NOTA INFORMATIVA Nº 527 /2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Vantagem Pessoal SUMÁRIO EXECUTIVO



Documentos relacionados
NOTA INFORMATIVA Nº 447/2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Contribuição sindical de servidores públicos da União e suas entidades

Assunto: Contagem da licença-prêmio em dobro como tempo de serviço, tempo no cargo e carreira, para fins de aposentação.

NOTA INFORMATIVA Nº 196 /2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Aposentadoria Voluntária. SUMÁRIO EXECUTIVO

NOTA INFORMATIVA N O 21/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP. Assunto: Abate teto. Referência: Processo nº SUMÁRIO EXECUTIVO

3. Pelo Retorno dos autos à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas deste Ministério, para conhecimento e demais providências de sua alçada.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Recursos Humanos Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

NOTA INFORMATIVA Nº 291/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP. Assunto: Incidência de Imposto de Renda sobre o abono de férias (terço constitucional)

NOTA TÉCNICA Nº89/2014/CGEXT/DENOP/SEGEP/MP. Assunto: Concessão de férias de empregado público celetista. SUMÁRIO EXECUTIVO

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Assunto: Redistribuição de servidora do Ministério dos Transportes para a Defensoria Pública da União

REDENOMINA A CARREIRA GUARDA PENITENCIÁRIA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

NOTA TÉCNICA Nº 199/2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP. Assunto: Férias vencidas e não gozadas SUMÁRIO EXECUTIVO

NOTA TÉCNICA Nº 116/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP. Assunto: Averbação de tempo de serviço SUMÁRIO EXECUTIVO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

Conselho da Justiça Federal

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

O Exmº. Sr. Desembargador Federal EDILSON PEREIRA NOBRE JÚNIOR (Relator):

RELATÓRIO RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL JOSE LAZARO ALFREDO GUIMARAES - 4ª TURMA VOTO

Repasse financeiro anual ao Poder Legislativo municipal: adequação às disposições da EC n. 58/2009

DECRETO Nº , DE 23 DE AGOSTO DE 2012.

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 031/2011, DE 05 DE AGOSTO DE 2011

NOTA INFORMATIVA Nº 336/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP

Universidade Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Recursos Humanos Departamento de Administração de Pessoal

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2 a REGIÃO

ASSUNTO: Consulta quanto à possibilidade de se estender o recesso de final de ano aos estagiários e prestadores de serviços terceirizados.

LEGISLAÇÃO APLICADA AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO PROF. GIL SANTOS AULA 1 EXERCÍCIOS DEFINIÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO

NOTA INFORMATIVA Nº 465/2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO PARECER N

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO SANTA CATARINA EMENTA

Medida Provisória editada pelo Governo para a nova carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho (MP 301) Perguntas e resposta.

NOTA TÉCNICA Nº 44/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Contagem de tempo como aluno-aprendiz para fins de anuênio

FEDERAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES DE OFICIAIS MILITARES ESTADUAIS - FENEME - NOTA TÉCNICA

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Art. 1º Estabelecer orientações para a implementação no âmbito do Projeto Bolsa- Formação dos ciclos especiais de capacitação:

NOTA TÉCNICA Nº 114/2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Averbação de tempo de serviço militar. SUMÁRIO EXECUTIVO

Lei Complementar Nº 12, de 23 de junho de 1999 (D.O.E. de 28/06/99) A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ

Supremo Tribunal Federal

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador GEOVANI BORGES I RELATÓRIO

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Recursos Humanos Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador JOSÉ PIMENTEL I RELATÓRIO

XXXII COLÓQUIO NACIONAL DA ATAM

MENSAGEM Nº 072 /2013. Senhor Presidente, Senhores Vereadores,

cio ANÁLISE DE RECURSO PROCESSO: /2012

NOTA TÉCNICA Nº 0011/2012

Ementa de Parecer em Consulta Tribunal Pleno

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 163, DE 2000

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

PORTARIA PRESI/SECGE 227 DE 09 DE JULHO DE 2014

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 724, DE 2011

BOLETIM DE SERVIÇO FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS NORMA OPERACIONAL Nº 001-DIREH, DE 08 DE JUNHO DE 2005.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

18/2015/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP

DISPÕE SOBRE O RITO PROCESSUAL NOS PROCESSOS ESPECIAIS PARA RECO- NHECIMENTO DE DÍVIDA, E DÁ OUTRAS PRO- VIDÊNCIAS.

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

Processo nº: /08-3

RELATÓRIO. O Sr. Des. Fed. RUBENS DE MENDONÇA CANUTO (Relator Convocado):

Supremo Tribunal Federal

Secretaria de Defesa Social POLÍCIA CIVIL DE PERNAMBUCO Gabinete do Chefe de Polícia PORTARIA GAB/PCPE Nº 686/2011

Sistema Integrado de Normas Jurídicas do Distrito Federal SINJ-DF

Senhor secretário, 1. DA TEMPESTIVIDADE DA RESPOSTA

MENSAGEM Nº 056/2015. Senhor Presidente, Senhores Vereadores,

RESOLUÇÃO N.º 027/2009 TCE 2ª Câmara

NOTA INFORMATIVA Nº 167/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP

PROPAGANDA INSTITUTIONAL EM ANO DE ELEIÇÃO

PARECER Nº, DE Relator: Senador JOSÉ MARANHÃO I RELATÓRIO

RESOLUÇÃO TCE/MA Nº 214, DE 30 DE ABRIL DE 2014.

PARECER Nº / PRC MANDADO DE SEGURANÇA Nº 30326/DF PROCEDÊNCIA : DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN

Brasília Posição: Julho/2007. Brasília

LFG MAPS. Regime Jurídico dos Servidores 09 questões. O superior hierárquico do agente praticou crime de abuso de autoridade.

CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO PROCURADORIA PREVIDENCIÁRIA PARECER Nº

PARECER COREN-SP 010/2012 CT PRCI nº /2012 Ticket s nº , e Revisado e atualizado em 21/11/2013

RESOLUÇÃO Nº 2682 RESOLVEU:

PROCURADORIA A GERAL DO ESTA T DO DE SÃO PA P ULO

EMENDA ADITIVA N o. Acrescente-se o seguinte art. 9 o ao texto original da Medida Provisória nº 680, de 2015, renumerando-se o atual art. 9º.

MANDADO DE SEGURANÇA Nº /PR

: RENATA COSTA BOMFIM E OUTRO(A/S)

SEGUNDA TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

REGULAMENTO DE FUNCIONAMENTO DOS JÚRIS DOS CONCURSOS DE CONCESSÃO DE APOIO FINANCEIRO PROMOVIDOS PELO ICA. Artigo 1.º. Âmbito de Aplicação

CONSELHO UNIVERSITÁRIO RESOLUÇÃO Nº 112/2015 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2015

Representante do Ministério Público: LUCAS ROCHA FURTADO;

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADA FEDERAL ALICE PORTUGAL - PCdoB/BA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

11-0> PORTARIA Nº , DE 8 DE SETEMBRO DE 2006

CIRCULAR Nº Dispõe sobre o funcionamento de componente organizacional de ouvidoria das administradoras de consórcio.

Nota: Redação dada pelo Decreto-Lei nº 8.737/46 Redação anterior: Redação original

O Advogado-Geral do Estado, Dr. Marco Antônio Rebelo Romanelli, proferiu no Parecer abaixo o seguinte Despacho: Aprovo.

CONTABILIDADE DOS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA Perguntas & Respostas

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N 4.330, DE 2004.

Supremo Tribunal Federal

P A R E C E R. Excelentíssimo Senhor Procurador-Chefe,

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, inciso V, da Constituição Estadual,

Transcrição:

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Gestão Pública Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal Coordenação-Geral de Elaboração, Orientação e Consolidação das Normas NOTA INFORMATIVA Nº 527 /2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Vantagem Pessoal SUMÁRIO EXECUTIVO 1. Provenientes da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Fazenda COGEP/SPOA/MF, vieram os autos a esta Coordenação-Geral de Elaboração, Orientação e Consolidação das Normas CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, para pronunciamento sobre exclusão de Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI e ressarcimento ao erário, em face do entendimento da Consultoria Jurídica da União em Roraima. 2. Está consolidado no âmbito desta SEGEP/MP, CONJUR/MP e AGU o entendimento quanto a necessidade de reposição ao erário dos valores indevidamente recebidos à título de VPNI salário mínimo, visto tratar-se de erro material. 3. Pela envio dos autos à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Fazenda, para conhecimento e adoção das providências pertinentes ao caso em questão. INFORMAÇÃO 4. Trata-se de processo sobre exclusão de VPNI e ressarcimento ao erário do servidor ABRAHÃO GUEDES, com base nas orientações contidas no Ofício-Circular nº 2/2011/SRH/MP, de 19 de abril de 2011. 5. Destaque-se que por intermédio do PARECER Nº 632/2011/CJU-RR/CGU/AGU, de 15 de dezembro de 2011, aprovado pela Coordenadora-Geral da CJU-RR/CGU/AGU, em 4 de janeiro de 2012, foi sugerido a remessa dos autos ao Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal SIPEC, para apreciação dada a competência exclusiva do art. 17, da Lei nº 7.823, de 1989.

6. Sobre o assunto, convém destacar que a Lei nº 8.112, de 1990, em seu art. 40, assegurava que nenhum servidor receberia a título de vencimento (retribuição pecuniária pelo exercício do cargo público), importância inferior ao salário mínimo. Assim, quando o vencimento básico do cargo efetivo fosse inferior ao valor do salário mínimo, pagava-se um complemento de salário mínimo. 7. Com a publicação da Medida Provisória nº 431, de 14 de maio de 2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22 de setembro de 2008, o referido artigo foi revogado, oportunidade em que foi incluído o 5º do art. 41, para determinar que o pagamento de complemento de salário mínimo somente seria assegurado quando a remuneração (vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias) fosse inferior ao valor do salário mínimo. 8. Diante disso, o servidor que percebia o complemento do salário mínimo com base em seu vencimento básico, deixou de percebê-lo, pois a remuneração passou a ser considerada como o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias, fato que, se não minuciosamente entendido, pode levar à equivocada conclusão de que teria havido decesso remuneratório. 9. Cabe ressaltar que a então Secretaria de Recursos Humanos deste Ministério emitiu o Ofício Circular nº 02/2011/SRH/MP, de 19 de abril de 2011, o qual determinou o seguinte: 1. A redação original do parágrafo único, do art. 40, e o parágrafo 5º do art. 41, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, asseguravam o pagamento de complemento de salário mínimo, aos servidores cujo valor do vencimento básico do cargo efetivo fosse inferior ao valor do salário mínimo, como se pode observar das transcrições a seguir: Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. 4. Advirta-se, portanto, que a diferença de complemento de salário mínimo, paga na forma de vantagem pessoal nominalmente identificada VPNI, nas rubricas 82601 (VPNI Irred. Rem. Art. 37 XV CF/AP) e 82600 (VPNI Irred. Art. 37 XV CF/AR), a partir da entrada em vigor da Medida Provisória nº 431, de 2008, convertida na Lei nº 11.784, de 2008, configura-se medida irregular e indevida, devendo ser corrigida conforme as disposições do 5º, do art. 41, da Lei nº 8.112, de 1990. 5. Diante o exposto, os órgãos e entidades integrantes do SIPEC deverão observar as seguintes orientações: 5.2. Notificar os servidores que tenham recebido valores indevidos para que, em 30 dias, apresentem a devida defesa, em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa; 5.3. Cessar os pagamentos de VPNI cujo paradigma seja o valor do vencimento básico, passando a observar o paradigma do 5º. 6. Aos dirigentes de recursos humanos dos órgãos e entidades do SIPEC cabe observar a 2

aplicação deste Ofício-Circular, sob pena de responsabilização administrativa, civil e criminal. 10. Do exposto no Ofício-Circular supra, verifica-se que a extinta SRH ponderou que o ato configurou erro material, portanto, passível de reposição. No que se refere à possível alegação de a medida ocasionar decesso remuneratório aos servidores envolvidos, este Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal DENOP já se pronunciou sobre a matéria por meio da Nota Técnica nº 429/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP, de 24 de outubro de 2011. Vejamos: 11. Neste caso, não procede a tese de irredutibilidade de salário. Segundo o inciso XV do art. 37 da Constituição Federal: O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, 4º, 150, II, 153, III e 153, 2º, I. 12. Sublinhe-se que a expressão vencimentos tem o mesmo significado de remuneração. Desse modo, os precedentes do Supremo Tribunal Federal adotam o entendimento no sentido de que o pagamento salarial pode ser efetuado somente quando a remuneração total (vencimentos) do servidor for inferior ao valor do salário mínimo. 15. Todavia, diante dos conceitos apresentados, pode-se asseverar que a garantia da irredutibilidade de vencimentos não se encontra corrompida pela regra estabelecida pelo 5º do art. 41 da Lei nº 8.112, de 1990, acrescentada pela Lei nº 11.784, de 2008 (...) 17. Sem entrar no mérito da legalidade da VPNI, a Controladoria Geral da União da Presidência da República, em relatório de auditoria, apontou a ausência de absorção dos valores inicialmente concedidos nas rubricas retromencionadas, na mesma proporção de aumentos de remuneração ou proventos implementados pela Lei nº 11.784, de 2008, haja vista que o princípio da irredutibilidade salarial, ou seja, de remuneração ou proventos, não pode ser utilizado para perpetuação de uma vantagem pecuniária, mas deve ter o objetivo precípuo de compensar eventuais perdas remuneratórias. 18. Em suma, três aspectos devem ser registrados: I) pagamento indevido do valor do complemento do salário mínimo, na forma de VPNI, a partir da entrada em vigor da Medida Provisória nº 431, de 2008, convertida na Lei nº 11.784, de 2008; II) a Mensagem SIAPE nº 522448 não tem o condão legal para autorizar a criação de VPNI; III) a Lei nº 11.784, de 2008, não regulamentou o pagamento de VPNI para compensar a diferença decorrente da mudança de cálculo do pagamento do complemento do salário mínimo. 20. No caso ora analisado, verifica-se a ocorrência de erro material, que ocasionou o pagamento indevido, tendo a Advocacia-Geral da União já se pronunciado em caso análogo, nos autos do Processo nº 00404.007846-2001-17, por meio do PARECER DAJI/GAB/AGU Nº 003/2009-TOG, a seguir transcrito: (...) 12. De fato, é um imperativo de ordem legal e ética que valores recebidos indevidamente, mesmo que por um lapso da Administração, sejam devolvidos ao erário, em respeito ao ordenamento pátrio protetor das verbas públicas e contrário ao enriquecimento sem causa. 3

13. E vale destacar que os comandos do art. 46 aplicam-se a todos os casos de restituição ao erário nele tratados ou que com ele guardem estreita relação. Não é plausível a alegação de que os procedimentos de reposição só seriam possíveis nos casos de recebimento ilícito ou de má-fé. A lei não dispõe nesse sentido nem permite tal entendimento desviado do vital princípio da supremacia do interesse público, que resguarda os interesses de toda a coletividade, e não só do Poder Público. 14. Mesmo existindo a alegada boa-fé, ao perceber o equívoco, a Administração deve suspender o pagamento e buscar o ressarcimento, como ocorre na hipótese, pois os princípios da legalidade e da supremacia do interesse público não permitem que o patrimônio público seja lesado. A boa-fé do interessado jamais poderia gerar seu enriquecimento sem causa, não havendo respaldo para tanto no sistema jurídico brasileiro. 15. O caso dos autos não encontra correspondência com a hipótese tratada na Súmula nº 34 da AGU, de 16 de setembro de 2008. Para tanto, deve-se, a priori, verificar o que dispõe a referida Súmula, in verbis: Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública. 16. Os termos estritos da Súmula exigem para a sua aplicação, a ocorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública, os quais não estão presentes no presente processo. 17. No caso em epígrafe, a pensionista foi beneficiada ilegalmente em razão de erro originado do sistema SIAPE, conforme informado no despacho de fl. 86. Portanto, verifica-se claramente não se tratar de interpretação errônea da lei ou mudança de orientação jurídica. 18. No caso de erro material da Administração, em face do dever de auto-tutela, do princípio da legalidade estrito senso e da vedação do enriquecimento sem causa, não pode o interessado se beneficiar de erro que não decorra de falha interpretativa, por natureza com maior grau de complexidade. 19. Ademais, um dos precedentes oferecidos para embasar a Súmula 34 da AGU, trata justamente da necessidade de reposição ao erário em caso da ocorrência de mero erro material. 20. O Recurso Especial nº 643.709/PR, cujo acórdão foi exarado em 03 de abril de 2007, estabeleceu que se o pagamento foi fruto de erro material da Administração, que fez com que o servidor recebesse integralmente valor de gratificação sem a contraprestação do serviço, não há que se falar em boa-fé. Assim, descaracterizado o elemento subjetivo da conduta do servidor, torna-se exigível in totum a devolução dos valores recebidos indevidamente. 21. Para melhor compreensão do teor dessa decisão, peço vênia para transcrever trechos do Voto do ilustre Ministro relator FELIX FISCHER, litteris: No que se refere ao mérito do recurso, a controvérsia instaurada reside em saber se o recorrido tem obrigação ou não de devolver valores recebidos a maior, por ocasião de exoneração de cargo público, decorrentes de indenização de férias e pagamento de gratificação, em razão de erro de cálculo da Administração. 4

(...) Entretanto, como bem observou a d. Subprocuradora-Geral da República, o pagamento tido por indevido não foi pautado na errônea interpretação ou má interpretação legislativa por parte da Administração; antes, constatou a Administração, após o devido processo legal, a existência de um erro material que redundou no pagamento a maior, posto que o impetrante recebeu valores integrais de parcelas em relação as quais deveria ter recebido somente de forma proporcional. 22. Assim, em face dos estritos termos da Súmula 34 da AGU, bem como em virtude do disposto no Recurso Especial nº 643.709/PR, em se tratando de erro material da Administração deve aquele que recebeu valores indevidamente restituílos ao erário. 23. Destarte, o posicionamento ora exposto prestigia os princípios da vedação ao enriquecimento sem causa, da supremacia do interesse público, da moralidade e da legalidade, razão pela qual se faz necessária a reposição dos valores indevidamente recebidos. 21. Ressalte-se que erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, não pode ser interpretado como sendo uma liberalidade administrativa. Os atos normativos autônomos, praticados isoladamente, sem a prévia deliberação do Órgão Central, não devem prosperar, com vistas à concessão de vantagens e benefícios ao servidor, nem servir de base para isentar o servidor do dever de ressarcir ao erário as parcelas percebidas indevidamente. 11. Ademais, cabe informar que a Consultoria Jurídica deste Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão CONJUR/MP, ao analisar situação análoga sobre restituição ao erário referente a pagamentos indevidos a título de VPNI salário mínimo, por intermédio do PARECER Nº 0297-3.27/2013/ACS/CONJUR-MP/CGU/AGU, entendeu que após o advento da Medida Provisória nº 431, de 14 de maio de 2008, convertida na Lei nº 11.784, de 22 de setembro de 2008, os pagamentos de VPNI salário mínimo realizados pela Administração Pública, foram feitas em razão de erro contábil (erro material), devendo ser restituídos ao ente federal. 12. No mesmo sentido, com vistas à uniformização de entendimento sobre a matéria, o Departamento de Coordenação e Orientação de Órgãos Jurídicos da Consultoria-Geral da União da Advocacia-Geral da União, consoante PARECER Nº 10/2013/DECOR/CGU/AGU, manifestou-se a respeito cabendo transcrever a ementa: UNIFORMIZAÇÃO DE ENTENDIMENTO. COMPLEMENTO DE SALÁRIO MÍNIMO. ALTERAÇÃO DE BASE DE CÁLCULO. VENCIMENTO. REMUNERAÇÃO. PAGAMENTO DE VPNI. ERRO MATERIAL. REESTRUTURAÇÃO DAS CARREIRAS. MPV nº 431, DE 2008. LEI Nº 11.784, DE 2008. SÚMULA AGU Nº 34. I o erro da administração estaria no ato de ter mantido o pagamento da VPNI para servidores, cujas carreiras foram reestruturadas e tiveram aumento remuneratório. Situação incompatível com o recebimento da referida vantagem; II não há que se perquirir a respeito da existência de errônea ou inadequada interpretação da lei, porquanto não configurada. Amoldando-se mais à espécie de erro material; 5

III tratando-se a hipótese de erro material, afastada a aplicação da Súmula AGU nº 34, conforme entendimento já adotado por este Departamento no PARECER Nº 67/2012/DECOR/CGU/AGU, aprovado pelo Consultor-Geral da União. 13. Frise-se que esta Secretaria de Gestão Pública emitiu a Orientação Normativa nº 5, de 21 de fevereiro de 2013, publicada no DOU de 22 de fevereiro de 2013, seção I, págs. 107 e 108, que estabelece os procedimentos a serem adotados, pelos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal SIPEC, para reposição ao Erário. 14. Assim, entende-se que o assunto aqui tratado decorre de erro material, com evidente prejuízo ao Erário, porquanto é devido o ressarcimento. 15. Com estes esclarecimentos, sugere-se o envio dos autos à Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Fazenda, para conhecimento e adoção das providências pertinentes ao caso em questão. À consideração superior. Brasília, 10 de dezembro de 2013. RAIMUNDO BELARMINO COSTA Matrícula SIAPE nº 1052423 CLEVER PEREIRA FIALHO Chefe da Divisão de Extintos Territórios - Substituto À Senhora Diretora Substituta para apreciação. Brasília, 10 de dezembro de 2013. PAULO ROBERTO PEREIRA DAS NEVES BORGES Assessor Aprovo. Encaminhem-se os autos à COGEP/SPOA/MF, na forma proposta. Brasília, 10 de dezembro de 2013. ANA CRISTINA SÁ TELES D ÁVILA Diretora do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal Substituta 6