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Transcrição:

Revisão AV2 7. Propriedade Industrial Bens imateriais protegidos pelo direito industrial: patente de invenção, patente de modelo de utilidade, registro de desenho industrial e registro de marca. Tanto a patente quanto o registro podem ser comercializados/transmitidos. O registro e a patente só podem ser utilizados por terceiros mediante autorização expressa do proprietário. Tanto o registro quanto a patente devem ser solicitados ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). 7.1. Patente Diz respeito à invenção (ato original do gênio humano) e ao modelo de utilidade (objeto de uso prático suscetível de aplicação industrial). No modelo de utilidade, há um acréscimo na utilidade de alguma ferramenta, instrumento de trabalho ou utensílio, pela ação da novidade parcial que lhe agrega. Sujeitam-se aos seguintes requisitos: a) Novidade: é necessário que a criação seja desconhecida pela comunidade científica, técnica ou industrial; b) Atividade inventiva: deve haver um real progresso. c) Aplicação industrial: somente a invenção ou modelo suscetível de aproveitamento industrial pode ser patenteado. d) Não-impedimento: não pode haver afronta à moral, aos bons costumes, à segurança, à ordem e à saúde públicas; substancias decorrentes de transformação do núcleo atômico; seres vivos, exceto os dotados de características não alcançáveis pela espécie em condições naturais (transgênicos).

Prazos de duração: a) Invenção: 20 anos; b) Modelo de utilidade: 15 anos. Como o prazo é contado da data do pedido, assegura-se um período mínimo de 10 (patente) e 7 (Modelo de utilidade) anos, a partir da data da concessão. Não se pode prorrogar o prazo de duração. Licença compulsória: sempre que o titular da patente exercer seu direito sem atender regular e convenientemente o mercado. Nesse caso, outro empresário poderá explorar tal patente. Da mesma forma se o titular da patente não a explorar decorridos 3 anos de sua concessão. Caso o licenciado também não explore satisfatoriamente a patente, em 2 anos, ocorre a caducidade da patente, caindo em domínio público. Perda da patente: a) Renúncia aos direitos; b) Não pagamento da taxa do INPI; c) Falta de representantes no Brasil, quando o titular é domiciliado no exterior. 7.2. Registro Industrial - Engloba o desenho industrial e a marca - Desenho Industrial: diz respeito à forma dos objetos, e destina-se tanto para conferir-lhe um ornamento harmonioso como para diferenciá-lo de outros do mesmo gênero. Possui prazo de duração de 10 anos, contado da data do depósito, podendo ser prorrogado por até três períodos sucessivos de 5 anos cada. - Requisitos:

a) Novidade: deve ser novo, gerando um resultado visual inédito, desconhecido dos técnicos do setor. Diz respeito ao aspecto técnico; b) Originalidade: deve apresentar configuração própria, não existente em outros objetos. Diz respeito ao aspecto estético; c) Desimpedimento: não se pode registrar desenhos contrários à moral, aos bons costumes, ofensivo à honra ou imagem de pessoas ou atentatórios à liberdade de consciência; formas comuns, vulgares ou necessárias. - Marca: É o signo que identifica produtos e serviços, como, por ex., Coca-Cola, Insinuante, Bradesco etc. - Não se confunde com o nome empresarial e com o título do estabelecimento. - Requisitos: a) Novidade relativa (novidade em relação aos produtos industrializados ou comercializados, ou de serviços prestados); b) Não-colidência com marca notória (marcas notoriamente conhecidas, ainda que não registradas no INPI); c) Não-impedimento (armas oficiais do Estado, nome civil de outrem sem a devida autorização -, etc). - Marca de alto renome: impede sua utilização em qualquer outro ramo. - Prazo de duração: 10 anos, a partir da sua concessão. Prorrogável por períodos iguais e sucessivos, desde que feito no último ano da vigência do registro. - Caducidade: a) exploração econômica não iniciada, no Brasil, em 5 anos, a partir da sua concessão;

b) interrupção da exploração, por 5 anos consecutivos; c) alteração substancial da marca. - Marca de certificação: atesta que determinado produto ou serviço atende a certas normas de qualidade, fixadas por organismos oficiais ou particulares. Ex.: selo da Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT), Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC). - Marca coletiva: informa que o fornecedor do produto ou serviço é filiado a uma entidade, geralmente a associação dos produtores ou importadores do setor. Ex.: Brazil Speciality Coffe Association, COTRIGUAÇU Cooperativa Central, Cooperativa Agropecuária Boa Esperança (CAPEBE). 8. O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR - Aplica-se o CDC sempre que houver relação de consumo. - Fornecedor: pessoa que desenvolve atividade de fornecimento de bens ou serviços ao mercado. Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 1 Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 2 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (CDC) - Consumidor: aquele que adquire ou utiliza bens ou serviços como destinatário final

Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. (CDC) - Nesse sentido, pode-se falar em 2 tipos de contratos: 1º) Contrato de Consumo (regido pelo CDC); 2º) Contrato Cível (Regido pelo Código Civil). 8.1. Qualidade dos produtos ou serviços: 3 tipos de problemas: a) Fornecimento perigoso: quando da utilização do serviço ou do produto decorre dano, oriundo da insuficiência ou inadequação das informações prestadas pelo fornecedor sobre os riscos a que se expõe o consumidor. b) Fornecimento defeituoso: quando o produto ou serviço oferece risco à saúde/integridade física do consumidor; c) Fornecimento viciado: defeito no produto ou serviço, sem que decorra risco à saúde/segurança do consumidor. Obs.: existem 3 saídas para solucionar o fornecimento viciado, a saber: 1ª) Desfazimento do negócio, com a devolução dos valores já pagos; 2ª) Redução proporcional do preço; 3ª) Reparo ou substituição do produto. 8.2. Responsabilidade

- Objetiva (subjetiva apenas para os profissionais liberais). - O empresário será responsável se der causa ao acidente de consumo, ou se o fabricante, o produtor, o construtor ou o importador não puderem ser identificados. 9. MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE Regidas pela Lei Complementar nº 123/2006. O Poder Público deve conceder tratamento diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte, no sentido de simplificar o atendimento às obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias. Microempresa: receita bruta anual de até R$ 360.000,00. Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual de R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00. Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). (LC 123/06) 10. EIRELI - O empresário individual responde pessoalmente pelas dívidas assumidas. Por essa razão, muitos preferem constituir sociedades limitadas de fachada, a fim de limitar a responsabilidade ao capital subscrito.

- Com a Lei 12.441/11, deixa de existir o inconveniente de se criar sociedade limitada para tal fim. - EIRELE corresponde a pessoa jurídica unipessoal (portanto não se trata de sociedade), com responsabilidade limitada ao seu capital social (que não pode ser inferior a 100X o maior salário mínimo vigente). - Uma pessoa física não pode possuir mais de uma EIRELE. - Não pode ser constituída por pessoa jurídica. - Seu registro deve ser feito na Junta Comercial. 11. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE CONTRATUAL - Espécies: a) Total; b) Parcial (resolução da sociedade em relação a um sócio). Todas as duas hipóteses podem ocorrer de forma judicial ou extrajudicial. 11.1. Causas de dissolução total: a) Vontade dos sócios; b) Término do prazo de duração; c) Falência; d) Exaurimento do objeto social; e) Unipessoalidade por mais de 180 dias; f) Causas contratuais. - Documento do distrato: de acordo com o artigo 57, da Lei 8.884/94, o instrumento do distrato, ou a ata da assembléia ou da reunião, deverá descrever as importâncias repartidas entre os sócios, a(s)

pessoa(s) responsável(is) pelo ativo e passivo social remanescente, assim como descrever as razões da dissolução. 11.2. Causas de dissolução parcial: a) Vontade dos sócios; b) Morte de sócio; c) Retirada de sócio; d) Exclusão de sócio; e) Falência de sócio; f) Liquidação da quota a pedido de credor do sócio. 11.3. Liquidação e apuração de haveres: a) Dissolução total: liquidação e partilha; b) Dissolução parcial: apuração de haveres e reembolso. 11.4. Dissolução de fato: - Conhecida como golpe na praça, ocorre quando os sócios deixam de realizar a dissolução total nos termos previsto em lei. - Implica na responsabilização ilimitada dos sócios. 12. TÍTULOS DE CRÉDITO Os títulos de crédito são documentos que representam obrigações a serem pagas em dinheiro. Proporciona facilidade na circulação do crédito, bem como na exigência do valor. 12.1. Princípios: a) Cartularidade: para poder exigir o cumprimento do título de crédito, o credor deve possuir o documento propriamente dito (cártula);

b) Literalidade: só se leva em consideração o crédito descrito o na cártula; c) Autonomia: as obrigações representadas por um mesmo título de crédito são independentes entre si. 12.2. Letra de Câmbio - Trata-se de ordem de pagamento, com três pontos distintos: a) Sacador: fornece a ordem de pagamento; b) Sacado: aquele para quem a ordem é dirigida; c) Tomador: trata-se do credor, beneficiário da ordem de pagamento. O ato de criação da letra de câmbio é chamado de saque. Uma vez feito o saque, o tomador está autorizado a procurar o sacador, para que este lhe pago o valor indicado. Caso o sacado não pague, pode o tomador cobrar do sacador. Uma mesma pessoa pode ser o sacador e o tomador. Da mesma forma, pode ser o sacador e o sacado. - Requisitos: a) Deve conter a expressão letra de câmbio no título do documento, na mesma língua empregada no título; b) Mandato puro e simples, sem qualquer condição específica, para o pagamento indicado; c) Nome do sacado e sua qualificação; d) Lugar do pagamento; e) Nome do tomador (não pode ser simplesmente ao portador );

f) Local e data de saque; g) Assinatura do sacador; h) O valor a ser pago. Caso o título não possua data de vencimento, será considerado como pagamento à vista. - Aceite: o sacado somente fica obrigado após dar seu aceite. Logo, sem aceite, o sacado não fica obrigado ao pagamento. O aceite é realizado mediante assinatura no anverso do título, ou no verso através da expressão aceito ou outra semelhante. O aceitante consiste no devedor principal. O sacador, subsidiariamente, deverá pagar em caso de recusa do aceitante. Em caso de recusa do aceite, o tomador poderá cobrar o valor imediatamente do sacador, independentemente da data de vencimento do título. O sacador pode utiliza a cláusula de não-aceitável. Neste caso, o tomador só pode apresentar o título ao sacado na data de vencimento. Semelhantemente, o sacador pode especificar uma data mínima para apresentação ao sacado. Prazo para apresentação: o aceite deverá ser solicitado em até 1 ano após o saque. Apresentado o título ao sacado, este pode exigir a reapresentação no dia seguinte. - Endosso: ato de transferência do crédito representado por título à ordem. A cláusula a ordem pode ser expressa ou tácita (quando não houver a cláusula não à ordem ). Obs.: endossante ou endossador: aquele que repassa o título; Endossatário: aquele que recebe o título. O endossante é coobrigado no pagamento do título.

Endosso em branco: pague-se. Endosso em preto: pague-se a Fulano de Tal O endosso em branco transforma a letra de câmbio em título ao portador, não ficando, nesta hipótese, o endossante coobrigado no pagamento. - Aval: forma de garantia do pagamento, feito pelo avalista (garantidor) em favor do avalizado (garantido). Feito no anverso do título, deve conter alguma expressão como ao aval de ou por aval etc. Se a assinatura for feita no verso, deverá ser especificado o ato praticado. Aval em branco: não identifica o avalizado; Aval em preto: identifica o avalizado. 12.3. Nota promissória Consiste em promessa de pagamento que determinada pessoa faz a outra. Sacador (emitente ou subscritor): devedor Beneficiário ou sacado: credor - Requisitos: a) Deve conter a expressão nota promissória ; b) De conter a promessa de pagar determinada quantia; c) Nome do sacado; d) Data do saque; e) Local do saque; f) Identificação e assinatura do sacador; g) Data e local de pagamento. Não recebe aceite, não estando sujeita, portanto, a vencimento antecipado por recusa de aceite.

12.4. Cheque Consistindo em ordem de pagamento à vista, o cheque é emitido contra um Banco, devendo corresponder à quantia efetivamente disponível pelo sacador em referida Instituição Financeira. Trata-se de ordem à vista, independentemente de acordo celebrado entre as partes. O Banco (sacado) não possui a obrigação de garantir a disponibilidade financeira do sacador, sendo indevido o fornecimento de aceite. - Requisitos: a) Deve conter a expressão cheque no título do documento; b) Deve conter a ordem incondicional de pagar determinada quantia; c) Deve conter a identificação do Banco sacado; d) Deve conter o local de pagamento; e) Deve conter a data de emissão; f) Deve conter o nome, identificação e assinatura do sacador. Corresponde a título de modelo vinculado, ou seja, não pode ser elaborado de qualquer forma, mas em documento padronizado, fornecido em talões pelo Banco sacado. O cheque pode ser emitido de três formas: nominal (ou nominativo) à ordem: só pode ser apresentado ao banco pelo beneficiário indicado no cheque, podendo ser transferido por endosso do beneficiário; nominal não à ordem: não pode ser transferido pelo beneficiário; e ao portador: não nomeia um beneficiário e é pagável a quem o apresente ao banco sacado. Não pode ter valor superior a R$ 100. Para tornar um cheque não à ordem, basta o emitente escrever, após o nome do beneficiário, a expressão não à ordem, ou não-transferível, ou proibido o endosso, ou outra equivalente.

Cheque de valor superior a R$100 tem que ser nominal, ou seja, trazer a identificação do beneficiário. O cheque de valor superior a R$100 emitido sem identificação do beneficiário será devolvido pelo motivo '48-cheque emitido sem identificação do beneficiário - acima do valor estabelecido'. (Banco Central do Brasil. Disponível em: <www.bcb.gov.br>) - Modalidades de cheque: a) Cheque visado: o Banco fornece declaração de suficiência de fundos; b) Cheque administrativo: sacado pelo Banco contra um de seus estabelecimentos (só admite a forma nominal); c) Cheque cruzado: serve para identificar a pessoa em favor de quem foi liquidado; d) Cheque para se levar em conta: aquele em que o emitente ou o portador proíbem o pagamento do título em dinheiro. A cláusula para ser creditado em conta deve constar do anverso do cheque, na transversal. O cheque deve ser apresentado para pagamento no prazo de 30 dias (mesma praça) ou 60 dias (praça distinta). Caso o prazo seja ultrapassado, o credor perde o direito de executar os coobrigados do cheque (endossantes e avalistas), assim como perde o direito contra o emitente do cheque, se havia fundos durante o prazo de apresentação e eles deixaram de existir por caso fortuito ou força maior. Por não ser papel de curso forçado, a aceitação do cheque não é obrigatória. O direito de execução de cheque sem fundo prescreve em 6 meses. 12.5. Duplicata Mercantil A duplicata corresponde a título de crédito constituído por um saque vinculado a um crédito decorrente de contrato de compra e venda mercantil. - Requisitos: I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;

II - o número da fatura; III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador; V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso; VI - a praça de pagamento; VII - a cláusula à ordem; VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial; IX - a assinatura do emitente. Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão todas as prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação, distinguindo-se a numeração pelo acréscimo de letra do alfabeto, em sequência. Trata-se de título de modelo vinculado, devendo ser lançada em impresso próprio do vendedor, elaborada conforme padrão do Conselho Monetário Nacional. Causalidade da duplicata: só pode ser emitida para representar crédito decorrente de compra e venda mercantil. A duplicata mercantil é título de aceite obrigatório Após receber a duplicata para aceite, o comprador possui as seguintes opções: a) Assinar o título e devolvê-lo ao vendedor, em 10 dias; b) Devolver o título ao vendedor, sem assinatura; c) Devolver o título ao vendedor acompanhado de declaração, por escrito, das razões que motivam sua recusa em aceita-lo; d) Não devolver o título, mas comunicar o vendedor seu aceite; e) Devolver o título ao vendedor, sem prestar qualquer esclarecimento. - O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:

I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados. A duplicata pode ser protestada por falta de aceite, de devolução ou de pagamento. Deixando o comprador de devolver a duplicata, o protesto será feito por indicação