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Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União Referência: 08850.001692/20-18 Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Recorrente: PARECER Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Não há restrição de acesso. Banco de dados Negativa sem fundamentação legal Autoridade incompetente. Informação incompleta. Desprovimento Recomendações. Departamento de Polícia Federal DPF R.D.F. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação, com base na Lei nº 12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor 10/05/20 O cidadão registra pedido de acesso à informação junto ao Departamento de Polícia Federal: Pedido Resposta Inicial 13/06/20 Boa noite. No âmbito do setor de estatística do Instituto Nacional de Identificação, órgão que gerencia o Sistema Nacional de Informações Criminais da Polícia Federal (SINIC), considerando a população das decisões judiciais relacionadas somente aos inquéritos da Polícia Federal, gostaria de ter acesso aos seguintes percentuais nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013: a) das decisões de arquivamento, b) das decisões de extinção de punibilidade relacionadas ao registro do artigo 107, inciso IV, do Código Penal, c) das decisões de condenação; percentuais somente em relação aos inquéritos policiais instaurados pela Polícia Federal, nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013. Muito obrigado. O recorrido responde ao cidadão, alegando não ser o órgão competente para atendimento do pedido: (...) 1. Em resposta ao requerimento NUP 088500016922018, informa-se que a Polícia Federal não possui informações acerca das decisões judiciais relacionadas 21

Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima 13/06/20 24/06/20 27/06/20 a todos os inquéritos da Polícia Federal encaminhados ao Poder Judiciário, dessa forma recomenda-se que o pedido seja feito à Justiça Federal, tendo em vista que os dados solicitados se referem a decisões daquele órgão, o qual, portanto, é o titular das informações e, por essa razão, tem condições de fornecê-las com exatidão. 2. Acrescente-se que no site do Conselho da Justiça Federal há uma área de estatística e outra de acesso à informação (http://www.cjf.jus.br/cjf). (...). Irresignado, o cidadão interpõe recurso: Boa noite. A resposta ao pedido de acesso à informação infelizmente não tem fundamento, na minha opinião, pois o sistema nacional de informações criminais - sinic - gerenciado pelo instituto nacional de identificação permite a leitura da estatística de decisões judiciais sobre inquéritos policiais do DPF. O sinic e suas informações gerenciadas são reguladas por instrução normativa específica. O sistema sinic possui campos específicos de registro das decisões judiciais que permitem facilmente a extração das estatísticas de natureza pública. Portanto, agradeço a resposta, mas ela não tem fundamento, na minha opinião, pois os dados solicitados são facilmente acessíveis pelo setor de estatística do instituto nacional de identificação. Att. O DPF encaminha nova resposta, nos seguintes termos: (...) 6. Conforme explicado, a Polícia Federal não possui informações acerca das decisões judiciais relacionadas a todos os seus inquéritos encaminhados ao Poder Judiciário. Ademais, sendo as decisões objeto do pedido produzidas pelo Poder Judiciário, a informação desejada deveria ser requerida junto ao detentor da informação e não perante um dos órgãos destinatários da mesma. (...). O recorrente reitera a solicitação, afirmando que as informações solicitadas estão disponíveis no Sistema Nacional de Informações Criminais, de responsabilidade do DPF: Bom dia. Agradeço cordialmente o recurso respondido, mas infelizmente as informações prestadas estão incompletas e não procedem os argumentos da Polícia Federal, que equivocadamente informa não ser capaz de informar a estatística de decisões judiciais referentes aos inquéritos da PF, incluídas por servidores do próprio órgão no Sistema Nacional de Informações Criminais (Sinic). Reforço que a estatística solicitada é resultado do exercício de cargos do próprio órgão, em sistema também gerenciado exclusivamente pela PF. O Sistema SINIC é normatizado por regulamentos da própria PF, é gerenciado pelo Instituto Nacional de identificação, que possui um setor de estatística, criado desde o Decreto 56.510/65, justamente para informar as estatísticas 22

Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 15/07/20 Recurso à CGU 15/07/20 criminais e subsidiar as políticas públicas, sendo o Sistema SINIC a fonte de tais dados estatísticos públicos. Ao contrário do que está declarado na Resposta ao Recurso 43/20 DG/DPF, respeitosamente afirmo que a interface do Sistema SINIC prevê que os registros de decisões judiciais possuem um indexador que classifica se são relacionadas aos inquéritos da PF ou não, o que facilita a pesquisa baseada em tal critério. Sinceramente creio que o Instituto Nacional de Identificação, órgão da Polícia Federal, se consultado pelos seus superiores poderá tranquilamente responder a solicitação de informação ora objeto de recurso em segunda instância. A competência para inclusão dos registros de decisão judicial, classificando previamente se são provenientes de inquéritos policiais da PF, no Sistema SINIC, é do Instituto Nacional de Identificação e órgãos subordinados tecnicamente, conforme instrução normativa da Polícia Federal, razão pela qual, na visão deste signatário, os dados solicitados, informações estatísticas de natureza pública do Sistema SINIC, são competência da PF, e não da Justiça Federal, que não gerencia o sistema SINIC. Aliás, sendo este recurso apreciado no âmbito do Ministério da Justiça, é extremamente oportuno que as informações aqui requeridas sirvam para subsidiar estrategicamente nossas políticas públicas. Desde agradeço a oportunidade. O SIC encaminha despacho emitido pelo Ministro da Justiça, que afirma: (...) O recorrente requer acesso a dados do Sistema Nacional de Informações Criminais da Polícia Federal (SINIC) quanto a inquéritos policiais. Em resposta ao cidadão, o órgão esclareceu que não é o titular das informações acerca das decisões judiciais relacionadas a todos os inquéritos do DPF encaminhados ao Poder Judiciário. Assim, uma vez que a Justiça Federal é a titular e detentora das informações, sugere-se que o pedido seja direcionado àquela esfera, não sendo competência da Polícia Federal atender à demanda. (...). O recorrente interpõe novo recurso, desta feita à Controladoria- Geral da União (CGU), afirmando que os dados solicitados poderiam ser extraídos em pouco tempo: Boa tarde. Recorro à Controladoria-Geral da União para garantir meus direitos como cidadão, pois a Lei n. 12.527/11 está sendo descumprida (...). No contexto dos recursos já obtidos neste processo de acesso à informação, as informações fornecidas pelo Ministério da Justiça (MJ) e Departamento de Polícia Federal (DPF) estão incompletas, pois tais órgãos estão se declarando impossibilitados de fornecer as informações constantes do Sistema Nacional de Informações Criminais (SINIC) 23

solicitadas, sob o equivocado argumento de que não é titular das informações acerca das decisões judiciais relacionadas a todos os inquéritos do DPF encaminhados ao Poder Judiciário. Este signatário é policial federal ocupante do cargo de papiloscopista há 12 anos e sempre foi usuário do Sistema SINIC, conhecendo o sistema, seu embasamento legal e como funciona, e em sua vida profissional já incluiu centenas de decisões judiciais comunicadas pelos mais diversos órgãos judiciais. No âmbito do DPF, a Instrução Normativa (IN) n. 05/2008, publicada pelo Diretor Geral do DPF regulamente o Sistema SINIC, e está anexa a este recurso. O artigo 5º da IN 05/2008 inicialmente é claro ao declarar que o SINIC é um banco de dados do DPF e é gerenciado pelo INI, e além disto, tem por objetivo a centralização e a disseminação de informações criminais. Na leitura da IN 05/2008, está declarado que a Polícia Federal inclui boletins de decisão judicial, chamados BDJ (art 3º, III), que são definidos como documentos que contêm informações quanto a decisões judiciais oriundas das varas criminais estaduais e federais, para atualização dos registros correspondentes no SINIC. A IN 05/2008 também estabelece que o registro de cada decisão judicial é precedida de uma rigorosa análise na qual serão verificados os dados referentes ao inquérito, termo circunstanciado, representações criminais (art 3º, III, a), que as certidões de antecedentes criminais dependem das informações de decisões judiciais (art 3º, VI), e que existe previsão específica para que todas as informações de decisão judicial informadas pelo Poder Judiciário aos cartórios do DPF sobre seus inquéritos sejam repassadas para inclusão no Sistema SINIC sempre com a observância (art 6º, III). Quando se inclui uma decisão judicial no Sistema SINIC, necessariamente este registro de decisão judicial precisa estar vinculado a um preexistente registro criminal que sempre vai possuir um indexador que identifica se o antecedente criminal diz respeito a um inquérito policial do DPF, um inquérito da Polícia Civil ou um processo criminal, nas situações em que o processo se originou diretamente da atuação do ministério público. Portanto, as informações do Sistema SINIC são indexadas de forma a permitir facilmente esta diferenciação, pois todo registro criminal feito no Sistema SINIC necessariamente deve informar a origem da passagem criminal, existindo um código específico para identificar os registros originários de inquéritos do DPF, sendo que essa metodologia é tradicional no âmbito do DPF, podendo ser comprovada através de simples consulta ao Instituto Nacional de identificação (INI) e seus setores que gerenciam o Sistema 24

Esclarecimentos adicionais 15/07/20 a 24/10/20 SINIC. Ao contrário do que afirma o MJ e DPF em graus de recurso, o INI possui um Setor de Estatística que em pouco tempo é capaz de fornecer as informações solicitadas por este signatário. Afinal, o INI possui também um Setor responsável pelo gerenciamento do Sistema SINIC, sistema que possui um módulo específico que permite a inclusão de decisões judiciais, algo essencial, notório, pois somente com as informações de decisões judiciais é possível a emissão correta das informações e certidões de antecedentes criminais, caso contrário as passagens criminais se eternizariam sem as decisões de arquivamento, condenação e extinções de punibilidade. Existe Instrução Normativa específica que regula o Sistema SINIC no âmbito da Polícia Federal e prevê a inclusão dos dados de decisões judiciais. O argumento de que o MJ e o DPF não possuem as informações solicitadas é extremamente infeliz, pois simples pesquisas na internet provam que existem convênios sobre o Sistema SINIC, pois os dados sobre inquéritos e processos criminais necessariamente precisam de compartilhados, pois tais dados subsidiam as decisões judiciais em termos de antessentes criminais (...). Os órgãos gestores do Sistema SINIC, do INI, podem ser acionados pelos telefones (61)2024-9300/9301/9302, e esclareço que o Setor de Estatística do INI possui plena capacidade para informar a estatística pública solicitada por este signatário, diga-se de passagem, um real indicador de produtividade e eficiência do DPF em relação ao seus investimentos, em obediência à nossa Constituição Federal. Desde já agradeço. (grifos nossos). Foram realizadas interlocuções entre o DPF e a CGU para instrução do processo e disponibilização da informação ao cidadão. Em especial, ressalte-se que, em 29/08/20, foi realizada reunião com o DPF na sede da CGU. É o relatório. Análise 25

2. Registre-se que o recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, in verbis: Lei nº 12.527/2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7.724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto nº 7.724/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que adotou a decisão, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão, em segunda instância, foi o dirigente máximo do órgão/entidade. Além disso, é necessário ressaltar que o recorrido descumpriu o prazo de atendimento do recurso de 2ª instância, sem observar o estabelecido no Artigo 21, parágrafo único, do Decreto nº 7.724/2012: Decreto nº 7.724/2012 Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de não fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que adotou a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da sua apresentação. Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata o caput, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à autoridade máxima do órgão ou entidade, que deverá se manifestar em cinco dias contados do recebimento do recurso. (grifo nosso). 4. Quanto à análise de mérito, cumpre enfrentar, primeiramente, o argumento de que o Departamento de Polícia Federal não é o detentor das informações, que seriam de responsabilidade do Poder Judiciário. Cabe citar a Instrução Normativa 005, de 18 de junho de 2008: 26

Art. 5º. O SINIC, banco de dados do DPF, gerenciado pelo INI/DITEC, tem por objetivo a centralização e a disseminação de informações criminais. 5. O artigo é claro ao afirmar que o SINIC é um banco de dados da Polícia Federal, gerenciado por uma de suas unidades (Instituto Nacional de Identificação INI). Contudo, ainda que detentor da informação, o DPF argumenta que as informações constantes do SINIC não são produzidas pela Polícia Federal, mas sim pela Justiça. Isto é, as informações concernentes às decisões judiciais provenientes dos inquéritos do DPF são de titularidade da Justiça e não da Polícia Federal, ainda que custodiadas em sistema da última. 6. De fato, as informações referentes às decisões judiciais são inseridas no SINIC por meio dos chamados Boletins de Decisão Judicial e Sentença (BDJ), definidos conforme a IN 005/2008: Art. 3º. Para os efeitos do que trata esta instrução normativa, serão utilizados os seguintes documentos: (...) III Boletim de Decisão Judicial BDJ e Sentenças, documentos que contêm informações quanto a decisões judiciais oriundas das varas criminais estaduais e federais, para atualização dos registros correspondentes no SINIC; a) A inclusão dessas informações no SINIC será precedida de uma rigorosa análise na qual serão verificados os dados referentes ao inquérito, termo circunstanciado, representações criminais, processo judicial, órgão julgador, dispositivo legal da decisão e pena. 7. Essa inserção é feita tanto pelo DPF como por órgãos conveniados: Art. 5º. (...) 1º. A inclusão de dados no SINIC será realizada pelo INI/DITEC, pelas unidades descentralizadas do DPF e órgãos participantes de acordos de cooperação técnica, com base nas informações contidas no BIC, BDI, BDJ, BR e BL. (grifo nosso). 8. Entretanto, cabe repisar que a Lei nº 12.527/2011 afirma em seu art. 7º, inciso II: Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: (...) II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; (...). (grifo nosso). 27

9. Nesse sentido, depreende-se que não são apenas aquelas informações produzidas pelo órgão que se submetem à LAI, mas também aquelas informações custodiadas pela Administração que não se enquadrem nas hipóteses legais de sigilo. Ou seja, considerando que a gestão do SINIC é de competência do DPF e que informações públicas constam nesse sistema, elas são passíveis ao acesso à informação, independentemente de quem as produziu. 10. Contudo, ao longo das tratativas realizadas, o recorrido informou que, devido à carência de servidores e à estrutura descentralizada do sistema de alimentação de decisões judiciais no SINIC, a quantidade de decisões cadastradas no sistema é muito pequena, ínfima quando comparada ao número de inquéritos. Nesse sentido, qualquer percentual seria necessariamente equivocado, por não contemplar a totalidade (ou grande parte) das decisões. Afirmou o DPF, em resposta à solicitação de esclarecimentos adicionais feita pela Controladoria-Geral da União: A inserção dos Boletins de Decisão Judicial (BDJ) é efetuada tanto por servidores do DPF nas unidades descentralizadas como por servidores dos órgãos que possuem Acordo de Cooperação Técnica com o DPF para acesso e alimentação do SINIC. No caso, a Justiça Federal possui Acordo assinado que abrange todas as Varas e Juizados Federais do país. Porém, a alimentação do sistema não é plenamente atualizada devido a carência de servidores para efetuarem esta alimentação tanto no DPF quanto na Justiça Federal, além de não haver servidores com treinamento em todas as Varas e Juizados da Justiça Federal. (...) As informações levarão em conta os dados cadastrados no sistema SINIC, porém em momento algum pode-se afirmar que todos os Inquéritos Policiais do DPF com indiciamento estão incluídos. Quanto às decisões judiciais, faz-se necessário que o requerente faça busca junto ao poder judiciário sobre o andamento ou decisão final se existir dos processos referentes aos inquéritos que não possuem decisão cadastrada no SINIC, pois a falta de BDJ no SINIC não indica a não existência da mesma, assim como sempre existe a possibilidade do processo ainda não ter sido finalizado. (...) A Polícia Federal reitera o entendimento apresentado em outras instâncias de que o detentor das informações solicitadas pelo recorrente é o Poder Judiciário (Justiça Federal) e não a Polícia Federal, de maneira que, o fornecimento de qualquer dado estatístico pela PF relativo a essas informações produzirá conclusões incompletas e equivocadas, porque processadas com dados insuficientes e por órgão não titular da informação. (grifos nossos). 11. Considerando a presunção de boa fé de que gozam os órgãos públicos, está correto o recorrido ao afirmar que a elaboração de percentual com o conjunto atual de decisões cadastradas geraria necessariamente um dado incorreto, e que, portanto, sua divulgação não seria possível. 28

Sabe-se que a administração pública deve fornecer informações autênticas aos cidadãos, isto é, fidedignas em relação à realidade. Conforme Márcio Camargo Cunha Filho e Vítor César Silva Xavier, na obra Lei de Acesso à Informação: teoria e prática 1 : Informação autêntica é aquela que é verdadeira, ou seja, que corresponde à realidade, cabendo ao Estado, por meio de seus agentes, o ônus de garantir que a informação oficial é genuína e correta, conforme previsto no inciso IV do art. 7º da Lei de Acesso à Informação. (...) Sendo ou não hipótese de deferimento de um pedido de acesso à informação, impõe-se o dever da autenticidade: não é lícito prestar informações falsas e nem omitir informações relevantes conexas ao pedido feito. 12. Além disso, é importante repisar o art. 13 do Decreto nº 7.724/2012, que afirma: Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: I - genéricos; II - desproporcionais ou desarrazoados; ou III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou entidade. Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o órgão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde se encontram as informações a partir das quais o requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou tratamento de dados. (grifo nosso). 13. Ou seja, considerando a indisponibilidade das informações referentes às decisões judiciais no âmbito do SINIC, a exigência de sua inserção por parte do DPF estaria enquadrada no inciso grifado acima, isto é, exigiria do órgão trabalhos adicionais de consolidação de dados e informações. Ademais, também seriam necessários contatos com o Poder Judiciário de modo a viabilizar esse trabalho.. Sendo assim, tendo em vista a indisponibilidade das informações no sistema e a impossibilidade de serem disponibilizados percentuais autênticos acerca das decisões judiciais proferidas para cada inquérito da Polícia Federal, a CGU sugeriu ao DPF que os dados brutos relativos aos inquéritos fossem concedidos, protegendo eventuais informações sigilosas, a fim de que o próprio cidadão pudesse consolidar as informações de seu interesse. A sugestão da CGU teve 1 CUNHA FILHO, Márcio Camargo & XAVIER, Vítor César Silva. Lei de Acesso à Informação: teoria e prática. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 20. 29

fulcro no princípio da máxima divulgação das informações públicas e considerou ainda a faculdade prevista no parágrafo único do art. 13 do Decreto 7.724/12. Nesse sentido, o DPF encaminhou ao cidadão listagem dos inquéritos instaurados pela Polícia Federal entre 2010 e 2013, com número do inquérito e localidade. Em face de alguns equívocos identificados na lista encaminhada, especialmente no que se refere ao número dos inquéritos, o DPF encaminhou lista corrigida ao cidadão em 24 de outubro de 20. 15. Por fim, a despeito da possibilidade de o próprio cidadão realizar a consolidação das informações de seu interesse a partir da lista que lhe foi entregue, recomenda-se que verifique também se o Poder Judiciário já possui as informações consolidadas, uma vez que ele é a fonte primária no que se refere às decisões judiciais. Conclusão 16. De todo o exposto, opina-se pelo desprovimento do presente recurso, uma vez que não foi possível conceder os percentuais conforme solicitado pelo cidadão. 17. Por fim, observamos que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente para que reavalie os fluxos internos, de modo a assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais. Em especial, recomenda-se que o recorrido observe os prazos legais de atendimento dos recursos. LUIZA GALIAZZI SCHNEIDER Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O 210

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo desprovimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº 08850.001692/20-18, direcionado ao Departamento de Polícia Federal DPF. JOSÉ EDUARDO ROMÃO Ouvidor-Geral da União 211

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 4311 de 10/11/20 Referência: PROCESSO nº 08850.001692/20-18 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 10/11/20 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: f2fe1951_8d1cb31ecb07ba3