Curso: Técnico em Gestão Pública



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Transcrição:

Curso: Técnico em Gestão Pública Direito Administrativo 14.05.2015 Prof. Dr. Raul Miguel Freitas de Oliveira

OBJETIVO: 1º) Compreender o regime jurídico administrativo. 2º) Analisar em linhas gerais a responsabilidade do servidor público.

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: Conceito: conjunto de normas e princípios jurídicos próprios que disciplinam a função administrativa do Estado. Funções do Estado. Papel dos princípios jurídicos, especialmente em relação à Administração Pública. Constitucionalização dos princípios da Administração Pública.

COMPOSIÇÃO DO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: Prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público. Restrições em virtude da indisponibilidade do interesse público. (Permanente tensão: prerrogativas X restrições) Princípios próprios e poderes.

BLOCO NORMATIVO BÁSICO: art. 37 CF art. 111 CESP Lei nº 9.784/99: LPA Federal Lei Paulista nº 10.177/98: LPA Estadual (Obs.: no Direito Administrativo existem princípios tópicos, aplicáveis a determinadas áreas específicas.)

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1 SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO: Administração Pública em posição de superioridade jurídica em relação ao particular; Superioridade decorre da defesa do interesse público; Exorbitância do direito comum [privado]; Fundamento na doutrina contratualista da formação do Estado: particular renuncia parte de seus interesses particulares para atingir um interesse geral.

2 LEGALIDADE: Estado pode fazer apenas que é previsto na lei [CONFORMIDADE com a lei]; Diferente do particular que pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba [COMPATIBILIDADE com a lei]; O silêncio da lei indica uma proibição à Administração Pública;

2 LEGALIDADE: Também denominada legalidade administrativa ou restritividade ; A lei prevê todos os elementos da atuação da Administração Pública; Outro aspecto: a atividade normativa da Administração Pública deve ser sublegal.

3 IMPESSOALIDADE: relação com a igualdade [lei é vontade geral, logo perante ela todos são iguais]; preenchidos requisitos legais, necessidade de mesmo tratamento aos particulares;

3 IMPESSOALIDADE: duplo ponto de vista: - do administrado: todos devem receber mesmo tratamento da Administração Pública, (p.ex.: ordem cronológica de pagamento dos precatórios, nomeações de pessoas em cargos públicos etc) - Da Administração Pública: os serviços públicos são prestados pelo órgão público e não pela pessoa detentora do mandato político [art. 37, 1º CF: proibição de promoção pessoal do administrador em obras públicas]

3 IMPESSOALIDADE: exercício de função pública de fato: atos podem ser convalidados porque são do órgão público e não da pessoa física.

4 - MORALIDADE ADMINISTRATIVA: atos administrativos além de observarem a lei, devem também observar a moralidade, a ética, a lealdade, a boa-fé; relação com a probidade [honestidade]: Lei nº 8.429/92 Lei de Improbidade Administrativa: tipifica crimes qualificados pelo enriquecimento ilícito;

4 - MORALIDADE ADMINISTRATIVA: previsão na Lei de Ação Popular [Lei nº 4.717/65] como um dos fundamentos para exercício do direito de ação popular; redução da discricionariedade administrativa com a positivação de tal princípio; possibilidade de controle judicial do ato administrativo.

5 - PUBLICIDADE: necessidade de ampla divulgação dos atos administrativos; relação com o controle que o administrado possa querer exercer; relativização: quando o interesse público ou a segurança exigir [não é um princípio absoluto];

5 - PUBLICIDADE: publicação em órgãos de imprensa oficiais: presunção de conhecimento de todos, termo inicial para contagem de prazos para diversos fins [p.ex. recursos à decisões administrativas]; para produzir determinados efeitos, deverá a publicação ser feita em órgãos oficiais de imprensa. em muitos atos pode ser fundamental para a validade.

6 - EFICIÊNCIA: disposto pela E.C. nº 19/98; busca do melhor resultado com os recursos disponíveis [maior benefício com menor custo, melhor desempenho, rendimento]; aspecto econômico na busca de melhor custo e benefício, p.ex., em obras públicas.

7 - ESPECIALIDADE: Refere-se à descentralização administrativa: criação de pessoas jurídicas da Administração Indireta para melhor atendimento das necessidades públicas; Tais entidades são criadas e instituídas por leis específicas, que preveem a sua função. Aí a relação com o princípio da legalidade. A descrição de função específica na lei relaciona-se com o princípio da indisponibilidade do interesse público.

8 CONTROLE (OU TUTELA): Decorre do princípio da especialidade: a necessidade da Administração Pública Direta (União, Estados e Municípios) fiscalizarem as entidades da Administração Pública Indireta criadas; Este controle ou tutela é excepcional e visa verificar se a entidade da Administração Pública Indireta [principalmente autarquia] está atendendo os fins para os quais foi criada.

9 AUTOTUTELA: A Administração Pública exerce controle sobre seus próprios atos, independente de ordem judicial; Revogação [por razão de interesse público] e anulação [em virtude de ilegalidade]; Súmulas STF n 346 e 473; Autotutela quanto aos bens públicos: Administração não necessita de ordem judicial para proteger seu patrimônio. Possibilidade da proteção por medidas de polícia administrativa.

10 - HIERARQUIA: Decorrência da estrutura da Administração Pública; Relações de coordenação e subordinação; Deste princípio decorrem prerrogativas, tais como possibilidade de avocar e delegar atos, poder disciplinar, etc.

11 CONTINUIDADE (DO SERVIÇO PÚBLICO): Serviço público configura-se como essencial e necessário à coletividade, não se admitindo sua paralisação total; Decorrem deste princípio: - art. 37, VII CF: regra da proibição de greve no serviço público [discussão jurídica quanto à sua possibilidade nos limites da lei específica ],

11 CONTINUIDADE (DO SERVIÇO PÚBLICO): - não aplicação da exceptio non adimpleti contractus nos contratos administrativos cujo objeto seja execução de serviço público; - possibilidade da Administração fazer uso dos equipamentos/instalações das empresas contratadas, visando resguardar a continuidade da prestação do serviço.

12 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E DE VERACIDADE: Certeza quanto aos fatos = veracidade; Observância da lei = legitimidade; Presunção juris tantum!

13 RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: A proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade; Ambos referem-se à atuação discricionária da Administração Pública, podendo ser parâmetros de controle da mesma pelo Poder Judiciário;

13 RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: Razoabilidade = ideia de adoção de medidas administrativas proporcionais às necessidades, ou seja, não exageradas, não exorbitantes; Aferição da razoabilidade e da proporcionalidade = baseada em critérios que dependem do caso concreto e não somente do texto legal; Previsão na CESP e na Lei n 9784/99 [LPA federal].

14 MOTIVAÇÃO: Indispensável para todo ato administrativo, tanto vinculado, quanto discricionário; Apresentação dos fundamentos fáticos e jurídicos do ato administrativo; Previsão expressa nas leis de processo administrativo e na Constituição do Est. São Paulo.

15 SEGURANÇA JURÍDICA: Vedação da aplicação retroativa dos efeitos de uma norma jurídica nova; Relação com a mudança de interpretação ocasionada pela lei nova; Decorrências: existência de prazos para a Administração reformar atos, normas de prescrição e decadência.

RESPONSABILIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS: Espécie do gênero agentes públicos: Servidores públicos Estatutários: cargos públicos + estatuto Empregados públicos: empregos públicos + regime celetista (+ normas constitucionais dos servidores). Servidores temporários: art. 37 IX CF: exercem função, sem vinculação a cargo ou empregos. Atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público.

CONCEITOS DE CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA: Cargo público Emprego público Função pública menor unidade de atribuições sob regime estatutário menor unidade de atribuições sob regime contratual (celetista) a) temporária (art. 37, IX CF) b) de confiança: exclusivas de titulares de cargo ou emprego (art. 37, V CF)

Espécie de cargo/função Cargo efetivo (permanente) Caráter temporário (função para Di Pietro) Cargo em comissão Função de confiança Exigibilidade de concurso público Sim Não (temporariedade + excepcionalidade) Não (chefia, direção, assessoramento, segundo limites da lei) Não (todavia, preenchimento exclusivo por titulares de cargo efetivo)

RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO: 1. Responsabilidade tríplice: administrativa, civil e penal. 2. Responsabilidade civil: a responsabilidade do servidor pelos prejuízos causados a terceiros. O prejuízo pode ser material ou imaterial (moral).

2.1 Fundamento da responsabilidade civil: art. 186 CC, todo aquele que causa dano a outro é obrigado a indenizar. 2.2 Requisitos da responsabilidade civil: 2.2.1 ação ou omissão ilícita: a lei prevê que o agente pode causar dano a outrem quando faz ou não faz algo. O não fazer é ilícito quando há lei que determine a ação.

2.2.2 culpa ou dolo: na culpa há, em regra, a inobservância de um dever de cuidado, não havendo intenção de causar o dano. O dolo configura-se na intenção em causar o dano. 2.2.3 relação de causalidade: relação de causa e efeito entre a ação e o dano. 2.2.4 dano: pode ser material ou moral.

2.3 Distinção quanto a quem sofre o dano: 2.3.1 Dano causado ao Estado: a) apuração pela Administração, por meio de processo administrativo (ampla defesa e contraditório); b) possibilidade de execução direta pela Administração (desconto dos vencimentos, p.ex.. lei costuma prever limite de desconto mensal para preservação do caráter alimentar dos vencimentos).

Esta é decorrência do princípio da autoexecutoriedade da Administração Pública; c) possibilidade de seqüestro ou perdimento de bens, por intermédio do Poder Judiciário (Dec. Lei 3.240/29 e Lei n. 8.429/92). 2.3.2 Dano causado ao particular: a) aplicação da responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, 6/ CF); b) direito de regresso do Estado perante o servidor, comprovados os requisitos da responsabilidade civil (culpa ou dolo).

3. Responsabilidade administrativa: 3.1 Deveres dos servidores: Geralmente previsão dos deveres na lei estatutária; Necessidade de observância dos princípios da administração pública ( caput art. 37 CF);

Lei estatutária prevê também as penalidades disciplinares (advertência verbal, advertência escrita, suspensão, demissão, dispensa a bem do serviço público, cassação de aposentadoria). Possibilidade de medidas preventivas (afastamento, p.ex.) e do seqüestro e perdimento de bens conforme apontado no item 2.3.1. 3.2 Requisitos: os mesmos da responsabilidade civil.

3.3 Meios de apuração: - sumários (sindicância) - processo administrativo disciplinar (denominação imprópria: inquérito administrativo ). Considerações: a)não há tipicidade como a esfera penal; b)discricionariedade da Administração Pública na apreciação da conduta e subsunção à previsão legal.

Contudo, necessidade de motivação do ato que aplica a punição. Esta motivação pode constar do relatório final da comissão processante ou de pareceres jurídicos préopinantes à decisão que aplica a punição disciplinar.

4. Responsabilidade penal: 4.1 Hipóteses de cabimento: cometimento de crime ou contravenção penal. 4.2 Requisitos: 4.2.1 ação ou omissão típica;

4.2.2 culpa ou dolo: não existe possibilidade da objetiva 4.2.3 relação de causalidade 4.2.4 dano ou perigo de dano: na esfera penal a tentativa também pode estar tipificada. Também, há certos crimes de risco da incolumidade pública. Portanto, o risco de dano também pode ser punido.

4.3 art. 327 CP: conceito de servidor público e de equiparado. É um conceito amplo, incluindo aquele que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública ; Equiparado é aquele que exerce cargo, emprego ou função em entidades paraestatais ou empresas que exercem atividade típica da Administração Pública.

5. Comunicabilidade de instâncias: O julgamento na instância penal pode repercutir na civil e administrativa (art. 935 CC), quando comprovadas a autoria e o fato. 5.1 Hipóteses: condenação na esfera penal: repercussão na esfera administrativa e civil. absolvição na esfera penal: deve ser verificado qual o fundamento da absolvição.

Fundamentos de absolvição (art. 386 CPP) Fundamento Repercussão esfera civil e administrativa I prova de inexistência do Sim. fato II não haver prova da Não. Na esfera civil e/ou existência do fato administrativa pode-se chegar à conclusão que o fato existiu. III não constituir o fato Não. Pode o fato ser infração civil ou infração penal IV não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal V existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena administrativa. Não. Pode este aspecto também ser comprovado na esfera civil e/ou administrativa. Sim. O art. 65 do CPP prevê que faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhece ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.