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Transcrição:

DECISÃO 2012 PROCESSO : 36098-81.2012.4.01.3400 IMPETRANTE : SINDICATO DOS TRABALHADORES EM SAÚDE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO IMPETRADO : SECRETARIO DE GESTÃO PÚBLICA DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO DECISÃO Trata-se de mandado de segurança ajuizado pelo SINDICATO DOS TRABALHADORES EM SAÚDE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO contra ato atribuído ao Sr. SECRETARIO DE GESTAO PÚBLICA DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, com pedido de liminar para obter a reativação imediata da rubrica SIAPE da impetrante, permitindo que a impetrante consigne o valor da mensalidade na folha de pagamento de seus associados, até o julgamento do mérito do presente mandamus, sob pena de multa diária de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais), ordenando ainda ao Oficial de Justiça que não apenas cumpra o mandado de intimação, como também lhe concedendo poderes para que no caso de descumprimento imediato, o Oficial de Justiça possa com auxílio de força policial, mandar cumprir a ordem imediatamente, sob pena de prisão da Ilma. Secretária de Gestão Pública do Departamento de Pessoal Civil e Carreiras Transversais do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, pois tal procedimento é de salutar e cristalina Justiça. Alega que, por ocasião do recadastramento das instituições consignatárias, determinado pelo MPOG, ao dar cumprimento às exigências regulamentares, foi Pág. 1/6

indeferido o requerimento do impetrante, sob a alegação de não ter apresentado a certidão de regularidade fiscal. Afirma que a referida dívida se acha assegurada por meio da retenção determinada no precatório nº 0005834-15.2012.5.01.0000, superior a R$ 46.860.022,00, conforme documento anexado. Ademais, já teria agendado, junto à Receita Federal, nos dias 23 e 24 de julho de 2012, o atendimento com vistas ao parcelamento do débito. Em que pesem as providências informadas, sustenta que a exigência de pagamento de débito fiscal para fins de cadastramento no SIAPE padece de sustentação legal, por cuidar de obrigação prevista unicamente no Decreto nº 6.386/2008 (art. 10, c ), que inova em relação ao estatuto do servidor público, Lei nº 8.112/90, acerca do direito deste, quando filiado a entidade sindical, de autorizar o desconto em folha de pagamento, consoante o disposto nos arts. 45 e 240, c da lei em apreço. Destaca, ainda, a violação dos princípios da autonomia de vontade, entre o impetrante e os filiados, bem como do princípio da razoabilidade e do entendimento que veda a fiscalização e a cobrança de tributo pela via transversa, em conformidade com os diversos precedentes jurisprudenciais arrolados. Além das questões legais, aduz que a perda proveniente dos descontos consignados, única fonte de receita do sindicato, já que não recebe imposto sindical, implicará a impossibilidade de pagamento dos salários dos funcionários, verba de natureza alimentar, além dos demais compromissos financeiros. Esclarece que não há tempo hábil, nem previsão no orçamento da entidade para mudanças na forma de cobrança, a exemplo do boleto bancário ou depósito em conta, vez que exigiria a instalação de novo programa de informática, pagamento de taxas bancárias e até contratação de pessoal suplementar para o controle das mensalidades. Instruiu a inicial os documentos de fls. 21/232. Pág. 2/6

É o relatório. Decido. Busca o impetrante, como visto, garantir o direito de receber dos associados o valor das mensalidades autorizadas por eles, mediante reativação, no SIAPE, da rubrica que possibilita o desconto direto das contribuições em folha de pagamento, não possuindo a entidade requerente outra fonte de rendimento. As alegações do autor mandamental relativas ao procedimento que culminou com ato ora impugnado encontram-se devidamente comprovadas nos autos, conforme demonstram a decisão de indeferimento da solicitação de recadastramento (fl. 149), a interposição do recurso (fl. 150), a confirmação, no DOU de 12/07/2012, da decisão de indeferimento pela ausência de comprovação da regularidade fiscal (fls. 183/185) e, finalmente, a desativação da rubrica no SIAPE (fls. 187/189). Da leitura dos autos, observa-se que o ato da autoridade impetrada teve origem na Portaria Normativa nº 1, de 15 de abril de 2011 (fls. 68/75). Entre os fundamentos de validade do referido regulamento, tem-se o art. 45, parágrafo único, da Lei nº 8.112/90, segundo o qual Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento. Embora o legislador, no caso, tenha dado margem à Administração para o estabelecimento de critérios alusivos ao desconto em folha do servidor, estes não podem impor restrições seja a direitos reconhecidos na própria lei em apreço, como a liberdade associativa, seja em outra seara do direito, como no campo tributário, em que a cobrança depende da observância estrita das disposições legais pertinentes, sem falar nos princípios norteadores da ordem jurídica, a exemplo da razoabilidade. Leia-se, a propósito, os seguintes precedentes: Pág. 3/6

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ASSOCIAÇÃO DE APOSENTADOS. MENSALIDADE DOS ASSOCIADOS DESCONTADA EM FOLHA DE PAGAMENTO. RECADASTRAMENTO NO SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS (SIAPE) CONDICIONADA À APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE REGULARIDADE EMITIDA PELO SISTEMA DE CADASTRAMENTO UNIFICADO DE FORNECEDORES (SICAF). EXIGÊNCIA IMPOSTA POR PORTARIA. ILEGALIDADE. SENTENÇA CONFIRMADA. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL DESPROVIDAS. 1. A Portaria n. 939/2005, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ao exigir da impetrante (entidade consignatária) a apresentação de declaração de regularidade emitida pelo SICAF como condição para o recadastramento no SIAPE, estabeleceu, por via oblíqua, já reiteradamente afastada peja jurisprudência, a cobrança de tributos e contribuições sociais. 2. Considera-se eivado de ilegalidade o ato da Administração que, a pretexto de regulamentar artigo da Lei n. 8.112/90, que cuida dos direitos e deveres funcionais dos servidores públicos, impõe obrigações a terceiros, ainda quando a medida vise a atender ao suposto interesse público de obrigar os inadimplentes a regularizarem seus débitos fiscais e previdenciários. 3. As formas de a Fazenda Pública obter o que lhe é devido estão previstas no ordenamento jurídico, competindo à lei, não ao decreto ou à portaria, inovar nesse particular. 4. Sentença confirmada. 5. Apelação e remessa oficial desprovidas. Pág. 4/6

(AC 2006.34.00.023761-3/DF; e-djf1 09/02/2009; Relator(a) Desembargadora Federal Maria Isabel Gallotti Rodrigues; Relator para Acórdão Desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro) CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. DESCONTO EM FOLHA. NÚMERO MÍNIMO DE ASSOCIADOS. CANCELAMENTO. DECRETO 6.386/2008. PORTARIA. ILEGALIDADE. 1. A exigência de número mínimo de associados para o recadastramento de entidade associativa no SIAPE, para fins de desconto de contribuição sindical em folha de pagamento, afronta o princípio da razoabilidade, além de que o ato de sua exclusão se revela incompatível com o princípio da liberdade de associação sindical (CF, art. 8º, caput). 2. Demais disso, não é dado à norma de natureza infralegal restringir direitos previstos na própria Constituição da República (CF, art. 8º, inciso IV). 3. Precedentes do STF e deste Tribunal. 4. Apelação da União e remessa oficial desprovidas. (AMS 2009.34.00.004187-3/DF; e-djf1 10/06/2011; Federal Fagundes de Deus) Relator Desembargador Com relação ao risco de prejuízo iminente, evidencia-se na perda da maior fonte de arrecadação de recursos do impetrante, senão a única, com reflexo nos salários dos funcionários, verbal, sabidamente de cunho alimentar. Ante o exposto, defiro a liminar para determinar à autoridade impetrada, até Pág. 5/6

resolução em contrário, a imediata reativação rubrica da consignatária, no SIAPE, de modo a permitir o recebimento das mensalidades dos filiados. Intime-se imediatamente, para cumprimento. Em seguida, notifique-se a autoridade impetrada para prestar informações e intime-se o representante judicial da pessoa jurídica interessada, para os fins do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009. P.R.I. Brasília, 20 de julho de 2012. MARIA CECÍLIA DE MARCO ROCHA Juíza Federal Substituta da 6ª Vara/DF Na titularidade da 13ª Vara/DF Pág. 6/6