Agência Nacional de Vigilância Sanitária
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- Anderson Furtado Prada
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1 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Assunto: Emissão de Certificado de Livre Prática 1. Segundo o Regulamento Sanitário Internacional (2005) em seu Título I, Artigo 1 Definições: «libre plática» significa la autorización, en el caso de una embarcación, para entrar en un puerto, embarcar o desembarcar, descargar o cargar suministros o carga; en el caso de una aeronave, después del aterrizaje, la autorización para embarcar o desembarcar, descargar o cargar suministros o carga; y en el caso de un vehículo de transporte terrestre, después de su llegada, la autorización para embarcar o desembarcar, descargar o cargar suministros o carga; 2. A Anvisa tem publicada a Resolução RDC nº. 217, de 21 de novembro de 2001 que aprova o Regulamento Técnico, Anexo a esta Resolução, com vistas à promoção da vigilância sanitária nos Portos de Controle Sanitário instalados no território nacional, embarcações que operem transportes de cargas e ou viajantes nesses locais, e com vistas à promoção da vigilância epidemiológica e do controle de vetores dessas áreas e dos meios de transporte que nelas circulam, legislação essa que atualmente subsidia todas as atividades de controle sanitário realizadas em portos e embarcações; 3. A RDC 217/01 dispõe em seu Título I Das Definições, artigo 1º inciso XXXII: Livre Prática: autorização a ser emitida pelo Órgão de Vigilância Sanitária Federal competente, para que uma embarcação procedente ou não do exterior, atraque ou inicie as operações de embarque ou desembarque de cargas e viajantes, podendo ser: a) Livre Prática a Bordo: aquela a ser emitida a bordo, após inspeção sanitária; b) Livre Prática Via Rádio: aquela a ser emitida a partir da avaliação satisfatória das informações apresentadas na Solicitação de Certificado, sem inspeção sanitária, a bordo, no momento da sua emissão. (grifo nosso) 3. Na referida Resolução, temos em seu Título V os critérios para concessão do certificado de livre prática, conforme disposto nos artigos abaixo: Art. 7º A Livre Prática será concedida pela autoridade sanitária em exercício no Porto de Controle Sanitário, por meio do Certificado de Livre Prática, documento de caráter intransferível, mediante análise das condições operacionais e higiênico-sanitárias da embarcação e do estado de saúde dos
2 seus viajantes, a partir de uma inspeção sanitária realizada a bordo da embarcação ou da análise documental das informações apresentadas quando da sua solicitação. Parágrafo único. Constituem Livre Prática: I - Livre Prática a Bordo; II - Livre Prática Via Rádio. Art. 8º A embarcação deverá solicitar Livre Prática à autoridade sanitária em exercício no Porto de Controle Sanitário ao qual se destina, por meio da Solicitação de Certificado, conforme Anexo IV deste Regulamento, quando estiver realizando navegação de: I - Mar Aberto/Longo Curso: embarcação em trânsito internacional, em deslocamentos marítimo, marítimo-fluvial ou marítimo-lacustre e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros, de esporte e recreio ou pesca, apoio marítimo ou outra atividade; II - Mar Aberto/Cabotagem: embarcação em trânsito interestadual e deslocamento marítimo e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros, esporte e recreio ou de pesca, apoio marítimo ou outra atividade; III - Mar Aberto/Cabotagem: embarcação em trânsito intermunicipal, em deslocamento marítimolacustre e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros, esporte e recreio ou de pesca, apoio marítimo ou outra atividade; IV- Interior: embarcação em trânsito internacional, deslocamento fluvial e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros, excetuando-se do disposto neste inciso, os deslocamentos entre Portos de Controle Sanitário instalados em municípios brasileiros limítrofes com os países que fazem fronteira com o Brasil e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros; V- Interior: embarcação em trânsito internacional, deslocamento fluvial e desenvolva atividades de esporte e recreio ou pesca;... Art. 11 A validade dos Certificados de Livre Prática, a bordo ou via rádio, concedidos à embarcação de que trata o artigo 8º, deste Regulamento, corresponderá ao seu período de permanência e operação no Porto de Controle Sanitário. Art. 12 Deverá estar de posse do Certificado de Livre Prática válido, no momento da atracação, a embarcação que tenha efetuado navegação de: I - Mar Aberto/Cabotagem: em trânsito municipal ou intermunicipal, em deslocamento marítimo ou marítimo-fluvial e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros, de esporte e recreio ou de pesca, apoio marítimo ou outra atividade;
3 II- Interior: em trânsito municipal ou intermunicipal, deslocamento marítimo, marítimo-fluvial, fluviallacustre ou lacustre e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros, esporte e recreio ou de pesca, apoio portuário ou outra atividade; III- Interior: em trânsito municipal, intermunicipal ou interestadual, em deslocamento fluvial e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros, esporte e recreio ou de pesca, apoio portuário ou outra atividade; IV- Interior: em trânsito internacional, em deslocamento fluvial, exclusivo entre Portos de Controle Sanitário instalados em municípios brasileiros limítrofes com os países que fazem fronteira com o Brasil e desenvolva atividades ou serviços de transporte de cargas e ou passageiros; 1º O Certificado de Livre Prática a ser concedido às embarcações, de que trata este artigo, deverá ser emitido a bordo, após inspeção sanitária e terá a validade de 90 (noventa) dias a partir da sua emissão.... Art. 13 É proibido o início das operações de embarque e desembarque de cargas e viajantes à embarcação que não dispuser do Certificado de Livre Prática válido. 4. Ressaltamos que todos os serviços prestados pela autoridade sanitária, sejam realizados mediante a uma inspeção física ou apenas documental, está vinculado a cobranças de taxas de fiscalização de vigilância sanitária, logo a Solicitação do Certificado de Livre Prática - CLP é um serviço demandado e executado, sendo realizada uma ação fiscal de vigilância sanitária passível de arrecadação, na qual a Anvisa emite um documento atestando a conformidade da embarcação as exigências sanitárias e permitindo que a mesma opere no porto; 5. Considerando o disposto nos itens 3 e 4, acima expostos, observamos que a prática da vigilância sanitária para emissão do Certificado de Livre Prática acontecia da seguinte forma: 5.1 A Solicitação do Certificado é realizada a cada porto, conforme preconizado na RDC/217, para que aconteça a atracação e posterior operação; 5.2 O Certificado de Livre Prática tem validade: A cada porto, considerando as embarcações dispostas no artigo 8º e; Por 90 (noventa) dias considerando as embarcações dispostas no artigo 12; 5.3 Porém a taxa referente ao Certificado só era paga a cada 90 (noventa) dias, quando o CLP perdia a validade e era Solicitado novo Certificado;
4 5.4 Mas para cada atracação, quando é realizada Solicitação de Livre Prática, é gerada GRU (Guia de Recolhimento da União), mas no período em que o CLP encontrava-e válido, a mesma era gerada com valor zero; 5.5 Ou seja, o serviço prestado pela vigilância sanitária quando autorizava a atracação e operação a cada porto, através da solicitação de livre prática não estava sendo efetivamente cobrado. 6. A cerca do assunto, deve ainda ser considerado que: 6.1 A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dispõe em seu art. 145, inciso II: Art A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos... II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; E ainda, o artigo 77 do Código Tributário Nacional: Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Sendo exercida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária conforme disposto na Lei nº. 9782, de 26 de janeiro de 1999: Art. 7º - Compete à Agência proceder à implementação e à execução do disposto nos incisos II a VII do art. 2º desta Lei, devendo: VI - administrar e arrecadar a taxa de fiscalização de vigilância sanitária, instituída pelo art. 23 desta Lei... Art Fica instituída a Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária. 1º - Constitui fato gerador da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária a prática dos atos de competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária constantes do Anexo II. 2º - São sujeitos passivos da taxa a que se refere o caput deste artigo as pessoas físicas e jurídicas que exercem atividades de fabricação, distribuição e venda de produtos e a prestação de serviços mencionados no art. 8º desta Lei.
5 3º - A taxa será devida em conformidade com o respectivo fato gerador, valor e prazo a que refere a tabela que constitui o Anexo II desta Lei. 4º - A taxa deverá ser recolhida nos prazos dispostos em regulamento próprio da Agência. 5º - A arrecadação e a cobrança da taxa a que se refere este artigo poderá ser delegada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a critério da Agência, nos casos em que por eles estejam sendo realizadas ações de vigilância, respeitado o disposto no 1º do art. 7º desta Lei. 6.2 Sendo assim, temos que a taxa é uma espécie de tributo cujo fato gerador é o exercício regulador do poder de polícia, ou o serviço público, prestado ou posto à disposição do contribuinte. Segundo Caio Tácito o Poder de Polícia é o conjunto de atribuições concedidas à Administração para disciplinar e restringir, em favor do interesse público adequado, direitos e liberdades individuais, portanto, essa atribuição é inerente a fiscalização sanitária e conseqüentemente a concessão de CLP é um regular exercício de poder de polícia imputado à ANVISA pela Lei nº /1999; 6.3 Sabemos ainda que a taxa de fiscalização de vigilância sanitária é um tributo vinculado, ou seja, seu fato gerador é sempre ligado a uma atividade estatal, no caso, toda e qualquer emissão de CLP gerará, obrigatoriamente, uma taxa a ser recolhida; 6.4 E logo devemos empreender que a concessão dos Certificados de Livre Prática, ou sua simples solicitação à Anvisa por parte do Agente Regulado, configura a efetiva ocorrência do fato gerador disposto no Anexo II da Lei nº /1999, suficiente para a incidência da taxa de fiscalização de vigilância sanitária. Não pode um ato administrativo dispor sobre matéria de competência exclusiva do legislador ordinário, como é o caso da validade da taxa, estipulada pela Lei nº /1999, que a nosso entender exaure-se com a ocorrência do correspondente fato gerado. 7 Face ao exposto está impossibilitada a desvinculação da taxa recolhida para emissão do Certificado da emissão efetiva do Certificado de Livre Prática Brasília, 07 de outubro de 2008.
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