E-LOCUÇÃO REVISTA CIENTÍFICA DA FAEX. Edição 04 Ano 2 2013



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Transcrição:

Edição 04 Ano 03

Edição 04 Ano 03 Editorial Prezados leitores, Apresentamos a 4a edição da revista E-Locução. Nesta edição, trazemos duas novidades: a primeira é, com a formação do NUPAC ( Núcleo de Pesquisas acadêmicas e comunitárias ), esta revista passará a ser avaliada por tal núcleo dando assim um grande passo para a contínua busca por qualidade acadêmica, ainda quanto a esta questão a coordenação editorial passará a ser feita pelo professor Marcello Teixeira Franceschi sendo assim substituído no corpo editorial pelo professor José Eduardo do Couto Barbosa. A segunda novidade é que, pela primeira vez, a nossa Revista traz uma seleção especial de artigos de apenas uma das diversas áreas do conhecimento. Com o intuito de homenagear e reconhecer a sua importância e seu crescimento, nós separamos oito artigos e duas resenhas que contemplam temas da área das Engenharias. Como esses artigos apresentam muitos gráficos e fórmulas, optamos por manter as formatações originais, a fim de não modificar a estrutura de tais elementos. Entre os textos enviados foram selecionados, para este número especial, os seguintes artigos: -MÉTODO DE INTERSEÇÃO NORMAL À FRONTEIRA APLICADO À OTIMIZAÇÃO DO TORNEAMENTO DO AÇO ABNT 500 COM FERRAMENTAS DE CERÂMICA MISTA, que apresenta um estudo detalhado sobre a aplicação do Método de Interseção Normal à Fronteira na otimização do processo de usinagem de um aço SAE/ABNT 500 55 HRC de modo a se obter uma fronteira equiespaçada de Pareto para a Vida da ferramenta de cerâmica mista e de geometria convencional e da Rugosidade média da peça; - MÉTODO DE OTIMIZAÇÃO MULTIOBJETIVO BASEADO NA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS, que realiza uma abordagem alternativa híbrida, combinando Metodologia de Superfície de Resposta (RSM) e Análise Envoltória de Dados (DEA Data Envelopment Analysis), uma popular técnica de programação linear utilizada para comparar a eficiência das Unidades de Tomada de Decisão (DMU Decision Making Units);

Edição 04 Ano 03 - OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE HOMOGENEIZAÇÃO DE EMULSÕES W/O DE PETRÓLEO COM O USO DA METODOLOGIA DE SUPERFÍCIE DE RESPOSTA, que demonstra a aplicação da Metodologia de Superfície de Resposta na determinação das condições ótimas de homogeneização de emulsões de petróleo do tipo W/O (Water in Oil); - ESTUDO DA MINIMIZAÇÃO DE ERRO NAS MEDIÇÕES DE CONCENTRAÇÃO DE EMULSÕES POR TITULAÇÃO KARL-FISCHER UTILIZANDO-SE PROJETO DE EXPERIMENTOS, que objetiva estudar a eficiência da titulação Karl-Fischer como procedimento de medição de concentração de emulsões do tipo água em óleo (petróleo), bem como avaliar o melhor conjunto de parâmetros e respectivos níveis de funcionamento do equipamento de medição de concentração; - RISCO: MEDIDAS DE RISCO, AVERSÃO E SEU GERENCIAMENTO, que expõe ao investidor as variáveis que afetarão as suas decisões e os cálculos que podem ser feitos para a mensuração destas variáveis; - OTIMIZAÇÃO DUAL MULTIOBJETIVO NO TORNEAMENTO DO AÇO ABNT L4, que propõe a aplicação da função de Erro Quadrático Médio na minimização dos parâmetros de rugosidade superficial (Ra, Ry, Rq, Rt e Rz) no processo de torneamento do aço de corte fácil ABNT L4, através de ensaios de curta duração utilizando ferramenta de metal duro; - PROJETO DE PARÂMETROS ROBUSTOS PARA O FRESAMENTO DE TOPO DO AÇO ABNT 045, que enfoca a aplicação de um método experimental para determinar as condições ótimas da rugosidade superficial Ra no fresamento de topo do aço ABNT 045; - UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE OS COEFICIENTES C4 E C5 DAS CARTAS DE CONTROLE SHEWHART X-BARRA E S, que propõe uma tentativa de se estabelecer uma fundamentação teórica sobre a questão, ainda escassa em deduções, apesar das inúmeras literaturas de controle estatístico de processos. Por fim, trazemos duas resenhas:

Edição 04 Ano 03 - EXPERIMENTOS COM MISTURA PARA OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS: UMA APLICAÇÃO COM RESPOSTAS NÃO NORMAIS, que objetiva saber qual a proporção dos componentes da mistura que propicia um tempo de queima especificado em projeto. - TEORIA DE PORTFÓLIO: COMPOSIÇÃO ÓTIMA DE UMA CARTEIRA DE INVESTIMENTO, que visa mostrar técnicas de aplicação da Teoria do Portfólio de Harry Markowitz para grandes números de ativos. Boa leitura! Luís Eduardo Machado. Coordenador do Conselho Editorial

Edição 04 Ano 03 E-Locução ISSN 38-899 v., n.4, jul/dez 03 Publicação Semestral da FAEX Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Extrema CONSELHO EDITORIAL Coordenador Prof. Luís Eduardo Machado Editores Prof. José Eduardo do Couto Barbosa Prof. Marcello Teixeira Franceschi Prof. Daniel Amaro Cirino de Medeiros Prof. Edilberto Raimundo Daolio CORPO EDITORIAL Administrador Financeiro Prof. João Batista da Silva Revisão de Normalização Prof. Marcello Teixeira Franceschi Prof. Ms. Daniel Amaro Cirino de Medeiros Profa. Eliana Aparecida Del Col Lopes Prof. José Christiano Villas Boas Autores dos textos Projeto Gráfico, Capa e Diagramação Fabrício di Santos Endereço para correspondência Estrada Municipal Pedro Rosa da Silva S/N Vila Rica Extrema, MG E-mail: revistacientifica@faex.edu.br 03

Edição 04 Ano 03 Sumário. Método de Interseção Normal à Fronteira Aplicado à Otimização do Torneamento do Aço ABNT 5000 com Ferramentas de Cerâmica Mista...7. Método de Otimização Multiobjetivo Baseado na Análise Envoltória de Dados...33 3. Otimização do Processo de Homogeneização de Emulsões W/O de Petróleo com o Uso da Metodologia de Superfície de Resposta...59 4. Estudo da Minimização de Erro nas Medições de Concentração de Emulsões por Titulação Karl-Fisher Utilizando-se Projeto de Experimentos...79 5. Risco: Medidas de Risco, Aversão e seu Gerenciamento...96 6. Otimização Dual Multiobjetivo no Torneamento do Aço ABNT L4...05 7. Projeto de Parâmetros Robustos para o Fresamento de Topo do Aço ABNT 045...0 8. Uma investigação Sobre os Coeficientes C4 e C5 das Cartas de Controle Shewhart X- Barra ES...39 9. Experimentos com Mistura para Otimização de Processos: Uma Aplicação com Respostas não Normais...54 0. Teoria de Portfólio: Composição Ótima de Uma Carteira de Investimento...60

Edição 04 Ano 03 MÉTODO DE INTERSEÇÃO NORMAL À FRONTEIRA APLICADO À OTIMIZAÇÃODO TORNEAMENTO DO AÇO ABNT 500 COM FERRAMENTAS DE CERÂMICA MISTA José Henrique de Freitas Gomes ze_henriquefg@yahoo.com.br Tarcísio Gonçalves de Brito engtarc.gb@ig.com.br Anderson Paulo de Paiva andersonppaiva@yahoo.com.br Aurélio Xavier de Andrade aurelioxavierandrade@gmail.com Resumo. Este trabalho apresenta um estudo detalhado sobre a aplicação do Método de Interseção Normal à Fronteira na otimizaçãodo processo de usinagem de um aço SAE/ABNT 500 55 HRC de modo a se obter uma fronteira equiespaçada de Pareto para a Vida da ferramenta de cerâmica mista e de geometria convencional e da Rugosidade média da peça. Estas duas funções objetivo foram estimadas utilizando arranjos de superfície de resposta. Os fatores investigados são: Velocidade Corte (Vc), avanço (fn) e a profundidade de corte (ap). Os resultados indicam a boa adequação do método à otimização deste processo de manufatura. Palavras-Chave:Interseção Normal à Fronteira, RSM, Vida de Ferramentas.. INTRODUÇÃO Para estabelecer relacionamentos funcionais adequados entre a Vida das ferramentas e os parâmetros de corte (velocidade de corte, avanço e profundidade de 7

Edição 04 Ano 03 corte), muitos experimentos geralmente são necessários, o que torna o custo com a experimentação por vezes proibitivo. De acordo com Choudhury e El-Baradie (998), muitos pesquisadores têm investigado o efeito dos parâmetros de corte sobre a Vida da Ferramenta e a Rugosidade Média da superfície usinada, utilizando o enfoque de variar um único fator por experimento. O presente estudo, ao contrário, leva em consideração a variação simultânea dos fatores para construir modelos de previsão para as respostas de interesse. Esta abordagem estatística conhecida como Metodologia de Projeto de Experimentos (DOE) consiste em planejar experimentos capazes de gerar dados apropriados para uma eficaz análise estatística, o que resulta em conclusões válidas e objetivas (Montgomery, 00). Das diversas estratégias experimentais disponíveis, este estudo fará uso dos fatoriais completos e da Metodologia de Superfície de Resposta (MSR). Um fatorial completo é um arranjo experimental no qual cada fator é testado igualmente em cada um dos seus níveis, escolhidos dentro de sua amplitude normal de variação. Isso permite a criação de um modelo de primeira ordem para a variável dependente a partir de um algoritmo de mínimos quadrados. De modo análogo, os arranjos MSR utilizam uma combinação de um arranjo fatorial (completo ou fracionário), pontos médios dos níveis dos fatores (center points) e pontos axiais (extremos) para ajustar, caso seja adequado, um modelo polinomial de ordem mais elevada. Diversos pesquisadores têm empregado esta metodologia para o estudo da usinabilidade dos materiais. Noordin et. al. (004) aplicaram a MSR para descrever o desempenho de ferramentas de metal duro no torneamento de um aço AISI 045. Choudhury e El-Baradie (998) e Dhavlikaret al. (003) também empregam a RSM para modelar a vida de ferramentas utilizadas no torneamento de aços de alta resistência. Alauddinet al. (997) realizaram um trabalho similar. Chouldhury e Bartarya (003) empregaram fatoriais em três níveis para estudar a influência da temperatura no desgaste de ferramentas. Yih-Fong (005) emprega uma abordagem híbrida entre análise de componentes principais (PCA) e Taguchi para otimizar as múltiplas respostas de um processo de fresamento em HSM (High-speedMachining). 8

Edição 04 Ano 03 Todos estes trabalhos objetivam a otimização de processos de usinagem, obtida a partir de uma pequena, porém, eficiente quantidade de experimentos.. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO. Metodologia de Superfície de Resposta De acordo com Montgomery (00), a Metodologia de Superfície de Resposta (MSR) é uma coleção de técnicas matemáticas e estatísticas utilizadas para modelar e analisar problemas no qual a forma de relacionamento entre as variáveis dependentes e independentes, é desconhecida. Usualmente, emprega-se, um polinômio de baixa ordem. Se houver curvatura no processo, então, um polinômio ordem mais elevado se torna necessário, tal como descreve a Eq. (). () y 0 k i x i i k i x ii i i j x x ij i j Para estimar os parâmetros () na Eq. (), emprega-se o método dos mínimos quadrados, que na forma matricial ser escrito como: () ˆ ( X X ) T X T y Na Equação (), X é a matriz dos fatores e y, das respostas. Na maioria dos experimentos, assume-se que o modelo linear é adequado; entretanto, para se avaliar a presença de curvatura e, consequentemente, a inadequação do modelo linear, utilizam-se pontos médios dos níveis dos fatores. Serão adicionados ao fatorial completo, tantos pontos centrais quantos forem os K fatores do experimento (Box et al.,978). 9

Edição 04 Ano 03 Um típico arranjo para modelos quadráticos é o CCD (Central Composite Design). Formado por três grupos distintos de elementos experimentais: um fatorial, um conjunto de pontos centrais e um grupo de pontos axiais, este arranjo possui a distância entre os pontos centrais e os axiais, constante. Este parâmetro confere rotacionalidade ao experimento, ou seja, a variância da resposta predita em um ponto de interesse x é consistente e estável. Definindo-se a variância como: (3) V T T yˆ x x X X x Então, um arranjo de superfície de resposta será rotacionável se yx constante para todos os pontos a igual distância do centro, isto é, a variância da resposta predita é constante em uma esfera de raio α. O valor de depende do número de fatores envolvidos (Montgomery, 00). Para este trabalho, onde se empregará um arranjo em blocos, é dado por: V ˆ for (4) n k n s0 s n n c0 c Na Equação (4), Ns0 é o número de center points presentes na porção axial do arranjo e Ns é a quantidade restante de pontos da porção axial. Nc0 é o número de center points da porção cúbica do arranjo (Fatorial Completo) e Nc é a quantidade restante de pontos da porção cúbica. O teste individual de significância de cada coeficiente do modelo pode conduzir à sua otimização através da eliminação ou da adição de termos. Se o P-Value do teste individual para os termos for inferior ao nível de significância, então, o termo é adequado ao modelo e deve, portanto, ser mantido. Se, entretanto, ocorrer o contrário (Box et al., 978), o termo deve ser excluído se tal procedimento conduzir a um aumento do coeficiente de determinação R conjuntamente com a diminuição do termo 0

MSE MSE MSE MSE E-LOCUÇÃO REVISTA CIENTÍFICA DA FAEX Edição 04 Ano 03 de erro S (este termo é a raiz quadrada do erro médio quadrático). O teste para falta de ajuste do modelo reduzido deve ter um P-value superior ao nível de significância, caso contrário, a eliminação do termo não se justifica. Além disso, a retirada de qualquer termo deve obedecer ao princípio da Hierarquia (Montgomery, 00), ou seja, se um termo de ordem alta é mantido no modelo, o de ordem baixa também deve ser conservado. Para a construção dos arranjos e a análise estatística, será utilizado neste trabalho o software Minitab..6 Otimização Geralmente, todo produto ou processo apresenta múltiplas características de qualidade que devem ser atendidas. Desse modo, para alcançar a otimização das mesmas é muito comum se empregar uma função de aglutinação baseada em somas ponderadas. As somas ponderadas são amplamente utilizadas para gerar soluções de compromisso (trade-off) em problemas multiobjetivo e formam, via de regra, um conjunto de soluções viável e não dominadas conhecidas como Fronteira de Pareto. Apesar de serem extremamente utilizadas, se o conjunto de soluções de Pareto for não convexo, a fronteira Pareto Frontier passa - MMSE (Fi) a ser não convexa e descontínua, Pareto Frontier formando - MMSE clusters de Variable Variable 0,00045 MSEa * MSEa MSEb * MSEb soluções Pareto-ótimas em regiões MSEa(S) * de MSEa(S) grande curvatura, MSEb(S) * MSEb(S) porém, descontínuas no espaço 0,00040 de solução (Figura ), o que é típico de problemas mal condicionados. É importante 0,00035 destacar que um vetor de decisão 0,00030 * existir de maneira que x f x i i 0,000 0,0008 0,0006 * x S é Pareto-ótimo se nenhum outro vetor x S 0,0004 f, para todo i =,,, k. 0,0005 0,00 0,04 0,08 MSE 0,03 0,036 0,000 0,00 0,04 0,08 MSE 0,03 0,036 Pareto Frontier - Weighted Sum Pareto Frontier - Beta 0,00 Variable MSEc * MSEc MSEc(S) * MSEc(S) 0,000 Variable MSEd * MSEd MSEd(S) * MSEd(S) 0,000 0,005 0,0008 0,000 0,0006 0,0004 0,0005 0,00 0,05 0,00 MSE 0,05 0,030 0,0 0,0 0,03 MSE 0,04 0,05

Edição 04 Ano 03 Figura Desvantagens do Método de Somas Ponderadas. Fonte: próprio autor. Como tal, as somas ponderadas dificilmente detectarão soluções nas regiões nãoconvexas da Fronteira ou em fronteiras não-convexas (descontínuas) que, eventualmente, podem existir (Figura ). Além disso, este método também não é capaz de gerar uma fronteira uniformemente espaçada, mesmo que a distribuição dos pesos seja uniforme (Shukla e Deb, 007; Vahidinasab e Jadid, 00). Para contornar as desvantagens inerentes ao método das somas ponderadas, Das e Dennis (998) propuseram o método da Interseção Normal à Fronteira (NBI, do inglês Normal BoundaryIntersection), mostrando ser possível a construção de fronteiras contínuas e uniformemente distribuídas, independentemente da distribuição dos pesos ou das escalas relativas entre as diversas funções objetivo (Figura ). (a) Método NBI (b) Somas Ponderadas Figura Comparação entre NBI e o Método de Somas Ponderadas. Fonte: próprio autor. O primeiro passo a ser executado no método NBI compreende o cálculo dos elementos da matriz Payoff, que representa os valores ótimos das múltiplas funções objetivo minimizados de modo individual. O vetor de solução que minimiza individualmente a i-ésima função objetivo f i x é representado por * x i, de sorte que o

Edição 04 Ano 03 valor mínimo de * * f i x neste ponto seja f i x i. Quando se substitui o ponto de ótimo individual f i x i * * x i obtido na otimização de função objetivo nas demais funções, tem-se que é, portanto, um valor não-ótimo dessa função. Repetindo-se este algoritmo para todas as funções, pode-se representar a matriz Payoff como: f f f * i m * * * x f x f x * * * * * x f x f x * * * * x f x f x i m i i i i m m m m (3) Cada linha de é composta valores mínimos e máximos de f i x. No método NBI, estes valores podem ser usados para normalizar as funções objetivo, principalmente quando as mesmas são representadas por escalas ou unidades diferentes. De maneira semelhante, escrevendo o conjunto de ótimos individuais em um vetor, tem- U * * * * * * f f se x, fi xi, fm xm T. Este vetor é denominado Ponto de Utopia. Do mesmo modo, agrupando-se os valores máximos (não-ótimos) de cada N N N N f f f f T função objetivo tem-se,, i m. Este vetor é denominado de Pontos Nadir (Jia andierapetritou, 007; Utyuzhnikovet al., 009). Usando estes dois conjuntos de pontos extremos, a normalização das funções objetivo pode ser obtida como: f x x f f i,, m (4) f i N fi U i U i Esta normalização conduz, consequentemente, à normalização da matriz Payoff,. De acordo com VahidinasabandJadid (00), as combinações convexas de cada linha da matriz Payoff, formam a Envoltória Convexa de Mínimos Individuais ou 3

Edição 04 Ano 03 CHIM (Convex Hull of Individual Minima ), ou ainda, a Linha de Utopia (Figura 3) (Utyuzhnikov et al., 009). Ponto de Ancoragem Fronteira de Pareto - NBI f(x*) a c fn f(x) Linha de Utopia e D d f*(x*) fu Fronteira de Pareto Soluções NBI b Ponto de Ancoragem f*(x*) f(x) f(x*) Figura 3 Método da Interseção Normal à Fronteira (NBI). Ressalta-se que uma distribuição igualmente espaçada de pontos ao longo da linha de utopia não garante uma distribuição uniforme de pontos na fronteira de Pareto. A figura 3 ilustra os principais elementos associados à otimização multiobjetivo. Os * * pontos de ancoragem representam as soluções individuais de duas funções f i x i andierapetritou, 007; Utyuzhnikovet al., 009). A figura 3 ilustra como o método NBI funciona. Os pontos a, b e e são calculados a partir da matriz payoff escalonada, Considerando um conjunto de valores convexos para os pesos, w, tem-se que (Jia Φ wi. representará um ponto na linha de utopia. Fazendo nˆ denotar um vetor unitário normal à linha de utopia nos pontos Φ wi na direção da origem; então, Φ wi Φ w D nˆ, com D R, representará o conjunto de pontos naquela normal (Jia andierapetritou, 007; ShuklaandDeb, 007). O ponto de interseção desta normal com a fronteira da região 4

Edição 04 Ano 03 viável que for mais próximo da origem corresponderá à maximização da distância entre a linha de utopia e a Fronteira de Pareto. Desse modo, o método NBI pode escrito como um problema de programação não-linear restrita, tal que: Max x,t D subject to : Φ w Dnˆ F x x (5) O problema de otimização representado pelo sistema de equações (5) pode ser resolvido iterativamente para diferentes valores de w, o que cria, por conseguinte, uma Fronteira de Pareto igualmente espaçada. Uma escolha comum proposta por Jia andierapetritou (007) é fazer w n i w i. Por uma questão de simplificação, o parâmetro conceitual D pode ser algebricamente eliminado da Eq. (5), dado que ele está tanto na função objetivo quanto nas restrições de igualdade. Para o caso bidimensional,esta expressão simplificada pode ser reescrita como: Min x x x f s. t.: f f g 0 j 0 w x w 0 (6) Onde (normalizadas). f x e x f representam duas funções objetivo escalonadas De acordo com Köskoy e Doganaksoy (003), em um experimento do tipo CCD que pode ser utilizado para a obtenção das funções objetivo, há duas regiões de interesse: a região esférica e a região cuboidal. Para os arranjos cuboidais, a restrição para os fatores é do tipo x i, i,,..., k, onde k igual ao número fatores do arranjo experimental. Já para a região esférica, as restrições para os fatores podem ser definidas por x T x adotar ambas as restrições., onde α é o raio do arranjo. Em alguns casos, é adequado se 5

Edição 04 Ano 03.. Método do Gradiente Reduzido Generalizado (GRG) O GRG é um algoritmo adequado para a resolução de problemas de programação não-linear com restrições, basicamente, de igualdade. Entretanto, para casos onde a restrição for de desigualdade, contorna-se o problema introduzindo-se variáveis de folga (se a restrição for do tipo ), ou variáveis de excesso (no caso de restrições do tipo ). De acordo com Köskoy e Doganaksoy (003), o GRG é um dos mais robustos e eficientes métodos de otimização não-linear restrita. A expressão gradiente reduzido advém do procedimento de substituição das restrições de igualdade (já caracterizada a introdução de variáveis de folga) na função objetivo, reduzindo assim o número de variáveis e de gradientes presentes. Dado um vetor viável x, então, fazendo-se a partição das variáveis em básicas (ou dependentes) Z e não-básicas (independentes) Y, pode-se escrever que T X Z Y. Reescrevendo-se a função objetivo e as restrições em termos das variáveis básicas e não-básicas, vem que: X FZ Y e h X hz, Y F, derivar a função objetivo e as restrições, tal que:.usando a expansão em série de Taylor, pode-se (7) df T T T T X FX dz FX dy dh X h X dz h X dy z Y j z j Y j Para atender à condição de otimalidade, é necessário que X 0 T com que A h X e B h X T z j Y j dh j. Fazendo-se, então, dy B AdZ. Assim, pode-se definir o gradiente reduzido generalizado (GRG) como: G R d dz F T X FX B A FX T z Y 6

Edição 04 Ano 03 (8) A direção de busca é T S G X R dy k k k X X S verificando-se em cada passo se. Para as iterações, deve se utilizar k X é viável e se X k 0 h. Basta, então, resolver F(X) escrito em termos de λ, usando-se um algoritmo unidimensional de busca, como o método de Newton. Para realizar estes cálculos, neste trabalho será utilizado o Solver do Microsoft Excel. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para a operação de acabamento desenvolvida neste trabalho, foi utilizado um Torno CNC NardiniLogic 75, com potência máxima de eixo de 7,5 CV; rotação máxima de 4000 rpm; torre com oito posições e torque máximo de 00 Kgf.m. Como suporte, foi adotado o modelo ISO DCLNL 66H. Na usinagem dos corpos de prova, foram empregados insertos de cerâmica mista (Al O 3 + TiC), classe Sandvik GC 6050, recoberta com TiN, com geometria ISO CNGA 0408 S055. Os corpos de prova utilizados nos ensaios têm dimensões de 49 mm de diâmetro e 50 mm de comprimento e utilizam Aço SAE/ABNT 500 (Villares), com dureza de 55 HRC, possuindo a seguinte composição química: Tabela. Composição Química do Aço SAE/ABNT 500 Composição Química (% em peso) Elemento C Si Mn Cr Mo Ni S P Teor,03 0,3 0,35,40 0,04 0, 0,00 0,0 7

Edição 04 Ano 03 Para as medições necessárias, utilizou-se um Rugosímetro Taylor Hobson, modelo Surtronic 3 + e um Micrômetro Mitutoyo. O desgaste da ferramenta foi monitorado após o décimo passe de usinagem, utilizando-se um microscópio óptico. Utilizou-se como critério do fim de vida, a quebra da ferramenta. Tabela Parâmetros de usinagem utilizados. Parâmetro Símbolo Unidade Nível Inferior Nível Superior Velocidade de Corte Vc m/min 00 40 Avanço Fn mm/rotação 0,05 0,0 Profundidade de Corte Ap mm 0,5 0,30 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4. Modelo de Vida da Ferramenta Para se estabelecer o equacionamento da vida da ferramenta, 0 ensaios iniciais foram realizados projetando-se um arranjo fatorial completo, com três fatores (Vc, fn e ap), com dois pontos centrais e duas réplicas, de acordo com os fatores e níveis da Tab. (), originando-se os resultados da Tab. (3). Neste caso, os pontos centrais são úteis para se avaliar se a superfície de resposta está localizada nas proximidades de regiões de curvatura. Segundo Choudhury e El-Baradie (998), o relacionamento entre a vida da ferramenta e as variáveis de usinagem independentes pode ser representado logaritmicamente por: lnt ln C l lnvc mln ' fn nln ap ln 8

Edição 04 Ano 03 (9) ' Fazendo lnt= y, x lnvc; x ln fn; x3 ln ap; ln, 0 ln C, e,, 3 parâmetros do modelo, escrevendo-se a resposta em termos dos parâmetros estimados b, b, b e b, tem-se que: 0 3 (0) yˆ y b 0 b x b x b x 3 3 Tabela 3 Fatorial Completo 3 com Pontos centrais para resposta Vida. Fatores Níveis Codificados Vida Vc fn Ap x x x3 ª rep. ª rep. 00 0,05 0,50 - - - 5,8 7,7 40 0,05 0,50 - - 0,9, 00 0,00 0,50 - - 9, 0,5 40 0,00 0,50-8,5 8,5 00 0,05 0,300 - -,4 0,6 40 0,05 0,300-7, 7,7 00 0,00 0,300-7,9 8,5 40 0,00 0,300 6,8 5,7 0 0,075 0,5 0 0 0 8,6 7, 0 0,075 0,5 0 0 0 6,8 9, 9

Edição 04 Ano 03 Tabela 4. ANOVA do Fatorial Completo 3 com Center Points para resposta Vida. Termo Efeito Coef Se Coef T P Constante 0,000 0,37 4,98 0,000 Vc -3,50 -,575 0,37-6,77 0,000 Fn -3,600 -,800 0,37-7,74 0,000 Ap -3,300 -,650 0,37-7,09 0,000 Vc X Fn,500 0,750 0,37 3, 0,008 Vc X Ap 0,50 0,075 0,37 0,3 0,753 Fn X Ap,350 0,675 0,37,90 0,04 Vc X Fn X Ap -0,450-0,5 0,37-0,97 0,354 Center Point -,075 0,503-3,99 0,00 Observando-se os resultados da Tab.(4), conclui-se que os todos os fatores estudados são significativos e os níveis adotados encontram-se nas proximidades da regiãode ótimo, uma vez que o P-value de curvatura foi inferior ao nível de significância de 5% (Tab. (5)). Assim, pode-se ajustar a resposta do experimento utilizando um CCD. Tabela 5. Análise de Curvatura de Ajuste do Fatorial Completo 3. Fonte Df SeqSs AdjSs Ms F P Efeitos Principais 3 35,090 35,090 45,0300 5,99 0,000 Interações a.ordem 3 6,380 6,380 5,4600 6,30 0,00 Interações 3 a.ordem 0,80 0,80 0,800 0,94 0,354 Curvatura 3,778 3,778 3,7780 5,9 0,00 Erro Residual 9,57 9,57 0,866 Erro Puro 9,57 9,57 0,866 Total 9 75,585 0

Edição 04 Ano 03 De maneira análoga, procedeu-se o ajuste da superfície de resposta para a rugosidade média (Ra), de acordo com o arranjo mostrado na Tab. 6. Tabela 6. Parâmetros de Corte e resultados para o RSM da resposta Vida e rugosidade. Nº Bloco Vc Fn ap x x x3 Vida Ra 00,000 0,050 0,50 -,000 -,000 -,000 6,75 0.330 40,000 0,050 0,50,000 -,000 -,000,50 0.80 3 00,000 0,00 0,50 -,000,000 -,000 9,85 0.695 4 40,000 0,00 0,50,000,000 -,000 8,50 0.565 5 00,000 0,050 0,300 -,000 -,000,000,50 0.45 6 40,000 0,050 0,300,000 -,000,000 7,45 0.40 7 00,000 0,00 0,300 -,000,000,000 8,0 0.565 8 40,000 0,00 0,300,000,000,000 6,5 0.60 9 0,000 0,075 0,5 0,000 0,000 0,000 8,60 0.360 0 0,000 0,075 0,5 0,000 0,000 0,000 6,80 0.40 87,340 0,075 0,5 -,633 0,000 0,000 0,0 0.340 5,660 0,075 0,5,633 0,000 0,000 7,60 0.450 3 0,000 0,034 0,5 0,000 -,633 0,000 7,50 0.30 4 0,000 0,6 0,5 0,000,633 0,000 7,0 0.70 5 0,000 0,075 0,03 0,000 0,000 -,633,00 0.360 6 0,000 0,075 0,347 0,000 0,000,633 6,70 0.30 7 0,000 0,075 0,5 0,000 0,000 0,000 7,0 0.370 8 0,000 0,075 0,5 0,000 0,000 0,000 9,0 0.90 Neste caso, como já se está na região de ótimo (P-Value de curvatura < 5%), serão utilizados os resultados do fatorial anterior (Tab. (3)), executando-se, complementarmente, apenas os pontos axiais do arranjo. Como o fatorial anterior tem uma réplica, serão adotadas as médias das respostas de cada experimento. Para se combater uma possível tendenciosidade, blocou-se o experimento de modo que os

Edição 04 Ano 03 resultados já obtidos mais dois pontos centrais formaram o bloco, enquanto que os pontos axiais, seguidos também de dois pontos centrais, o bloco. Se não houver diferença entre os blocos, tal termo será excluído do modelo. Assim se compõe a Tab. (6). Analisando-se os resultados da Tab. (6), verifica-se que o modelo de primeira ordem para a vida da ferramenta apresentou um ajuste muito baixo (R adj = 66,7%). Portanto, deve-se tentar um modelo de ordem mais alta. A Tabela (7) apresenta a ANOVA (Análise de Variância) de um modelo de segunda ordem (modelo quadrático completo), obtido a partir dos resultados do CCD. Uma análise precedente considerou a presença dos blocos. O P-value da análise dos blocos (0,503) revelou não haver diferença entre os experimentos executados na primeira rodada e os pontos axiais. Assim, os blocos podem ser eliminados do modelo. Percebe-se na Tab. (7) que o modelo possui um excelente ajuste (R adj = 85,0%), entretanto, as interações não são significativas. A retirada das interações, no entanto, conduzem a um ajuste pior (R adj = 83,0%), com um termo de erro S maior (,336), embora não se verifique falta de ajuste. Por esta razão, decidiu-se empregar neste trabalho o modelo quadrático completo. A Figura () mostra estas superfícies de resposta para a Vida em minutos.

Edição 04 Ano 03 Tabela 7. ANOVA da Superfície de Resposta. Termo Coef Se Coef T P Constante 7,968 0,647,754 0,000 Vc -,5 0,344-3,636 0,007 Fn -,34 0,344-6,804 0,000 Ap -,639 0,344-4,763 0,00 Vc X Vc 0,34 0,3678 0,638 0,54 Fn X Fn,547 0,3678 4,06 0,003 Ap X Ap 0,4 0,3678,47 0,84 Vc X Fn 0,750 0,4443,688 0,30 Vc X Ap 0,075 0,4443 0,69 0,870 Fn X Ap 0,675 0,4443,59 0,67 S =,57 R-Sq = 9,9 % R-Sq (Adj) = 85,0 % Fonte Df SeqSs AdjSs Ms F P Regressão 9 66,6 66,6 8,470,70 0,00 Linear 3 9,796 9,796 4,65 7,40 0,000 Quadrático 3 8,40 8,40 9,43 5,96 0,09 Interação 3 8,90 8,90,730,73 0,38 Erro Residual 8,634,634,579 Falta de Ajuste 5 9,006 9,006,80,49 0,395 Erro Puro 3 3,67 3,67,09 Total 7 78,860 3

Frequência Resíduo Padronizado Percentis Resíduo Padronizado E-LOCUÇÃO REVISTA CIENTÍFICA DA FAEX Edição 04 Ano 03 0 5 0 Ra 0.8 0.6 0.4 5 00 0 Vc 40 60 0,5 0,00 0,075 0,050 fn 0. 0.5 0.00 fn 0.075 0.050 00 0 40 Vc 60 Figura 4 Superfícies de Respostas da Vida da ferramentae Rugosidade da peça. De acordo com as recomendações de Noordinet al. (004), deve-se realizar uma análise dos resíduos das respostas para se avaliar a qualidade dos resultados experimentais. Segundo Montgomery (00), os resíduos devem ser normais, independentes (não-correlacionados) e identicamente distribuídos. Na Figura () não são evidenciados padrões de anormalidade nos resíduos, portanto, os resultados descritos neste trabalho podem ser considerados válidos. 99 Probabilidade Normal Resíduos versus Valor ajustado 90 50 0 0 - - - 0 Resíduo Padronizado - 6 9 Valor ajustado 5 8 Histograma dos Resíduos Resíduos versus ordem 4,8 3,6,4 0, - 0,0 - - 0 Resíduo Padronizado - 4 6 8 0 Ordem 4 6 8 4