RESUMO DE AULA. O Brasil já incorporou essa convenção ao direito brasileiro que esta previsto na Lei 8617/93 um marco no direito interno.



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RESUMO DE AULA Turma/Turno: noite Data: 19/06/2012 Disciplina: Direito Internacional Professor: Marcelo David Assunto e nº da aula: Domínio Marítimo Aula 1 Domínio Marítimo Assunto econômico mais importante do Estado brasileiro. Marco regulatório (legal): Convenção das Nações Unidas sobre direito do mar 1982 um tratado específico sobre direito do mar. Na Prova pode vir Tratado de 1982, Tratado da Jamaica 1982 ou Tratado de Montego Bay (cidade da Jamaica onde foi assinado) Tudo que envolve mares, ilhas, plataformas, proteção ao meio ambiente ou oceanos. O Brasil já incorporou essa convenção ao direito brasileiro que esta previsto na Lei 8617/93 um marco no direito interno. O mar territorial sempre foi um litígio a ser resolvido entre os países, pois é necessário estender soberania além do domínio terrestre também para uma faixa lateral de mar vizinha ao meu domínio terrestre, para o país se sentir protegido, sendo o país dono da terra e também de uma faixa de mar vizinha a minha terra. Faixa de mar essa que será o mar juridicamente tratado como terra, por isso o nome mar terra ou mar territorial. Nenhum país é contra, o conflito é referente ao tamanho do mar territorial. O mar a seguir será tratado do ponto de vista jurídico: A ONU reuniu os países do mundo em 1971. O Tratado de Montego Bay surgiu em 1971, no entanto, somente 1982 foi assinado.

Demorou 11 anos, pois não se sabia ao certo o tamanho do mar territorial. Até que em Montego Bay na Jamaica foi decidido que sua extensão seria de 12 milhas da costa terrestre. A Zona econômica será de até 200 milhas a partir da costa terrestre. O Tratado demorou tanto tempo para entrar em vigor, pois precisava que 60 países do mundo ratificassem. Só em 1994 entrou em vigor, demorou 12 anos até que todos os 60 países do mundo ratificassem. Tipos de Navios: a) Navios públicos: representativo do estado. Exemplo: militares, porta aviões São Paulo. Nos navios públicos o que acontecer dentro do navio é de competência da bandeira, pois é território brasileiro por extraterritorialidade brasileira. Será sempre por lei do pavilhão, ou seja, lei do Estado da bandeira sendo sujeita a sua jurisdição. b) Navios privados: atividade comercial ou mercantil. São navios de bens, pessoas, mercadorias. Exemplo: navios mercantes, petroleiros, transatlânticos, esporte e recreio (lancha, escuna). Transportam 96% da economia externa brasileira. Para os navios privados é essencial, caso ocorra um crime, ter conhecimento exato onde o navio estava, para saber qual regime jurídico será aplicado. OS: Crimes abordo de avião: todo domínio aéreo é subjugado sob o domínio marítimo. Todo conceito do marítimo também é utilizado no aéreo. ZONA DO DOMÍNIO MARÍTIMO: O Brasil tem 8.500 km de litoral, um dos maiores do mundo. Dentro do domínio marítimo a primeira chamamos de águas interiores:

ÁGUAS INTERIORES: Existe porque não há litoral que seja linha reta, porque existe o mar que bate na rocha e vai por erosão abrindo espaço a água começa a recortar o domínio terrestre, a água veio para dentro do domínio terrestre. Exemplos: Baía da Guanabara, praia, baías, bacias, enseadas, águas em torno dos portos (águas portuárias). No Rio de Janeiro, Búzios é o litoral mais recortado que existe. Regime jurídico soberania absoluta do Estado costeiro, não há exceção. MAR TERRITORIAL: Área mais importante do domínio marítimo. O mar territorial tem 12 milhas da costa brasileira, assim determinado pela convenção da Jamaica. O Brasil é muito mais que o domínio terrestre, existe o domínio marítimo, aéreo. O mar territorial é o limite da soberania do Estado brasileiro. É a soma do domínio terrestre mais 12 milhas, é o domínio marítimo que diz qual é o domínio aéreo. Conceito: o domínio aéreo massa de ar sobrejacente ao domínio terrestre mais 12 milhas no sentido horizontal, subindo no sentindo vertical vai até a camada da atmosfera, depois da camada da atmosfera é domínio sideral (convenção das nações unidas do espaço sideral). Regime Jurídico soberania do estado costeiro. Tem uma única exceção: flexibiliza a soberania do estado brasileiro, quando há o direito de passagem inocente (é o direito mais antigo no mundo, veio do direito consuetudinário) servidão de passagem, é permitido vir e voltar dentro dos limites estabelecido. A passagem inocente é um limitador da soberania do Estado, pois este é obrigado a permitir a passagem de outros navios, assim como os outros países permitem a sua passagem. O país é dono, mas permite a passagem de países estrangeiros, só irá existir quando a passagem for contínua, só de passagem, ele só pode passar nunca pode parar (como se fosse um corredor).

Essa passagem tem que ser inocente a regra é que os navios trafegam normalmente, se o navio oferecer perigo/risco descaracteriza a passagem. Assim se de alguma maneira algum navio oferece ameaça não terá direito de passagem. O que define é o que o navio transporta, hoje é definido como carga altamente perigosa a carga tóxica, lixo nuclear. Para passar pela passagem inocente não precisa ser autorizado basta ter direito. Quem não tem direito e quer o direito de passagem deve pedir para entrar no mar territorial, o Estado costeiro que irá autorizar a passagem. Não tem direito a passagem inocente quem tenha carga tóxica, pois o tóxico é infinitamente mais agressivo que o produto poluente. Na maioria dos casos é permitida a passagem inocente desde que o Estado costeiro imponha algumas condições a fim de ser proteger. ZONA CONTÍGUA: Mede também 12 milhas, a partir do mar territorial mede-se mais 12 milhas. Fica entre 12 a 24 milhas da costa. A zona contígua é a medida do mar territorial sendo mais 12 milhas. Objetivo: é uma área de proteção do estado costeiro. Sentido preventivo, utilizar área com preservação, exclusão, para que os problemas não cheguem perto da área terrestre, assim quando o navio estrangeiro se aproximar da área contígua, que é de 24 milhas da área terrestre, será fiscalizado e se apresentar algum tipo de problema será obrigado a retornar. A Zona Contígua visa prevenir: a) Área Ambiental; b) Sanitárias; c) Imigratória. O Brasil tem poder de polícia em caráter preventivo de fiscalização e prevenção para não deixar o problema entrar no país. ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: Foi criada para preservar os interesses econômicos dos países no mar. Direito de prevenção da área econômica.

Há o direito de repreender. Preservar a economia o interesse do Estado, tudo que estiver interesse econômico. Exemplo: pesca, exploração de petróleo. ALTO MAR: Patrimônio comum da humanidade pertence a todos os países do mundo e a ninguém ao mesmo tempo. Todo mundo tem direito de navegar e explorar. PLATAFORMA CONTINENTAL: Não tem conceito jurídico somente geológico. É uma planície que prolonga o domínio terrestre debaixo do mar. Os países devem provar que possuem plataforma continental. OS: A Convenção estabeleceu que o limite máximo seja de até 350 milhas. A Austrália tem 750 milhas, mas ela só pode explorar até 350 milhas, este é um limite jurídico.