GESTÃO PEDAGÓGICA. (Dedicatória Livro Concepções e processos democráticos de gestão educacional Heloísa Lück, 2006) GESTÃO EDUCACIONAL



Documentos relacionados
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.º de 20 de dezembro de 1996

A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Silvia Helena Vieira Cruz

PLANO DE AÇÃO - EQUIPE PEDAGÓGICA

INSTRUMENTOS DE GESTÃO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Prof. Eline Alcoforado Maranhão de Sá

EDITAL PARA POSTO DE TRABALHO PROFESSOR COORDENADOR

PLANO DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO (PAE)

EDITAL PARA SELEÇÃO DE PROFESSOR COORDENADOR DO ENSINO FUNDAMENTAL CICLO I

Orientações sobre o Conselho de Classe

A perspectiva da Inclusão como Direito Fundamental E Inovações do Estatuto da Pessoa com Deficiência

Universidade de São Paulo Faculdade de Educação. Ações de formação e supervisão de estágios na área de educação especial

PORTARIA Nº 078-R, DE 28 DE JUNHO DE O SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso da atribuição que lhe foi conferida pela Lei Nº. 3.

INSTRUMENTO DE AUTO-AVALIAÇÃO

EDITAL PARA PREENCHIMENTO DE VAGA PARA PROFESSOR COORDENADOR

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO FARROUPILHA - RS

Em 23/2/2005, o Senhor Secretário de Educação Básica do Ministério da Educação,

PORTARIA Nº 413, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2002.

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

TERMO DE REFERÊNCIA. 1 Justificativa

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL UNISC CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO REGULAMENTO DO TRABALHO DE GRADUAÇÃO CAPÍTULO I DA NATUREZA

RESOLUÇÃO CGRAD 020/08, DE 16 DE JULHO DE 2008

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO: DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO, PERMANÊNCIA, AVALIAÇÃO, CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO E APRENDIZAGEM

REGULAMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

RESOLUÇÃO Nº 3, DE 13 DE MAIO DE 2016

O direito à participação juvenil

Metodologias de alinhamento PETI. Prof. Marlon Marcon

O Processo de Matrículas da Educação Inclusiva. Jane Carla Claudino Tosin Assessora da Área Pedagógica

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E T

PORTARIA/SS/GAB/Nº041/2011

NOVOS DEBATES SOBRE A BASE NACIONAL COMUM: Desafios, perspectiva, expectativas. Suely Melo de Castro Menezes

MOBILIZAÇÃO DOS CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO DE RIO LARGO/AL: O PROJECTU DA PARTICIPAÇÃO NA PROMOÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA

4. Conversando um pouco mais sobre o conselho escolar

CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

A FLUÊNCIA TECNOLÓGICA NA EXECUÇÃO DO PAPEL DE TUTORIA*

IV Encontro Pedagógico do IFAM

Universidade de São Paulo. Escola de Comunicação e Artes, ECA-USP

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS.

Estrutura de gerenciamento do risco operacional

GESTAO DA QUALIDADE NA ADMINISTRAÇAO PUBLICA

O MP E A FISCALIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SUAS

A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de nove anos

Funções Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho Docente, permitindo ao Professor e Escola um ensino de qualidade, evitando

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 24, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2015.

ESCOLA DE DESIGN - UEMG RELATÓRIO DO 1º PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Manual do Processo de Planejamento da UFSC. Departamento de Planejamento SEPLAN/UFSC

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOA FÍSICA - CONSULTOR POR PRODUTO -

Decreto-Lei n.º 240/2001 de 30 de Agosto

PROJETO BÁSICO DE CURSO EM EaD. JUSTIFICATIVA (análise de cenário / análise das características da Instituição):

PERCURSO DA ESCOLA INCLUSIVA

PROJETO NÚCLEO DE ESTUDOS DE ENSINO DA MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR

Boas situações de Aprendizagens. Atividades. Livro Didático. Currículo oficial de São Paulo

NOME DO CURSO: A Gestão do Desenvolvimento Inclusivo da Escola Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: A distância. Parte 1 Código / Área Temática

Plano de Melhoria do Agrupamento

Marta Lima Gerente de Políticas Educacionais de Educação em Direitos Humanos, Diversidade e Cidadania.

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO PNE Cons. MARISA SERRANO

Olhe os autistas nos olhos DIREITOS DE CIDADANIA, DEVER DA FAMÍLIA, DO ESTADO E DA SOCIEDADE.

PLANO DE TRABALHO PEDAGÓGICO

1. A IMPORTÂNCIA DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS.

Fundamentos da Educação Infantil

5.1 Processo de Avaliação de Organizações Prestadoras de Serviços Hospitalares O processo de avaliação e visita deve ser orientado pela aplicação do

Acesso e permanência:

Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano - VIGIAGUA

Aula 7 Projeto integrador e laboratório.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓGICO 2010

PROGRAMA EDUCAÇÃO INFANTIL PROJETO PARALAPRACÁ

EDUCAÇÃO, PEDAGOGOS E PEDAGOGIA questões conceituais. Maria Madselva Ferreira Feiges Profª DEPLAE/EDUCAÇÃO/UFPR

DIRETRIZES PARA ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CAPÍTULO II DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

F:\CPG\PLANO DIRETOR DE GESTÃO - PDG\Comunicação_PDG\Site\PDG_Doumento-Referência\Plano Diretor de Gestão_Fev-2008site.doc

NORMA OPERACIONAL DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NOB/SUAS

Dispõe sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura SMCRio e dá outras providências. Capítulo I. Das Definições e Princípios

O PERFIL DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS

REGULAMENTO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO I INTRODUÇÃO

Resultados da Avaliação externa

MESTRADO ACADÊMICO. 1. Proposta do programa

Encontros Regionais de Educação

GESTÃO ESCOLAR: desafios para qualidade do Ensino Fundamental no. município de São João da Fronteira (PI)

NAPE. Núcleo de Apoio PsicoEducativo. Divisão de Assuntos Sociais

A Tipificação e o Protocolo de Gestão Integrada

Avaliação Qualitativa de Políticas Públicas

GRUPO DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS DA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIENCIAS CAMPUS DE MARILIA

UNIVERSIDADE DE RIO VERDE CPA COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO FACULDADE DE DESIGN CURSO DESIGN GRÁFICO

PROCESSO N 553/2008 PROTOCOLO N.º PARECER N.º 786/08 APROVADO EM 05/11/08 INTERESSADO: SENAI NÚCLEO DE ASSESSORIA ÀS EMPRESAS DE CIANORTE

Faculdade de Tecnologia SENAI Belo Horizonte

REGIMENTO DO COMITÊ DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CRS

R E S O L U Ç Ã O Nº 044/2016

ESTATUTO SOCIAL DO FÓRUM GOIANO DE ENFRENTAMENTO AO USO DE CRACK E OUTRAS DROGAS

Público Alvo: Critérios de admissão para o curso:

A realidade do SAB para as crianças e adolescentes de 7 a 14 anos. O acesso à Educação

Chamada para Multiplicadores Eurodesk Portugal

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO

DECRETO No , DE 1o- DE SETEMBRO DE 2011

Proposta de Intervenção Formação Pedagógica Inicial de Formadores

A Tipificação e o Protocolo de Gestão Integrado

Heloísa Lück fala sobre os desafios da liderança nas escolas Para a educadora paranaense, somente uma escola bem dirigida obtém bons resultados

MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO E FORMAÇÃO DE MEDIADORES DE LEITURA PMDD/ML Nível: Especialização Modalidade: Presencial / A distância.

FORUM DE DIRETORES DE FACULDADE/CENTROS DE EDUCAÇÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS FORUMDIR

PREFEITURA MUNICIPAL DE ANANINDEUA CONCURSO PÚBLICO N.º 01/2015

Transcrição:

GESTÃO PEDAGÓGICA A gestores de estabelecimentos de ensino brasileiros que acreditam na importância da escola para a formação de nossas crianças, jovens e adultos e na importância de seu papel para promover essa formação com qualidade [...] [...] mediante o esforço pelo desenvolvimento de fatores, como por exemplo: a) uma cultura organizacional escolar caracterizada pela participação e envolvimento de todos, de forma colaborativa, na superação das naturais dificuldades do processo educacional; b) competência pedagógica orientada para a gestão de processos sociais de aprendizagem significativa; c) unidade e direcionamento proativo no enfrentamento dos desafios educacionais. [...] aos inúmeros profissionais da educação [...] seu entusiasmo por estudar, refletir sobre o seu trabalho e buscar construir estratégias e formas para a sua melhor atuação. (Dedicatória Livro Concepções e processos democráticos de gestão educacional Heloísa Lück, 2006) [...] contribuir para o estabelecimento de ações de gestão mais consistentes e orientadas para a efetivação de resultados educacionais mais positivos, tendo como foco a aprendizagem dos alunos e sua formação. (p. 17) [...] A boa gestão é, pois, identificada, em última instância, por esses resultados. (p. 18) GESTÃO EDUCACIONAL AMPLA ABRANGENTE SISTÊMICA COMPLEXA GESTÃO ESCOLAR REFERENTE À ESCOLA LOCAL SISTÊMICA COMPLEXA DISCUSSÃO

CONDIÇÃO BÁSICA NA VIGÊNCIA DE PARADIGMA ABERTO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E DA PRÓPRIA DEMOCRACIA NO INTERIOR DA ESCOLA. PARADIGMA O QUE É? De acordo com o Aurélio, significa modelo, padrão. Lück destaca que paradigma é visão de mundo que permeia todas as dimensões da ação humana [...] fruto de uma consciência social e coletiva de um tempo, e esta não se dá de modo homogêneo [...] o grau de maturidade de diferentes grupos e segmentos sociais varia segundo o conjunto de suas experiências e sua consciência sobre as mesmas e o seu papel em relação a elas. (p. 39) [...] reflexão sobre as práticas nas organizações de sistemas de ensino e de escolas [...] de modo a encaminhar ações para a melhoria das práticas. (p. 20) GESTÃO DO ENSINO Conceito novo, que supera o enfoque limitado de administração, a partir do entendimento de que os problemas educacionais são complexos, em vista do que demandam visão global e abrangente, assim como ação articulada, dinâmica e participativa. [...] o que dificulta o processo ensino-aprendizagem é problema e não desafio, resultando desse entendimento a expectativa de solução de problemas educacionais e escolares. Lembramos, no entanto, que essa expectativa está associada a uma perspectiva segundo a qual os problemas não deveriam existir, sendo portanto, encarados com sentimento de rejeição e com uma perspectiva reativa. Em vista disso, [...] as medidas assumidas para atuar em relação aos mesmos adotam uma perspectiva igualmente reativa, em decorrência do que os resultados são invariavelmente limitados e inadequados [...] [...] em educação os problemas são sempre os mesmos, ficando cada vez mais resistentes, tal como os vírus tratados com antibióticos, que se tornam cada vez mais resistentes; também porque, mediante essa ótica, orienta-se a ação para alcançar ou realizar aspectos específicos do que faltava no passado, sem perspectiva e orientação estratégica de futuro. (Nota de rodapé página 24) EXERCÍCIO DA GESTÃO Visão de conjunto. Visão estratégica. Ações interligadas/articuladas. No equilíbrio da atenção entre diferentes dimensões que se manifestam em uma realidade educacional reside o enfoque da gestão efetiva. (p. 29)

DESAFIO PROPOSTO PELA LDBEN Nº. 9394/96 Democratização da educação e seus desdobramentos Autoritarismo Centralização Conservadorismo Fragmentação Cobrança a governos Isolamento Imobilismo Responsabilização Autoridade Descentralização Empreendedorismo Unidade Participação junto com os governos Parceria Dinamismo Corresponsabilização [...] não basta à escola ensinar o aluno a preparar-se para níveis mais elevados de escolaridade, de modo que o ensino volte-se para demandas internas da escola [...] (p. 32) Infelizmente, observa-se que esta tem sido uma realidade na prática de ensinoaprendizagem e organização curricular e do projeto pedagógico de escolas, que se têm orientado muito mais para a coerência lógica interna do conhecimento construído, do que para o estabelecimento da coerência desse conhecimento com a realidade, que estaria supostamente representando [...] (Nota de rodapé p. 32) [...] entendimento limitado de que a escola é do governo [...] educação é dever do Estado [...] caberia à sociedade apenas o direito de educação e não a responsabilidade conjunta de zelar por ela e promovê-la. (p. 35) [...] direitos são separados de deveres, e governo é separado da sociedade, daí porque o governo seria responsável pela escola e pelos seus processos, sendo a sociedade constituída de usuários, a quem cabe receber os benefícios oferecidos. (p. 36)

HIERARQUIZAÇÃO VERTICALIZAÇÃO NA CONDUÇÃO DOS SISTEMAS DE ENSINO E DAS ESCOLAS PARADIGMA POSITIVISTA - ÓTICA UTILITARISTA Certo Errado DESCONSIDERAÇÃO AOS PROCESSOS BUROCRATIZAÇÃO Perfeito Função Imperfeito Disfunção INDIVIDUALIZAÇÃO Produto Processo DESRESPONSABILIZAÇÃO DE PESSOAS PELOS RESULTADOS FINAIS DE SEUS TRABALHOS Ensino Aprendizagem PARA QUE A ESCOLA EXISTE? PARA O ALUNO. QUE ALUNO QUEREMOS FORMAR? FORMAMOS ALUNOS COM BASE NO QUE ESTÁ PROPOSTO APENAS EM PAPÉIS? OBJETIVAMOS FORMAR ALUNOS COM CAPACIDADE DE AUTO- ORGANIZAÇÃO OU DOMESTICADOS? (p. 59) PILARES SOBRE OS QUAIS SE ASSENTA A EFICÁCIA ESCOLAR Autonomia de gestão da escola. Existência de recursos sob controle social. Liderança pelo diretor. Participação da comunidade. Competência pedagógica. [...] tem-se evidenciado na literatura o reconhecimento da importância da competência profissional específica em gestão como um critério fundamental para o bom desempenho das funções de gestão escolar. (p. 78) É bom lembrar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 5.692/71, estabeleceu uma abertura para as escolas definirem o seu currículo, levando em conta o seu contexto sócio-econômico-cultural e as necessidades dos seus alunos. Verificou-se, na ocasião, no entanto, a adoção de práticas, por parte das escolas, de copiar currículo de outras, como da compra de serviços de profissionais externos à escola, para elaborar esse currículo. Essa situação se assemelha ao fenômeno mais recente, relacionado à elaboração do projeto pedagógico da escola, considerado muitas vezes muito mais como uma exigência legal a ser cumprida, do que como uma inspiração ao exercício de sua própria identidade educacional. Em tais circunstâncias, cabe lembrar o indicado por Ubaldi (1986), no sentido de que bem poucos demonstram ter autonomia de pensamento ou ter vontade de exercê-la, pois desse exercício resulta uma responsabilidade. (Nota de rodapé p. 82) [...] há necessidade de competências técnicas para que a competência política seja efetiva. (p. 117) [...] o monitoramento e a autoavaliação se constituem em responsabilidade pública da gestão democrática. Estes mecanismos permitem estabelecer a credibilidade da escola e da educação, que tanto carecem de reconhecimento público para sua revitalização.

Aliás, identifica-se que a própria legitimidade da escola depende desse processo (Gadotti, 1997). (p. 118) AUTONOMIA O QUE É? Nenhuma escola, como qualquer organização social, é inteiramente autônoma. Todas elas são interdependentes, pois, como elementos da sociedade, dependem umas das outras para realizar o seu trabalho, assim como, até mesmo, justificar a sua existência [...] (p. 1125) Nesse sentido, autonomia não corresponde ao exercício de vontades e interesses particulares ou ao modo peculiar de pensar dos participantes da escola. Não constitui um direito de agir com liberdade irrestrita, muito menos de adotar, em nome da autonomia, ações e atitudes que detenham, desvirtuem ou prejudiquem a realização dos objetivos e obrigações educacionais e sociais de melhorar continuamente a qualidade do ensino e oferecer aos alunos ambiente e experiências educacionais formadores, de alto nível [...] [...] Caprichos individuais ou coletivos, veleidades, desordenação, falta de consciência do bem comum da sociedade e das necessidades educacionais dos alunos, comodismo e falta de coragem em assumir desafios muitas vezes se manifestam camufladamente como demanda de espaço para a ação autônoma. Por outro lado, outras vezes, as solicitações e cobranças do sistema de ensino por qualidade maior do trabalho das escolas são interpretadas como sinal de autoritarismo e centralização, e como diminuição do espaço da autonomia da gestão da escola. (p. 126) A autonomia de gestão escolar corresponde à associação entre tomada de decisão e ação, entre planejamento e compromisso com a execução do planejado, entre execução e monitoramento, entre avaliação e prestação de contas, entre resultados promovidos e recursos utilizados. (p. 128) O QUE DEVE CONTER NA PROPOSTA PEDAGÓGICA? CAPÍTULO III DA PROPOSTA PEDAGÓGICA Art. 30 A Proposta Pedagógica deverá ser trabalhada compartilhadamente como construção coletiva; visará à organização e integração das atividades, dando significado à ação dos agentes educativos. Art. 31 - A Proposta Pedagógica é o documento que traça o perfil da escola, conferindolhe identidade própria à medida que contempla as intenções comuns de todos os envolvidos, norteia o gerenciamento das ações intra-escolares e operacionaliza o Currículo Escolar. 1º - A Proposta Pedagógica da Escola contemplará, no mínimo: I identificação da instituição escolar;

II caracterização da instituição (objetivos da oferta escolar, cursos e modalidades de ensino, turnos de funcionamento, capacidade de matrícula); III caracterização da demanda atendida pela escola e da comunidade em que se insere; IV caracterização do corpo docente e de especialistas exigidos; V explicitação dos preceitos filosóficos e pedagógicos nos quais a instituição se fundamenta para a promoção educativa dos alunos, traduzindo os valores assumidos pela comunidade escolar, suas finalidades, objetivos e prioridades, correlação entre o conteúdo acadêmico pretendido e o compromisso social da instituição; VI organização curricular ; VII normas de gestão e convivência entre os diferentes segmentos escolares; VIII calendário escolar; IX matrícula (explicitar de forma clara e objetiva os direcionamentos adotados pela escola para a efetivação das matrículas a partir da Portaria de Matrícula emanada da Secretaria de Educação); X recuperação (explicitar de forma clara e objetiva os direcionamentos adotados pela escola para a recuperação paralela dos alunos que apresentarem rendimento insatisfatório no decorrer do processo de ensino e aprendizagem); XI espaços físicos e equipamentos disponíveis e sua metodologia de utilização; XII explicitar de forma clara e objetiva as ações que a escola efetivará para a inserção social de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades; XIII explicitação das formas de parcerias a serem estabelecidas com a comunidade local, regional e nacional visando à interação entre o processo ensino-aprendizagem e a vida cidadã; XIV explicitação dos processos de articulação da escola com a família e a comunidade; XV definição das providências de respaldo à melhoria presumível da qualidade do ensino. REFERÊNCIAS: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. LÜCK, Heloísa. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Rio de Janeiro, Editora Vozes, 2006. Regimento Comum das Escolas Municipais do Município de Colatina ES 2001. Resolução CEE ES Nº 1.286/2006