Referência: Pregão presencial nº 024/2012 Processo: 1.00.000.00100028/2012-41 Assunto: Impugnação de Edital PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA A empresa JC CONTROLE AMBIENTAL LTDA-EPP, interpõe impugnação tempestiva ao edital de pregão em epígrafe, pelas razões a seguir: I DAS ALEGAÇÕES RESUMIDAS DA PUGNAZ A ora impugnante, tomou conhecimento através do site www.compras.df.gov.br, do instrumento convocatório promovido pela Subsecretaria de Licitações e Compras, cujo objeto é Contratação de empresa especializada na prestação de serviços especializados em desinsetização e desratização, a serem executados no edifício sede da Procuradoria Geral da República PGR em seus edifícios anexos listados no item VI do anexo I deste edital, conforme condições anexas. 1.1 Examinando as disposições do instrumento convocatório, a ora Impugnante notou a falta de requisitos legais indispensáveis que por omissão do agente público que o elaborou não constou em suas cláusulas, sem as quais a licitação restará prejudicada, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa. 1.2 Com o intuito de garantir que este processo de licitação não venha a ser objeto de futuras discussões judiciais a respeito de falhas na elaboração do Edital, a CONTROLE AMBIENTAL traz à apreciação de V.Sa. questões que entende deverão ensejar a alteração do Edital, senão vejamos: ( ) Omissis. 1.3 A seção XII Da HABILITAÇÃO do edital de licitação traz as condições para participação no certame: 1.4 Destarte, da leitura desses dispositivos, extrai-se conclusão no sentido da possibilidade da apresentação de proposta qualquer empresa que tenha em seu contrato social o ramo de atividade compatível com o objeto licitado e apresente Licença para Funcionamento da empresa expedida pela Secretaria de Estado de Saúde, pela Unidade Competente, da esfera Distrital, Estadual ou Municipal, da sede do licitante, em plena validade, bem como o comprovante de Registro da Empresa e do Responsável técnico junto ao conselho Regional da classe do responsável. No entanto, para que uma empresa possa atuar no ramo de prestação de serviços de controle de pragas, não basta que ela tenha em seu contrato social em vigor devidamente registrado na Junta Comercial da sua sede a atividade de controle de pragas e tenha Licença para Funcionamento da empresa expedida pela Secretaria de Saúde da sua sede e esteja devidamente registrada no Conselho Regional da Classe. Só a Licença para Funcionamento e o registro no conselho não basta, pois é necessário que a empresa comprove o cumprimento de todas as exigências legais junto aos órgãos de vigilância sanitária Federal, Estaduais / Municipais/Distrital e órgão Ambiental, conforme linhas adiante serão demonstradas.
1.5 Entre as obrigações, incluem-se os requisitos exigidos pela Vigilância Sanitária Federal (ANVISA), para garantir que os proponentes interessados em fornecer seus produtos e serviços aos entes públicos, sejam empresas idôneas, inspecionadas periodicamente e assegurem que a qualidade de seus produtos atenda aos requisitos técnicos necessários. Assim a RDC 52/2009 que dispõe sobre o funcionamento de empresas especializadas na prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas define a empresa especializada: pessoa jurídica devidamente constituída, licenciada pelos órgãos competentes da saúde e do meio ambiente, para prestar serviços de controle de vetores e pragas urbanas. 1.6 Desta forma, em atendimento aos dispositivos legais, as empresas especializadas na prestação de serviços de controle de vetores e pragas urbanas nos diversos ambientes, interessadas em participar de qualquer licitação junto à Administração Pública, devem se apresentar com os seguintes documentos legais concernentes a sua participação, a saber: produtos saneantes domissanitários (Inseticidas e Raticidas), expedida pela ANVISA/MS, conforme estabelece o artigo 2 da Lei 6.360 de 23 de setembro de 1976 e os artigos 1º e 2º do Decreto 79.094 de 5 de janeiro de 1977. Licença de Funcionamento Sanitária expedida pelo órgão competente de Vigilância Sanitária Estadual/Municipal (LF). Certificado de Regularidade ou comprovante do registro ou inscrição da empresa na entidade profissional competente, em plena validade. Certificado de Regularidade ou comprovante do registro ou inscrição do profissional responsável técnico da empresa, na entidade profissional competente, em plena validade. 1.7 A prosseguir o edital, somente com as exigências elencadas no seu item 7.2.1 III e VII, o mesmo padecerá de vício de ilegalidade, pois viola o regime legal de licitação em matéria de qualificação técnica, ferindo de morte o princípio da legalidade; conceituado pelo saudoso Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro 32ª edição p. 87-88): ( ) Omissis. AUSÊNCIA DE EXIGÊNCIA DAS NORMAS LEGAIS DA ANVISA E IBAMA (LEIS ESPECIAS) 2. Por erro ou omissão do agente público que elaborou o edital não foi incluído nas exigências de habilitação a apresentação de documentos imprescindíveis para contratar empresas especializadas na prestação de serviços de controle de vetores e pragas urbanas, a saber:
produtos saneantes domissanitários (Inseticidas e Raticidas), expedida pela ANVISA/MS, conforme estabelece o artigo 2 da Lei 6.360 de 23 de setembro de 1976 e os artigos 1º e 2º do Decreto 79.094 de 5 de janeiro de 1977. Licença de Funcionamento Sanitária expedida pelo órgão competente de Vigilância Sanitária Estadual/Municipal (LF). Certificado de Regularidade ou comprovante do registro ou inscrição da empresa na entidade profissional competente, em plena validade. Certificado de Regularidade ou comprovante do registro ou inscrição do profissional responsável técnico da empresa, na entidade profissional competente, em plena validade. 2.1. Os documentos relacionados acima deverão constar do instrumento convocatório por força do que estabelece o inciso IV do art. 30 da Lei 8.666/93 - IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso. A Administração deverá formular as exigências de habilitação que busquem assegurar e resguardar que aventureiros ou licitantes com competências estruturais e administrativas duvidosas possam participar de licitações com grau de complexidade ou especialização para sua execução, em detrimento a aqueles licitantes que reúnem condições para bem e fielmente realizar tal objeto, nos termos do contrato, caso lhe seja adjudicado. 2.2. No tocante a exigência do item 7.2.1 III do edital deve o mesmo ser refeito para ser acrescido na sua redação que o atestado deverá estar devidamente registrado na entidade profissional competente, conforme determina o 1º do art. 30 da Lei 8.666/1993, tendo em vista de que se trata de licitação para prestação de serviços. Diante de tudo o que foi exposto acima, incabível a manutenção do edital nos termos existentes devendo ser refeito o edital para incluir nas exigências editalícias a apresentação dos seguintes documentos, sob pena de desclassificação da proposta: produtos saneantes domissanitários, expedida pela ANVISA/MS, conforme estabelece o artigo 2 da Lei 6.360 de 23 de setembro de 1976 e os artigos 1º e 2º do Decreto 79.094 de 5 de janeiro de 1977.
Nestes Termos, impugna-se o edital em referência, requerendo a suspensão de sua abertura para que sejam promovidas as alterações necessárias e as inclusões mencionadas. 2. DA RESPOSTA DA INSTITUIÇÃO O inconformismo da impugnante funda-se especialmente, na eventual falta de exigências de cunho habilitatório para as empresas que desejarem participar da licitação do pregão combatido. Alega em síntese, que a falta de tais exigências no edital é claro descumprimento da lei. Sobre o assunto, entendo da mesma forma que a pugnaz, o estado não deve de forma alguma descumprir preceitos legais e, consonância com esta assertiva, o edital de licitação em tela exige para fins habilitatórios todos os documentos previstos em lei especial, conforme demonstrado a seguir: O edital impõe aos eventuais interessados na licitação, as condições habilitatórias embasadas em normativos legais. A SEÇÃO XII DA HABILITAÇÃO elenca o rol de documentos necessários para a habilitação das empresas dentre estes consta a apresentação do alvará expedido pela Vigilância Sanitária com indicativo de sua qualificação ao serviço a ser contratado (dedetização) (subitem 12.2.10 - edital) que é a licença de funcionamento sanitário. Importante frisar que o Órgão do Ministério da Saúde, Anvisa é o responsável pela atestação do funcionamento dos estabelecimentos na prestação desse tipo de serviço, não cabe contestar a licença concedida. O alvará expedido pela Anvisa é a Autorização de Funcionamento das Empresas. Consta também como exigência habilitatória o registro da empresa nos conselhos regionais indicados no edital (subitem 12.2.8 edital), bem como o registro do profissional nos mesmos conselhos (subitem 12.2.9). Outra exigência habilitatória é a apresentação de atestado de capacidade técnica devidamente registrada no conselho regional indicado no edital (subitem 12.2.11) Uma leitura mais atenta do edital e seus anexos pela impugnante mostraria que o subitem 3.1. do anexo I - DISCRIMINAÇÃO DOS SERVIÇOS TERMO DE REFERÊNCIA, exige que a contratada para execução dos serviços deve estar em dia com sua obrigações ambientais e sanitárias com a apresentação de licenças expedidas pelo órgão ambiental (IBAMA) e sanitário (ANVISA), verbis: 3.1. A CONTRATADA deve estar quite com as obrigações ambientais e sanitárias, apresentando licenças concedidas pelo órgão ambiental e sanitário competente, em conformidade com a RDC Nº 52, de 22 de outubro de 2009. Portanto, a eventual contratada deverá apresentar a licença em questão, com base na exigência de cláusula contratual, cuja minuta integra este edital.
Apenas para conhecimento da impugnante, PGR dispõe em sua estrutura organizacional de uma Câmara Ambiental e um Comitê de Gestão Ambiental com o intuito de fiscalizar e propor ações que minimizem eventuais impactos causados pela ação humana ao meio ambiente. Pelo exposto e, visto que a pugnaz não apresentou nenhum fato relevante que determinasse a reforma do edital combatido, informo a essa pugnante que conheci a impugnação, para negar-lhe provimento, mantendo inalteradas as regras do Edital, bem como a data e o horário de abertura da licitação Brasília-DF, 26 de abril de 2013 FRANCISCO DE JESUS DA SILVA S. ARAÚJO Pregoeiro/PGR