FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Linguagem Linguagem é um sistema convencional de símbolos arbitrários e de regras de combinação dos mesmos, representando ideias que se pretendem transmitir através do seu uso e de um código socialmente partilhado, a língua. A linguagem não é somente um instrumento de comunicação, como se anuncia numa perspectiva mais restrita. Mais que isso, ela faz parte da própria natureza do humano e perpassa suas buscas em todas as áreas do conhecimento e da vida cotidiana. É através dela, principalmente, que o homem apreende a definição de si mesmo, que estabelece parâmetros para compreender-se e para investigar e compreender o mundo e seus semelhantes. Ou seja, é nessa imersão que somos constituídos como sujeitos. Uma palavra que não representa uma ideia é uma coisa morta, da mesma forma que uma ideia não incorporada em palavras não passa de uma sombra. Vygotsky
Linguagem A sua importância A linguagem não é um mero instrumento de expressão do pensamento, mas sim um sistema ativo que o molda e o predetermina de um modo específico. A linguagem fornece ao sujeito a possibilidade de expressar o pensamento. A linguagem dá forma ao conteúdo do pensamento, não se concebendo este sem a forma linguística. Pensamento e linguagem são mutuamente indispensáveis, já que o primeiro se materializa no segundo e este, por sua vez, tem uma função de significação. A linguagem é o objeto de transmissão social, adquire-se através da imitação na transmissão social e permite-nos organizar o conhecimento que temos de nós próprios e do mundo externo. A linguagem costuma refletir o pensamento e pode ser tida como o elo final da cadeia de processos psíquicos que se iniciam com a percepção e terminam com a palavra falada ou com a escrita.
A mensagem das funções da linguagem Diferentes mensagens veiculam significações as mais diversificadas, mostrando na sua marca e traço, no seu efeito, o seu modo de funcionar. O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a finalidade de transmitir Fatores que sustentam o modelo de comunicação: EMISSOR RECEPTOR CANAL CÓDIGO REFERENTE MENSAGEM
Fatores que sustentam o modelo de comunicação: EMISSOR Um dos elementos básicos do processo de comunicação: emite os sinais codificados: informação, expressão. RECEPTOR Aquele que recebe os sinais ou mensagens transmitidas, interpretando, decodificando segundo bagagem cultural e vivência. CANAL CÓDIGO REFERENTE MENSAGEM Suporte material ou sensorial através do qual se faz a comunicação; meio utilizado para enviar o sinal de um emissor a um receptor. Caminho de passagem que possibilida a mensagem fluir. É a organização dos elementos que compõe um conjunto, com regras de permissão e de proibição que determinam o modo da ocorrência da combinação desses sinais físicos. Norma, regra, lei. Vocabulário ou sistema de sinais convencionais ou secretos utilizados em correspondências e comunicações. Relação aos objetos ou fatos do mundo real a que as palavras das línguas naturais se referem. Comunicação, notícia ou recado verbal, escrito ou visual. Estrutura organizada de sinais que serve de suporte à comunicação.
Fatores que sustentam o modelo de comunicação: Um emissor envia a mensagem a um receptor, usando do código para efetuá-la; esta, por sua vez, refere-se a um contexto. REFERENTE EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR CÓDIGO FONTE CANAL DESTINO A passagem da emissão para a recepção faz-se através do suporte físico que é o canal.
Como funciona a comunicação: Para transmitir mensagens, o fundamental é que haja uma fonte e um destino, distintos no tempo e no espaço. A fonte é geradora da mensagem e o destino é o fim para o qual a mensagem se dirige. A fonte codifica sinais, constrói mensagens, que se referem a um objeto, e as enviam a um destinatário, fazendo a passagem desta informação/mensagem, através de um suporte físico, que é o canal. Canal é o que possibilita a mensagem transitar de um ponto ao outro. O que transita pelo canal são sinais físicos, concretos, codificados. A mensagem requer um contexto para se referir, um referente, um sobre o que fala, o assunto em torno do qual a mensagem está organizada. Linguagem enquanto estrutura refere-se a qualquer código: musical, pictórico, teatral... que vão permitir determinadas organizações dentro de normas já estabelecidas. Codificar significa obedecer a determinadas convenções preestabelecidas pela fonte e pelo destino, que conhecem o que ficou estabelecido a respeito daqueles sinais.
Modelo de forma triática - Karl Bühler (psicólogo austríaco) O destinador mensagens de caráter expressivo Que ou aquele que destina ou remete algo. O destinatário mensagens de caráter apelativo Aquele a quem se destina ou remete alguma coisa. Elemento terminal de um sistema de comunicação. O contexto mensagens de caráter comunicativo Ambiente Numa situação de comunicação, características extralingüísticas que determinam a produção lingüística, como, p. ex., o grau de formalidade ou de intimidade entre os falantes.
Perfil da mensagem - Roman Jakobson As atribuições de sentido As possibilidades de interpretação (as mais plurais) Direção intencional do fator de comunicação, o qual determina o perfil da mensagem, determina sua função, a função de linguagem que marca aquela informação. A linguagem participa de aspectos mais amplos que apenas o verbo. O corpo fala, a fotografia flagra, a arquitetura recorta espaços, a pintura imprime, o teatro encena o verbal, o visual, o sonoro, a poesia forma especialmente inédita de linguagem surpreende, a música irradia sons, a escultura tateia, o cinema anima, movimenta etc.
Mc Luhan Herbert Marshall McLuhan nasceu a 21 de Julho de 1911, em Edmonton, Canadá. Começou por estudar Engenharia, na Universidade de Manitoba, em 1932, mas acabou por se formar em Literatura Inglesa, em 1934. Introduz as frases "o impacto sensorial", "o meio é a mensagem" e "aldeia global" como metáforas para a sociedade contemporânea, ao ponto de se tornarem parte da nossa linguagem do dia a dia. A própria estrutura da mensagem que permite a organização de signos e não outra. As linguagens estruturam-se em função do fator para o qual estão inclinadas. A propaganda marca-se fundamentalmente pela persuasão, isto é, pela intenção de seduzir o receptor. A organização da mensagem da propaganda, seja qual for o veículo que a estruture televisão, revista, outdoor (ou mída externa), rádio, internet, imporá um perfil conotativo a essa linguagem. McLuhan, tem uma famosa frase que descreve a TV: Visão, Som e Fúria.
Diálogo das funções Atualizando concretamente possibilidades de uso de código, entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem. Na comunicação diária, além da referencialidade da linguagem o que torna a mensagem oral imediatamente compreendida, há pinceladas de função conotativa, ou seja, de diálogo com alguém, ou através de uma ordem, ou através de um narrar, mas, ao mesmo tempo, esse diálogo vem caracterizado por traços emotivos. Conotativo: Diz-se de nomes que designam, junto com o sujeito, um atributo. Diz-se de idéias e associações ligadas, pela experiência individual ou coletiva, a uma palavra.
Função referencial A conotação da linguagem é mais comumente compreendida como linguagem figurada. Um signo empresta sua significação para dois campos diversos, uma espécie de transferência de significado. Quando falamos pé da escada, estamos nos referindo à semelhança entre o signo pé que está no campo orgânico do ser humano e a parte que compõe a sustentação da escada, no campo dos objetos. A denotação tenta uma relação e uma aproximação mais direta entre o termo e o objeto. O pé do animal, o pé do ser humano seriam signos denotativos, linguagem correlacionada a um real, que responderia sempre à pergunta que é tal objeto? com o nome do objeto, sem figuração ou intermediários. Linguagem legível, denotativa e linguagem figurada, conotativa.
Teoria da comunicação: O humano, na comunicação, utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a uma outra pessoa. A palavra falada, a palavra escrita, os desenhos, os sinais de trânsito são alguns exemplos de comunicação, em que alguém transmite uma mensagem a outra pessoa. Há um emissor e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação (palavras, gestos, desenhos, sinais de trânsito...). Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor, o qual chamamos de canal de comunicação e refere-se a um contexto, a uma situação.
Linguagens diversas: EMISSOR REFERENTE MENSAGEM CÓDIGO CANAL RECEPTOR AUDITIVA ESCRITA (SCRIPTO) VISUAL AUDIOVISUAL ESCRITAVISUAL (SCRIPTOVISUAL) AUDIO-ESCRITA-VISUAL
Fatores que sustentam o modelo de comunicação: EMISSOR O que envia a mensagem REFERENTE Contexto: a situação a que a mensagem se refere MENSAGEM O conjunto de informações transmitidas CÓDIGO A combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem; CANAL Canal de Comunicação: por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar...; RECEPTOR O que recebe a mensagem
Teoria da comunicação: Denotativo ou Conotativo > SIGNO O signo linguístico ou visual une um elemento concreto, material, perceptível (um som, letras impressas ou imagens) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a "abóbora" é o significante - sozinha ela nada representa; com os olhos, o nariz e a boca, ela passa a ter o significado do Dia das Bruxas, do Halloween. Signo = significante + significado. Significante = estímulo físico Significado = idéia ou conceito (inteligível) MENSAGEM SIGNIFICANTE SIGNO SIGNIFICADO direção proibida
Teoria da comunicação: Denotativo ou Conotativo > SIGNO Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo de areia", pode estar atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa "construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, significa "ocorrência incerta, sem solidez". Temos, portanto, o seguinte: Denotação: É o uso do signo em seu sentido real. Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico. Para que seja cumprida a função social da linguagem no processo de comunicação, há necessidade de que as palavras tenham um significado, ou seja, que cada palavra represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de signo.
Funções da Linguagem: Elementos da Comunicação contexto (referente) remetente mensagem destinatário contato (canal) código Funções da Linguagem referencial emotiva poética conativa fática metalinguística destinador (função expressiva) (função referencial) referente mensagem (função poética) contato (canal) (função fática) destinatário (função conativa) código (função metalinguística) As funções da linguagem organizam-se em torno de um emissor (quem fala), que envia uma mensagem (referente) a um receptor (quem recebe), usando um código, que flui através de um canal (suporte físico).
Funções da Linguagem: O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, entre outros; conseqüentemente, a linguagem passa a ter uma função: Função Referencial ou Denotativa Função Conativa ou Apelativa Função Emotiva ou Expressiva Função Metalinguística Função Fática Função Poética Em um mesmo contexto, duas ou mais funções podem ocorrer simultaneamente: uma poesia em que o autor discorra sobre o que ele sente ao escrever poesias tem as linguagens poética, emotiva e metalinguística ao mesmo tempo.
Funções da Linguagem: [...] Lutar com palavras parece sem fruto. Não têm carne e sangue... Entretanto, luto. Palavra, palavra (digo exasperado), Se me desafias, aceito o combate. Carlos Drummond de Andrade, O lutador Ao leitor é dado ver, ouvir, ler o modo como construiu o texto, pondo à mostra o material, as estruturas, a base, toda uma situação de jogo de código.
Funções da Linguagem: Função Referencial ou Denotativa Quando o objetivo do emissor é informar, ocorre a função referencial, também chamada de denotativa ou de informativa. São exemplos de função denotativa a linguagem jornalística e a científica. Ex.: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pêra. O texto acima tem por objetivo informar o que contém a cesta, portanto sua função é referencial. Função Conativa ou Apelativa Ocorre a função conativa, ou apelativa, quando o emissor tenta convencer o receptor a praticar determinada ação. É comum o uso do verbo no Imperativo, como "Compre aqui e concorra a este lindo carro". "Compre aqui..." é a tentativa do emissor de convencer o receptor a praticar a ação de comprar ali.
Funções da Linguagem: Função Emotiva ou Expressiva Quando o emissor demonstra seus sentimentos ou emite suas opiniões ou sensações a respeito de algum assunto ou pessoa, acontece a função emotiva, também chamada de expressiva. Ex.: Nós o amamos muito, Romário!! Função Metalinguística É a utilização do código para falar dele mesmo: uma pessoa falando do ato de falar, outra escrevendo sobre o ato de escrever, palavras que explicam o significado de outra palavra. Ex.: Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as idéias para o papel, sinto-me realizada... Função Fática A função fática ocorre, quando o emissor testa o canal de comunicação, a fim de observar se está sendo entendido pelo receptor, ou seja, quando o emissor quebra a linearidade contida na comunicação. São perguntas como "não é mesmo?", "você está entendendo?", "cê tá ligado?", "ouviram?", ou frases como "alô!", "oi". Ex.: Alô Houston! A missão foi cumprida, ok? Devo voltar à nave? Alguém me ouve? Alô!!
Funções da Linguagem: Função Poética É a linguagem das obras literárias, principalmente das poesias, em que as palavras são escolhidas e dispostas de maneira que se tornem singulares. Ex.: CLÍMAX No peito a mata aperta o pranto do olhar do louco pra meia-lua. O clímax da noite, escorrendo orvalho como estrelas, refletindo nas águas da cachoeira gelada. Cabeça caída, cabelos escorridos, pêlos eriçados pela emoção nativista. Segurem as florestas, mãos fortes, decididas! Ficar o vazio é não ter a noite é não ter o clímax. O clímax da vida!
Funções da Linguagem: Função Poética Augusto de Campos
Bibliografia CHALHUB, Samira. Funções da linguagem, 7.ed. São Paulo: Ática, 1995. A metalinguagem. São Paulo: Ática, 1986. BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 2005. FRANCO, Maria da Graça. Domínio da Comunicação, Linguagem e Fala. Lisboa: Ministério da Educação, 2003. Dicionário Aurélio Eletrônico - Século XXI. São Paulo: Nova fronteira, 1999. http://www.wikipedia.org http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/teoria_comunicacao.shtml http://www.univ-ab.pt/%7ebidarra/hyperscapes/video-grafias-319.htm