas pelo software são depositadas em um banco de dados. Segundo Damas (p. 16, 2007) um banco de dados é uma coleção de dados estruturados, organizados e armazenados de forma persistente. Também podendo ser conceituado como uma coleção de dados relacionados (ELMASRI & NAVATHE (p.3, 2011). No processo de definição, construção e manipulação do banco de dados optou-se pelo sistema de gerenciamento de banco de dados MySQL, que utiliza a linguagem de consulta estruturada SQL (Structured Query Language) (MANZANO, 2007). A última etapa do trabalho é estabelecida pela implantação do software nas cooperativas de recicladores de Passo Fundo RS. Os responsáveis pelas cooperativas e o coordenador do projeto Transformação participam ativamente do processo, recebendo treinamento e acompanhamento. 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 Gestão de Resíduos nas Cooperativas de Recicladores de Passo Fundo No procedimento de averiguação da forma de gestão de resíduos nas cooperativas de recicladores, identificaram-se os responsáveis por essa tarefa, constatando-se o assessoramento pelo projeto Transformação às cooperativas. Cada cooperativa tem um presidente e um responsável pela contabilidade e registro dos dados administrativos - quando não estão desempenhando essas funções, trabalham na reciclagem com os demais cooperados. As tarefas gerenciais são executadas por demanda, como: o registro das horas trabalhadas é anotado diariamente; vale e divisão dos lucros na primeira quinzena e no final do mês 1 Técnica de observar o usuário na execução de seu trabalho diário. Em casos em que a simples observação não consegue sanar as dúvidas referentes aos requisitos, o engenheiro de software pode executar o trabalho do cliente, passando a ser o usuário do sistema para facilitar a identificação das suas dificuldades e necessidades na realização de determinada tarefa. 2 O programa deve incluir seu código fonte e deve permitir a sua distribuição também na forma compilada. Se o programa não for distribuído com seu código fonte, deve haver algum meio de se obter o mesmo seja via rede ou com custo apenas de reprodução. O código deve ser legível e inteligível por qualquer programador (OPEN SOURCE, 2014).

respectivamente; venda dos resíduos selecionados para reciclagem ao completar volume mínimo para transporte. Esse detalhamento é anotado em folhas de caderno nas sedes das cooperativas, e repassado ao projeto Transformação para acompanhamento e auxilio contábil e gerencial. Nessa ocasião os dados são registrados em planilhas eletrônicas. Ao analisar o processo administrativo das cooperativas, evidenciou-se a necessidade do desenvolvimento do software para gerenciá-las. 4.2 Requisitos do Software para Gestão de Resíduos Os dados obtidos na fase anterior serviram como base para o levantamento de requisitos. Esta etapa resultou em um documento de especificação de requisitos 3, onde estão elencados os requisitos primordiais para o desenvolvimento do software. Nesse processo obtém-se uma visão geral do sistema, destacando a finalidade do software em auxiliar as cooperativas em suas ações administrativas e na gestão de resíduos recicláveis. Suas funcionalidades estão organizadas em cadastros, registros e relatórios. Na opção Cadastro, são permitidos: cadastro da cooperativa, recicladores cooperados; materiais recicláveis; comprador dos resíduos e despesas das cooperativas. No menu Registros são armazenados dados das horas trabalhadas pelos recicladores, vendas de resíduos, despesas das cooperativas, divisão de lucro e fundo de reservas. Em relação a essas informações podem ser gerados relatórios por meio do menu Relatórios, que também permite consultas e listagem de relatórios sobre os cadastros da cooperativa, recicladores, materiais recicláveis, compradores e despesas. As especificações obtidas na fase de levantamento de requisitos estão expostas no quadro 1. Quadro 1. Documento de Especificação de requisitos Requisitos Funcionais Cadastrar cooperativa: id, descrição, razão social, endereço, município, cep, responsável, telefone, observação; Cadastrar reciclador: id, nome, idade, rg, órgão expedidor, sexo, escolaridade, data de ingresso no projeto, município, uf, cep, telefone, renda familiar, tipo de moradia, número de pessoas na residência, bolsa na família, observação. Cadastrar materiais recicláveis: id, descrição do tipo, observação. Cadastrar comprador de resíduos: Informações: id, cnpj, endereço, cidade, uf, cep, telefone, obs. Cadastrar despesas: id, descrição, obs. Registrar horas trabalhadas: id, data, horas trabalhadas. Registrar vendas: id, data, valor total da venda, comprador, item reciclável, peso, preço por kg, valor total do item. Registrar despesas: id, despesa, data do vencimento, valor. Gerar divisão de lucros: id do cooperado, data, número de horas trabalhadas, inss, vale, liquido do reciclador. Registrar fundo de reservas: id, data de lançamento, saldo anterior, crédito, débito, total disponível. Relatórios de cadastros: Informações necessárias para a geração: Cooperativa: id inicial e final (intervalo de id). Recicladores: id inicial e final. Materiais recicláveis: id inicial e final. Compradores: id inicial e final, município. Despesas: id inicial e final. 3 O documento de especificação de requisitos está dividido em requisitos funcionais, que determinam as funcionalidades que o software deve ter na visão do usuário (GUEDES, 2011), e requisitos não funcionais que são as consistências, validações e restrições executadas sobre essas funcionalidades (BEZERRA, 2007).

Gerar relatório sobre os registros: Informações necessárias para a geração: Horas trabalhadas: id do cooperado inicial e final, data inicial e final (intervalo do período de horas lançadas). Vendas: id inicial e final, data inicial e final, comprador inicial e final. Despesas: id inicial e final, despesa inicial e final, data do vencimento inicial e final. Divisão de lucros: data inicial e final. Fundo de reservas: id inicial e final, data de lançamento inicial e final. Requisitos Não Funcionais Descrição Restrição Categoria Controle de acesso Operador da ferramenta deve estar cadastrado e ter permissão de acesso. Segurança Compatibilidade A ferramenta deve ser compatível com os navegadores Mozilla Firefox, Google Chrome, Internet Explorer. Portabilidade Facilidade uso A ferramenta deve ser de fácil operação, sendo necessário apenas conhecimentos básicos de informática. Usabilidade Backup Backup de dados deve estar disponível e de fácil manuseio. Confiabilidade Os requisitos funcionais e não funcionais relativos à ferramenta desenvolvida, foram apresentados no documento de especificação de requisitos exibido no quadro 1. 4.3 Análise e Projeto do Software Nesta etapa são apresentados os modelos funcionais do software, tendo por base a fase de levantamento de requisitos. Neste processo são delineados os diagramas de casos de uso e os diagramas de classe. Segundo Guedes (2011, p. 52) o diagrama de casos de uso é conceituado como um diagrama que: [...] procura, por meio de uma linguagem simples, possibilitar a compreensão do comportamento externo do sistema (em termos de funcionalidades oferecidas por ele) por qualquer pessoa, tentando apresentar o sistema por intermédio de uma perspectiva do usuário. Com base no conceito do autor, esses diagramas apresentam as funcionalidades do software em uma visão do usuário. O diagrama de casos de uso envolvendo os cadastros é exibido na figura 2. O ator Operador cooperado tem sob sua responsabilidade cadastrar a cooperativa, recicladores, materiais recicláveis, comprador de resíduos e despesas das cooperativas, também podendo consultar dados e listar relatórios sobre os dados cadastrais. Figura 2 Diagrama de Casos de Uso - Cadastros

A função de cadastrar o operador do sistema é do Coordenador do Projeto Transformação, que conforme a figura 2, também está habilitado a cadastrar cooperativas e recicladores, consultar e gerar relatórios relacionados aos cadastros. A figura 3 exibe o diagrama de casos de uso relacionado aos registros de horas trabalhadas pelos recicladores, vendas de produtos recicláveis, lançamento de despesas, divisão de lucros, e fundo de reservas. Essas atribuições em conjunto com as consultas e emissão de relatórios dos respectivos lançamentos são executadas pelo Operador cooperado. Figura 3 Diagrama de casos de uso - Registros Conforme a figura 3, percebe-se que o ator Coordenador do Projeto Transformação também tem acesso aos relatórios sobre os registros. Isso ocorre devido a sua função de assessoria as cooperativas de recicladores. O diagrama de classes também é delineado nessa etapa, detalhando estaticamente a estrutura organizacional das classes existentes no sistema, com seus atributos e métodos. As classes pertencentes ao software para gestão de resíduos sólidos nas cooperativas de recicladores são expostas no diagrama de classes da figura 4, com seus relacionamentos e as respectivas multiplicidades 4. A classe cooperativa mantém informações sobre a cooperativa de recicladores, relacionando-se com a classe reciclador, que por meio de seus atributos registra informações pessoais dos cooperados como nome, endereço, rg, data de nascimento, data associação na cooperativa, entre outros. A classe reciclador está ligada a classe horastrabalhadas, desta forma obtém o tempo de trabalho por reciclador em determinado período para divisão de lucros. As despesas da cooperativa são registradas na classe registrodespesas, que busca dados sobre as mesmas na classe despesas. As vendas efetuadas pela cooperativa são armazenadas na classe vendas que registra os resíduos recicláveis correspondentes a cada venda na classe itensvenda, a qual busca informações referentes aos resíduos na classe materiaisrecicláveis. Vendas também se relaciona com a classe comprador cadastra os compradores de resíduos. 4 Multiplicidades são informações dos limites mínimo e máximo do número de objetos aos quais outro objeto pode estar relacionado (BEZERRA, 2007, p. 114).

Dados armazenados nas classes vendas, registrodespesas e reciclador são necessários no processo de divisão dos lucros pelos cooperados, que tem seus resultados armazenados nas classes divisaolucros e detalhedivisao. A classe fundoreservas registra valores guardados para possíveis imprevistos pelas cooperativas, como conserto de equipamentos, aquisição de ferramentas e equipamentos de proteção individual. O fundo de reservas recebe um valor igual ao salário do reciclador que teve maior rendimento. Figura 4 - Diagrama de classes Gestão de resíduos sólidos nas cooperativas de recicladores Conforme figura 4, os métodos das classes correspondentes ao processo de gerenciamento da cooperativa e gestão de resíduos possibilitam cadastro, alteração, exclusão, registro, estorno, consulta de dados e emissão de relatórios sobre os dados existentes. 4.4. Software para Gestão de Resíduos Sólidos em Cooperativas de Recicladores O software apresenta as funcionalidades obtidas nas fases iniciais, necessárias ao processo gerencial das cooperativas de recicladores. Nesta etapa são apresentadas algumas telas do software envolvendo cadastros, registros e relatórios. Para cadastrar cooperativas de recicladores (figura 5), devem ser preenchidos os atributos descrição - equivalente ao nome fantasia, razão social, endereço, município, cep, responsável pela cooperativa e observação. Para uma cooperativa já cadastrada há a possibilidade de alteração e consulta de dados, permitindo também exclusão, caso não existam associados ligados a ela.

Figura 5 Cadastro de cooperativas de recicladores O cadastro de materiais recicláveis é exibido na figura 6, em que o atributo tipo corresponde ao material classificado a ser reciclado, por exemplo, vidro, alumínio, ferro, plástico, orgânico, etc. Na observação podem ser inseridas informações complementares sobre o material. Figura 6 Cadastro de materiais recicláveis Os dados sobre os materiais recicláveis, conforme figura 6, podem ser alterados, excluídos e consultados. Nesta tela de cadastro há opção para cancelar a alteração ou inclusão antes que o processo seja finalizado, e também a possibilidade de voltar ao menu principal. Essas alternativas são padronizadas no software, e ainda apresentam outras funcionalidades como nos módulos envolvendo vendas, divisão de lucros e registro de despesas que permitem estorno de informações. As vendas dos produtos recicláveis são registradas no momento em que os resíduos classificados são destinados à reciclagem. A ação é iniciada com a identificação da cooperativa responsável pela classificação dos resíduos, data de envio do material para a reciclagem, destinatário - corresponde ao comprador do material reciclável, e o valor total dos resíduos, preenchido automaticamente pelo software no momento em que o registro dos itens da reciclagem for finalizado. No registro dos itens da reciclagem que compõe o registro de vendas; devem ser informados o material destinado à reciclagem, peso, valor por quilograma. O valor total do item é calculado automaticamente pelo software multiplicando o peso do material pelo valor do quilograma. A soma dos valores totais dos itens vai resultar no valor total da venda dos produtos recicláveis. O formulário para registro de venda de materiais recicláveis é apresentado na figura 7.

Figura 7 Registro de vendas de materiais recicláveis Dados sobre a venda de materiais recicláveis podem ser consultados, porém, não são permitidas alterações nem exclusões de registros após efetivação das vendas; o software possibilita apenas estorno de registros. O formulário para emissão de relatórios sobre as vendas de materiais recicláveis (figura 8) permite aplicação de filtros nos atributos cooperativa; data em que foi enviado vendido o material para reciclagem intervalo de datas; e comprador dos produtos recicláveis. Figura 8 Formulário para relatórios de vendas de materiais recicláveis Utilizando o formulário para emissão de relatórios de vendas de materiais recicláveis, exposto na figura 8, obtém-se o relatório de vendas de materiais recicláveis, apresentado na figura 9, responsável pela visualização de dados sobre cooperativas responsáveis pela reciclagem, descrição do material classificado, data da venda do material reciclável, comprador identificado como destinatário, peso em quilograma, e o valor total de cada material.

Figura 9 Relatórios de vendas de materiais recicláveis Conforme a figura 9, o campo valor total corresponde ao valor total de cada material destinado à reciclagem. Na última linha do relatório é listada a soma de todos os valores dos materiais recicláveis. Este somatório é executado independentemente do tipo de filtro aplicado na geração do relatório. 4.5 Implantação do Software nas cooperativas A etapa final do trabalho é constituída pela implantação do software nas cooperativas de recicladores de Passo Fundo RS. Nesta fase, que está em andamento, o software para gestão de resíduos sólidos em cooperativas de recicladores está sendo instalado nos computadores das cooperativas e também na sede do projeto Transformação. Os usuários do software e os responsáveis pelas cooperativas recebem treinamento e acompanhamento posterior a implantação. O coordenado do projeto Transformação participa de todo processo de implantação do software junto as cooperativa, prestando assessoria administrativa aos cooperados. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo expôs o processo de desenvolvimento e implantação do software para gestão de resíduos sólidos em cooperativas de recicladores do município de Passo Fundo RS. Na identificação dos métodos gerenciais executados pelas cooperativas recicladores, averiguou-se a inexistência de softwares para gestão de resíduos sólidos junto às cooperativas. Em suas sedes os dados são registrados manualmente, e posteriormente são transferidos para planilhas eletrônicas junto ao projeto Transformação. Neste processo, percebeu-se a carência de dados administrativos gerando deficiências gerenciais aos cooperados. A fase de levantamento de requisitos foi alcançada satisfatoriamente. Inicialmente encontraram-se algumas dificuldades relacionadas a pouca documentação sobre a gestão de resíduos nas cooperativas e a dificuldade de detalhar sua forma de gestão. Problema solucionado com a utilização de técnicas de levantamento de requisitos. A análise e projeto do software proveram em modelos funcionais da UML, resultantes do levantamento de requisitos. O software para gestão de resíduos sólidos foi desenvolvido utilizando a linguagem de programação PHP, e o banco de dados foi criado com o sistema de gerenciamento de banco de dados relacional MySQL. Entre as funcionalidades do software estão os cadastros, registros, consultas e emissão de relatórios sobre o processo gerencial das cooperativas de

recicladores. Portanto conclui-se que este modelo está coerente com o documento de especificação de requisitos e os modelos funcionais da UML. A implantação do software nas cooperativas está coerente com o cronograma. O primeiro passo nesta etapa foi a instalação do software na sede do projeto transformação e nas cooperativas, e a demonstração do mesmo. Percebeu-se a satisfação e o interesse dos cooperados em relação a utilização do software auxiliando no processo gerencial de resíduos nessas cooperativas. 4. REFERÊNCIAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos Classificação. Rio de Janeiro: 2004. ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Resíduos Sólidos: Manual de boas práticas no planejamento. 2013. 108 p. AQUINO, I.; CASTILHO JR., A.; PIRES, T. A organização em rede dos catadores de materiais recicláveis na cadeia produtiva reversa de pós-consumo da região da grande Florianópolis: uma alternativa de agregação de valor. Gestão & Produção, v.16, n.1, p.15-24, 2009. BESEN, G. R. Coleta seletiva com inclusão de catadores: construção participativa de indicadores e índices de sustentabilidade. 2011. 275 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2011. BEZERRA, E. Princípios de análise e projeto de sistemas com UML. 2ª ed. Rio de janeiro: Campus/Elsevier, 2007. DAMAS, L. SQL Structured query language, 6ª ed. Rio de Janeiro : LTC, 2007. ELMASRI, R.; NAVATHE, S. B. Sistema de Banco de Dados. 6ª ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2011. GONÇALVES, P. Catadores de materiais recicláveis. 2013. Disponível em: <http://www.lixo.com.br>. Acesso em 17 jun. 2013. GUEDES, G. T. A. UML 2: uma abordagem prática. 2ª ed. São Paulo: Novatec editora, 2011. LEFFINGWELL, D.; WIDRIG, D. Managing software requirements: A unified Approach. Addison-Wesley, 2000. MANZANO, J. A. N. G. MySQL 5.0, interativo: guia básico de orientação e desenvolvimento. 1ª ed. São Paulo : Érica, 2007. McDOUGALL, F. R.; WHITE, P. R.; FRANKE, M.; HINDLE, P. Integrated solid waste management: a life cycle inventory. 2ª ed. Malden: Backwell Science, 2001. OPEN SOURCE. Open Source Initiative. The open source definition. Disponível em: http://opensource.org/osd. Acesso em 23 abr. 2014.

RATHI, S. Alternative approaches for better municipal solid waste management in Mumbai, India. ScienceDirect. v. 26, n 10, p. 1192 1200, 2006. ROLLWAGEN, A. F. Protótipo de um sistema de informação para gestão pública integrada de Resíduos Sólidos Urbanos. 2013. 118 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental). Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo. 2013. SANTOS, J. A logística reversa como ferramenta para a sustentabilidade: um estudo sobre a importância das cooperativas de reciclagem na gestão dos resíduos sólidos urbanos. REUNA, v.17, n.2, p.81-96, 2012. SOARES, W. PHP5: Conceitos, Programação e Integração com Banco de Dados. 6ª ed. Ver., atual. São Paulo: Érica, 2011. SOMMERVILLE, I. Engenharia de Software. 9º ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de Sistemas de Informações. 9º ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. TAGUCHI, R. L. Gestão integrada de resíduos sólidos urbanos domiciliares com uso do Balanced Scorecard. 2010. 178 f. Dissertação (Mestrado em Ciências). Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2010; TRANSFORMAÇÃO. Projeto TransformAção Cuidar da vida, cuidar da natureza, cuidar das pessoas. Disponível em: < http://transformacaopassofundo.blogspot.com.br>. Acesso em 02 mai. 2014. WAZLAWICK, R. S. Análise e Projeto de Sistemas de Informação Orientados a Objetos. 3ª reimp, Rio de Janeiro, Elsevier, 2004.