DISCURSO DE S.E. O EMBAIXADOR JEAN-BAPTISTE NATAMA, DIRECTOR DO GABINETE DA PRESIDENTE DA COMISSÃO DA UNIÃO AFRICANA NO SIMPÓSIO SOBRE INVESTIMENTO



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Transcrição:

AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Adis Abeba, Ethiopia P. O. Box 3243 Telefone: 5517 700 Fax: 5517844 Website: www. Africa-union.org DISCURSO DE S.E. O EMBAIXADOR JEAN-BAPTISTE NATAMA, DIRECTOR DO GABINETE DA PRESIDENTE DA COMISSÃO DA UNIÃO AFRICANA NO SIMPÓSIO SOBRE INVESTIMENTO CIDADE DO KUWAIT, ESTADO DO KUWAIT 18 DE NOVEMBRO DE 2013

Excelência, Excelências Membros do Governo do Estado do Kuwait, Representantes das Organizações Regionais e Internacionais, Membros do Sector Privado, Distintos Convidados, Gostaria de iniciar por manifestar os mesus agradecimentos a todos por dispensarem tempo da Vossa preenchida agenda para participar neste importante simpósio sobre investimento realizado nesta bela capital, Cidade do Kuwait, Estado do Kuwait. Queiram, por favor, aceitar as nossas saudações calorosas. Gostaria igualmente de agradecer ao Governo e ao Povo deste país belo e acolhedor, o Kuwait, por organizar o presente simpósio e disponibilizar-nos essas excelentes condições. Gostaria ainda me juntar a vós para agradecer à Direct Aid e à Câmara de Comércio e Indústria do Kuwait por aceitar organizar o presente simpósio em conjunto com a Comissão da União Africana. Excelências, Distintos Convidados, África, com a terceira maior população global (15% da população mundial), nao é apenas um importante reservatório de recursos humanos disponíveis para o engajamento activo na economia continental e global, mas igualmente um vasto potencial mercado tanto para comerciantes e investidores globais. De acordo com o Relatório da McKinsey & Co, cerca de metade das mil milhões de pessoas de África viverá nas cidades até ao ano 2030, dos cerca de 40 por cento actualmente e as 18 principais cidades do continente terão um poder de despesa combinado de 1,3 biliões de Dólares Americanos. O continente africano é dotado de enormes recursos naturais e minerais. Por exemplo, África é responsável actualmente por 10 por cento das reservas de crude de petróleo globais, 75 por cento do Cobalto, 47 por cento dos Diamantes, 80 por cento da Platina, 40 por cento do Cromo, 38 por cento do Uránio, 32 por cento do Ouro e 28 por cento do Manganês. Além disso, o continente é rico, com uma abundante flora e fauna, que o tornam muito conveniente para a promoção e desenvolvimento do eco-turismo. Assim, oportunidades de investimento nos sectores mineiro e do turismo são abundantes. África depende grandemente da agricultura e oferece grandes oportunidades para o agroprocessamento e manufactura. 1

Excelências Distintos Convidados, Minhas Senhoras e Meus Senhores É igualmente verdade que a taxa de rendimentos do investimento estrangeiro é maior em África do que em qualquer outra região em desenvolvimento, de acordo com o Relatório da McKinsey & Co. Isso significa que África oferece excelentes oportunidades de investimento tanto para investidores internos como para estrangeiros. Para África atrair investimento e registar taxas de crescimento sólidas de uma forma sustentável, estão a ser formuladas e implementadas políticas macroeconómicas apropriadas. Há igualmente uma governação económica adequada para garantir que os fundamentos macroeconómicos são os apropriados para que as economias tenham um bom desempenho. Entre as várias questões, o comércio e os mercados financeiros foram liberalizados em muitos países africanos, foram reduzidos os prazos para o processamento de autorizações e licenças para o exercício de actividades comerciais, várias entidades sob tutela do Estado foram privatizadas para melhorar a eficácia e a competitividade e vários países investem cada vez mais no desenvolvimento de infra-estruturas. As questões relacionadas com o controlo da inflação, adopção de regimes de taxas de câmbio, definição de taxas de juro favoráveis e gestão de outras variáveis económicas resultaram, em muitos países africanos, na adopção de políticas fiscais e monetárias apropriadas. Essas medidas contribuiram para a melhoria da competitividade, incrementos das taxas de crescimento económico e criação de mais empregos. Essas reformas resultaram, entre outros, no aumento do volume de investimento. De acordo com o "Relatório sobre o Investimento Mundial de 2010 da CNUCED", o Investimento Directo Estrangeiro para África aumentou para 88 mil milhões de dólares em 2010, dos 9 mil milhões de dólares em 2000, o que resultou num aumento do volume total do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) para cerca de 511 mil milhões de dólares. Além disso, o montante total das vendas de Fusões e Aquisições (F&A) transfronteiriças em África atingiram o seu nível mais elevado: 21 mil milhões de dólares em 2010 (8 mil milhões de dólares em 2007). Para prosseguir esses resultados impressionantes devemos ter como base as lacunas infra-estruturais que podem incrementar as oportunidades para o investimento. O sector privado é essencial e pode mobilizar os recursos financeiros, ajudar a preencher a lacuna para o desenvolvimento de infra-estruturas sustentáveis e, acima de tudo, promover um crescimento mais inclusivo que pode ser traduzido na redução da pobreza efectiva. 2

Excelências Distintos Convidados, Minhas Senhoras e Meus Senhores O recente Fórum África-Árabe, que foi realizado a 11 e 12 de Novembro de 2013, no Kuwait, sublinhou a necessidade dos países africanos e árabes aprofundarem a cooperação prática em diversas áreas (cooperação africana na área do desenvolvimento, Segurança Alimentar, Investimentos, Trocas Comerciais e Organizações Não-Governamentais) de modo a fazer avançar de uma forma integral o novo tipo de parceria estratégica África-Árabe. Nesse sentido, gostaria de fazer as seguintes propostas: Em primeiro lugar, o reforço da coordenação estratégica para defender os interesses comuns. As duas partes devem manter intercâmbios de alto nível, engajar-se num diálogo político e consultas mais estreitas e aumentar a coordenação e cooperação sobre as principais questões globais de interesse mútuo, com vista a aumentar a voz e a representação dos países em desenvolvimento no sistema internacional e juntos criarem uma ordem política e económica internacional mais justa e razoável; Em segundo lugar, reforçar a cooperação económica e o comércio para a concretização dos benefícios mútuos e progressos mutuamente vantajosos. A forte complementariedade económica entre as regiões de África e Árabe oferece-nos amplas perspectivas para uma cooperação mutuamente benéfica. Devemos trabalhar arduamente no sentido de aumentar os fluxos de investimento, de modo a reverter a queda do investimento recentemente registada. Os países de África e Árabes irão incentivar mais empresas de ambas as regiões a investir em África e solicitá-las à assumir mais responsabilidades sociais e a viver em amizade com as populações locais. Iremos combinar a cooperação económica, o investimento e o comércio com a transferência de tecnologias e levar a cabo acções concretas no sentido destacar pessoal técnico e de gestão para o apoio aos beneficiários-alvo. Excelências Distintos Convidados, Minhas Senhoras e Meus Senhores Até ao advento da crise económica e financeira global, África esteve numa trajectória de crescimento relativamente impressionante, tendo registado uma taxa de crescimento média de cerca de 6% por ano. Este facto não constituiu surpresa, tendo em conta os esforços em todo o continente no sentido de promover o rápido desenvolvimento socioeconómico, através de várias reformas tendentes, entre outras, a melhorar a gestão macroeconómica, reforçar as instituições e melhorar o clima de investimentos. As economias africanas têm sido, no geral, resistentes à crise, apesar dos efeitos negativos da demanda reduzida por produtos e um declínio no nível de remessas, para mencionar apenas algumas. 3

Percebendo este importante papel do sector privado, os Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) na sua Cimeira em Janeiro de 2005, em ABuja, Nigéria, decidiram institucionalizar o Fórum do Sector Privado da União Africana, como um evento anual para proporcionar uma interacção entre os decisores políticos da União Africana e os actores do sector privado. Desde a tomada dessa decisão, cinco Fóruns foram organizados em diferentes Estados-membros da União Africana, que fizeram importantes recomendações em apoio ao desenvolvimento do sector privado em África, para a análise dos Estados-membros da UA, actores do sector privado e outros importantes intervenientes. Em conformidade com essas recomendações, os órgãos deliberativos da UA adoptaram instrumentos tais como a Estratégia e Plano de Acção de Desenvolvimento do Sector Privado da União Africana, o Quadro de Políticas e Plano de Acção de Microfinanciamento da União Africana, o Programa Mínimo de Integração da União Africana, a Iniciativa Africana de Desenvolvimento do Agro Negócio e Agro Indústrias (3ADI), o Programa de Desenvolvimento de Infra-estruturas em África (PIDA) e o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP). Excelências, Distintos Convidados, Reconhece-se hoje que o desenvolvimento de empresas, do comércio e do investimento jogam um importante papel na criação de cadeias de valores e é vital na concretização do crescimento económico, emprego e na redução da pobreza nos países africanos. As Pequenas e Médias Empresas representam, mais especificamente, o motor do desenvolvimento económico, através do desenvolvimento dos sectores privados em África e nos Estados árabes. As Pequenas e Médias Empresas contribuem para o fomento das exportações, transferência de tecnologia, geração de emprego, aumento do comércio regional, bem como para o empreendedorismo. Portanto, é importante envidar esforços para assegurar o financiamento de projectos das Pequenas e Médias Empresas, através de mecanismos apoio aos bancos de desenvolvimento e aos fundos sociais nacionais nas regiões árabes e africanas, tendo em conta o seu papel na redução do desemprego e na oferta de novas oportunidades de negócio na área do sector privado. Permitam-me revelar que a nível da Comissão da União Africana, estamos igualmente a olhar para o desenvolvimento da parceria estratégica entre o sector privado de África e de outras regiões, incluindo o Mundo Árabe. 4

Excelências, Distintos Convidados, A Comissão da União Africana atribui grande importância na promoção da cooperação estratégica África-Árabe em todos os domínios de interesse comum e, por conseguinte, devemos redobrar os nossos esforços para alcançar os restantes objectivos antes do nosso próximo simpósio. O sucesso das experiências de desenvolvimento ao longo das últimas décadas tem confirmado, de forma consistente, que a boa governação, ambiente económico adequado e o bom funcionamento das infra-estruturas físicas e sociais são ingredientes essenciais para promover o crescimento conduzido pelo sector privado. Todos aqueles que desejam apoiar as prioridades de desenvolvimento em África são bem-vindos, tais como o desenvolvimento de infra-estruturas e de políticas que visam o processamento e a agregação de valores às matérias-primas, integração regional, o reforço de capacidade e o desenvolvimento dos recursos humanos. Excelências, Gostaria de aproveitar esta oportunidade para convidar a todos os empresários e empresárias da região África-Árabe a apoiar a formação de uma plataforma para o empenhamento significativo entre os actores empresariais africanos e árabes. Convido a todos a apoiarem esses esforços, modernizando os sistemas de produção industrial orientados pela exportação e que respondem positivamente à crescente procura mundial de alimentos e outros produtos agrícolas devido, entre outros, à urbanização, crescimento populacional e à crescente classe média em África bem como no Mundo Árabe. Desejo-vos deliberações profíquas e meus agradecimentos pela vossa carinhosa atenção. Obrigado 5