REGULAMENTAÇÃO DO SUCO E POLPA DE FRUTAS ARTESANAIS. Audiência Pública



Documentos relacionados
PARECER Nº, DE RELATOR: Senador RICARDO SANTOS

LEGISLAÇÃO SANITÁRIA FEDERAL DE LEITE E DERIVADOS

Cartilha do Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agrícola Oriundo de Contrato Privado de Opção de Venda - PROP

Mecanismos Financeiros Ações em andamento no MMA. Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBF

COMO ORGANIZAÇÃO SOCIAL. Caracterização e Desafios

PROJETO DE LEI PRETENDE A CRIAÇÃO DE ESTRUTURA PARA FINANCIAMENTO E PROMOÇÃO DO AGRONEGÓCIO E DA PRODUÇÃO AGRICOLA

Perguntas e respostas sobre a instituição do Regime de Previdência Complementar para os servidores públicos da União

5.1 Processo de Avaliação de Organizações Prestadoras de Serviços Hospitalares O processo de avaliação e visita deve ser orientado pela aplicação do

ATUAÇÃO DA ANVISA NA FISCALIZAÇÃO DO SETOR NUCLEAR BRASILEIRO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador JORGE VIANA

repasse e os termos de cooperação celebrados pelos órgãos e entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos para a execução de programas,

NORMA TÉCNICA 34/2014

RESOLUÇÃO-COFECI N 1.066/2007 (Publicada no D.O.U. de 29/11/07, Seção 1, págs. 191/192)

E como se legalizar? Programa Estadual de Agroindústria Familiar. Porque devo legalizar uma agroindústria? Legalização Tributária: 22/01/2014

SEMINÁRIO ÓLEO LUBRIFICANTE USADO E O MEIO AMBIENTE: RESOLUÇÃO CONAMA 362/2005 FISCALIZAÇÃO, COLETA E RERREFINO

PROCESSO N. 1346/11 PROTOCOLO N.º PARECER CEE/CEB N.º 1116/11 APROVADO EM 08/12/11

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. (DOU de 24/05/2016, nº 98, Seção 1, pág.

ITG 1000 PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

MINUTA DA CHAMADA PÚBLICA OO1/2014

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Governo do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Educação CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

Perguntas Frequentes Edital de Seleção Pública nº 2014/005 - Redes ECOFORTE

Gestão de Tecnologias em Saúde na Saúde Suplementar. GRUPO TÉCNICO REVISÃO DO ROL Karla Santa Cruz Coelho Fevereiro/2009

Sistema Integrado de Normas Jurídicas do Distrito Federal SINJ-DF

LEI COMPLEMENTAR Nº 912 de 13 de dezembro de 2011.

Conselho da Justiça Federal

REGISTRO DE ESTABELECIMENTO E DE PRODUTOS NO MAPA COM INSCRIÇÃO ESTADUAL DE PRODUTOR RURAL

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 046 / 2011

FORMULÁRIO DE COMENTÁRIOS E SUGESTÕES CONSULTA PÚBLICA N 18/2011

Resumo da Lei nº8080

Patrimônio em questão

DECRETO Nº , DE 23 DE AGOSTO DE 2012.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA E D I T A L

PALAVRAS-CHAVE Iogurte. Requeijão. Doce de leite. Queijo Frescal.

Emenda nº, de 2010/CCJ ao PLC Nº 309, de 2009 (Modificativa)

Fiscalização de Produtos Certificados: Acordo de Cooperação entre Inmetro e Receita Federal

COMISSÃO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL E DA AMAZÔNIA

Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Modernização Institucional Projeto de Lei OSCIPs

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 24, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2015.

econômica e socialmente sustentáveis. (Artigo 3º da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, de 15 de setembro de 2006)

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

SECRETARIA DE AQUICULTURA E PESCA

PROJETO DE LEI N.º 999, DE 2015 (Do Sr. Valadares Filho)

Governo do Estado da Paraíba Secretaria de Saúde do Estado Agência Estadual de Vigilância Sanitária - AGEVISA-PB

Programa Integrado de Fruta - PIF. Mauricely Franco Gestora de Acreditação CGCRE/DICOR/Sesit_Eqpep

Município de Carapicuíba Estado de São Paulo

Direito Administrativo

MPV Dispõe sobre a administração, a alienação, a transferência de gestão de imóveis da União e seu uso para a constituição de fundos.

RELAÇÃO DE CÓDIGOS DE PAGAMENTO

LEI Nº 8.677, DE 13 DE JULHO DE 1993

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA COMISSÃO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA NOS PORTOS, TERMINAIS E VIAS NAVEGÁVEIS - CONPORTOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE CRISTINA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 005/2014 EXCLUSÃO DE TRECHOS RODOVIÁRIOS PELO SISTEMA RODOVIÁRIO ESTADUAL

MUNICÍPIO DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON ESTADO DO PARANÁ

Ministério Público Eleitoral

GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DA MANGA PARA EXPORTAÇÃO CULTIVADA NO VALE DO SÃO FRANCISCO

Aplicada aos Processos Produtivos. Sant'Ana do Livramento/RS 1097EAD (código 1097EAD) Foz do Iguaçu/PR 1097EAD.06 17

FÓRUM: o SNA em debate - 15 e 16 de dezembro de 2006 Brasília - DF

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, inciso V, da Constituição Estadual,

Como são definidas as áreas que serão avaliadas no Enade?

O Congresso Nacional decreta:

Empregado Doméstico Trimestral - NIT/PIS/PASEP - (que recebe até um salário mínimo)

Estado da Paraíba Prefeitura Municipal de Santa Cecília Gabinete do Prefeito

Orientações para o Estágio

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE GESTÃO, ARTICULAÇÃO E PROJETOS EDUCACIONAIS.

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM LICITAÇÕES PÚBLICAS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS

CONSELHO UNIVERSITÁRIO RESOLUÇÃO Nº 112/2015 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2015

Desafios da Fiscalização na Área da Engenharia de Segurança a do Trabalho

REGULAMENTO DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

SISTEMA INTEGRADO DAS AUDITORIAS INTERNAS DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SIAIFEME

GESTÃO G A ESTÃO MBIENTAL COMPARTILHADA

O desafio institucional de implementar o regime de acesso, uso e repartição de. conhecimento tradicional a ela associado

DECRETO N o 8.077, DE 14 DE AGOSTO DE 2013

Natureza do Serviço Modalidade / N de vagas Localidade de Trabalho

Portaria n.º 531, de 11 de dezembro de CONSULTA PÚBLICA

Plano de exposição. I. As vantagens da arbitragem. A arbitragem no setor portuário

AUDITORIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS

DECRETO Nº /11/2008

FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DE PROCESSOS LICITATÓRIOS

RESUMO SINTÉTICO DOS SEMINÁRIOS REGIONAIS DE AVALIAÇÃO DO SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL NOS 10 ANOS DO PNPB

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 247, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2006

Encontro Nordeste Territorial Bovinocultura de Leite

CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO BRASILEIRO

NORMA OPERACIONAL DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NOB/SUAS

TERMO DE REFERÊNCIA CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA

NORMAS DA REVISTA. o Espaço simples para o título, nomes dos autores, citação direta com mais de três linhas e depoimento;

Município de Vitória da Conquista/BA

DOM DE 03/09/2014 Republicada, no DOM de 09/09/2014, por ter saído incompleta. Alterada pela IN nº 36/2014, no DOM de 15/10/2014.

A Nova Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas é um instrumento jurídico de elevado alcance social e econômico para milhões de brasileiros.

1.1.1 SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

Estado de Santa Catarina PREFEITURA DE LAURO MULLER Edital de Processo Seletivo Simplificado

Política Anual de Investimentos

COMITÊ DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL REGIMENTO INTERNO CAPÍTULO I FINALIDADE E COMPETÊNCIAS

PROJETO DE LEI Nº 033/2009 DE 15 DE MAIO DE 2009 INSTITUI O FUNDO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS RESOLUÇÃO CNSP Nº 46, DE 2001.

DECRETO Nº 4.613, DE 11 DE MARÇO DE

Vale Inovação. Dezembro de Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME (SI QUALIFICAÇÃO PME)

Informe Técnico n. 72, de 1 de agosto de Resultados do monitoramento do teor de sódio nos alimentos processados - Terceiro termo de compromisso.

Transcrição:

REGULAMENTAÇÃO DO SUCO E POLPA DE FRUTAS ARTESANAIS Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados Audiência Pública Brasília, 10 de dezembro de 2013

Polpa e Sucos de Frutas Artesanais O que o Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF) entende por Polpas e Sucos de Frutas Artesanais? Entende que se trata de Produtos obtidos de forma artesanal, através de processos tecnológicos, em pequena escala, com características tradicionais ou regionais próprias.

Características Básicas Polpa e Sucos de Frutas Artesanais Produzidos exclusivamente nas áreas rurais e de mínimo porte; Na sua elaboração é permitida a aquisição de parte da matériaprima de terceiros, devidamente documentadas; Deve atender rigorosamente os requisitos de sanidade e segurança com relação a saúde pública e a legislação agroalimentar brasileira pertinente; Devem ser convenientemente rotulados, minimamente, com os dizeres que indiquem a identidade dos produtos, ingredientes utilizados em sua composição em escala decrescente, prazo de validade, recomendação de uso e conservação adequada nos pontos de venda, bem como, relativas ao consumo final. 3

Polpa e Sucos de Frutas Artesanais Sugestões e Propostas para Elaboração de uma Legislação Específica - (Base para um Projeto de Lei) * Serão criadas as denominações Polpas e Sucos de Frutas Artesanais para caracterizar os produtos elaborados de acordo com as características e peculiaridades tradicionais ou regionais próprias de cunho social da fruticultura familiar, desenvolvidas em propriedades rurais familiares em todo território nacional, assegurada a inocuidade e segurança dos produtos. * Os produtos serão elaborados com no mínimo 70% (setenta por cento) de frutas produzidas na propriedade rural familiar de origem e na quantidade máxima anual de 30.000 quilos para polpas e 30.000 litros para os sucos.

* Os produtos devem possuir: Polpa e Sucos de Frutas Artesanais I a denominação Polpa de Fruta Artesanal ou Suco de Frutas Artesanal ; II origem do produto, indicando o nome do produtor ou da propriedade rural, endereço, Município e Estado da Federação ou Distrito Federal; III número da Declaração de Aptidão do Programa Nacional da Agricultura Familiar - DAPE, emitida pelo órgão competente; IV características do produto, de forma simplificada; V Prazo de validade; VI Recomendações de conservação e uso. * O controle de qualidade das polpas e sucos artesanais de frutas será realizado na propriedade rural familiar, mediante responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado.

Polpa e Sucos de Frutas Artesanais * A contratação do profissional a que se refere o caput poderá ser objeto de acordos de cooperação entre produtores, associações de produtores ou sindicatos rurais, prefeituras, órgãos municipais, estaduais ou federais, públicos ou privados. * Competirão ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: I a fiscalização e o controle da elaboração da polpa e suco artesanal, contemplando a elaboração, o envase e a comercialização do produto; II a autorização e o registro da propriedade rural familiar para produção da polpa e suco artesanal, de forma simplificada e levando em conta critérios que considerem a realidade local e assegurem a qualidade e a sanidade do produto. * O exercício das competências a que se refere o caput poderá ser objeto de convênios entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios.

* Ficam desobrigados do cumprimento das exigências estabelecidas neste Regulamento os agricultores familiares que produzirem apenas para o consumo familiar. Polpa e Sucos de Frutas Artesanais * Serão realizadas, no primeiro semestre de cada ano, as análises físico-química e microbiológica básica de amostras da polpas e sucos artesanais, coletadas nos estabelecimentos produtores. * Os produtores deverão declarar anualmente, o volume de produção e de comercialização dos seus produtos. * As declarações a que se refere o caput serão prestadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou a instituição a ele conveniada.

Polpa e Sucos de Frutas Artesanais Justificativas As sugestões de propostas elaboradas e apresentadas para uma regulamentação específica de polpas e sucos artesanais de frutas visam melhor amparar a produção artesanal rural destes derivados de frutas para atender os anseios e necessidades dos produtores familiares, porém sempre garantindo a oferta de produtos seguros e íntegros. Estes fruticultores familiares representam uma parte significativa do total dos agricultores familiares que por sua vez representam mais de 84% imóveis rurais do país e estão presente em mais de 4,1 milhões de estabelecimentos no meio rural, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

É importante evidenciarmos que através dos inúmeros centros de referência como vários órgãos do MDA, a Embrapa, SEBRAE, Institutos Estaduais de Pesquisa, Universidades, SENAR, SENAI, Escolas Técnicas, o fruticultor familiar dispõe hoje de bases para gestão, administração e sistemas de organização, além de evidentemente processos tecnológicos adequados para produção artesanal de polpas e sucos. Polpa e Sucos de Frutas Artesanais Estes fruticultores tem experimentado na evolução do tempo, redução de sua renda, em decorrência do seu baixo nível organizacional, baixo volume individual de oferta e ausência de qualidade não assegurada aos seus produtos vista pelo consumidor. Portanto, carece de uma elevada quantidade de meios da sociedade para apoiá-los de forma institucional, financeiro e outros mais para revitalizá-lo e acarretarem a viabilidade de agregação de valor aos produtos que geram. Os produtores familiares de polpas e sucos de frutas artesanais vem sendo induzidos a fabricarem estes produtos como uma tentativa de agregação de valor para o aumento de renda.

Polpa e Sucos de Frutas Artesanais Contudo, este segmento da fruticultura brasileira tem enfrentado inúmeras dificuldades relacionadas a legislação vigente pela falta de uma legislação voltada à esta tipologia do agronegócio que deveria levar em conta as características sociais, econômicas e geofísicas das agroindústrias rurais de mínimo porte. Portanto é fundamental e imperioso que o apoio a agroindustrialização das frutas na forma de polpas e sucos através de processos artesanais e que sejam embasados por uma legislação específica, clara e subsidiária, de modo que se tenha um marco jurídico que permita os fruticultores familiares gerar renda e oportunidades de trabalho no meio rural. Isto significa simplesmente uma ferramenta imprescindível para a sustentabilidade social, econômica e ambiental para este segmento.

CONTATO Carlos Alberto Albuquerque (61) 8116 7560 Instituto Brasileiro de Frutas Seccional Brasília - Tel.: (11) 3340 4500 brasilia@ibraf.org.br & ibraf@ibraf.org.br www.ibraf.org.br